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Diário de - pucrs

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31 <strong>de</strong> Agosto<br />

Último dia do mez, e sexta-feira. Como já passou o mez funesto, pouco importa aos crentes, que a<br />

<strong>de</strong>spedida seja em dia aziado.<br />

Fizemos hontem a marcação. Poucos terneiros, 73. E foram muitos, dada a venda feita no verão, em que 300<br />

e tantos marcharam p’ra o frigorífico.<br />

O trabalho <strong>de</strong> hontem foi um parenthesis <strong>de</strong> lida alegre na monotonia do inverno. O primeiro grito forte na<br />

madrugada fresca foi bem a alvorada da primavera do campo. Está iniciado o novo anno rural, 1928-1929.<br />

Uma boa chuva prece<strong>de</strong>ra-o, ver<strong>de</strong>jando os campos amarellos <strong>de</strong> palha.<br />

Setembro<br />

Quarta. Setembro, 5.<br />

Chove e chove muito. É o segundo dia <strong>de</strong> chuva continua: 3 e 5. E talvez continua pois que o povo diz ser o<br />

dia 5 o indicativo do que será o mez. Demais a mais, <strong>de</strong> mil annos para cá as primaveras tem entrado chuvosas. E<br />

ainda temos que romper um resto <strong>de</strong> terra, fechar a chácara, gra<strong>de</strong>á-la e finalmente plantá-la.<br />

Ando aborrecido; sinto falta <strong>de</strong> um serviço capaz <strong>de</strong> me ocupar as horas do dia; a noite, sem os cinemas e as<br />

palestras, é assaz sufficiente para 2 horas <strong>de</strong> leitura.<br />

Continuando as cousas no pé em que estão, para o anno farei outra plantação maior que a <strong>de</strong>ste anno, e<br />

cuja extensão calculo ser <strong>de</strong> 20 quadras, mais ou menos. Talvez assim passe mais ligeiro nossa vida da campanha, cujo<br />

único encanto está - para o homem rural, bem entendido - na satisfação <strong>de</strong> ter cumprido, dia a dia, religiosamente, a<br />

tarefa que iniciou. De fato, ao se impor um trabalho qualquer, <strong>de</strong> lavoura ou <strong>de</strong> campo, o morador da campanha,<br />

assume instinctivamente, juncto a seus pares, a obrigação <strong>de</strong> envidar todos os esforços para leva-la a cabo. Elle fica<br />

obrigado a cumpri-la; é um <strong>de</strong>sdouro para a sua não effectivação saber a interferência <strong>de</strong> uma natureza hostil, como<br />

uma secca forte, uma praga <strong>de</strong> gafanhotos, etc...<br />

Vou atten<strong>de</strong>r o meu tordilho, dar-lhe aveia.<br />

Hontem respondi ao Bernar<strong>de</strong>s.<br />

Quinta. 6 <strong>de</strong> Setembro<br />

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