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Diário de - pucrs

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enpandilham também perfis <strong>de</strong> collegas e amigos sombreando o quadro para seu maior realce. O <strong>de</strong>stino é mesmo cruel;<br />

enraíza relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> em nós, só para ter o prazer <strong>de</strong> reben ta-las sorrindo indifferente ao nosso sentir.<br />

Quarta, 31<br />

Secca com ameaças <strong>de</strong> chuva. Mas não passam <strong>de</strong> ameaças, e uma chuvinha viria bem a calhar para as terrinhas<br />

vermelhas. Vou plantando o tempo que Deus dá. Quanto colherei? Não sei. Quantas quadras tenho? i<strong>de</strong>m. E neste ponto<br />

divergem as opiniões dos práticos. Alguns vão a 40 quadras; outros, que baixa <strong>de</strong>ste número, indo contudo além <strong>de</strong> 20;<br />

ainda outros julgam haver mais terra que o Antoninho que affirmou ter colhido 4.000 mãos. Baseando-se no “vox populi” a<br />

colheita <strong>de</strong>verá oscilar entre 4 e 8.000 mãos. A minha opinião é que são 20 quadras e o razão <strong>de</strong> 200 por uma...<br />

Novembro<br />

Novembro, 3<br />

Finados! Embora os homens tenham a morte como a esponja que apaga a lembrança dos que se foram, um<br />

restinho sempre nos fica na memória, <strong>de</strong>scoberto e venerado nesse dia 2. Romaria ao cemitério do Tarumã. E não foi<br />

pequena; todo o santo dia; gente a pé e a cavallo, carroças e aranhas. Ninguém <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> accen<strong>de</strong>r a sua vela. A<br />

plantação vae indo; hoje começaram a trabalhar os três arados. Agora vae ren<strong>de</strong>r o serviço, notadamente si<br />

continuarmos a mudar bois as 9 e as 16 ½ horas. Talvez uma quadra por dia.<br />

“Vocês estão virando nuns chaçareiros <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m” Diz o Alynes.<br />

“Báh! Coizinha pequena”.<br />

Domingo. 4 <strong>de</strong> Novembro<br />

Choveu a manhã toda. Chuva boa p‘ra terra e p‘ras plantas. Quis passear mas não pu<strong>de</strong>. Ninguém gosta <strong>de</strong><br />

ser contrariado. A vida é assim mesmo nunca se está satisfeito. E tudo porque temos a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocinar. Quer-<br />

se uma cousa, e logo mil obstáculos saltam-nos à mente, escudados pelos preconceitos, responsabiilda<strong>de</strong>s, etc... etc...<br />

Escrevo para matar o tempo, pois não sei o que fazer neste resto <strong>de</strong> domingo tão gran<strong>de</strong>. Terei que habituar-<br />

me a fazer visitas todos os domingos, ao menos para trocar idéas, do que para matar o tempo, evitando esse “far<br />

niente” tão <strong>de</strong>salentador. Também nunca achei o tal “dolce” nessa phrase tão a miúdo repetida.<br />

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