Vazamentos no condomínio - Jornal do Síndico

Fevereiro de 2009 3
HABITAÇÃO
Infraestrutura de
bairros compromete a
valorização imobiliária
Nem sempre os investimentos
feitos nas áreas comuns
do condomínio são os
únicos índices relevantes na
hora de avaliar o valor de
imóvel. Ganham cada vez
mais peso nesta hora a infraestrutura
do bairro, a
proximidade de serviços públicos
e as opções de compra
e laser, pois, devido à
correria e aos congestionamentos
de trânsito, os compradores
em potencial de
imóveis das classes B e C, no
Brasil, estão optando por locais
que ofereçam tranquilidade
e facilidade, diminuindo
o número de saídas do
bairro dos moradores.
Mas, esta relação de
proximidade pode, por outro
lado, comprometer a
venda de um imóvel, e pequenos
detalhes, aparentemente
imperceptíveis,
pode oscilar o preço em
torno de 30%. Exemplo
disso é a proximidade excessiva
de paradas de ônibus
muito movimentadas,
que desvalorizam um imóvel,
mas ele ficará mais desvalorizado
se a região não
contar com um serviço de
transporte público.
Prédios vizinhos a colégios,
supermercados e bancos
também perdem valor,
porque as vias de acesso
para esses estabelecimentos
estão mais sujeitas a
congestionamentos, e a
qualidade de trânsito, hoje,
é um dos aspectos muito
considerado pelos futuros
proprietários. Locais com terrenos
desocupados podem,
no futuro, abrigar uma obra
capaz de tornar infernal o
trânsito nas imediações. Escolas,
shopping centres, estação
de metrô, hospitais, feiras livres,
bares e casas noturnas
são outros estabelecimentos
que desvalorizam um imóvel,
mas não sem eles por perto
fica difícil a vida em qualquer
parte da cidade, mesmo as de
pequeno e médio porte.
Adquirir imóveis
próximos a lojas,
supermercados e
paradas de ônibus
certamente traz
comodidade aos
moradores, mas
pode comprometer
o valor de revenda,
já que tranquilidade
e segurança são
itens que pesam,
principalmente, em
momentos de crise
Parceria
Por essas e outras, muitos
condomínios têm tomado
medidas preventivas para
preservar a qualidade de vida
dos moradores e o valor patrimonial
através de iniciativas
conjuntas com outros condomínios
junto aos órgãos públicos
responsáveis pela ordenação
do solo e pela liberação
Andréa Mattos*
de licença comercial, pois as
perdas do valor de um imóvel
acontecem da noite para
o dia, segundo consultores
imobiliários.
Muitos condomínios já
colocaram em prática a
idéia e os resultados têm
poupado muitos deles de
problemas futuros. De início,
uma comissão de síndicos
e moradores de um
bairro pode manter contatos
com a prefeitura e conhecer
as obras que estão
sendo planejadas para o local,
ou ao redor dele. E, por
tabela, a mesma comissão
pode propor intervenções
que mudaram a característica
do bairro.
Esta revolução imobiliária
já extrapolou o eixo São
Paulo-Rio de Janeiro, alcançando
a maioria das capitais
brasileiras. É o caso de Fortaleza,
uma das principais cidades
do Nordeste brasileiro,
que nos últimos 10 anos
passou por mudanças no seu
mapa urbano por conta da
especulação imobiliária
como consequência, principalmente,
do turismo. Novas
ruas e avenidas facilitam
a ligação de bairros distantes,
mas nobres, com o centro,
o que até pouco tempo
era inimaginável. Este trabalho
de observação ajuda a
prever se o local escolhido
para mora será ou não um
bom investimento.
*Jornalista e colaboradora
do Jornal do Síndico
FIQUE ATENTO
Quando chamar a polícia
Infelizmente, há situações nos condomínios que a presença
de agentes policiais é necessária. Brigas entre condôminos,
familiares, funcionários são solucionadas com intervenção
de terceiros, mas nem todos os casos pedem esta
medida. A polícia deve ser acionada quando todas as iniciativas
tomadas pelo síndico não foram suficientes, em qualquer
ocasião. É o último recurso. A polícia deve ser chamada
sempre quando é colocada em risco a segurança dos funcionários
e dos condôminos, por exemplo. Alguns casos de
problemas sérios, como agressões físicas a funcionários ou
entre condôminos, ameaças com armas, requerem a força
policial, assim como casos de agressão física entre cônjuges
ou pais e filhos. Um corpo de funcionários bem treinado é
importante para que o condomínio saiba identificar quais são
os casos que merecem ou não ajuda policial. A polícia também
deve ser comunicada quando da suspeita de invasores,
de carros roubados no estacionamento do condomínio, furto
de equipamentos das áreas comuns. O efetivo policial deve
ser um aliado dos síndicos, sem dúvida.
Seguranças em festas
Com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores
e proprietários do condomínio, controlando e identificando
todos os visitantes cujos nomes estejam na lista de convidados,
a exigência de contratação de seguranças tem feito parte
na liberação de salões de festa. Para uma festa de até 100
convidados, os condomínios exigem a presença de dois profissionais
de segurança; para mais de 100, quatro seguranças.
Estes profissionais podem ser contratados pela administração
e o custo será cobrado na taxa de condomínio do proprietário
que promoveu a festa, ou pelo promotor do evento. Estes
seguranças deverão permanecer na área circunvizinha ao evento
inclusive na área de recuo lateral e fundos do lote, se necessário,
auxiliando na circulação de pessoas e veículos e buscando
preservar a tranquilidade e segurança de vizinhos e da
comunidade em geral. Quanto à segurança interna, os condomínios
tornam facultativa, ficando a critério do condômino
que estiver realizando o evento a contratação ou não de segurança
própria para a parte interna da festa.