PNE LEITE DIAMANTINO.pdf - Instituto Acácia
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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
1
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
PRESIDENTE DA REPÚBLICA<br />
Dilma Vana Rousseff<br />
MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO<br />
Afonso Florence<br />
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL<br />
Jerônimo Rodrigues Santos<br />
DELEGADO FEDERAL DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO<br />
Dieter Metzner<br />
ARTICULADORA REGIONAL SDT/MDA<br />
Éder Francisco Araújo<br />
ARTICULADOR ESTADUAL SDT/MDA<br />
Vitor Hugo Garbin<br />
ASSESSORA TÉCNICA TERRITORIAL DO ALTO PARAGUAI<br />
Vanessa de Souza Ribeiro<br />
CENTRO DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA - CTA<br />
Francisco Alexandre dos Santos<br />
INSTITUTO ACÁCIA DE AGRICULTURA FAMILIAR - IAAF<br />
Medson Janer da Silva<br />
PREFEITURA MUNICIPAL DE <strong>DIAMANTINO</strong><br />
Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente<br />
Stoessel dos Santos Filho<br />
PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTO PARAGUAI<br />
Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente<br />
Leandro Luiz Wandscheer<br />
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO<br />
Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente<br />
Jader José Borges da Silva<br />
Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER<br />
2
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
LISTA DE SIGLAS<br />
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />
AISI American Iron and Steel Institute<br />
APL Arranjo Produtivo Local<br />
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />
CONAB Companhia Nacional de abastecimento<br />
CIDES-AP Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do<br />
Alto do Rio Paraguai<br />
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia<br />
CTA Associação Centro de Tecnologia Alternativa<br />
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio<br />
DRS Desenvolvimento Regional Sustentável<br />
EMPAER Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural<br />
FETAGRI Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura<br />
FIC Fundo de Investimento Coletivo<br />
IAAF <strong>Instituto</strong> <strong>Acácia</strong> de Agricultura Familiar<br />
IBGE <strong>Instituto</strong> Brasileiro de Geografia e Estatística<br />
IFET <strong>Instituto</strong> Federal de Ensino Tecnológico<br />
INCRA <strong>Instituto</strong> Nacional de Colonização e Reforma Agrária<br />
INDEA <strong>Instituto</strong> de Defesa Animal do Mato Grosso<br />
MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário<br />
PAA Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar<br />
PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar<br />
PGSE Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico<br />
PROINF Ação de Apoio à Infraestrutura e Serviços Territoriais<br />
PRONAT Programa Nacional de Desenvolvimento dos Territórios Rurais<br />
RIISPOA Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem<br />
Animal<br />
SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial<br />
SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas<br />
SEDRAF Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar do<br />
Mato Grosso<br />
SENAR Serviço Nacional de Aprendizado Rural<br />
SEPLAN Secretaria de Estado de Planejamento do Mato Grosso<br />
SIF Serviço de Inspeção Federal<br />
SISE Serviço de Inspeção Sanitária Estadual<br />
UNEMAT Universidade Estadual do Mato Grosso<br />
3
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
LISTA DE FIGURAS<br />
Figura 1. Localização Geográfica. 16<br />
Figura 2. Mercados potenciais para o Leite e derivados. 28<br />
Figura 3. Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai 29<br />
Figura 4. Tamanho dos Mercados para o Leite e derivados (2011). 31<br />
Figura 5. Fluxograma do beneficiamento do Leite 36<br />
Figura 6. Fluxograma do Processo de Pasteurização do leite 37<br />
Figura 7. Fluxograma do Processo de Queijo Minas Frescal 39<br />
Figura 8. Fluxograma de Produção de Ricota 40<br />
Figura 9. Fluxograma de Produção de Iogurte 42<br />
Figura 10. Fluxograma de Produção de Bebida Láctea 43<br />
Figura 11. Fluxograma de Produção de Manteiga 45<br />
Figura 12. Balanço de massa de produção de manteiga em um dia normal de<br />
produção<br />
46<br />
Figura 13. Diagrama de Lodos Ativados de Fluxo Intermitente<br />
48<br />
Figura 14. Croqui do Laticínio 62<br />
Figura 15. Cadeia Produtiva do Leite e derivados 65<br />
Figura 16. Esquema do processo de gestão do Laticínio. 71<br />
Figura 17. Fluxograma da Cadeia Produtiva Cooperativada do Leite 77<br />
LISTA DE QUADROS<br />
Quadro 1. Mercados promissores para o Leite e derivados. 31<br />
Quadro 2. Resumo das Ações do Laticínio Caeté 72<br />
Quadro 3. Visão de Futuro do Laticínio 82<br />
Quadro 4. Principais atividades de apoio à produção e beneficiamento do Leite e<br />
derivados (2011/2021).<br />
83<br />
LISTA DE TABELAS<br />
Tabela 1. População estimada e residente dos municípios 17<br />
Tabela 2. Dados do rebanho Leiteiro dos municípios envolvidos no Laticínio Caeté 17<br />
Tabela 3. Produção programada do Laticínio (2011-2020) 19<br />
4
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
SUMÁRIO<br />
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 8<br />
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PGSE DO LATICÍNIO CAETÉ .............................................. 10<br />
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 10<br />
2.1 Geral ...................................................................................................................... 10<br />
2.2 Específicos ............................................................................................................. 11<br />
3. JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................... 12<br />
4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 14<br />
5. CARACTERIZAÇÃO DO LATICÍNIO ................................................................................ 16<br />
5.1 Descrição ............................................................................................................... 16<br />
5.2 Tipo de Atividade .................................................................................................. 18<br />
5.3 Recursos Disponíveis ............................................................................................. 18<br />
5.4 Dimensões do Laticínio ......................................................................................... 19<br />
6. AMBIENTE DO LATICÍNIO ............................................................................................ 20<br />
6.1 Interno .................................................................................................................. 20<br />
6.2. Ambiente Externo ................................................................................................ 25<br />
7. ASPECTOS DO MERCADO ........................................................................................... 28<br />
7.1 Projeções da Oferta .............................................................................................. 28<br />
7.2 Fluxos e Canais de Comercialização ...................................................................... 32<br />
8. ASPECTOS TÉCNICOS DE PRODUÇÃO ......................................................................... 34<br />
8.1 Coleta a granel ...................................................................................................... 34<br />
8.2 Descrição dos processos de produção .................................................................. 35<br />
8.2.1. Recepção de Leite ......................................................................................... 35<br />
8.2.2. Leite Pasteurizado para Consumo................................................................. 36<br />
8.2.3 Queijo Mussarela ........................................................................................... 37<br />
8.2.4. Queijo Minas Frescal ..................................................................................... 38<br />
8.2.6. Iogurte ............................................................................................................... 40<br />
8.2.7. Bebida Láctea ................................................................................................ 42<br />
5
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8.2.8 Manteiga ........................................................................................................ 43<br />
8.3. Aproveitamento e Tratamento de Resíduos ....................................................... 46<br />
8.4. Dimensionamento, localização e obras ............................................................... 48<br />
8.5. Equipamentos ...................................................................................................... 55<br />
8.6 O Laticínio ............................................................................................................. 61<br />
8.6.4 Inspeção sanitária e Certificação ....................................................................... 65<br />
8.6.5 Fluxograma da Cadeia Produtiva ....................................................................... 65<br />
9. EIXOS ESTRATÉGICOS DAS AÇÕES DO PGSE ............................................................... 66<br />
9.1 Organizacional ...................................................................................................... 66<br />
9.2 Institucional .......................................................................................................... 66<br />
9.3 Econômico ............................................................................................................. 67<br />
9.4 Tecnológico ........................................................................................................... 67<br />
9.5 Ambiental .............................................................................................................. 67<br />
10. PROJETOS .................................................................................................................. 68<br />
10.1 Projeto 1 – Ampliar as áreas de produção de capineiras volumosos e pastagens<br />
para reduzir os custos de produção e melhorar a renda dos produtores. ................. 68<br />
10.2 Projeto 2 - Capacitação dos Agricultores familiares que produzem leite .......... 68<br />
10.3 Projeto 3 – Melhoria da Infra-Estrutura da Entidade Gestora ........................... 69<br />
10.4 Projeto 4 – Assistência Técnica e Gerencial........................................................ 69<br />
10.5 Projeto 5 – Desenvolvimento de Estratégia de Comercialização ....................... 70<br />
11. ORGANIZAÇÃO GESTORA ......................................................................................... 71<br />
11.1 Identificação ........................................................................................................ 71<br />
11.2 Recursos Humanos.............................................................................................. 72<br />
11.3 Experiência .......................................................................................................... 73<br />
11.4 Estratégias de Financiamento ............................................................................. 74<br />
12. ASSESSORIA TÉCNICA ............................................................................................... 75<br />
12.1 Assessoramento de Caráter Geral ...................................................................... 75<br />
12.2 Assessoramento de Caráter Especializado ......................................................... 75<br />
13. FONTES DE FINANCIAMENTO ................................................................................... 76<br />
6
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
14. MODELO DE GESTÃO COOPERATIVADA ................................................................... 77<br />
15.1 Estrutura Organizacional .................................................................................... 77<br />
15.2 Procedimentos Administrativos.......................................................................... 78<br />
15.3 Instrumentos de Controle ................................................................................... 79<br />
15.4 Distribuição dos Resultados ................................................................................ 79<br />
15.5 Fundo de Recuperação ....................................................................................... 79<br />
16. ANÁLISE DA VIABILIDADE SOCIOECONÔMICA E SOCIAL .......................................... 80<br />
16.1 Análise dos Custos .............................................................................................. 80<br />
16.2 Receitas Totais .................................................................................................... 80<br />
16.3 Balanço de Receitas e Custos do negócio ........................................................... 80<br />
16.4 Renda líquida mensal dos beneficiários ............................................................. 80<br />
16.5 Renda líquida mínima mensal por beneficiário .................................................. 80<br />
17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................................................. 81<br />
17.1 Fluxo de Execução das principais atividades de apoio à produção e<br />
beneficiamento do leite (2011/2021). ........................................................................ 81<br />
18. LISTA DE BENEFICIÁRIOS ........................................................................................... 84<br />
19. ANEXOS ..................................................................................................................... 86<br />
Anexo I. ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA ........................................................ 86<br />
7
APRESENTAÇÃO<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
O Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico (PGSE) do Laticínio Caeté é um<br />
dos 04 (quatro) empreendimentos associativos familiares, nos quais a elaboração e a<br />
implementação do PGSE foram assessoradas pelo <strong>Instituto</strong> <strong>Acácia</strong> de Agricultura<br />
Familiar (IAAF), através do contrato com a Associação de Tecnologias Alternativa<br />
(CTA).<br />
O PGSE representa o planejamento estratégico do empreendimento, ou seja,<br />
apresenta de maneira organizada todo o Laticínio e sua base produtiva de maneira a<br />
responder questões como: origem da matéria prima, processo produtivo do Laticínio,<br />
custos de produção, lucratividade, mercado consumidor, dentre outras inúmeras<br />
questões de relevância e determinantes para o sucesso ou fracasso deste<br />
empreendimento associativo.<br />
O PGSE apresentado neste documento foi fruto, portanto, de um trabalho que<br />
contou com a efetiva participação dos agricultores e agricultoras familiares<br />
diretamente interessados, desde a discussão dos conceitos básicos e dos<br />
procedimentos metodológicos, até a realização das reuniões e pesquisas de campo<br />
para a definição das prioridades, desenho dos eixos estratégicos e elaboração dos<br />
projetos produtivos.<br />
A produção de leite e seus derivados é uma atividade de grande relevância<br />
para a agricultura familiar, possui um mercado que requer um produto saudável com<br />
características superiores. Portanto, o modelo de gestão prevê uma cooperativa como<br />
unidade gestora do empreendimento, no nível estratégico, onde é realizado o<br />
beneficiamento e a comercialização do leite e seus derivados. O leite “in natura” será<br />
fornecido pelos agricultores familiares organizados em associações, grupos informais<br />
ou individualmente, porém integrados numa rede, através da cooperativa, conforme<br />
