16.04.2013 Views

Livro em PDF (2,1MB) - Valdir Aguilera

Livro em PDF (2,1MB) - Valdir Aguilera

Livro em PDF (2,1MB) - Valdir Aguilera

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

www.nead.unama.br<br />

E não havia meio do Imperador se resolver. O Chalaça, porém, que persistia<br />

na idéia, tentou continuar a investida. Mas o João Carlota, erguendo subitamente o<br />

reposteiro, anunciou ao Imperador:<br />

— O Sr. Barão de Sorocaba está na antecâmara. E pede, com insistência,<br />

para falar à Vossa Majestade. Diz o Barão que é negócio urgentíssimo.<br />

Mareschal, ao ouvir o anúncio, levantou-se. E despediu-se com jovialidade:<br />

— Peço licença para me retirar. Vim hoje. por um instante, só para<br />

cumprimentar à Vossa Majestade. Quis ser o primeiro a felicitar o Imperador D.<br />

Pedro I pelo seu noivado com a Princesa Mariana Ricarda!<br />

E depois de beijar a mão do Imperador, saiu feliz, orgulhoso, por constatar a<br />

vitória da diplomacia austríaca.<br />

O Barão de Sorocaba entrou. Tinha o aspecto excitado. D. Pedro e o<br />

Chalaça olharam-no com surpresa.<br />

E o Barão:<br />

— Eu venho pedir justiça, Majestade!<br />

— Justiça? acudiu o Imperador; mas que há, Barão?<br />

Boaventura Delfim Pereira desabafou a sua angústia:<br />

— Que há? Um caso grave, Majestade: a minha mulher acaba de ser vítima<br />

de uma <strong>em</strong>boscada!<br />

— A Baronesa de Sorocaba?<br />

— Exatamente, Majestade. Não sei que criminoso, não sei que alma de<br />

facínora, disparou contra a Baronesa, à traição, um tiro de pistola. Vossa Majestade<br />

b<strong>em</strong> pode imaginar a minha indignação: uma tentativa de assassínio contra minha<br />

mulher!<br />

— Mas como, indagava D. Pedro, como? Um atentado contra Baronesa?<br />

Um tiro? Uma <strong>em</strong>boscada? Explique melhor, Barão!<br />

O Barão desenrolou perante o Imperador o sucesso:<br />

— Hoje, como Vossa Majestade sabe, houve a procissão Nossa Senhora da<br />

Glória. A Baronesa, como <strong>em</strong> todos os anos, foi assistir á festa. Saiu de sege. Tudo<br />

normal pelo caminho. Ao galgar o morro, porém, logo à subida da rampa, s<strong>em</strong><br />

ninguém saber como n<strong>em</strong> por que, partiu de súbito um tiro contra a sege. A bala<br />

espatifou vidraças. Chegou a ferir o boleeiro. E minha mulher, que foi a alvejada,<br />

escapou por milagre.<br />

D. Pedro e o Chalaça entreolharam-se. Havia no olhar de ambos uma chispa<br />

eloqüente. A mesma idéia assaltou a ambos. O Barão continuou:<br />

— Sair uma pessoa à rua, ir passando sossegadamente na sua sege, e de<br />

repente, s<strong>em</strong> motivo, um tiro de pistola! Um atentado: Isto é de indignar!<br />

D. Pedro ordenou ao Chalaça:<br />

129

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!