17.04.2013 Views

Educação ambiental na rede pública do município do Rio de Janeiro

Educação ambiental na rede pública do município do Rio de Janeiro

Educação ambiental na rede pública do município do Rio de Janeiro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

emancipa<strong>do</strong>s, faz-se necessária a superação <strong>do</strong>s diversos tipos <strong>de</strong> opressão e <strong>de</strong> <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção<br />

presentes <strong>na</strong>s inter-relações sociais capitalistas:<br />

Alie<strong>na</strong>ção é um conceito dinâmico que implica o contraditório, pois ao<br />

mesmo tempo em que a ativida<strong>de</strong> alie<strong>na</strong>da gera consciência alie<strong>na</strong>da,<br />

produz a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter consciência da alie<strong>na</strong>ção. Nessa<br />

perspectiva, a dimensão huma<strong>na</strong> para realizar-se (ser emancipa<strong>do</strong>) precisa<br />

ultrapassar a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> classes, a fragmentação científica, as relações<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção, a hierarquia entre saberes e a exclusão social, em que a<br />

crítica e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão e superação atinjam o ser concreto e a<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>na</strong> qual este se manifesta e se realiza (LOUREIRO, 2004b, p. 96).<br />

Dessa forma, no contexto das relações sociais capitalistas, a alie<strong>na</strong>ção pelo trabalho<br />

em Marx se dá no senti<strong>do</strong> da expropriação, com a perda da dimensão daquilo que o<br />

trabalha<strong>do</strong>r, tanto rural quanto urbano, cria e que passa a ser <strong>de</strong> outrem. Surge, assim, como<br />

fruto <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> apropriação privada e da conseqüente exploração <strong>do</strong> trabalho alie<strong>na</strong><strong>do</strong>, a<br />

falha metabólica – uma cisão no metabolismo, compreendi<strong>do</strong> como unida<strong>de</strong>, entre o homem e<br />

a <strong>na</strong>tureza. A primeira ruptura neste metabolismo diz respeito ao acesso <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r aos<br />

meios <strong>de</strong> produção, pois passa a haver o processo <strong>de</strong> expropriação da terra<br />

concomitantemente ao processo <strong>de</strong> expropriação <strong>do</strong> ser humano em relação ao outro e ao<br />

processo <strong>de</strong> cisão entre o campo e a cida<strong>de</strong>.<br />

Foster (2005) <strong>de</strong>staca que, ao afirmar que a falha metabólica é criada, em larga escala,<br />

pela socieda<strong>de</strong> capitalista, Marx quer dizer que esta última, por meio <strong>de</strong> seu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

produção, viola as condições <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> impostas pela <strong>na</strong>tureza. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que Marx amplia a noção <strong>de</strong> ruptura para a<strong>na</strong>lisar a relação antagônica entre<br />

cida<strong>de</strong> e campo:<br />

[...] Para Marx, [...] a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>volver ao solo os nutrientes que<br />

haviam si<strong>do</strong> removi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> forma <strong>do</strong> alimento e das fibras encontrava sua<br />

contrapartida <strong>na</strong> poluição das cida<strong>de</strong>s e <strong>na</strong> irracio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>rnos<br />

sistemas <strong>de</strong> esgoto. [...] Era, pois necessário, [...] restabelecer uma ‘conexão<br />

íntima entre a produção industrial e a agrícola’ juntamente com ‘uma<br />

distribuição o mais uniforme possível da população por to<strong>do</strong> o país’ [...]<br />

Marx insistiu categoricamente em que o ‘excremento produzi<strong>do</strong> pelo<br />

metabolismo <strong>na</strong>tural <strong>do</strong> homem’, com os <strong>de</strong>jetos da produção e consumo<br />

38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!