mostra o fluxograma adiante apresentado.<br />
Na região de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, a produção de<br />
leite é uma atividade presente praticamente na totalidade das comunidades rurais,<br />
sejam Projetos de Assentamentos (PA) ou comunidades tradicionais (quilombolas,<br />
8
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
indígenas). A base deste empreendimento serão os agricultores e agricultoras<br />
familiares do PA Caeté em Diamantino; Comunidades Santo Antônio, Fazenda Velha,<br />
Campo de Aviação, São Pedro, Assombrado, Chácara da Vovó, Chácara Boa Esperança<br />
e XV de novembro em Alto Paraguai; e do PA Santana da água Limpa em São José do<br />
Rio Claro. A produção deste público beneficiário tem comprovada viabilidade<br />
produtiva.<br />
A produção existente é na sua maioria comercializada in natura para<br />
atravessadores, muito pouco para o consumidor final devido à fiscalização sanitária.<br />
Diante desses principais entraves, considerando a necessidade de verticalizar a<br />
produção praticando o beneficiamento e a conservação adequados, ou seja, em<br />
atendimento aos padrões exigidos pela legislação sanitária brasileira para a produção e<br />
agroindustrialização do leite e seus derivados é que se propõem a consolidação do<br />
Laticínio Caeté para atender os agricultores familiares da região em questão.<br />
Os produtos oriundos do Laticínio serão o leite pasteurizado e embalado,<br />
queijo frescal tipo minas, queijo tipo mussarela, manteiga, iogurte, ricota, bebida<br />
láctea, doce de leite e manteiga, que deverá ser comercializado para supermercados,<br />
comércios similares, alimentação e para os Programas de Aquisição de Alimentos<br />
(PAA) e da alimentação escolar (PNAE). Além disso, como mercado consumidor<br />
também pode ser explorado o mercado estadual na região metropolitana da capital do<br />
estado. A gestão do Laticínio deve ser realizada através de uma cooperativa formada<br />
pelos agricultores familiares inseridos no projeto. Objetiva-se com a complementação<br />
e operação do Laticínio um beneficiamento de 2.000litros/hora, para atendimento a<br />
agricultores familiares dos municípios de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio<br />
Claro, todos no âmbito do Território do Alto do Rio Paraguai.<br />
9
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PGSE DO LATICÍNIO CAETÉ<br />
A escolha do leite como uma das principais cadeias de produção da<br />
agricultura familiar estabelecida no Território tem como base o fato deste produto ser<br />
um dos mais importantes na composição da renda familiar e também pelo fato da<br />
bacia leiteira se encontrar em franco desenvolvimento no Território.<br />
Diante dessas colocações, a questão básica estabelecida para este estudo é a<br />
seguinte: a produção de leite e o seu beneficiamento em Laticínio próprio constituem<br />
uma alternativa de investimentos para os agricultores familiares?<br />
2. OBJETIVOS<br />
2.1 Geral<br />
No âmbito geral, um PGSE, tendo como alicerce agricultores e agricultoras<br />
familiares têm o objetivo de se constituir em uma ferramenta, construída pelo grupo e<br />
para o grupo, como forma de auxiliar a reflexão e o conhecimento do mesmo em<br />
relação ao seu Laticínio, servindo, desta forma, como base para o planejamento de<br />
atividades e a tomada de decisões coletiva e planejada. Secundariamente, o PGSE<br />
objetiva transformar-se em um instrumento para viabilizar a captação/formação de<br />
recursos financeiros, humanos e tecnológicos necessários ao desenvolvimento<br />
sustentável do Laticínio.<br />
Para o <strong>Instituto</strong> <strong>Acácia</strong> de Agricultura Familiar (IAAF) e para a Associação<br />
Centro de Tecnologia Alternativa (CTA), o PGSE deve Identificar as principais<br />
necessidades de informações nos processos de produção da matéria-prima (fase<br />
primária), complementação, consolidação e operação do Laticínio (fase secundária) e<br />
de comercialização da produção (fase terciária) oriunda do Laticínio cuja produção<br />
esteja voltada para se transformar em uma alternativa econômica através do<br />
empreendimento, incrementando assim a renda familiar dos beneficiários.<br />
10
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
2.2 Específicos<br />
Um PGSE durante a sua elaboração poderá se desdobrar em vários objetivos<br />
específicos. Porém, alguns são quase que obrigatórios a fazer parte da estrutura de um<br />
PGSE:<br />
a) Constituir-se em uma ferramenta ou instrumento que sirva de rumo para as<br />
ações socioeconômicas, culturais e ambientais do Laticínio;<br />
b) Viabilizar formas para que o grupo envolvido consiga dialogar internamente<br />
e com seus parceiros e apoiadores;<br />
c) Criar e servir-se de condições para que o grupo ganhe visibilidade a partir<br />
da implementação das ações planejadas.<br />
d) Servir ainda de parâmetro e referencial para avaliações futuras por parte<br />
do grupo envolvido.<br />
11
3. JUSTIFICATIVAS<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
A experiência vem demonstrando a possibilidade de existir três tipos de<br />
situações para as quais são elaborados os PGSE associativos:<br />
a) Um conjunto de comunidades rurais onde uma organização associativa<br />
(associação, cooperativa, consórcio ou outro tipo) implementa um ou mais laticínio.<br />
Nesses casos, o PGSE tem como foco a própria Comunidade e a Organização<br />
Associativa;<br />
b) Uma Cooperativa, em geral, dedicando-se à Comercialização, atua como<br />
“âncora” de uma rede de entidades, em geral associações de agricultores familiares.<br />
Este caso é um daqueles em que o PGSE focaliza a Cooperativa, porém levando em<br />
conta sua articulação com os grupos que formam a Rede;<br />
c) Um Laticínio, gerenciado e operado por um grupo de agricultores e<br />
agricultoras familiares, que constituem uma parcela da comunidade. Nesses casos,<br />
parte do patrimônio fixo e semifixo pertence a um gestor público (municipal ou<br />
estadual) que disponibiliza para uma organização associativa mediante termo de<br />
concessão de uso.<br />
O PGSE aqui apresentado só se aplica integralmente a este último caso, não<br />
sendo adequado aos dois primeiros, para os quais se recomenda outras metodologias<br />
e roteiros.<br />
Os aspectos que justificam a realização do PGSE do Laticínio Caeté são:<br />
a) Viabilidade Operacional do Laticínio:<br />
( i ) Disponibilidade de matéria prima, tanto nas próprias comunidades quanto<br />
nas vizinhanças, bem como a viabilidade de obtê-la de forma satisfatória (técnica e<br />
economicamente);<br />
( ii ) Disponibilidade de trabalhadores qualificados (ou com possibilidades<br />
concretas de qualificação em curto prazo), os quais deverão ser membros das famílias<br />
da comunidade local.<br />
( iii ) Inexistência de sérios conflitos na comunidade, que possam<br />
comprometer o bom funcionamento do Laticínio associativo;<br />
12
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
( iv ) Existência de recursos disponibilizados pelo PROINF 2010 para a<br />
complementação do Laticínio Caeté e a não exigência de grandes investimentos<br />
individuais, que estejam acima dos limites de cada família beneficiada e que só possam<br />
ser concretizados em prazos mais longos.<br />
b) Viabilidade socioeconômico-financeira do Laticínio, demonstrada através<br />
de uma avaliação preliminar que verificou que a renda bruta a ser obtida será<br />
suficiente para:<br />
( i ) pagar os custos operacionais (fixos e variáveis);<br />
( ii ) renumerar os trabalhadores com pelo menos um salário mínimo por 22<br />
dias/mês de trabalho de 8 horas/dia;<br />
( iii ) Recuperar os investimentos fixos e semi-fixos 1 ;<br />
( iv ) Deixar uma reserva para atender a situações imprevistas;<br />
c) Abrangência intermunicipal, pois o Laticínio beneficiará um maior número<br />
possível de municípios que viabilizarão o empreendimento (Diamantino, Alto Paraguai<br />
e São José do Rio Claro) e os demais que compõem o Território do Alto Paraguai;<br />
d) Possibilidades concretas de inserção adequada nos mercados para os<br />
produtos oriundos e resultantes do Laticínio.<br />
1 Considerando o prazo de 10 (dez) anos, o qual se compatibiliza com o prazo de pagamento dos<br />
créditos Investimentos do PRONAF.<br />
13
4. METODOLOGIA<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
O PGSE será realizado em diferentes fases:<br />
Fase I – A Sistematização das Informações Básicas Sobre o Laticínio: Será feita<br />
pelo Supervisor (Medson Janer Da Silva) e Técnicos de Campos (Prefeituras e EMPAER),<br />
com apoio de especialista no Laticínio, os quais dividirão responsabilidade nos<br />
trabalhos de coleta, tratamento e organização das informações técnicas e financeiras<br />
que servirão de base para a construção do PGSE. Entre tais informações sobressaem,<br />
como de maior importância, as seguintes:<br />
a) Descrição da estrutura física do Laticínio já existente e os equipamentos e<br />
veículo a serem adquiridos pela Prefeitura de Diamantino;<br />
b) Disponibilidade de matéria prima nos locais (Comunidade-sede do Laticínio<br />
e municípios beneficiados: Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro);<br />
de produção;<br />
processo;<br />
c) Parâmetros operacionais (rendimentos) em cada uma das etapas do fluxo<br />
d) Perfil quantitativo e qualitativo dos produtos a serem obtidos no final do<br />
e) Trabalhadores necessários (idealmente) para cada etapa, em relação à<br />
Unidade de Medida da Produção;<br />
f) Custos unitários dos bens, serviços e custos financeiros, considerando todos<br />
os itens de despesas inerentes ao Laticínio;<br />
praticados;<br />
incrementado;<br />
g) Possibilidades de mercado para os produtos e preços atualmente<br />
h) Informações gerais sobre a legislação aplicada ao Laticínio a ser<br />
i) Principais Fontes de Recursos que poderão financiar a cadeia produtiva do<br />
leite (Investimentos aos agricultores na produção de leite, capital de giro e custeio de<br />
atividades de apoio) e suas principais características.<br />
14
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Fase II – Elaboração coletiva do PGSE: Será um trabalho de construção<br />
coletiva, envolvendo diretamente técnicos de campo e os grupos de trabalhadores nos<br />
Laticínios, com o apoio eventual do Supervisor e do Especialista. Serão realizadas<br />
reuniões de todo o grupo, a fim de obter respostas coletivas às questões relativas à<br />
construção do PGSE, seguidas de trabalhos de campo e de escritório a serem<br />
realizados pela equipe técnica (com ou sem apoio do supervisor e do especialista),<br />
onde serão analisadas e sistematizadas as respostas da reunião anterior e do<br />
diagnóstico rápido participativo e também preparadas as orientações técnicas para os<br />
eventos seguintes.<br />
As atividades que levarão à análise coletiva e respostas a essas questões,<br />
estão sugeridas a seguir:<br />
a) 1º Encontro com o grupo composto do proponente, assistência técnica e<br />
dos representantes dos beneficiários (Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais<br />
da Gleba Caeté, Cooperativa e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais) realizado de 06 a<br />
07 de abril de 2011 em Diamantino/MT;<br />
b) Intervalo entre o 1º e o 2º Encontro;<br />
c) 2º Encontro com o grupo de beneficiários e mais os presentes no 1º<br />
Encontro, realizado nos dias 19 e 20 de junho de 2011 na sede do Laticínio no PA Caeté<br />
em Diamantino;<br />
d) Intervalo entre o 2º e 3º encontro: aplicação de diagnóstico municipal<br />
juntos aos beneficiários iniciais do Laticínio;<br />
e) 3º Encontro com o grupo: discussão das ações estratégicas, realizada nos<br />
dias 3 e 4 de agosto de 2011 em Diamantino;<br />
Gestão.<br />
f) 4º Encontro com o grupo: Para a apresentação e validação do Plano de<br />
15
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
5. CARACTERIZAÇÃO DO LATICÍNIO<br />
5.1 Descrição<br />
O Laticínio está implantado no município de Diamantino em terreno público<br />
(INCRA) localizado no PA Caeté, BR-364, Km 602, Gleba Caeté, Margem esquerda no<br />
sentido Diamantino/Cuiabá. Atenderá agricultores familiares dos municípios de<br />
Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, que trabalham com produção de<br />
leite em regime familiar.<br />
De acordo com estimativa do IBGE do ano de 2009, a região de Diamantino,<br />
Alto Paraguai e São José do Rio Claro, apresenta uma população de aproximada de<br />
47.000 habitantes.<br />
Figura 1. Localização Geográfica.<br />
Faz parte da mesorregião norte mato-grossense e microrregião, ainda integra<br />
o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Alto do Rio<br />
Paraguai. Na região, a atividade proposta apresenta ambiente favorável ao seu<br />
desenvolvimento, como: boas condições climáticas, agricultores familiares atuando na<br />
atividade, mão-de-obra e mercado consumidor para absorver a produção.<br />
O desenvolvimento da atividade está prejudicado em função da precariedade<br />
da estrutura de beneficiamento da produção disponível, inviabilizando a diversificação<br />
16
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
dos produtos derivados do leite, além da ausência de um veículo de transporte<br />
adequado da matéria-prima e da produção do Laticínio que permita a comercialização<br />
do produto com conseqüente agregação de renda à produção.<br />
Tabela 1. População estimada e residente dos municípios<br />
Municípios<br />
População (hab.)<br />
Total<br />
População Residente (hab.)<br />
Urbana Rural<br />
Diamantino 20.341 15.895 4.446<br />
Alto Paraguai 10.066 6.383 3.683<br />
São José do Rio Claro 17.124 13.168 3.956<br />
TOTAL<br />
Fonte: ¹ IBGE 2010.<br />
47.531 35.446 12.085<br />
Segundo estimativa do IBGE (2008), a região dos municípios de Diamantino,<br />
Alto Paraguai e São José do Rio Claro, apresenta um rebanho leiteiro de<br />
aproximadamente 4.571 cabeças, representando um baixo potencial produtivo<br />
regional. Além disso, voltando ao aspecto do mercado consumidor, a região apresenta<br />
uma localização geográfica privilegiada ao redor de 200 km da região metropolitana de<br />
Cuiabá com seus aproximados 700 mil habitantes representando um mercado em<br />
potencial.<br />
Tabela 2. Dados do rebanho Leiteiro dos municípios envolvidos no Laticínio Caeté.<br />
Especificações<br />
Diamantino<br />
Municípios<br />
Alto<br />
Paraguai<br />
São José<br />
do Rio<br />
Claro<br />
Nº de estabelecimentos agropecuários que produziram leite no ano 206 90 203 499<br />
Vacas ordenhadas no ano nos estabelecimentos agropecuários 1.458 907 2.186 4.551<br />
Quantidade produzida de leite de vaca no ano nos estabelecimentos<br />
agropecuários (mil litros)<br />
Valor da produção de leite de vaca no ano nos estabelecimentos<br />
agropecuários (mil reais)<br />
Quantidade produzida de leite de vaca cru beneficiado no ano nos<br />
estabelecimentos agropecuários (mil litros)<br />
Número de estabelecimentos agropecuários que venderam leite<br />
pasteurizado no ano (unidades)<br />
Quantidade vendida no ano de leite de vaca pasteurizado nos<br />
estabelecimentos agropecuários (mil litros)<br />
Valor da venda no ano de leite de vaca pasteurizado nos<br />
estabelecimentos agropecuários (mil reais)<br />
Número de estabelecimentos agropecuários que venderam leite cru<br />
no ano (unidades)<br />
Quantidade vendida no ano de leite de vaca cru nos<br />
estabelecimentos agropecuários (mil litros)<br />
Valor da venda no ano de leite de vaca cru nos estabelecimentos<br />
agropecuários (mil reais)<br />
Fonte: IBGE 2008<br />
Total<br />
1.892 1.010 3.116 6.018<br />
922 423 1.905 3.250<br />
163 153 45 361<br />
1 - - 1<br />
25 - - 25<br />
25 - - 25<br />
149 66 151 366<br />
1.561 816 2.942 5.319<br />
774 332 1.835 2.941<br />
17
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Com base nos dados da Tabela 2, chegam-se as seguintes constatações:<br />
