Versão em PDF – 14.9 MB - Fundação Cultural Palmares
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Da favela para a TV<br />
A inovação marca a trajetória<br />
de ações do grupo catarinense.<br />
O programa “Nação<br />
Hip Hop <strong>–</strong> Cultura de Rua”<br />
é, segundo Cláudio Rio, o primeiro<br />
programa independente<br />
especializado <strong>em</strong> hip hop na<br />
televisão aberta brasileira. Em<br />
2001, o programa então exibido<br />
s<strong>em</strong>analmente pela TV<br />
Cultura de Santa Catarina, com<br />
uma hora de duração, chegava<br />
a um milhão de espectadores,<br />
moradores da Grande Florianópolis.<br />
Em 2004, o programa<br />
de TV passou a ser veiculado<br />
pela TV Barriga Verde, afiliada<br />
da Rede Bandeirantes de<br />
Televisão <strong>em</strong> Santa Catarina.<br />
Com um formato único, o<br />
programa passou a se firmar<br />
<strong>em</strong> todo o estado não só como<br />
divulgador da cultura hip hop,<br />
mas também um espaço para<br />
o debate <strong>em</strong> torno da educação,<br />
direitos humanos e cidadania.<br />
Música, basquete de rua e<br />
manifesto<br />
Numa iniciativa inédita, o<br />
Nação Hip Hop reuniu <strong>em</strong> CD<br />
Coletânea, 15 grupos de rap<br />
do Centro Sul do Brasil, (São<br />
Paulo, Paraná, Santa Catarina<br />
e Rio Grande do Sul, representados<br />
por novos grupos e outros<br />
já consolidados como: De<br />
Menos Crime, Face da Morte,<br />
Realidade Cruel, da Guedes,<br />
Ultram<strong>em</strong>, entre outros. Com<br />
apoio da RDS Fonográfica e<br />
a SKY Blue de São Paulo, o<br />
CD foi distribuído <strong>em</strong> todo<br />
o Brasil, com a participação<br />
especial do Fotografo Sebastião<br />
Salgado, que através do<br />
MST (Movimento s<strong>em</strong> Terra),<br />
cedeu os direitos de fotos<br />
da Capa,Contra Capa e verso<br />
da Capa do CD Nação Brasil<br />
Sul.<br />
Em conjunto com a CUFA<br />
- Central Única das Favelas,<br />
que realiza a Liga Brasileira de<br />
Basquete de Rua, o Nação Hip<br />
Hop lançou <strong>em</strong> 2004, a Seletiva<br />
de Basquete de Rua, que<br />
vai acontecer anualmente no<br />
estado, reunindo jovens de comunidades<br />
de periferia para a<br />
prática do basquete de rua. No<br />
seu primeiro ano, <strong>em</strong> 2004, a<br />
seletiva envolveu mais de 50<br />
equipes masculinas e f<strong>em</strong>ininas<br />
de diferentes cidades do<br />
estado, e destas equipes classificadas<br />
para a final na cidade<br />
do Rio de Janeiro, a equipe<br />
f<strong>em</strong>inina de Santa Catarina<br />
acabou sagrando-se campeã<br />
brasileira de basquete de rua.<br />
“Nosso objetivo está <strong>em</strong> incluir<br />
jovens de comunidades de periferia<br />
na prática de esportes<br />
coletivos”,disse Cláudio.<br />
Um dos episódios mais<br />
importantes da história do hip<br />
hop nacional, apontou o coordenador,<br />
foi uma iniciativa<br />
do Grupo Nação Hip Hop de<br />
Santa Catarina: o Manifesto<br />
contra o Manifesta. A ação<br />
deu orig<strong>em</strong>, <strong>em</strong> outros pontos<br />
do país a um manifesto<br />
contra o evento Hip Hop Manifesta,<br />
que trouxe ao Brasil<br />
os Rapper’s Já Rule e Snopp<br />
Dog dos EUA. “Esse manifesto<br />
questionava o caráter meramente<br />
comercial do evento e<br />
também a sua legitimidade,<br />
apesar de o Nação de ter sido<br />
convidado pela produção do<br />
evento para dar cobertura ao<br />
acontecimento <strong>em</strong> Florianópolis,<br />
que juntamente com a<br />
Cidade do Rio de Janeiro, foram<br />
sedes das apresentações”.<br />
Entidades como a CUFA-RJ e<br />
vários nomes do hip hop nacional<br />
se uniram num <strong>em</strong>bate<br />
ideológico e jurídico que, num<br />
primeiro momento, dividiu o<br />
hip hop nacional. Mas, na seqüência,<br />
provocou a necessidade<br />
imediata da organização<br />
do hip hop, com o surgimento<br />
de várias entidades de atuação<br />
nacional, contribuição decisiva<br />
para o atual estágio do hip<br />
hop brasileiro.<br />
Cláudio Rio finaliza ressaltando<br />
que “a opção de ser uma<br />
Nação, do Brasil e do Hip Hop<br />
é hoje a opção histórica que o<br />
Nação Hip Hop fez para crescer,<br />
trilhando o seu próprio<br />
caminho, não permitiu ainda,<br />
naturalmente, que todos foss<strong>em</strong><br />
incluídos neste projeto, e<br />
isto motiva diferenças e <strong>em</strong>bates,<br />
o grupo procura encarar<br />
isto como parte do processo<br />
d<strong>em</strong>ocrático, e o grande desafio<br />
que está aí posto é fazer<br />
destas diferenças uma experiência<br />
positiva de crescimento<br />
e aperfeiçoamento, tendo <strong>em</strong><br />
mente s<strong>em</strong>pre fazer aprendendo<br />
e aprender fazendo com<br />
humildade e, principalmente<br />
com responsabilidade social”.<br />
CONTATO<br />
Grupo Nação Hip Hop <strong>–</strong> Cultura de Rua<br />
Coordenador: Cláudio Rio<br />
Site: www.nacaohiphop.com. Email:<br />
nacaohiphop@terra.com.br<br />
Caixa Postal: 3158 - Florianópolis /Santa<br />
Catarina CEP: 88.010-970<br />
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