17.04.2013 Views

Educação ambiental na rede pública do município do Rio de Janeiro

Educação ambiental na rede pública do município do Rio de Janeiro

Educação ambiental na rede pública do município do Rio de Janeiro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Estamos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Guimarães (2004) quan<strong>do</strong> o autor afirma que a concepção <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> <strong>de</strong>corrente da lógica <strong>do</strong> capital está comprometida em manter a realida<strong>de</strong> social e<br />

<strong>ambiental</strong> sustentada em uma relação que <strong>de</strong>sintegra socieda<strong>de</strong> e <strong>na</strong>tureza, relação esta sobre<br />

a qual se constitui a crise <strong>ambiental</strong> relacio<strong>na</strong>da aos graves problemas locais e globais da<br />

atualida<strong>de</strong>. Partin<strong>do</strong> da compreensão <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> fragmenta<strong>do</strong>, disjunto, prioriza o ser<br />

humano 4 como parte “superior” à <strong>na</strong>tureza e, por conseguinte, justifican<strong>do</strong> sua <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção<br />

sobre a mesma. Pelo fato <strong>de</strong> prevalecer a parte nesta compreensão fragmentada <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

certas características sociais, fundamentadas <strong>na</strong> esfera individual, <strong>de</strong>spontam e tor<strong>na</strong>m-se<br />

comuns em nossa existência: o individualismo, a competição exacerbada, o sectarismo, a<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e a espoliação, a solidão e a violência – características estas que levam à crise<br />

em que o planeta como um to<strong>do</strong> se encontra:<br />

[...] A violência si<strong>na</strong>liza para a perda da afetivida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> amor, da capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se relacio<strong>na</strong>r <strong>do</strong> um com o outro (social), <strong>do</strong> um com o mun<strong>do</strong><br />

(<strong>ambiental</strong>), <strong>de</strong>notan<strong>do</strong> a crise socio<strong>ambiental</strong> que é <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

socieda<strong>de</strong> e seus paradigmas; uma crise civilizatória (GUIMARÃES, 2004,<br />

p. 26).<br />

Nomear a problemática referente ao meio ambiente como socio<strong>ambiental</strong>, portanto,<br />

reflete o propósito <strong>de</strong> superar o dualismo socieda<strong>de</strong> e <strong>na</strong>tureza e <strong>de</strong> atentar para o fato <strong>de</strong> que<br />

não se po<strong>de</strong> pensar a questão <strong>ambiental</strong> sem se consi<strong>de</strong>rar as relações sociais, inclusive<br />

políticas e econômicas, que engendram a realida<strong>de</strong>. Relações estas que emergem <strong>de</strong> forma<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, configuran<strong>do</strong> a complexida<strong>de</strong> que, sob uma perspectiva crítica, reveste a<br />

questão <strong>ambiental</strong> e, por conseguinte, orienta a <strong>Educação</strong> Ambiental emancipatória e<br />

transforma<strong>do</strong>ra a que nos propomos.<br />

4 A visão fragmentada <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, vinculada à lógica <strong>do</strong> capital, concebe o ser humano não como unida<strong>de</strong>. Na<br />

verda<strong>de</strong>, tal concepção hierarquiza o ser humano por meio das relações sociais <strong>de</strong>siguais, <strong>na</strong>s quais as elites<br />

políticas e econômicas se colocam como superiores a outros seres humanos. Esta relação <strong>de</strong> <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção entre os<br />

seres humanos traduz-se em uma relação <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio das elites sobre a <strong>na</strong>tureza, configuran<strong>do</strong>-se em uma visão<br />

antropocêntrica <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> profundamente hierarquizada.<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!