a) O tamanho do rebanho dos 3 municípios era de 4.551 Vacas, sendo 32% em<br />
Diamantino, 20% em Alto Paraguai e 40% em São José do Rio Claro;<br />
b) A produtividade média foi de 6,3 litros/vaca no plantel de Diamantino, 7,0<br />
litros/vaca em São José do Rio Claro e 12,4 litros/vaca em Alto Paraguai;<br />
c) A média de animais/propriedade era de 7 vacas em Diamantino, 10 vacas<br />
em São José do Rio Claro e 11 vacas em Alto Paraguai;<br />
d) A percentagem média de estabelecimentos que venderam leite cru em<br />
relação aos que produziram leite foi de 73%;<br />
e) Constatou-se a presença de somente um estabelecimento que vendeu leite<br />
pasteurizado, no caso em Diamantino;<br />
f) A renda média mensal bruta de cada propriedade produtora de leite que<br />
comercializou sua produção foi de R$ 432,00 para Diamantino, R$ 1.010,00 para São<br />
José do Rio Claro e de R$ 420,00 para Alto Paraguai.<br />
5.2 Tipo de Atividade<br />
O Laticínio proposto trata-se de uma agroindústria para beneficiar leite e seus<br />
derivados, com capacidade operativa de 2.000 (dois mil) litros/hora.<br />
5.3 Recursos Disponíveis<br />
O Custo total dos equipamentos e do caminhão para o Laticínio está orçado<br />
em R$ 285.000,00 (duzentos e oitenta e cinco mil reais) sendo disponibilizado através<br />
da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério de Desenvolvimento<br />
Agrário (MDA) o valor de R$ 276.227,86 (duzentos e setenta e seis mil, duzentos e<br />
vinte e sete reais e oitenta e seis centavos), e R$ 8.772,14 (oito mil, setecentos e<br />
setenta e dois reais e quatorze centavos) como contrapartida da Prefeitura Municipal<br />
de Diamantino, Mato Grosso.<br />
18
Descrição<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
5.4 Dimensões do Laticínio<br />
Tabela 3. Produção programada do Laticínio Caeté (2011-2020)<br />
PRODUÇÃO ANUAL ESPERADA<br />
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020<br />
Leite¹ 1.251 1.251 1.423 1.423 1.533 1.533 1.642 1.642 1.750 1.750<br />
Queijo<br />
Minas<br />
Frescal²<br />
Queijo<br />
Mussarela²<br />
33.369 33.369 37.960 37.960 40.880 40.880 43.800 43.800 33.369 33.369<br />
104.277 104.277 118.625<br />
118.62<br />
5<br />
127.750 127.750 136.875 136.875 104.277 104.277<br />
Iogurte³ 7.540 7.540 42.705 42.705 45.990 45.990 49.275 49.275 37.540 37.540<br />
Ricota² 6.257 6.257 7.118 7.118 7.665 7.665 8.213 8.213 6.257 6.257<br />
Bebida<br />
Láctea³<br />
Doce De<br />
Leite²<br />
27.112 27.112 30.843 30.843 33.215 33.215 35.588 35.588 27.112 27.112<br />
8.342 8.342 9.490 9.490 10.220 10.220 10.950 10.950 8.342 8.342<br />
Manteiga² 16.684 16.684 18.980 18.980 20.440 20.440 21.900 21.900 16.684 16.684<br />
¹ Pasteurizado ( x 1.000) ² Kg ³Litros<br />
Fonte: Planilhas de Análise de Viabilidade Econômica<br />
19
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
6. AMBIENTE DO LATICÍNIO<br />
6.1 Interno<br />
6.1.1 Localização, área, altitude da sede, distâncias e limites<br />
O município de Diamantino encontra-se na Mesorregião Norte mato-<br />
grossense, distante 199 km da capital - Cuiabá. Possui uma área territorial de<br />
8.230,056km². (Fonte: IBGE, 2010).<br />
O município é vizinho ao norte de São José do Rio Claro, Nova Maringá e Nova<br />
Mutum; ao sul, têm-se Alto Paraguai, Nortelândia e Nova Marilândia; a leste, Nobres e<br />
a oeste Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis.<br />
6.1.2 Clima<br />
Tropical sub-úmido com 5 meses de seca, de maio a setembro. Precipitação<br />
anual de 1.750mm, com intensidade máxima em janeiro, fevereiro e março.<br />
Temperatura média anual de 24°C. Maior máxima 38°C, e menor 0°C.<br />
A umidade relativa de ar pode chegar a valores extremos, 90 a 98% no período<br />
de chuva e 5 a 25% no período de seca.<br />
6.1.3 Formação Vegetal<br />
A região apresenta formações vegetais, de cerrados, de mata tropical dos<br />
cocais, dos campos cerrados e das matas de transição. A vegetação predominante é de<br />
mata, em torno de 60%, seguida pelos campos cerrados 30% e, cerrados 10%, sendo<br />
que as matas mesofíticas aparecem em terra firme e terrenos periodicamente<br />
inundados.<br />
6.1.4 Solos (Pedologia)<br />
Ocorrem variados tipos de solo na região, dentre os quais: Neossolos (areias<br />
quartzosas), Latossolos, Gleyssolos húmicos e pouco húmicos, Cambissolos e<br />
Afloramentos rochosos. Na região podem ser caracterizados de forma geral como<br />
solos de média a alta fertilidade natural, apresentam acidez moderada e teores<br />
razoáveis de alumínio trocável; em grande parte dos solos (de 50 a 60%) são de textura<br />
III sendo apenas 5% de textura I. São propícios aos cultivos perenes como<br />
20
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
(seringueiras, fruticultura de clima tropical em geral) e formação de pastagens, e na<br />
grande maioria são aptos a mecanização agrícola.<br />
6.1.5 Relevo<br />
Em termos gerais o relevo caracteriza-se por apresentar de grandes extensões<br />
de planícies a relevo levemente ondulado.<br />
6.1.6 Aspectos Geológicos e Geomorfológicos<br />
A área está compreendida no médio norte do estado de Mato Grosso ao sul<br />
do Cráton Amazônico. Forma da por coberturas não dobradas do Fanerozóico, Bacia<br />
Mesozóica do Parecis e Bacia Quaternária do Xingu. Sua área abrange parte do<br />
Planalto do Parecis, Baixada do Paraguai e calha do Rio Paraguai.<br />
o rio Paraguai.<br />
6.1.7 Recursos Hídricos<br />
Pertence às Grandes Bacias do Prata e Amazonas, sendo a região onde nasce<br />
6.1.8 Disponibilidade de transporte<br />
A área de abrangência do Laticínio é servida por diversas rodovias estaduais,<br />
dentre elas destacam-se a MT-010, MT-040 e a MT-251/020. AS BR-364/BR163/BR 070<br />
ligam o município de Diamantino à Cuiabá, sendo estas, rodovias asfaltadas e<br />
transitáveis durante todo o ano. Por intermédio dessas rodovias os municípios de<br />
Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Paraguai têm acesso, aos mercados da região<br />
metropolitana de Cuiabá, composta por Cuiabá, Várzea Grande e mais 11 municípios<br />
da Baixada Cuiabana. Chega também ao Aeroporto Internacional Mal. Cândido<br />
Rondon. O sistema de transporte coletivo facilita o acesso aos municípios da área do<br />
Laticínio. O transporte intermunicipal se dá através de ônibus, cujas linhas regulares<br />
ligam Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Paraguai às regiões do Médio Norte e<br />
ao Noroeste de Mato Grosso.<br />
21
6.1.9 Energia<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
O município de Diamantino dispõe de fornecimento de energia elétrica trifásica<br />
de alta e baixa tensão nas residências e na Unidade de Beneficiamento do leite. Os<br />
assentamentos envolvidos possuem energia elétrica mono e bifásica através do<br />
Programa Luz para Todos.<br />
6.1.10 Mão-de-obra<br />
A mão-de-obra utilizada na produção primária é fundamentalmente de<br />
natureza familiar, já que um dos principais problemas nos assentamentos do estado do<br />
Mato Grosso é a insuficiência de oportunidades de trabalho, tanto para a população<br />
adulta, quanto para os jovens que anualmente buscam alternativas de ocupação como<br />
trabalhadores autônomos ou como assalariados fora dos assentamentos. A oferta de<br />
mão-de-obra é abundante, o que contribui para o achatamento do nível salarial que se<br />
apresenta significativamente reduzido (como em toda a região), o que poderá<br />
contribui para a redução dos custos de produção e funcionamento do Laticínio. Além<br />
disso, a mão de obra se encontra capacitada para desenvolver a atividade avícola nos<br />
municípios de Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Paraguai.<br />
A operacionalização do Laticínio será feita por pessoal contratado pela<br />
Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté, e que deverá receber<br />
capacitação adequada de maneira a possibilitar um efetivo funcionamento do<br />
Laticínio.<br />
6.1.11 Ambiente institucional<br />
O ambiente institucional é bastante favorável, pois além da Associação das<br />
Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté há inúmeras associações comunitárias,<br />
cooperativas e Sindicato dos Trabalhadores Rurais existentes nos três municípios. O<br />
Laticínio manterá parcerias com diversas instituições, entre as quais podemos<br />
destacar: SECITEC, SEBRAE; UNEMAT; EMPAER; FETAGRI, CONAB; IAAF, SEDRAF, CIDES-<br />
AP e outros.<br />
22
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
6.1.12 Instrumentos de políticas públicas de apoio ao Laticínio<br />
A consolidação da cadeia produtiva do Leite na região de Diamantino, Alto<br />
Paraguai e São José do Rio Claro, deve necessariamente passar pela implementação<br />
das políticas públicas governamentais de fortalecimento da atividade rural familiar<br />
hoje disponíveis, dentre as quais: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura<br />
Familiar (PRONAF); Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) e apoios<br />
institucionais como do Consórcio Intermunicipal do Alto do Rio Paraguai e das<br />
Prefeituras Municipais no âmbito do projeto.<br />
6.1.13 Potencialidades na visão dos trabalhadores<br />
A comercialização pode ser feita diretamente a estabelecimentos comerciais<br />
ou mesmo explorar os programas de comercialização instituídos pelo Governo, dentre<br />
os quais o Programa de Aquisição de Alimento (PAA) e “Alimentação Escolar” (PNAE)<br />
das redes estadual e municipal de ensino. Considerando que o leite e seus derivados<br />
produzidos pela agricultura familiar se tratam de produtos diferenciados, quando<br />
adequadamente processado, em obediência aos padrões sanitários legais, vislumbra-<br />
se um mercado potencial satisfatório para os produtos. Assim, inicialmente o produto<br />
deverá ser comercializado no mercado institucional e depois nos locais dos municípios<br />
de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, tendo em vista a localização do<br />
Laticínio e seus objetivos.<br />
De acordo com análise da realidade da atividade leiteira desenvolvida pela<br />
agricultura familiar da região, verifica-se uma promissora cadeia produtiva local o que<br />
dá indicativos de viabilidade para a implantação de um Laticínio. Dessa maneira deve-<br />
se considerar:<br />
i. Existência de programas institucionais de aquisição de produtos da<br />
agricultura familiar, como: Programa de Aquisição de Alimentos/CONAB,<br />
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Rede Água disponível e de<br />
boa qualidade;<br />
ii. Proximidade entre os três municípios com o Laticínio Caeté;<br />
iii. Produtores disponíveis e interessados;<br />
iv. Produção da matéria-prima pelos agricultores familiares – leite;<br />
v. Aptidão da região para a criação de gado leiteiro;<br />
23
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
vi. Boa qualidade do rebanho bovino;<br />
vii. Disponibilidade de mão-de-obra familiar;<br />
viii. Unidade de beneficiamento de leite instalada, embora incompleta;<br />
ix. Distribuição e valorização do produto no mercado;<br />
x. Localização dos municípios integrados a uma boa malha viária – BR e MT;<br />
xi. Solos férteis para produção de forragem e capineiras;<br />
xii. A cadeia produtiva do leite é uma das atividades a ser fomentada pelo<br />
CIDES-AP;<br />
xiii. Viabilidade para parcerias com entidades como: SECITEC, Universidade<br />
Estadual, Empresa de Assistência Técnica Publica Estadual, Prefeituras<br />
Municipais, SEBRAE, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social do Alto do Rio Paraguai e MDA que podem vir a<br />
prestar apoio e assessoria técnica e gerencial ao Laticínio;<br />
xiv. População dos três municípios de cerca de 47.000 habitantes apta para<br />
consumir produtos da unidade de beneficiamento do leite;<br />
xv. Proximidade com a região metropolitana da capital do estado visualizado<br />
no maior potencial de mercado consumidor para o produto<br />
xvi. Disponibilidade de crédito;<br />
xvii. Produtores familiares com boa produção de leite.<br />
6.1.14 Problemas na visão dos trabalhadores<br />
Verifica-se também uma série de problemas que podem representar entraves<br />
para o efetivo funcionamento do Laticínio e que demanda atenção especial, buscando<br />
a minimização dos seus efeitos evitando a inviabilização do Laticínio, dentre eles:<br />
i. Ordenha inadequada;<br />
ii. Produtores pouco organizados;<br />
iii. Falta de definição da marca e registro;<br />
iv. Falta da licença do SISE para operação do Laticínio;<br />
v. Dificuldade de acesso ao crédito;<br />
vi. Estrutura fundiária irregulares, com falta de titulação;<br />
vii. Área das propriedades dos agricultores familiares insuficiente;<br />
viii. Falta de definição da cota leite a ser fornecido pelos produtores;<br />
24
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
ix. Não atendimento à Normativa 51 do MAPA que exige que as instalações<br />
das ordenhas tenham boas condições de higiene para reduzir as bactérias<br />
do leite e para melhorar a qualidade do produto;<br />
x. Falta de cadastro dos produtores que vão fornecer leite para o Laticínio<br />
Caeté;<br />
xi. Ineficiência na assistência técnica, especialmente na parte veterinária;<br />
xii. Falta de capital de giro;<br />
xiii. Necessidade de capacitação na gestão da propriedade, produção, manejo<br />
do rebanho, ordenha, armazenamento;<br />
xiv. Falta de renovação do rebanho;<br />
xv. Baixa qualidade do rebanho;<br />
xvi. Concorrência com os atravessadores e outras usinas de leite;<br />
xvii. Logística de coleta e distribuição do leite e seus derivados.<br />
xviii. Falta de organização formal dos agricultores familiares;<br />
xix. Falta de um Laticínio legalizado e com condições de além de pasteurizar,<br />
beneficiar a produção existente em múltilos derivados do leite.<br />
6.2. Ambiente Externo<br />
6.2.1. Oportunidades<br />
i. Disponibilidade de acesso ao crédito (PRONAF);<br />
ii. Trabalho em sistema de Cooperativa;<br />
iii. Existência de programas como o Desenvolvimento Rural Sustentável, que<br />
podem fomentar a atividade e o Programa Balde Cheio;<br />
iv. Programas institucionais de comercialização através do PAA e PNAE;<br />
v. Existência de Instituições de Ensino e Pesquisa, como a SECITEC, IFET e<br />
UNEMAT;<br />
vi. Viabilidade de parcerias com entidades como: SECITEC, SEBRAE, Empresa<br />
Estadual de Pesquisa Agropecuária, para prestação de apoio técnico-<br />
gerencial da atividade;<br />
vii. Viabilidade de redução de custos de produção adotando medidas como<br />
produção local de alimentação suplementar e silagem;<br />
viii. Apoio institucional: MDA e o CIDES-AP.<br />
25
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
6.2.2 Ameaças<br />
i. Desmobilização dos agricultores familiares em função de dificuldades<br />
enfrentadas (inadimplência ao crédito e rigor da inspeção sanitária);<br />
ii. Falta de profissionalismo na condução do Laticínio;<br />
iii. Sazonalidade dos preços diante dos altos e baixos do mercado e do<br />
sistema de produção na estação seca;<br />
iv. Elevação dos custos de produção;<br />
v. Não cumprimento dos compromissos com os fornecedores, agricultores<br />
familiares e demais;<br />
vi. Envolvimento político com a Associação;<br />
vii. Extinção de programas governamentais de compra de produtos da<br />
agricultura familiar;<br />
viii. Baixa inserção do produto similar no mercado local (leite pasteurizado<br />
ensacado)<br />
ix. Concorrência com os atravessadores e usinas de beneficiamento leite;<br />
x. Atraso no pagamento do leite.<br />
6.2.3 Soluções Indicadas<br />
i. Transformação do caráter jurídico da Associação das Mulheres<br />
Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté com a criação de uma Cooperativa;<br />
ii. Redução dos custos de produção: ração, mão-de-obra, energia e aumento<br />
da produtividade;<br />
iii. Implantação do sistema de piquete rotativo/silagem para produção de<br />
forragem;<br />
iv. Produção da ração com suporte forrageiro das unidades de produção<br />
