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Diário de - pucrs

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Amanhã, Domingo, tenho vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> passeiar, ir até o Lélo, quebrar a monotonia <strong>de</strong>sses 15 dias vividos<br />

<strong>de</strong>ntro das divisas do Tarumã. É sempre a mesma ânsia <strong>de</strong> trocar idéias. Salvam-me ao menos as cartas que<br />

mantenho com os collegas. Amigos, sauda<strong>de</strong>s latentes em nosso coração, que uma notícia qualquer faz brotar na<br />

memória. Brota e cresce para contentamento da gente.<br />

O Porto Alegre vencendo a páreo 15 <strong>de</strong> Novembro, indicou a sua guarnição como concorrente ao<br />

campeonato brasileiro <strong>de</strong> remo, guarnição <strong>de</strong> que fazem parte o Ernesto e o Luiz Buchman; exultei com esta nova, e<br />

pensei enviar-lhes um postal <strong>de</strong> felicitações: são velhos camaradas do Anchieta. Desisti porém; esperarei, talvez<br />

tragam do Rio glórias para o torrão gaúcho; então sim, as cumprimentarei.<br />

Bairrismo<br />

Quarta. 5 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1928<br />

O tempo ameaça chuva. A toda hora esperamos um temporal. Que venha água que a <strong>de</strong> Sabbado foi pouca.<br />

Falávamos há dias da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprarmos uma bomba ou um moinho a venta, que viesse<br />

simplificar a questão da água. É uma campanha este negócio <strong>de</strong> arrastar água em pipa; nunca se tem água em casa...<br />

O Dico, que escutava sério a conversa, entregou a cuia ao cevador e disse em voz lenta:<br />

“Com a pipa o senhor da a que ganhar a um pobre coitado d’aqui enquanto a dinheirão que custa uma<br />

machina <strong>de</strong>ssas, vae todo embora, p’ras mãos dos gringos.<br />

6 <strong>de</strong> Dezembro<br />

Mais uma chuvita; p’ra planta <strong>de</strong>u, p’ras aguadas não.<br />

Carbúnculo, peste negra que matou a Pimentinha; logo esta vaquinha tão mansa e boa; que dava sempre o<br />

melhor terneiro do chiqueiro. A vida é assim: pôe sempre um fim no que é bom, e conserva pellechado o que não presta.<br />

8 <strong>de</strong> Dezembro<br />

Há festa nos pagos hoje; um baile no velho Fulgêncio. A sala é boa commentavam, habituados que estão a<br />

dansarem em casa <strong>de</strong> chão. E ainda por cima carreiras amanhã na cancha do Lodário.<br />

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