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Educação ambiental na rede pública do município do Rio de Janeiro

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<strong>de</strong> sua própria ativida<strong>de</strong> e sim existem como se fosse uma indústria in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sta última<br />

(FOSTER, 2005).<br />

Em sua <strong>de</strong>scrição da relação <strong>do</strong> homem com a <strong>na</strong>tureza mediada pelo trabalho, Marx<br />

utilizou como uma das categorias centrais <strong>de</strong> sua análise teórica o conceito <strong>de</strong> metabolismo,<br />

atribuin<strong>do</strong> a este último o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> troca material e energética. O trabalho é um conceito<br />

que se <strong>de</strong>fine no movimento <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> ser humano sobre a <strong>na</strong>tureza e <strong>de</strong>sta última sobre o<br />

mesmo. Por meio <strong>do</strong> trabalho, ocorre a interação metabólica entre o homem e a <strong>na</strong>tureza;<br />

neste processo, <strong>de</strong> forma simultânea, tanto a <strong>na</strong>tureza exter<strong>na</strong> é transformada pelo homem<br />

como este é transforma<strong>do</strong> em sua própria <strong>na</strong>tureza (FOSTER, 2005, p. 221). Tal interação<br />

produtiva e transforma<strong>do</strong>ra, ontologicamente prioritária, está praxiologicamente vinculada à<br />

sociabilida<strong>de</strong> e à linguagem, em um to<strong>do</strong> complexo que forma a própria condição huma<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

<strong>na</strong>tureza.<br />

Além <strong>de</strong>ste significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> interação metabólica entre a socieda<strong>de</strong> e a <strong>na</strong>tureza, Marx<br />

utilizava também o conceito <strong>de</strong> metabolismo para se referir à complexida<strong>de</strong> das inter-relações<br />

huma<strong>na</strong>s, característica da socieda<strong>de</strong> capitalista:<br />

Marx [...] empregava o conceito [<strong>de</strong> metabolismo], [...] num senti<strong>do</strong> mais<br />

amplo [...], para <strong>de</strong>screver o conjunto complexo, dinâmico, inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />

das necessida<strong>de</strong>s e relações geradas e constantemente reproduzidas <strong>de</strong><br />

forma alie<strong>na</strong>da no capitalismo, e a questão da liberda<strong>de</strong> huma<strong>na</strong> suscitada<br />

por ele – tu<strong>do</strong> po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser visto como liga<strong>do</strong> ao mo<strong>do</strong> como o metabolismo<br />

humano com a <strong>na</strong>tureza era expresso através da organização concreta <strong>do</strong><br />

trabalho humano. O conceito <strong>de</strong> metabolismo assumia assim tanto um<br />

significa<strong>do</strong> ecológico específico quanto um significa<strong>do</strong> social mais amplo<br />

(FOSTER, 2005, p. 222-223).<br />

O conceito <strong>de</strong> metabolismo adquire maior importância, segun<strong>do</strong> Foster (2005, p. 223),<br />

por constituir para Marx “[...] um mo<strong>do</strong> concreto <strong>de</strong> expressar a noção <strong>de</strong> alie<strong>na</strong>ção da<br />

<strong>na</strong>tureza (e da sua relação com a alie<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> trabalho) que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os seus primeiro escritos<br />

foi central à sua crítica”. O conceito <strong>de</strong> alie<strong>na</strong>ção em Marx possui o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

estranhamento, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> visão velada da realida<strong>de</strong> pelo indivíduo, o qual não consegue se<br />

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