familiar;<br />
v. Assistência técnica eficiente para controle sanitário, manejo adequado do<br />
plantel, instalações, forragem, alimentação, ordenha, rebanho; e<br />
elaboração de projetos com qualidade para facilitar o acesso ao crédito;<br />
26
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
vi. Tornar a Cooperativa um instrumento de comercialização de insumos e<br />
produtos para os agricultores familiares;<br />
vii. Realizar o cadastro dos produtores de leite e estabelecer a cota de<br />
fornecimento de leite para cada produtor;<br />
viii. Iniciar o funcionamento da unidade de beneficiamento;<br />
ix. Criar a marca dos produtos do leite e derivados e registrar;<br />
x. Capacitação dos agricultores envolvidos no Laticínio;<br />
xi. Alternativas de logística da coleta do leite: tanques de resfriamento em<br />
cada município em ponto estratégicos e infra-estrutura de recepção do<br />
leite;<br />
xii. Desenvolver estratégias de comercialização local e regional.<br />
27
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
7. ASPECTOS DO MERCADO<br />
7.1 Projeções da Oferta<br />
A matéria-prima aqui considerada trata-se de leite proveniente de produção<br />
de grupos de agricultores familiares organizados em associações, cooperativa ou grupo<br />
informais e que possuam de 05 a 30 vacas, cuja produção gire em torno de 15 a 60<br />
litros de leite por dia, além dos associados do Laticínio e de agricultores familiares dos<br />
municípios circunvizinhos, coletados em dias alternados e armazenados em tanques de<br />
expansão sob resfriamento. No tocante às demais matérias-primas e insumos<br />
necessários ao funcionamento do Laticínio, os mesmos deverão ser obtidos no<br />
mercado regional e nos centros produtores.<br />
Figura 2. Mercados potenciais para o Leite e derivados.<br />
O Território do Alto Paraguai é formado por 14 municípios. Os Municípios que<br />
fazem parte do território são: Alto Paraguai, Arenápolis, Diamantino, Campo Novo dos<br />
Parecis, Denise, Diamantino, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Alto<br />
Paraguai, Porto Estrela, Santo Afonso, São José do Rio Claro. A maioria dos municípios<br />
está situada na cabeceira do Rio Paraguai situado na microrregião Centro-Oeste do<br />
Mato Grosso. O território tem sua polarização em São José do Rio Claro e Diamantino.<br />
Foi largamente palmilhado por garimpeiros à procura de pedras preciosas e ouro. Sua<br />
história está ligada desde a fundação do Município de Diamantino em 1728. E o novo<br />
28
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
ciclo garimpo se inicia em 1938, com o Garimpo do Gatinho. Terminado o ciclo do<br />
garimpo no século passado, restaram apenas sítios e fazendas no território como um<br />
todo, que se dedicaram inicialmente a pecuária e depois a grandes lavouras de soja e<br />
cana-de-açúcar. Existe no território uma agricultura de subsistência com venda da<br />
produção excedente em um grande número de assentamentos da reforma agrária<br />
(5.446 famílias), quilombolas (349 famílias) e aldeias indígenas (1.616 índios). O<br />
município mais velho é Diamantino de 1728, depois Diamantino em 1943 e em 1953,<br />
os municípios de Alto Paraguai e Arenápolis. A menor distância da capital do Estado<br />
Cuiabá é de 199Km do município de Diamantino e o município mais distante da capital<br />
Cuiabá é Campo Novo do Parecis a 397Km.<br />
Figura 3. Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai<br />
O mercado local de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro possui<br />
juntos próximo de 47.000 habitantes, o que resulta em 23.500 unidades familiares,<br />
que segundo o IBGE cada família possui 4 pessoas. Considerando a SEPLAN de Mato<br />
Grosso:<br />
25% destas famílias têm uma renda acima de 10 salários mínimos, ou seja,<br />
5.875 Unidades Familiares. Este segmento consome 90 litros/mês/família/,<br />
que dá uma total de 528.750 litros/mês;<br />
29
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Um segundo segmento da população ganha de 01 a 10 salários mínimos,<br />
que vai ter a possibilidade de consumir até 60 litros/mês, num total 25% do<br />
total de famílias do mercado local será de 352.500 litros/mês;<br />
Somando a classe A com a classe B, teremos um mercado local de 881.250<br />
litros/mês. Este é o primeiro mercado a ser explorado.<br />
Depois teremos o mercado territorial com aproximadamente 152.000<br />
pessoas, envolvendo Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Arenápolis Denise,<br />
Nobres, Campo Novo dos Parecis, Tangará da Serra, Nova Olímpia, Santo Afonso e<br />
outros. Um Mercado de aproximadamente 72.000 unidades familiares, seguindo a<br />
mesma lógica de venda terá mais 2.850.000 litros/mês para serem colocados.<br />
Em seguida, o mercado principal que fica a 220km, teremos: inicialmente o<br />
mercado dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, teremos uma população de<br />
aproximadamente 800.000 habitantes. Adicionada da população itinerante dos<br />
municípios do entorno e de outras regiões do Estado de Mato Grosso, que visita a<br />
Capital todos os dias, chega a 1.000.000 de habitantes. Com base no mesmo raciocínio<br />
anteriormente desenvolvido, teremos 250.000 famílias em Cuiabá e Várzea Grande.<br />
• 25% (Renda Familiar) ganha acima de R$ 2.500,00, esse grupo consome 90<br />
litros mês/família = 25% de 250.000 = 62.500 x 90 litros = 5.625.000 litros/<br />
mês;<br />
• 50% ganha de 1 a 4 salários mínimos consumem por mês 60<br />
litros/mês/família x 125.000 famílias = 7.500.000 litros/mês;<br />
• Total das duas parcelas da população = 13.125.000 litros/mês;<br />
• Os outros 25% da população ganha de 1 salário mínimo abaixo, compra<br />
direto do programa do governo na merenda escolar. Consome 1<br />
litro/dia/família x 30 = 30 x 62.500 famílias = 1.875.000 litros/mês;<br />
• Mercado Total aproximado de 15.000.000 litros/mês na Baixada Cuiabana<br />
(Cuiabá e Várzea Grande).<br />
Como constatamos no Quadro e Gráficos abaixo.<br />
30
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Quadro 1. Mercados promissores para o Leite e derivados.<br />
Tipo Principais Municípios Habitantes<br />
Mercado Local Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro.<br />
Arenápolis, Campo Novo dos Parecis, Tangará da Serra,<br />
47.000<br />
Mercado Territorial Denise, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Santo<br />
Afonso, Nova Olímpia, Nobres.<br />
152.000<br />
Mercado Regional 1 Grande Cáceres 156.150<br />
Mercado Principal 1 Cuiabá 495.00<br />
Mercado Principal 2 Várzea Grande 280.00<br />
Mercado Principal 3 -<br />
Entorno da Capital<br />
Santo Antônio de Leverger, N. Srª do Livramento; Chapada<br />
dos Guimarães, Barão do Melgaço, Poconé, Jangada,<br />
Acorizal, Rosário Oeste, Nobres<br />
Figura 4. Tamanho dos Mercados para o Leite e derivados (2011).<br />
300.000<br />
Além do mercado do leite e seus derivados nos mercados de Diamantino, Alto<br />
Paraguai e São José do Rio Claro têm outros produtos sendo comercializados oriundos<br />
da agricultura familiar, pois se trata de um mercado de alta potencialidade e que<br />
precisa ser trabalhado em cadeias produtivas. Com certeza ao se iniciar o trabalho com<br />
derivados do leite teremos um avanço nas outras cadeias produtivas existentes.<br />
31
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
7.2 Fluxos e Canais de Comercialização<br />
7.2.1 Mercado estadual do leite e derivados e evolução da produção.<br />
7.2.1.1. Em relação à implantação, organização e monitoramento dos<br />
agricultores familiares que fazem parte da Cooperativa.<br />
• Capacitar e dar assistência técnica aos cooperados;<br />
• Abrir mercado;<br />
• Trabalhar a cadeia produtiva;<br />
• Estabelecer o APL do leite e seus derivados;<br />
• Compor o Arranjo Institucional;<br />
• Capacitar toda cadeia produtiva do leite;<br />
• Manejo das vacas leiteiras;<br />
• Produção de ração e suplementos alternativos e silagem;<br />
• Observar a parte sanitária da produção do leite;<br />
• Cultura da mandioca, cana-de-açúcar, forragens;<br />
• Produzir o leite com segurança alimentar, de acordo as exigências de<br />
mercado;<br />
• Visita aos agricultores familiares – pelo menos três vezes por mês em<br />
cada produtor.<br />
7.2.1.2. Em relação à implantação do leite e seus derivados no mercado<br />
• Visita aos grandes mercados de Cuiabá e Várzea Grande;<br />
• Demonstrar o produto;<br />
• Organizar as vendas;<br />
• Elaborar um programa de propaganda do leite e derivados para Baixada<br />
Cuiabana, com folhetos, rádio e televisão;<br />
• Organizar “stand” nos grandes mercados de Cuiabá e Várzea Grande.<br />
7.2.1.3. Relação entre o Laticínio e a Cooperativa de Produção<br />
• Levantar a demanda real de mercado local, regional e estadual;<br />
32
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
• Planejamento estratégico;<br />
• Plano de gestão do Laticínio;<br />
• Capacitação continua e monitoramento e avaliação das ações de campo e<br />
do Laticínio;<br />
• Trabalhar a cadeia produtiva do leite desde a produção até o mercado;<br />
• Demonstrar aos produtores a importância do produto e a continuidade<br />
da produção com qualidade;<br />
• Trabalhar a importância da produção coletiva;<br />
• Comprar insumos coletivamente pela cooperativa dos agricultores<br />
familiares;<br />
• Capacitar os agricultores familiares no processo do cooperativismo;<br />
• Demonstrar a importância da constituição do sistema produtivo coletivo<br />
em um arranjo dos agricultores familiares em relação à produção, a<br />
ordenha, a armazenagem e a compra de insumos; as funções de cada um<br />
no sistema de produção empreendedora do leite; o fortalecimento da<br />
Identidade no mercado; tornando a marca Agricultura Familiar uma<br />
referência de consumo no mercado local.<br />
7.2.1.4. Relação do Laticínio e o Mercado<br />
• Constituir um conjunto de empresas parceiras no fortalecimento da<br />
marca e da identidade desde a produção ao mercado, insumos,<br />
fiscalização, assistência técnica e a logística de transporte e entrega do<br />
leite e seus derivados nos mercados;<br />
• Estabelecer os pontos de venda e capacitar as equipes de venda,<br />
• Estabelecer um ponto de distribuição dos produtos em Cuiabá;<br />
• Elaborar um planejamento estratégico;<br />
• Capacitar os funcionários em relação às normas do SISE e SIF;<br />
• Organizar um fluxograma de produção e entrega da produção do<br />
Laticínio;<br />
• Trabalhar o monitoramento e avaliação das atividades do Laticínio.<br />
33
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8. ASPECTOS TÉCNICOS DE PRODUÇÃO<br />
Todo material empregado e que entrará em contato direto com o leite ou<br />
subprodutos terá que ser de aço inoxidável. Os latões para transporte de leite serão de<br />
alumínio ou ferro estanhado e caminhão tanques. Os equipamentos e as instalações<br />
seguirão as normas de construção e disposição no local, as quais resultam num melhor<br />
desempenho das operações e bem estar dos funcionários. O uso do aço inox é<br />
imprescindível porque as formas e superfícies dos equipamentos não devem permitir o<br />
acúmulo de resíduos, que aumentam os riscos de contaminação do produto por<br />
favorecerem o desenvolvimento de microrganismos. O material da superfície em<br />
contato com o leite e seus derivados é atóxico e não interagirá com o alimento, sendo<br />
capaz de resistir às repetidas aplicações de substâncias usadas no processo normal de<br />
limpeza. Os equipamentos devem ser instalados de forma a permitir a circulação de<br />
pessoal ao redor, ficando afastados das paredes e de outros equipamentos cerca de 60<br />
cm e estando suspensos 30cm acima do piso, para facilitar a limpeza e a manutenção.<br />
Os ângulos formados entre a base dos equipamentos, pisos e paredes estão<br />
arredondados, com raio mínimo de 5cm.<br />
8.1 Coleta a granel<br />
Neste PGSE considera-se que o leite é resfriado na propriedade rural em<br />
tanques de expansão visando interromper as reações de deterioração do produto e<br />
permitindo a sua estocagem para coleta em dias alternados. O leite é mantido entre 2<br />
e 5°C, até ser transportado para o Laticínio, em tanques isotérmicos móveis<br />
(caminhões – tanque).<br />
Os caminhões de coleta de leite resfriado são dotados de bombas e<br />
medidores que permitem o emprego de um único homem para toda a operação. O<br />
próprio motorista determina a temperatura do leite estocado, promove a análise<br />
sensorial (cheiro), coleta amostras em pequenos frascos mantidos com gelo em<br />
recipientes isotérmicos para as análises bacteriológicas e físico-químicas necessárias.<br />
Para o Laticínio decidir se coleta ou não o leite, o único teste é o do Alizarol<br />
(empregando álcool 72 – 74%). O leite ácido é recusado para comercialização. Em geral<br />
34
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
é deixado na propriedade, onde poderá ser empregado na fabricação caseira de<br />
derivados lácteos ou na alimentação animal.<br />
8.2 Descrição dos processos de produção<br />
Os equipamentos a serem utilizados no processamento do leite e derivados<br />
na usina objeto deste projeto, estão especificados e relacionados na seção 8 deste<br />
projeto, com os respectivos números de apresentação no croqui. A descrição do<br />
processamento de cada produto com os respectivos fluxogramas são apresentados a<br />
seguir.<br />
8.2.1. Recepção de Leite<br />
O recebimento de leite é uma operação comum a todos os laticínios,<br />
conforme lay-out e fluxograma de produção apresentado na Figura 5, envolvendo as<br />
operações de seleção, medição e filtração do produto. A recepção do leite é efetuada<br />
por bombeamento do leite do carro tanque. Antes da descarga são feitos alguns testes<br />
tais como: acidez titulável, alizarol, gordura, temperatura, densidade, etc., os quais<br />
têm por objetivo evitar o ingresso de leite de baixa qualidade no laticínio. O leite<br />
recebido, é bombeado diretamente do caminhão de coleta, passa por um filtro que<br />
deve ser limpo com freqüência, e colocado em um tanque de estocagem para então<br />
ser encaminhado para as seções de produção. Como o conteúdo do caminhão é<br />
discriminado em nota, não há a necessidade de medir a quantidade de leite recebida.<br />
Logo após a descarga, o caminhão-tanque é lavado e sanificado em local<br />
exclusivo para essa finalidade.<br />
35
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Figura 5. Fluxograma do beneficiamento do Leite<br />
leite ácido<br />
Desnate do leite<br />
ácido<br />
Creme leite desnatado<br />
Recepção do Leite<br />
Análise<br />
Filtração<br />
Estocagem<br />
8.2.2. Leite Pasteurizado para Consumo<br />
A pasteurização, cujo fluxograma de operações é apresentado na Figura 6,<br />
assegura a sanidade do produto, uma vez que é suficiente para eliminação completa<br />
dos patógenos e a quase totalidade dos microrganismos alteradores presentes no leite<br />
cru. A pasteurização é efetuada em equipamento provido de placas trocadoras de<br />
calor que permitem a regeneração de frio e calor em torno de 85%. No pasteurizador,<br />
o leite cru é aquecido a 45°C na seção de regeneração e sai para a centrífuga acoplada<br />
ao sistema. A centrífuga tem por finalidade a remoção de impurezas em suspensão e a<br />
padronização do produto para um teor de gordura de 3,2%. O leite retorna a seguir ao<br />
pasteurizador onde é aquecido a 75°C por intermédio de água quente a 85°C, sendo<br />
mantido a esta temperatura por 15 segundos, para que se processe a pasteurização. O<br />
leite pasteurizado e resfriado a 5°C é armazenado em tanques de estocagem<br />
isotérmicos até o seu envase em sacos plásticos de 1 litro. Um bom sistema de<br />
higienização associado com boas práticas de manuseio do leite após a pasteurização<br />
será adotado para evitar a recontaminação do leite pasteurizado.<br />
Lavagem do<br />
carro-tanque<br />
36
água gelada<br />
água e vapor<br />
Processamento<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Figura 6. Fluxograma do processo de Pasteurização do leite.<br />
Filme<br />
plástico<br />
8.2.3 Queijo Mussarela<br />
Recepção<br />
Padronização<br />
Pasteurização<br />
Estocagem<br />
Acondicionamento<br />
Câmara fria (5°C)<br />
Comercialização<br />
Para a fabricação do queijo tipo Mussarela, o leite deve manter um teor de<br />
gordura que varia de 3,2-3,5%. Logo após a pasteurização e padronização, o leite segue<br />
para os tanques de coagulação onde é aquecido a uma temperatura de 33-33°C e<br />
adicionados os ingredientes da formulação.<br />
A aplicação das culturas utilizadas na fabricação do queijo Mussarela vai variar<br />
conforme tempo de maturação, ou seja, fermentação lenta ou rápida. Na fermentação<br />
lenta da massa, empregam-se culturas mesófilas à base de Lactococcus lactis e<br />
Lactococcus cremoris; quando for aplicada a fermentação rápida da massa, onde será<br />
feita a filtragem no mesmo dia, utiliza-se uma cultura termófilas à base de Lactococcus<br />
thermophlus e Lactococcus bulgaricus. Nos dois casos a razão de adição das culturas<br />
varia de 0,5 a 2,0% em relação ao volume total de leite.<br />
Análise físico-quimica<br />
Creme<br />
condensado<br />
água<br />
Cestas plásticas<br />
Lavagem de cestas<br />
plásticas<br />
O cloreto de cálcio é adicionado de 50 ml de uma solução de 50% para cada<br />
100 litros de leite, com o objetivo de restabelecer o teor de cálcio perdido durante o<br />
37
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
processo de pasteurização. O coalho é adicionado em quantidade suficiente para que a<br />
coagulação ocorra no tempo de 35-40 minutos.<br />
A massa é cortada de modo a obter grãos de 0,5 a 0,6 cm3, agitada e aquecida<br />
a 38-40°C até atingir o ponto. Após atingir o ponto, a massa e dessorada e transferida<br />
para os tanques de pré-prensagem onde o dessoramento e completado. O bloco de<br />
massa obtido após a dessoragem é dividido em blocos menores que são deixados no<br />
próprio tanque até atingir a fermentação adequada para filagem. Os blocos são<br />
mantidos a temperatura de 38°C por meio de aquecimento indireto com a finalidade<br />
de obter-se a acidez para filtragem. Os blocos são virados a cada 15 minutos até o<br />
ponto de filagem. O ponto de filagem é determinado pela capacidade da massa formar<br />
fios elásticos sem arrebentar após imersão em água quente, que deverá estar a uma<br />
temperatura de 80-82°C. Atingindo o ponto de filagem, a massa é transferida para o<br />
corte e moldagem. A massa filada é moldada em formas e submetida à salga em<br />
salmoura a 20% de sal na proporção de 1 kg de queijo/3 litros de salmoura, por um<br />
período de tempo que varia de acordo com seu formato e mantido a 12°C. Após isto, o<br />
queijo é embalado à vácuo e mantido em câmara fria até o momento de sua<br />
comercialização. A figura 7 mostra um fluxograma de produção do queijo tipo<br />
Mussarela.<br />
8.2.4. Queijo Minas Frescal<br />
Para fabricação de queijo tipo frescal utiliza-se leite de boa qualidade,<br />
pasteurizado, com teor de gordura de 3,0 a 3,3%. Emprega-se cultura lática à base de<br />
Lactococcus lactis e Lactococcus cremoris conforme indicação do fabricante e cloreto<br />
de cálcio na proporção de 50ml de solução para cada 100 litros de leite. O coalho é<br />
adicionado em quantidade tal que a coagulação ocorra em 30-40 minutos. A<br />
temperatura de coagulação deve se situar a 36ºC. A coalhada é cortada lentamente, de<br />
modo a obter grãos de 2cm de aresta. Observa-se um repouso de 5 minutos e são<br />
feitas mexeduras de 5 minutos com intervalos de 3 minutos entre as mesmas até que<br />
se observe o ponto final, aproximadamente 30 minutos após o corte. Sem efetuar a<br />
dessoragem, a massa é coletada através de formas próprias. A salga é feita a seco com<br />
38
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
aproximadamente 0,7% de sal em relação ao volume inicial de leite. Após a salga o<br />
queijo é levado para a câmara fria a 4°C. O comércio e consumo são imediatos.<br />
O processo acima descrito é apresentado na Figura 7.<br />
cloreto de cálcio<br />
cultura lática<br />
coalho<br />
8.2.5. Queijo Ricota<br />
Figura 7: Fluxograma de produção de Queijos<br />
O soro de queijo é colocado no tanque de aço inox e aquecido lentamente até<br />
atingir 65°C, com agitação constante. Atingida esta temperatura, adiciona-se 10% a<br />
20% de leite integral e continua-se o aquecimento até 85°C com vapor direto. Atingida<br />
esta temperatura, adiciona-se 0.025% de ácido láctico com 85% de pureza. Prossegue-<br />
se o aquecimento até 95°C.<br />
Filme plástico<br />
Caixas de<br />
papelão<br />
<strong>LEITE</strong> PASTEURIZADO<br />
Coagulação<br />
Corte<br />
Mexedura<br />
Ponto<br />
Enformagem<br />
Salga seca<br />
Embalagem<br />
Acondicionamento<br />
Estocagem<br />
Expedição<br />
Haverá a formação de uma massa de coloração branco-creme que irá flocular<br />
sobre o soro. A massa é deixada em repouso por cerca de 20 minutos e então<br />
39
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
recolhida por meio de concha própria. A massa é acondicionada em formas próprias e<br />
prensada por 30 minutos. Após a prensagem, os queijos são deixados em câmara fria a<br />
4°C e estão prontos para consumo.<br />
O processo de fabricação de ricota está descrito na Figura 8, a seguir.<br />
8.2.6. Iogurte<br />
Figura 8: Fluxograma de produção de Ricota<br />
vapor<br />
Ácido lático<br />
Caixas de papelão<br />
Soro de leite<br />
desacidificado<br />
Aquecimento<br />
Adição de Leite<br />
Coagulação<br />
Enformagem<br />
Prensagem<br />
Embalagem<br />
Acondicionamento<br />
Estocagem<br />
Expedição<br />
Depois de selecionado quanto aos padrões de qualidade pelo laboratório de<br />
controle de qualidade, o leite é padronizado para 2.5% de gordura e colocado em<br />
pasteurizador maturador lento onde é adicionado de 11% de açúcar de boa qualidade<br />
e aquecido a 80-90°C, onde permanece a esta temperatura durante 30 minutos.<br />
40
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Decorridos os 30 minutos, o leite é resfriado à temperatura de 43-45°C, quando então<br />
é inoculado com o fermento lático.<br />
Os microrganismos básicos utilizados na fabricação do iogurte são o<br />
Lactococcus thermophilus e o Lactobacillus bulgaricus, normalmente encontrados na<br />
proporção de 3:2, respectivamente.<br />
O leite inoculado de fermento lático permanece no tanque maturador lento<br />
por um período de 3 a 4 horas, controlando-se a temperatura com termômetro<br />
apropriado, quando então é obtida a coalhada. O ponto final da fermentação é<br />
controlado por meio da acidez Dornic. Normalmente, consideramos boa uma acidez<br />
em torno de 70°D.<br />
Logo após ter atingido a acidez desejada inicia-se a refrigeração da coalhada.<br />
A refrigeração é feita primeiramente fazendo-se circular água industrial pelas paredes<br />
do pasteurizador maturador, até atingirmos uma temperatura em torno de 30°C,<br />
introduzindo logo a seguir água gelada, até a temperatura do iogurte abaixar para 9 a<br />
10°C.<br />
Logo após atingir a temperatura de 30°C, procede-se à quebra da coalhada no<br />
próprio tanque maturador que é dotado de agitador mecânico, procedendo-se a<br />
aromatização natural com polpa obtida de frutas tais como goiaba, pêssego, morango,<br />
manga, abacaxi, etc. A proporção de polpa a ser adicionada deve atender a preferência<br />
dos consumidores.<br />
Após a aromatização, o iogurte é envasado assepticamente em embalagens<br />
com capacidade para 250, 500 e 1.000ml, colocado nas câmaras de refrigeração a 4°C<br />
até a comercialização. O processo de elaboração do Iogurte está esquematizado na<br />
Figura 9. Após este processo o produto deverá ter atingido uma acidez em torno de<br />
85°D e apresentar aroma e sabor característicos.<br />
41
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
vapor<br />
água<br />
cultura lática<br />
água<br />
polpa de frutas<br />
aromas<br />
corantes<br />
Caixas de<br />
papelão<br />
8.2.7. Bebida Láctea<br />
Figura 9: Fluxograma de produção de Iogurte<br />
O processo de elaboração da Bebida Láctea está esquematizado na Figura 10.<br />
O leite com 3% de gordura é misturado em partes iguais com soro de queijo<br />
recém obtido em um pasteurizador maturador onde se adiciona 10% de açúcar de boa<br />
qualidade, misturado com 0,31% de pectina cítrica, 0,11% de citrato de sódio e 1ml de<br />
corante por litro.<br />
Recepção do leite<br />
Padronização<br />
Adição de açúcar<br />
Tratamento térmico<br />
Resfriamento<br />
Coagulação<br />
Resfriamento<br />
Quebra da coalhada<br />
Aromatização<br />
Envaze<br />
Acondicionamento<br />
Estocagem<br />
Expedição<br />
Filme plástico<br />
ou garrafas<br />
Agita-se e aquece-se a 80°C por 30 minutos. Em seguida, resfria-se à<br />
temperatura de 43-45°C quando se inocula o fermento lático específico na quantidade<br />
recomendada pelo fabricante. A agitação é interrompida e mantém-se a fermentação<br />
42
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
até atingir pH 4,5 a 4,6 quando se inicia a refrigeração fazendo circular água industrial<br />
e depois água gelada.<br />
Agita-se para quebra do coágulo e procede-se a adição de aroma (1,5ml/l) e<br />
polpa de fruta (4 a 5%, mas deverá ser testada para preferência do consumidor).<br />
O produto é então envasado em embalagens de 250, 500 e 1.000ml e<br />
armazenado em câmaras frigoríficas a 4°C até sua comercialização.<br />
Figura 10: Fluxograma de produção de Bebida Láctea<br />
soro<br />
vapor<br />
água<br />
água<br />
polpa de frutas<br />
aromas<br />
Caixas de<br />
papelão<br />
8.2.8 Manteiga<br />
Recepção<br />
Mistura de leite e soro<br />
Tratamento térmico<br />
Resfriamento<br />
Coagulação<br />
Resfriamento<br />
Quebra da coágulo<br />
Aromatização<br />
Envaze<br />
Acondicionamento<br />
Estocagem<br />
Expedição<br />
Açúcar, espessantes<br />
corantes<br />
cultura lática<br />
Garrafas<br />
plásticas<br />
Todo o excesso de gordura obtido pela padronização da matéria-prima ou<br />
pelo desnate do leite ácido é utilizado, na forma de creme, para a obtenção de<br />
43
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
manteiga. O creme obtido pela padronização do leite destinado a elaboração de outros<br />
produtos é padronizado para um teor de gordura de 38%. Esta operação traz as<br />
seguintes vantagens: facilita a pasteurização, tornando-a mais eficiente e evitando o<br />
gosto de queimado, comum nos cremes muito concentrados; facilita o resfriamento;<br />
evita perdas excessivas de gordura nas outras fases do melhoramento do creme ou no<br />
leitelho e dilui a acidez do creme.<br />
Antes de ser submetido à pasteurização, o creme deve ter sua acidez corrigida<br />
para 15-16°D, através do uso de neutralizantes. Os neutralizantes mais comuns<br />
utilizados nesta operação são o bicarbonato de sódio e o carbonato de sódio. A<br />
redução da acidez proporciona uma série de vantagens: permite a pasteurização de<br />
cremes ácidos; melhora o sabor da manteiga; aumenta sua resistência ao<br />
armazenamento; permite uma padronização do produto e evita perdas de gordura no<br />
leitelho.<br />
Após as operações de preparo do creme para a elaboração da manteiga,<br />
inicia-se o processo de pasteurização do mesmo, o qual tem por objetivo a destruição<br />
de microorganismos patogênicos e daqueles que decompõem o creme por<br />
fermentação. A pasteurização visa também à destruição da lipase, permite um melhor<br />
controle da maturação, elimina substâncias voláteis, obriga a redução da acidez prévia<br />
do creme, além de melhorar a sua qualidade e aumentar a sua conservação. O creme é<br />
pasteurizado a 80°C/30 minutos em um pasteurizador maturador de parede dupla e<br />
resfriado.<br />
O resfriamento do creme é feito até a temperatura de 6ºC, e mantido a esta<br />
temperatura durante pelo menos 2 horas antes de ser batido, para cristalizar o maior<br />
número possível de glóbulos de gordura, aumentando conseqüentemente o<br />
rendimento da manteiga.<br />
A bateção do creme se faz em uma batedeira de aço inoxidável até inversão<br />
de fases, e tem por objetivo a reunião dos glóbulos de matéria gorda do creme em<br />
grãos de manteiga, eliminando-se a maior parte das substâncias não gordurosas que<br />
constituem o leitelho. A formação dos grãos tem lugar pela solidificação dos glóbulos<br />
de gordura e a união total ou parcial dos mesmos. A manteiga obtida é lavada na<br />
própria batedeira com água potável a 8°C, por 2 a 3 vezes, para eliminar restos de<br />
leitelho e sabores indesejáveis. A seguir procede-se a malaxagem para controle de<br />
44
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
umidade (máxima de 16%) e incorporação do sal na proporção de 2% em relação ao<br />
peso de manteiga. Da manteiga assim obtida fazem-se tabletes de 200g, embalados<br />
em papel e depois em caixas de papelão, e mantidos em câmara fria (0-4°C). Este<br />
processo de fabricação tem seu fluxograma apresentado na figura 11.<br />
Figura 11: Fluxograma de produção de Manteiga<br />
Leite ou<br />
água<br />
Bicarbonato<br />
de sódio<br />
vapor<br />
água gelada<br />
sal<br />
Papel e caixas<br />
de papelão<br />
caixas de<br />
papelão<br />
Creme<br />
Padronização do creme<br />
Pasteurização do creme<br />
Resfriamento<br />
Maturação ou repouso<br />
Bateção do creme<br />
Lavagem da manteiga<br />
Malaxagem<br />
Formação dos Tabletes<br />
Embalagem<br />
Acondicionamento<br />
Estocagem<br />
Expedição<br />
45
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Figura 12 Balanço de massa de produção de manteiga em um dia normal de produção<br />
100%<br />
CREME DE <strong>LEITE</strong><br />
(33,4 Kg)<br />
Leite<br />
8.3. Aproveitamento e Tratamento de Resíduos<br />
Os resíduos obtidos no processo de produção de queijos, requeijão e de<br />
manteiga, respectivamente soro e leitelho, constituem matéria-prima para a<br />
elaboração de outros produtos de laticínios, que poderão constituir uma diversificação<br />
futura da empresa. Parte do soro e do leitelho será utilizada na alimentação de<br />
animais, como suínos, por tratar-se de alimento ainda bastante rico em nutrientes, ou<br />
seja: lactose (0.5%), proteínas (0.5%), sais minerais (0.9%) e gordura (0.1%). O<br />
excedente passará por uma seção de tratamento de resíduos antes de ser lançado em<br />
curso de água corrente próximo ao laticínio.<br />
O grau de poluição destes cursos de água é medido através da quantidade de<br />
oxigênio consumido no processo biológico de oxidação da matéria orgânica dispersa<br />
na água que nada mais é do que a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). Quanto<br />
maior o grau de poluição, maior a DBO. O despejo do laticínio possui carga média de<br />
DBO em torno de 4.000mg/l, dependendo do cuidado na operação da diversificação<br />
industrial e do nível tecnológico empregado. A redução da DBO deste efluente deve<br />
ser realizada em uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) situada dentro do<br />
laticínio.<br />
100%<br />
CREME DE <strong>LEITE</strong><br />
(33,4 Kg)<br />
PLANTA INDUSTRIAL<br />
DE UM LATICÍNIO<br />
DIVERSIFICADO<br />
100%<br />
(33,4 Kg)<br />
100%<br />
CREME DE <strong>LEITE</strong><br />
(33,4 Kg)<br />
LENTELHO<br />
46
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
A refrigeração é feita em circuito fechado, e havendo perda de água ela é<br />
reposta, em aproximadamente 3 a 5m³/dia.<br />
As águas residuais dos sanitários devem ser encaminhadas a uma fossa<br />
séptica de câmaras em série.<br />
Os despejos atmosféricos são provenientes de caldeiras a lenha. Os resíduos<br />
sólidos são recolhidos pela Prefeitura Municipal, constituídos por material descartável<br />
dos escritórios, embalagens diversas e as cinzas das caldeiras que são recolhidas e<br />
empregadas como adubo pelos cooperados.<br />
O tratamento de efluentes de indústria de laticínios mais indicado é através<br />
do processo de lodos ativados. Este sistema se constitui em um tanque de aeração<br />
onde são formados flocos biológicos resultantes de desenvolvimento e aglomeração<br />
de microorganismos. Os flocos são insolúveis e necessitam de uma demanda de<br />
oxigênio. Após o tanque de aeração, existe um decantador, onde os flocos biológicos<br />
são removidos do efluente e recebem o nome de lodos ativados. Uma fração dos<br />
flocos retorna ao tanque de aeração, recebendo o nome de "lodo de retorno", que se<br />
mistura com o afluente do tanque de aeração, formando o chamado "liquor", sendo<br />
importante, que o liquor seja uma mistura homogênea.<br />
O lodo de retomo acelera o processo de estabilização dos constituintes<br />
orgânicos. O excesso de lodo é retirado para se manter o nível de sólidos voláteis em<br />
suspensão no tanque de aeração e evitar a saturação do sistema. Este lodo é<br />
encaminhado para os chamados leitos de secagem, para futuramente ser utilizado<br />
como adubo.<br />
Existem vários tipos de sistemas de lodos ativados: convencional; de aeração<br />
forçada e intermitente. Estes sistemas diferem entre si quanto à disposição de<br />
decantadores primários e secundários e quanto aos períodos de aeração. Os melhores<br />
sistemas trabalham com tempo de aeração variando entre 1.530 horas, indicando um<br />
processo de aeração prolongada para obter redução de DBO da ordem de 85 a 90%.<br />
Para um laticínio de pequeno porte, dentre estes 3 sistemas de lodos<br />
ativados, a melhor aplicação é a do sistema de fluxo intermitente, pois além de<br />
apresentar alta eficiência na remoção da DBO (85-95%), exige menor área, em função<br />
de não necessitar de decantador primário e secundário, além de requisitar menos<br />
equipamentos.<br />
47
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
A Figura 13 a seguir apresenta um diagrama do sistema intermitente extraído<br />
da Revista BIO da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (SPERLING, 1994).<br />
Recomenda-se a procura de especialistas para a implantação de ETE adequadas a cada<br />
caso.<br />
Figura 13: Diagrama de Lodos Ativados de Fluxo Intermitente<br />
GRADE<br />
(Fase Sólida)<br />
DESARENADOR<br />
(Fase Sólida)<br />
8.4. Dimensionamento, localização e obras<br />
MEDIDOR<br />
DE VAZÃO<br />
REATOR REATOR<br />
CORPO<br />
RECEPTOR<br />
O dimensionamento das instalações físicas proposto neste perfil para<br />
processar 2.000 litros/dia de leite procurou compatibilizar um empreendimento inicial<br />
propício a pequenos agricultores com uma capacidade de produção adequada ao<br />
mercado existente. Procurou-se também prever a possibilidade da expansão futura<br />
48
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
para a recepção de 5.000 litros/dia. As áreas mínimas de terreno necessárias ao bom<br />
funcionamento do Laticínio são:<br />
Terreno: 2.000 m²<br />
Unidade Agroindustrial: 140,0 m²<br />
Sede administrativa = 17,5m²<br />
Aproveitamento de resíduos = 300 m²<br />
No planta da usina de beneficiamento de leite apresentado neste perfil pode-<br />
se observar a disposição recomendada para as máquinas e equipamentos, bem como<br />
uma noção básica das dimensões dos mesmos. O Laticínio aqui caracterizado está<br />
situado na própria zona rural, próxima à produção da matéria-prima, de forma que<br />
absorva a produção de vários agricultores familiares associados. O fornecimento<br />
garantido de matéria-prima é de fundamental importância para a sustentabilidade do<br />
Laticínio.<br />
A seguir relaciona se os principais pontos que devem ser levados em<br />
consideração ao Laticínio:<br />
O potencial de obtenção da matéria-prima na região deve ser superior à<br />
demanda da fábrica projetada e possibilitar futuras expansões na<br />
produção;<br />
Local apropriado para despejo dos resíduos, caso ocorram eventuais<br />
problemas que impeçam o aproveitamento de resíduos conforme o<br />
planejado;<br />
Suprimento de água confiável e de boa qualidade (potável); a área deve<br />
conter curso d'água perene, com caudal suficiente para receber as águas<br />
industriais, devidamente tratadas;<br />
Fornecimento suficiente de energia elétrica, sem interrupção;<br />
Disponibilidade de mão-de-obra, incluindo pessoal de nível técnico;<br />
Ausência de contaminantes de qualquer espécie nos arredores do<br />
Laticínio;<br />
Infra-estrutura rodoviária em condições de uso e de fácil acesso; a usina<br />
ficará afastada 15 metros dos limites das vias públicas;<br />
49
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
A área possibilitará a circulação interna de veículos, de modo a facilitar a<br />
chegada de matéria-prima e a saída de produtos acabados;<br />
As áreas circundantes são pavimentadas de modo a não permitir a<br />
formação de poeira e a facilitar o escoamento das águas. As demais áreas<br />
serão gramadas;<br />
Disponibilidade de área suficiente para uma futura expansão.<br />
Todo estabelecimento antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar<br />
aprovação de suas instalações junto ao órgão regional do Ministério do Trabalho, e<br />
este após realizar a inspeção prévia, emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações.<br />
Este procedimento é adotado com o objetivo de assegurar que o estabelecimento<br />
inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou de doenças do trabalho, razão<br />
pela qual o estabelecimento que não atender à regulamentação fica sujeito ao<br />
impedimento de seu funcionamento, conforme estabelece o art. 160 da CLT<br />
(Consolidação das Leis do Trabalho), até que a norma seja cumprida.<br />
8.4.1. Detalhes gerais de instalação<br />
De uma forma geral, o projeto da unidade industrial deve levar em<br />
consideração a segurança e o conforto do pessoal dentro da unidade, ou seja, deve<br />
apresentar condições de iluminação, arejamento, índices de ruídos adequados e<br />
proporcionar facilidades na higienização, manutenção dos equipamentos, minimizar as<br />
probabilidades de contaminações e impedir a entrada de pragas e animais de qualquer<br />
espécie. Devem ser previstos: otimização dos espaços, área para ampliações futuras,<br />
áreas para descarte de resíduos longe da unidade de processamento, instalações<br />
sanitárias sem comunicação direta com o setor de processamento, e meios de controle<br />
de insetos, pássaros e roedores no setor de produção.<br />
As recomendações listadas a seguir foram baseadas no Manual de Boas<br />
Práticas de Fabricação para a Indústria de Alimentos, publicado pela Sociedade<br />
Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, e complementadas com algumas<br />
especificações da indústria de laticínios, mas não reproduzem as regras na íntegra.<br />
Pretende-se neste PGSE fornecer informações suficientes para alertar o empreendedor<br />
quanto aos esforços necessários para atingir as exigências legais e os padrões mínimos<br />
de qualidade. Recomenda-se que ao se decidir por realmente realizar um investimento<br />
50
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
como este, o empreendedor procure o auxílio de profissionais da área, informe-se<br />
sobre os aspectos legais vigentes e consulte literaturas mais aprofundadas.<br />
8.4.1.1. Materiais e equipamentos<br />
Todo material empregado e que entrará em contato direto com o leite ou<br />
subprodutos será de aço inoxidável. No caso de uso de latões para transporte de leite,<br />
estes devem ser de alumínio ou ferro estanhado.<br />
Os equipamentos e as instalações devem seguir algumas normas de<br />
construção e disposição no local, as quais resultam num melhor desempenho das<br />
operações e bem estar dos funcionários. O uso do aço inox é imprescindível porque as<br />
formas e superfícies dos equipamentos não devem permitir o acúmulo de resíduos,<br />
que aumentam os riscos de contaminação do produto por favorecerem o<br />
desenvolvimento de microrganismos. O material da superfície em contato com o leite<br />
e seus derivados deve ser atóxico e não pode interagir com o alimento, sendo capaz de<br />
resistir às repetidas aplicações de substâncias usadas no processo normal de limpeza.<br />
Materiais que absorvem água, como a madeira não são apropriadas<br />
estruturas de madeira em laticínios.<br />
Os equipamentos devem ser instalados de forma a permitir a circulação de<br />
pessoal ao redor, ficando afastados das paredes e de outros equipamentos cerca de 60<br />
cm e também devem estar suspensos 30cm acima do piso, facilitando a limpeza e<br />
manutenção. Os ângulos formados entre a base dos equipamentos, pisos e paredes<br />
devem ser arredondados, com raio mínimo de 5cm.<br />
8.4.1.2. Pé direito<br />
Em todas as seções industriais da usina, o pé direito mínimo será de 3,60m.<br />
Nas câmaras frias a altura será de 2,7m.<br />
51
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8.4.1.3. Paredes<br />
As paredes em alvenaria serão impermeabilizadas até a altura de 2,0m, com<br />
azulejos brancos. Devem ser preferencialmente, de cor clara e resistente a freqüentes<br />
aplicações de agentes de limpeza, sendo sugerido o azulejo ou tinta epóxi lavável para<br />
o acabamento das paredes. O acabamento deve impedir acúmulo de poeira e<br />
minimizar a condensação e desenvolvimento de mofo.<br />
8.4.1.4. Portas e janelas<br />
As portas serão metálicas, permitindo uma fácil higienização. As câmaras<br />
frigoríficas serão de aço-inoxidável. As portas que dão acesso à fabricação de doce de<br />
leite e requeijão e fabricação de queijos pelo interior da fábrica não serão fechadas,<br />
permanecendo os vãos em aberto.<br />
Todas as aberturas fixas, como as de ventilação, devem ser providas de telas<br />
com malha de 1 a 2mm. Em lugares com portas de acesso à planta, com uso freqüente,<br />
devem ser colocadas sobreportas de molas com telas. As telas devem ser de fácil<br />
remoção para limpeza. As portas devem ser também de superfícies lisas, não<br />
absorventes, com fechamento automático (mola ou sistema eletrônico) e abertura<br />
máxima de 1cm do piso.<br />
As janelas serão de caixilhos metálicos instalados no mínimo a 2,0m do piso.<br />
Os peitoris serão inclinados e azulejados. Todas as janelas possuirão tela milimétrica à<br />
prova de insetos.<br />
As janelas devem ser fixas e devem permitir o aproveitamento da iluminação<br />
natural. Também devem ser providas de telas, quando usadas para ventilação.<br />
8.4.1.5. Forro<br />
Para evitar que materiais estranhos caiam sobre o produto, a área de<br />
embalagem deve ser coberta. O teto será de laje de concreto com pintura acrílica.<br />
8.4.1.6. Ventilação<br />
O ar ambiente deve ser renovado continuamente nas áreas de processamento<br />
de alimentos. Caso se utilize algum sistema de exaustão, o ar insuflado ou comprimido<br />
que entrar na área de processamento deve ser seco, filtrado e limpo. Deve-se ter a<br />
52
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
precaução de não direcionar o fluxo de ar de uma área contaminada para uma área<br />
limpa.<br />
8.4.1.7. Iluminação<br />
O bom posicionamento das janelas proporciona o aproveitamento da<br />
iluminação natural, que também é obtido com telhas translúcidas. A iluminação<br />
artificial deve ser projetada dentro das normas da ABNT. As sombras devem ser<br />
minimizadas. As lâmpadas devem ser posicionadas sobre linhas de produção ou<br />
transporte de insumos ou produtos e devem estar seguras contra explosão e quedas<br />
acidentais.<br />
As áreas externas também devem ser iluminadas. As lâmpadas devem ser<br />
posicionadas distantes das portas para evitar a atração de insetos. A iluminação<br />
artificial será feita através de luz fria, com lâmpadas adequadamente protegidas.<br />
8.4.1.8. Pisos<br />
O piso deve ser antiderrapante, resistente ao tráfego e à corrosão. O<br />
acabamento final deve propiciar uma limpeza sem deixar acúmulo de umidade e<br />
resíduos, deve ter boa resistência mecânica e boa resistência ao desgaste.<br />
O piso será do tipo "gressit" ou "korodur", ou outro material liso e<br />
impermeável, resistente a impactos, a ácidos e álcalis, antiderrapante e de fácil<br />
limpeza. O rejunte obedecerá às mesmas condições do piso. O piso possuirá uma<br />
declividade de 2,5% em direção às canaletas laterais de drenagem, as quais deverão<br />
ser lisas e cantos arredondados com raio mínimo de 5cm. As canaletas devem ser<br />
evitadas nas áreas de produção e manipulação dos alimentos, mas quando necessárias<br />
devem ser estreitas com aproximadamente 10cm de largura, apenas o suficiente para<br />
permitir o escoamento da água.<br />
Na indústria em geral, os ralos devem ser evitados nos setores de<br />
processamento, mas quando existirem devem permitir livre acesso para limpeza e ser<br />
dotados de sistema de fechamento.<br />
53
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8.4.1.9. Instalações elétricas<br />
As conexões elétricas devem ser isoladas, minimizando riscos e facilitando a<br />
limpeza. Os cabos com fios elétricos que não estiverem contidos em tubos vedados<br />
devem ser protegidos com placas que permitam a ventilação e limpeza. As normas<br />
estabelecidas pela ABNT devem ser seguidas, observando-se a capacidade de carga e<br />
outros detalhes de segurança e distribuição. As instalações devem ser as mais<br />
higiênicas possíveis e protegidas da penetração de água e umidade.<br />
8.4.1.10. Instalações hidráulicas<br />
As instalações hidráulicas poderão ser visíveis por facilitar a sua instalação e<br />
manutenção. Os materiais utilizados devem ser resistentes e as tubulações bem<br />
dimensionadas para as necessidades de processamento.<br />
Devem existir linhas separadas e sem cruzamento das tubulações, de acordo<br />
com a finalidade, ou seja, a linha de água não potável utilizada na produção de vapor,<br />
refrigeração, controle de fogo e outros propósitos que não entrarão em contato com o<br />
alimento não deve cruzar com a linha de água potável.<br />
A água a ser utilizada no laticínio provém de fonte própria, estando dentro<br />
dos padrões de potabilidade especificados pelo Regulamento do RIISPOA (Decreto nº<br />
30.691, de 29/03/52) aprovado pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento<br />
através da sua Secretaria de Defesa Agropecuária, Departamento de Inspeção de<br />
Produtos de Origem Animal, Divisão de Normas Técnicas. Esta fonte possui vazão<br />
suficiente para os trabalhos industriais.<br />
A rede de esgotos do setor industrial, com exceção das câmaras frigoríficas,<br />
constará de canaletas para permitir o fácil deságue de águas residuais (rede de esgoto<br />
municipal). A rede de esgotos proveniente das instalações sanitárias e vestiários serão<br />
independentes daquela oriunda das dependências industriais.<br />
8.4.1.11. Instalações sanitárias<br />
Para viabilizar a higiene na indústria, o pessoal deve dispor de boas e<br />
suficientes instalações sanitárias, limpas, iluminadas e ventiladas. Vestiários e<br />
sanitários não devem ter comunicação direta com a área de processamento, mas<br />
devem ter lavatórios nas áreas de acesso de pessoal e de fabricação.<br />
54
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8.4.1.12. Instalações frigoríficas<br />
Câmara de Salga: com temperatura controlada para 10°C, piso anticorrosivo e<br />
paredes azulejadas.<br />
Câmara de Maturação/Estocagem: com temperatura controlada para 12°C e<br />
umidade relativa do ar de 85%.<br />
8.4.1.13. Anexos e outras instalações<br />
Vestiário, Sanitários/Banheiros<br />
Estas dependências estão localizadas separadamente do bloco industrial de<br />
forma adequada à racionalização do fluxo de operários.<br />
indústria.<br />
Almoxarifado<br />
O almoxarifado destinar-se-á ao estoque dos materiais de uso geral da<br />
Caldeira<br />
A caldeira estará instalada em prédio específico, mantendo o afastamento<br />
mínimo de três metros em relação a outras construções. A instalação da caldeira<br />
contará ainda com local adequado para armazenamento de lenha de modo a não<br />
prejudicar a higiene do estabelecimento.<br />
Escritório<br />
O escritório estará localizado junto ao prédio administrativo e próximo à<br />
entrada do estabelecimento.<br />
8.5. Equipamentos<br />
Os equipamentos necessários para as operações deste empreendimento.<br />
Todos podem ser adquiridos no mercado interno, e muitas informações sobre<br />
fornecedores potenciais estão disponíveis em alguns sites da internet listados em<br />
anexo. As descrições dos equipamentos a seguir foram definidas de acordo com as<br />
características dos equipamentos selecionados para aquisição no presente perfil, com<br />
os seus respectivos preços apresentados na parte II de avaliação financeira. O futuro<br />
empreendedor poderá identificar equipamentos com especificações técnicas<br />
diferentes que venham a contemplar melhor seus interesses conforme orientações<br />
55
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
técnicas. Os equipamentos que não tiverem código são por que não foram<br />
representados graficamente no croqui da fábrica.<br />
8.5.1-Bomba centrífuga<br />
Sistema de bombeamento do produto com bomba sanitária auto escovante,<br />
vazão 10m 3 /h, acionada por tomada de força do veículo via polias, correias e eixo<br />
intermediário, com mangueira de acoplamento da sucção a tubulação de descarga do<br />
tanque.<br />
8.5.2-Tanque de estocagem de leite, estacionário (2000 l).<br />
Modelo cilíndrico vertical, conjunto agitador completo composto de moto<br />
redutor, Spray Ball, visor (02) de acrílico sendo um com iluminação, entrada com<br />
quebra de espuma, escada, termômetro, torneira para coleta de amostras de leite e<br />
câmara de isolamento em lã de vidro com espessura de 50 mm.<br />
8.5.3-Bomba centrífuga<br />
Bomba sanitária, em aço inox AISI 304, vazão de 1000 litros/hora, 1 HP, para<br />
retirada do leite do tanque de recepção e envio ao resfriador.<br />
recebido.<br />
8.5.4-Filtro<br />
Filtro tubular de linha, totalmente em aço inox, para filtragem do leite<br />
CONJUNTO DE PASTEURIZAÇÃO COMPLETO:<br />
8.5.5-Pasteurizador a placas (1.000 l/h)<br />
Trocador de calor a placas, dimensionado para pasteurizar 1.000 litros/hora<br />
de leite para consumo e na fabricação de derivados, garantindo pressões de trabalho<br />
de até 6 kg/cm 2 retardador tubular para 16 segundos, bloco "bypass" para<br />
padronização.<br />
56
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8.5.6-Tanque de Equilíbrio (100 litros)<br />
Capacidade de 100 litros formato cilíndrico vertical, para suprimento contínuo<br />
de leite ao pasteurizador.<br />
8.5.7-Bomba centrífuga sanitária<br />
Em aço inox AISI 304, vazão de 1000 litros/hora, altura manométrica 30 MCA,<br />
potência de 1 HP, 3.500 RPM, 220/380 V, 60 Hz, para envio de leite ao pasteurizador<br />
8.5.8-Sistema gerador de água quente<br />
Para fornecimento de água quente ao pasteurizador, construído de válvula<br />
pneumática tipo "on-off”, para controle de vazão de vapor, litro, para vapor, "bypass"<br />
dotado de válvula de retenção, purgador termodinâmico, injetor de vapor em aço inox,<br />
válvula de dreno e alimentação de água, tubulações e conexões inox, para interligação<br />
deste sistema e o pasteurizador, "by-pass" auxiliar para passagens de vapor.<br />
8.5.9-Painel de controle<br />
Construído em aço carbono esmaltado para controle automático da<br />
temperatura de pasteurização do leite, destinado ao consumo. Fornecido com o painel<br />
de aço para fixar na parede, termoregistrador com gráfico circular, controlador digital<br />
de temperatura, indicador de temperatura com proteção contra superaquecimento do<br />
leite e comando de retorno do leite subpasteurizado com acionamento de alarme.<br />
8.5.10-Tanque estocagem de leite, estacionário (1.000 l).<br />
Tanque de estocagem isotérmico cilíndrico vertical, com agitador acionado<br />
por um moto-redutor, "Spray Ball", visor, iluminação, entrada com quebra de espuma,<br />
escada, termômetro, torneira para coleta de amostras e isolamento em lã de vidro de<br />
50mm. Capacidade de 2.000 litros. Para estocagem de leite pasteurizado<br />
8.5.11-Desnatadeira (1.000 litros/h)<br />
Capacidade de 1.000 litros/h, para padronização e desnate de leite.<br />
57
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8.5.12-Envasadora<br />
Envasadora automática para leite, capacidade de até 500 embalagens/hora,<br />
equipada com tanque de equilíbrio em aço-inoxidável.<br />
FABRICAÇÃO DE QUEIJOS<br />
8.5.13-Tanque de fabricação de queijos (500 litros).<br />
Tanque em parede dupla, para fabricação de queijos, com serpentinas para<br />
circulação do meio aquecedor ou refrigerante, totalmente fabricado em aço inoxidável<br />
AISI 304, acabamento liso sanitário, formato retangular, capacidade para 200 litros.<br />
8.5.14-Mesa para Manuseio<br />
Destinada ao manuseio (viragens e retirada de aparas) dos queijos.<br />
Totalmente fabricada em aço-inoxidável AISI 304, recebendo polimento de alta<br />
qualidade medindo 2,0m x 1,0m com debruns e rodízios.<br />
8.5.15-Conjunto de Prensas<br />
Para prensagem de queijos enformados, coletiva vertical, estruturada em<br />
cantoneira de aço inox, com capacidade para 100 formas construídas com rodízios<br />
para locomoção.<br />
encolhimento.<br />
8.5.16-Seladora a vácuo<br />
Para embalagem de queijos a vácuo. Acompanhada de tanque de<br />
8.5.17-Batedeira para Manteiga<br />
Para a bateção do creme, com bateção pelo sistema de tombos, tomboração<br />
de formato cilíndrico horizontal, de construção sanitária, capacidade para 100kg de<br />
creme, com as partes em contato com o produto em aço-inoxidável. Fornecida<br />
completa com motor elétrico.<br />
58
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
FABRICAÇÃO DE MANTEIGA<br />
8.5.18-Tanque Pasteurizador-Maturador Lento<br />
Capacidade de 300 litros de creme, modelo cilíndrico vertical, interior em aço<br />
inox AISI 304 com fundo tipo cônico invertido, acabamento tipo polido sanitário e<br />
revestido em aço inox AISI 304 com acabamento escovado. Câmara para resfriamento<br />
ou aquecimento tipo banho-maria. Consumo de energia de 1,5cv; consumo de vapor<br />
50kg/cv; diâmetro 960mm, altura 1.300 mm; funcionamento 6 horas.<br />
8.5.19-Fracionadeira para embalagem de manteiga<br />
Utilizada para moldar os tabletes de manteiga, com possibilidade de ajustar o<br />
peso líquido. Fabricada totalmente em aço inoxidável AISI 304, possui reservatório<br />
com rosca sem fim acionada por moto-redutor. Ajuste do corte (altura e comprimento<br />
do tablete) e alimentação da carga realizada manualmente.<br />
EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE CÂMARAS<br />
8.5.20-Tanques beliche para câmara de salga<br />
Tanques tipo beliche, capacidade de 300 litros de salmoura cada, totalmente<br />
industrializado em aço inox AISI 304; dimensões: 800 x 500 x 1.540mm. Utilizados para<br />
salga de queijo.<br />
8.5.21-Prateleiras para as câmaras de salga, de maturação e de estocagem<br />
Construídas em madeira e utilizadas para secagem dos queijos após a<br />
operação de salga, suportar os queijos na maturação e produtos acabados na câmara<br />
de estocagem<br />
8.5.22-Balança comercial (15kg)<br />
Uma balança comercial com capacidade máxima de 15kg.<br />
GERAÇÃO DE CALOR<br />
8.5.23-Caldeira Geradora de Vapor<br />
Caldeira horizontal para geração de 300kg/h de vapor com pressão de 8 BAR,<br />
água de alimentação a 26°C, monobloco, compacta, fogo tubular com duas passagens<br />
59
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
de gases combustos, controle automático de alimentação de água, painel elétrico para<br />
controle da eletrobomba (múltiplo estágio 3cv trifásico), injetor mecânico de ¾'',<br />
alarme acústico, isolamento térmico em lã de vidro e grelha refrigerada.<br />
Funcionamento 8 h/dia.<br />
INSTALAÇÃO FRIGORÍFICA<br />
Sistema de frio com capacidade para resfriar 2.000 litros, construído<br />
totalmente em aço carbono com espessura de 1/8'' nas dimensões internas de 2.300 x<br />
1.500 x 1.200mm; travamentos em perfil tipo "U" dotada de divisão para circulação de<br />
água; agitador com motor de 1,0cv tipo acoplado para agitar a água; revestimento final<br />
com chapa trapezoidal; acabamento final com jato de areia e tinta betuminosa.<br />
Funcionamento de 12h/dia.<br />
Evaporador tipo serpentina, industrialização em forma zig-zag tubular com<br />
tubos de cobre (diâmetro de ¾''); 130 metros lineares com travamento e sustentação<br />
em cantoneiras;<br />
Unidade Bitzer, com refrigerante Freon 12, trifásico 05cv, polia, correia,<br />
presostato, filtro, condensador, depósito de líquido, base com calço. Funcionamento<br />
de 12h/dia. Serão necessárias duas unidades.<br />
8.5.24-Câmara de salga<br />
Câmara modular com temperatura interna de 12°C, temperatura de entrada<br />
do produto de 28°C e temperatura externa máxima de 35°C, com painel modular<br />
constituído de núcleo isolante de poliestireno em espessura de 100mm, porta<br />
frigorífica de acionamento manual com isolamento em poliuretano injetado na<br />
espessura de 60mm; dimensões externas de 4020 x 3070 x 2600mm; acompanha<br />
monobloco frigorífico de 220V/60Hz/monofásico. Movimentação diária de produto:<br />
200kg<br />
8.5.25-Câmara de maturação<br />
Câmara modular com temperatura interna de 12°C, temperatura de entrada<br />
do produto de 15°C e temperatura externa máxima de 35°C, com painel modular<br />
constituído de núcleo isolante de poliestireno em espessura de 100mm, porta<br />
60
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
frigorífica de acionamento manual com isolamento em poliuretano injetado na<br />
espessura de 60mm; dimensões externas de 4020 x 3070 x 2600mm; acompanha<br />
monobloco frigorífico de 220V/60Hz/monofásico. Movimentação diária de produto de<br />
200kg.<br />
8.5.26- Material de Laboratório ( Kit vendido no mercado)<br />
8.6 O Laticínio<br />
8.6.1 Descrição do Laticínio (estabelecimento)<br />
a) Localização do estabelecimento:<br />
BR-364, Km 602, PA Caeté, Margem Esquerda, Diamantino-MT,<br />
TEL.: (65) 3310 – 6410 - e-mail: agricultura.diamantino@gmail.com<br />
b) Categoria do estabelecimento:<br />
Laticínio.<br />
c) Responsável técnico:<br />
d) Área do terreno:<br />
A área do terreno será de aproximadamente 1.000,00m².<br />
e) Área construída:<br />
Laticínio...........................................................................140,5m²<br />
Anexos (escritório, banheiro e vestiário)...........................17,5m²<br />
Totais...............................................................................158,0m²<br />
f) Área útil do Laticínio:<br />
Laticínio...........................................................................140,5m²<br />
g) Área útil do anexo Sede Administrativa:<br />
Anexos (escritório, banheiro e vestiário)...........................17,5m²<br />
61
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
h) Recuo do alinhamento:<br />
O recuo do alinhamento do prédio industrial com relação à cerca/alambrado,<br />
ou qualquer outra benfeitoria é de aproximadamente 50,00 metros.<br />
Figura 14. Croqui do Laticínio<br />
62
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
8.6.2 Dimensionamento, localização e obras.<br />
a) Localização: No que tange à localização, os principais condicionantes são: a<br />
proximidade da matéria-prima, disponibilidade de energia elétrica e disponibilidade de<br />
água potável em grandes quantidades.<br />
b) Proximidade da matéria prima: Quanto à proximidade da matéria-prima,<br />
este não deve se constituir em grande problema, uma vez que a produção de leite é<br />
amplamente difundida no país, e pode ser facilmente implantada, se bem orientada<br />
por profissionais.<br />
c) Necessidade de água: A água é o recurso natural mais empregado no setor,<br />
pois sua utilização está normalmente vinculada à garantia das condições sanitárias e<br />
de higiene necessárias. Seu consumo está diretamente relacionado às operações de<br />
limpeza, lavagem da massa láctea, bem como às associadas ao resfriamento e geração<br />
de vapor.<br />
De acordo com o tipo de instalação, do sistema de limpeza e seu<br />
gerenciamento, a quantidade de água consumida no processo pode ultrapassar em<br />
muito o volume de leite processado. O consumo médio normal está entre 1,0 e 6,0<br />
litros/kg de leite recebido, entretanto é possível otimizar o processo para que ocorra<br />
redução desses índices. Convém ressaltar que o maior consumo de água ocorre<br />
durante as operações secundárias, particularmente as de limpeza, desinfecção e<br />
resfriamento.<br />
d) Terreno: A localização deve considerar um terreno que permita a completa<br />
instalação de todas as unidades do Laticínio, se possível fornecendo dois acessos, um<br />
para matéria-prima (leite) e outro para a expedição de produtos acabados. De<br />
preferência deve ser suficientemente amplo para comportar todas as operações<br />
necessárias ao funcionamento. O mesmo deve ser plano, seco e livre de enxurradas,<br />
de fácil aquisição ou desapropriação, de mais de uma frente, ter rios ou lagoas<br />
próximas e capazes de receber os seus efluentes. Deve se localizar fora do perímetro<br />
urbano, próximo a vias de acesso fácil e de preferência ser dotado de rede rodoviária<br />
que facilite o escoamento da produção, embora afastado da via pública<br />
(preferencialmente a 5,0 metros desta). Preferencialmente, deve se localizar em zonas<br />
rurais ou estritamente industriais, para se evitar conflitos futuros com regiões urbanas.<br />
Deverá dispor de área pavimentada e urbanizada, suficiente para permitir a<br />
63
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
movimentação de veículos. Se possível deve atender ainda a futuros projetos de<br />
expansão.<br />
e) Cursos de água: Há de se considerar ainda a sua localização em relação aos<br />
cursos de água, a qual deve ser feita à jusante dos pontos de captação para<br />
tratamento e abastecimento da população.<br />
f) Cidade: Em relação à cidade: devido ao odor desagradável que as operações<br />
do Laticínio exalam deve estar disposto de modo a que os ventos predominantes não<br />
carreiem odores para a cidade; no caso disto ser inevitável, deve-se fazer com que os<br />
ventos atravessem uma barreira de árvores de odor agradável antes de ter às cidades.<br />
Também, devido à natureza dos produtos ali obtidos, deve-se cuidar para que o<br />
Laticínio não se localize junto a fontes poluidoras e produtoras de odores (curtumes,<br />
lixões, etc.).<br />
g) Energia: O consumo de energia está associado à garantia de qualidade dos<br />
produtos, principalmente daqueles submetidos a tratamento térmico, refrigeração e<br />
armazenamento.<br />
Os usos mais freqüentes estão indicados abaixo.<br />
Térmica: Uso mais freqüente na Geração de vapor e água quente, limpeza<br />
dos equipamentos Pasteurizadores/esterilizadores, sistemas de limpeza<br />
CIP;<br />
Elétrica: Uso mais freqüente na Refrigeração, iluminação, ventilação,<br />
operação de equipamentos elétricos (bombas, misturadores, etc.), rede<br />
elétrica, ventilação, geração de ar comprimido.<br />
Estima-se que cerca de 80% do consumo total de energia seja térmica, obtida<br />
da combustão de combustível fóssil, e os 20% remanescentes, sejam de energia<br />
elétrica.<br />
8.6.3 Equipamentos para a complementação do Laticínio.<br />
i. Desnatadeira 65 litros/hora<br />
ii. Batedeira 50 litros/hora<br />
iii. Tanque de Salga:<br />
iv. Moldadeira de Mussarela:<br />
v. Agitador Completo:<br />
64
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
vi. Mesa de Inox 190x90x70cm<br />
vii. Prensa de Bolinha<br />
viii. Forma de Mussarela<br />
ix. Iogurteira 1000 litros/hora<br />
x. Tacho Elétrico para Doce de Leite<br />
xi. Seladora a Vácuo<br />
xii. Seladora de Potes<br />
xiii. Caldeira 15 Kg<br />
xiv. Câmara Fria 2,5x2,5x3.0m<br />
xv. Lavador de Botas<br />
xvi. Tanque de Fabricação de Mussarela.<br />
8.6.4 Inspeção sanitária e Certificação<br />
Inicialmente será acompanhada pela Secretaria de Saúde do município, o<br />
Serviço de Inspeção Municipal. Depois com Serviço de Inspeção Sanitário Estadual o<br />
INDEA assumirá o papel de fiscalização e monitoramento durante o recebimento do<br />
leite para o beneficiamento. Terá de ter um escritório em anexo ao Laticínio para os<br />
trabalhos do Médico Veterinário do INDEA.<br />
8.6.5 Fluxograma da Cadeia Produtiva<br />
TANQUES DE<br />
RESFRIAMENTO<br />
INDÚSTRIA<br />
E<br />
COMÉRCIO<br />
DE<br />
INSUMOS<br />
UNIDADE<br />
PRODUTIVA<br />
FAMILIAR<br />
(<strong>LEITE</strong>)<br />
Figura 15. Cadeia Produtiva do Leite e derivados<br />
SEMAGRI<br />
EMPAER<br />
SEBRAE<br />
SENAR<br />
ENTREPOSTOS<br />
DE<br />
RESFRIAMENTO<br />
PEQUENOS E<br />
MÉDIOS<br />
LATICÍNIOS<br />
LATICÍNIOS NO<br />
TERRITÓRIO E<br />
REGIÃO<br />
OUTROS<br />
ESTADOS DO<br />
BRASIL<br />
MERCADO<br />
LOCAL<br />
VENDA DIRETA<br />
AO<br />
CONSUMIDOR<br />
65
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
9. EIXOS ESTRATÉGICOS DAS AÇÕES DO PGSE<br />
9.1 Organizacional<br />
a) Estrutura Organizacional<br />
Qual é a estrutura organizacional do Laticínio? Anexar um organograma<br />
com os respectivos cargos, conselhos e funções de cada em deles.<br />
Qual o poder de decisão de cada conselho e competências e critérios de<br />
escolha de seus membros?<br />
Qual grau de comunicação e interdependência entre cada cargo e cada<br />
conselho?<br />
Como as decisões são tomadas no Laticínio?<br />
Conselhos: Quais são os conselhos? Quais seus papéis e funções? Qual a<br />
periodicidade de reuniões e critérios para convocação de reuniões<br />
extraordinárias? Critérios, mandato e processo de escolha dos membros<br />
dos conselhos?<br />
b) Sistema de Autogestão<br />
Como o Laticínio será gerido?<br />
Quais competências/capacidade o gestor ou o corpo gerencial tem e<br />
deveria ter?<br />
Quais são as responsabilidades do gestor ou do núcleo de autogestão?<br />
Qual a autoridade do gestor ou do núcleo de autogestão?<br />
Como o desemprego do gestor ou do corpo gerencial será avaliado?<br />
A cooperativa tem acesso à assistência técnica nas áreas de Tecnologia,<br />
Desenvolvimento Organizacional, Gestão e Planejamento Estratégico?<br />
9.2 Institucional<br />
Criação da Cooperativa;<br />
Implantar programas de capacitação dos agricultores familiares e<br />
trabalhadores em associativismo, manejo adequado do plantel, produção<br />
de leite, beneficiamento do leite e seus derivados, gestão, comercialização,<br />
capacitação para atender a Normativa 51;<br />
66
Gestão;<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Criar marcas e registros;<br />
Implantar logística de coleta e comercialização do produto.<br />
9.3 Econômico<br />
Redução dos custos de produção;<br />
Melhorar o sistema de produção de volumoso e de concentrado com<br />
produtos da região;<br />
Traçar estratégias de comercialização através da Cooperativa;<br />
Consolidar o processo de funcionamento da unidade de beneficiamento de<br />
leite;<br />
Capital de giro;<br />
Desenvolver estratégia de comercialização.<br />
9.4 Tecnológico<br />
Melhoria na genética do gado.<br />
Produção de acordo com parâmetros técnicos para a produção de leite e<br />
derivados;<br />
Assistência técnica e gerencial.<br />
9.5 Ambiental<br />
No sistema de produção melhorar o manejo adequado da pastagem dos<br />
piquetes;<br />
Na alimentação depender menos de terceiros quanto ao volumoso e<br />
proteína, com o emprego de rações alternativas;<br />
No Laticínio fazer o tratamento dos resíduos na perspectiva de fabrico de<br />
adubos orgânicos.<br />
67
10. PROJETOS<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Este Plano de Gestão é composto por 5 (cinco) projetos, distribuídos segundo<br />
as 5 (cinco) dimensões anteriormente explicitadas. Os projetos são os mecanismos<br />
operacionais de ação concreta que podem ser executados em um determinado espaço<br />
e num certo período de tempo e materializam as propostas concretas de intervenção<br />
em termos dos seus objetivos e linhas de ação.<br />
10.1 Projeto 1 – Ampliar as áreas de produção de capineiras volumosos e<br />
pastagens para reduzir os custos de produção e melhorar a renda dos produtores.<br />
Objetivo Geral:<br />
Ampliar as áreas de capineiras e pastagens;<br />
Reduzir os custos de produção;<br />
Garantir ração de boa qualidade em tempo oportuno;<br />
Aumentar a produtividade do leite.<br />
Objetivos Específicos:<br />
Implantar 100 hectares de volumoso;<br />
Implantar 300 hectares de pastagens;<br />
Atender a 100 produtores.<br />
Orçamento: 1.000.000,00 (Hum milhão de reais).<br />
Fonte de Financiamento: PRONAF e recursos próprios.<br />
10.2 Projeto 2 - Capacitação dos Agricultores familiares que produzem leite<br />
Objetivo Geral: Capacitar os agricultores e técnicos no processo de produção e<br />
beneficiamento do leite e do fortalecimento do associativismo para garantir melhoria<br />
da produtividade, qualidade do leite e gestão dos empreendimentos da cadeia<br />
produtiva do leite.<br />
Objetivos Específicos:<br />
Melhorar o manejo dos rebanhos bovinos;<br />
Melhorar a ordenha do leite;<br />
Aumentar a renda dos produtores;<br />
Aumentar a produtividade de leite;<br />
68
Metas:<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Melhorar a qualidade do leite;<br />
Melhorar a gestão da cadeia produtiva do leite;<br />
Fortalecimento do associativismo das unidades de produção e<br />
beneficiamento.<br />
Capacitar 100 produtores no manejo do rebanho;<br />
Capacitar 100 produtores em ordenha;<br />
Capacitar 10 técnicos para cadeia produtiva do leite.<br />
Orçamento: R$ 60.000,00 (Sessenta mil reais)<br />
Fonte de Financiamento: Parceiras (SEBRAE, CTA, SDT/MDA)<br />
10.3 Projeto 3 – Melhoria da Infra-Estrutura da Entidade Gestora<br />
Objetivo Geral<br />
Prover de infra-estrutura da Cooperativa.<br />
Objetivos Específicos:<br />
Metas:<br />
Disponibilizar uma sede para o escritório da Cooperativa;<br />
Melhorar o apoio logístico da Cooperativa;<br />
Mobiliar o escritório da Cooperativa.<br />
Adquirir ou Construir um espaço para o escritório da Cooperativa;<br />
Adquiri móveis e equipamentos de escritório e informática;<br />
Viabilizar o sinal da internet; e<br />
Orçamento: R$ 40.000,00 ( Quarenta mil reais)<br />
Fontes de financiamento: Próprios, Fundação Banco do Brasil, PRONAF.<br />
10.4 Projeto 4 – Assistência Técnica e Gerencial<br />
Objetivo Geral<br />
Garantir assistência técnica e gerencial com eficiência e eficácia aos<br />
agricultores familiares produtores de leite e ao Laticínio em Diamantino, com vistas ao<br />
aumento da produtividade e da qualidade.<br />
69
Objetivos Específicos:<br />
PRONAF.<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Melhorar a produção, produtividade e qualidade do leite;<br />
Garantir assessoramento técnico ao Laticínio;<br />
Reduzir os custos de produção;<br />
Melhorar a renda dos agricultores familiares;<br />
Diversificar o mercado do leite.<br />
Viabilizar o acesso dos produtores ao credito do PRONAF.<br />
Metas:<br />
Atender a 100 produtores, inicialmente;<br />
Garantir a contração 2 veterinário para o campo e outro no Laticínio;<br />
Viabilizar 5 técnicos de campo;.<br />
Orçamento: R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais)<br />
Fontes de Financiamento: Governo do Estado, Governos Municipais, MDA e<br />
10.5 Projeto 5 – Desenvolvimento de Estratégia de Comercialização<br />
Objetivo Geral<br />
Elaborar e implementar uma estratégia de comercialização dos produtos do<br />
leite e seus derivados que garanta a melhoria de renda dos agricultores familiares.<br />
Objetivos Específicos:<br />
Metas:<br />
Elaborar e implementar estratégia de comercialização de leite e seus<br />
derivados dos agricultores familiares;<br />
Inserir os produtos da unidade de beneficiamento de leite nos mercados<br />
consumidores.<br />
Elaboração e implementação de uma estratégia de comercialização com<br />
rótulos e marca dos produtos;<br />
Inserção de 100 % dos produtos da unidade de beneficiamento de leite nos<br />
mercados consumidores;<br />
Orçamento: R$ 20.000,00 (Vinte mil reais)<br />
Fontes de Financiamento: Governo do Estado, Governos Municipais, MDA e<br />
PRONAF.<br />
70
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
11. ORGANIZAÇÃO GESTORA<br />
11.1 Identificação<br />
A gestão do Laticínio será executada por uma Cooperativa formada por<br />
agricultores familiares inseridos na cadeia produtiva do leite nas comunidades rurais<br />
dos municípios de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, que fazem parte<br />
do Território Rural do Alto do Rio Paraguai.<br />
Figura 16. Esquema do processo de gestão do Laticínio.<br />
Esse processo de gestão terá como coordenador geral o comitê gestor,<br />
consultoria especializada na área de produção e mercado. Um gerenciamento,<br />
departamentalizado em:<br />
cooperativa;<br />
a) Departamento de produção a campo irá cuidar da produção e da<br />
b) Departamento do Laticínio cuidará de todo apoio ao beneficiamento,<br />
produção, embalagem e armazenamento do leite e derivados;<br />
c) Departamento de Logística de Mercado e Comercialização irá cuidar do<br />
leite e seus derivados a partir do Laticínio até a entrega aos mercados.<br />
71
ATIVIDADES PRODUTIVAS<br />
LATICÍNIO E MERCADO<br />
Leite e Derivados e<br />
Mercado<br />
Estimativa de Venda<br />
R$ 0,80<br />
Custos Produção<br />
Interna<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Quadro 2. Resumo das Ações do Laticínio Caeté.<br />
VENDA MENSAL<br />
1° Ano 2°Ano 3° Ano 4° Ano<br />
500 l/dia e<br />
15.000 l/mês<br />
1.000 l/dia ou<br />
30.000 l/mês<br />
2.000 l/dia ou<br />
60.000 l/mês<br />
3.000 l/dia ou<br />
90.000 l/mês<br />
R$ 12.000,00 R$ 24.000,00 R$ 48.000,00 R$ 72.000,00<br />
R$ 3.000,00 R$ 4.500,00 R$ 6.000,00 R$ 8.000,00<br />
Custos Gado de Leite R$ 2.000,00 R$ 3.800,00 R$ 9.000,00 R$14.000,00<br />
Custos Tributos R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 R$ 6.000,00 R$ 8.000,00<br />
Custos Logística de<br />
Mercado e Entrega<br />
R$ 4.000,00 R$ 5.000,00 R$ 6.800,00 R$ 10.000,00<br />
Saldo Mensal - Lucro R$ 1.000,00 R$ 6.700,00 R$ 20.200,00 R$ 32.000,00<br />
Este projeto apresenta uma proposta de Política de apoio à agricultura<br />
familiar, que viabilizam o desenvolvimento local através de um modelo de gestão auto-<br />
sustentável. O aumento da produtividade com o aperfeiçoamento das técnicas de<br />
produção, a implantação de agroindústrias para agregar valor à matéria prima e o<br />
planejamento da produção visando à abertura de novos mercados são metas do<br />
projeto nos anos iniciais de implantação, sempre em parceria com os trabalhadores<br />
rurais e o poder publico, assim como entidades do terceiro setor e a sociedade civil<br />
organizada.<br />
As decisões dos trabalhos e dos investimentos passam sempre por um Fórum<br />
gestor do Laticínio e da Cooperativa, onde serão debatidas e discutidas com as<br />
famílias que compõem o grupo de agricultores familiares que produzem leite, os prós e<br />
contras de cada encaminhamento proposto, resultando em um misto de atividades<br />
individuais e coletivas das comunidades produtoras. Os agricultores familiares que<br />
produzem leites deverão estar filiados a cooperativa. O leite tem de estar de acordo às<br />
observâncias de mercado segundo normativa do INDEA e da ANVISA.<br />
11.2 Recursos Humanos<br />
O Laticínio deverá ter uma equipe com a capacidade de treinar as famílias<br />
para produzirem segundo estas normativas com aproveitamento dos subprodutos e<br />
com a conservação dos recursos naturais. Uma equipe capaz de gerenciar a produção e<br />
72
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
atingir o mercado com tecnologia produtiva e social. Com inclusão social e melhoria de<br />
qualidade de vida do agricultor, maximizando lucros e minimizando custos. Nesse<br />
sentido estabelece-se a seguinte equipe:<br />
a) Técnico de nível superior e experiente em planejamento, gestão de<br />
negócios com especificidade na produção e comercialização de leite e seus derivados<br />
oriundos da agricultura familiar: Trabalhar as questões de campo, no monitoramento<br />
do manejo do rebanho e da produção de leite. Também no beneficiamento e<br />
assessoria no gerenciamento do laticínio e na logística de mercado;<br />
b) Dois técnicos de nível superior com experiência produção de leite. Sendo<br />
um para campo (pode ser Engenheiro Agrônomo) e o outro (deve ser Médico<br />
Veterinário) para o Laticínio: O técnico de campo deverá visitar cada produtor pelo<br />
menos uma vez por mês, observando o manejo do rebanho leiteiro, as instalações, a<br />
produção de volumosos. Cuidando para que as normas oficiais cumpridas junto aos<br />
agricultores familiares. O Médico Veterinário deverá acompanhar todo o processo de<br />
beneficiamento do leite que chega ao laticínio e realizar visitas aos agricultores<br />
familiares quando for necessário;<br />
c) Seis funcionários para o beneficiamento do leite e para o apoio em geral:<br />
Todos esses funcionários deverão passar por um curso de nivelamento inicial e um<br />
monitoramento e avaliação continua para manter a qualidade do produto. Dentre os<br />
seis funcionários separar um deles para ser o gerente da unidade com nível médio<br />
profissionalizante: O gerente deverá acompanhar a chegada dos caminhões-tanque<br />
com leite, cuidar para que a amostra do leite passe pelo Médico Veterinário, os<br />
cuidados sanitários e ambientais da unidade e dos equipamentos utilizados na<br />
unidade. Cuidar a segurança do local e dos equipamentos de segurança dos<br />
funcionários.<br />
11.3 Experiência<br />
A Cooperativa dispõe hoje de aproximadamente 100 agricultores capacitados<br />
para trabalhar com a produção de leite. Todos serão sócios da Cooperativa.<br />
73
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
11.4 Estratégias de Financiamento<br />
Os recursos para financiamento do Laticínio foram discutidos e priorizados no<br />
Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Alto do Rio Paraguai, que definiu a<br />
implementação de um Laticínio como uma forma de consolidação da cadeia produtiva<br />
do leite na região.<br />
74
12. ASSESSORIA TÉCNICA<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Com o objetivo de prestar apoio técnico-gerencial de forma a aprimorar a<br />
produção, processamento e comercialização de maneira a garantir o êxito do Laticínio.<br />
Deve ser realizado em todas as etapas do processo desde a fase produtiva, passando<br />
pela implantação, funcionamento e prestação de contas dos recursos recebidos.<br />
12.1 Assessoramento de Caráter Geral<br />
O assessoramento técnico-gerencial tem o propósito geral de contribuir para<br />
o fortalecimento dos processos de produção, processamento e comercialização, bem<br />
como para a construção de instituições sociais e políticas que garantam o êxito do<br />
Laticínio. O assessoramento técnico deve acontecer em todas as etapas do Laticínio,<br />
isto é, na identificação, elaboração, negociação, aquisição dos equipamentos,<br />
implantação, funcionamento e prestação de contas dos recursos recebidos,<br />
diferenciando-se em dois tipos fundamentais: o assessoramento de caráter geral e o<br />
assessoramento de caráter especializado. O assessoramento de caráter geral será<br />
prestado nas etapas de mobilização para consolidação do Laticínio, elaboração dos<br />
programas e projetos, além de aquisição dos equipamentos, implantação e prestação<br />
de contas dos recursos recebidos.<br />
12.2 Assessoramento de Caráter Especializado<br />
O assessoramento de caráter especializado variará com a natureza e as etapas<br />
de implantação e funcionamento do Laticínio, tendo, em geral, caráter temporário, e<br />
foco na consolidação do Laticínio.<br />
75
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
13. FONTES DE FINANCIAMENTO<br />
Até o presente momento, o financiamento da cadeia produtiva foi realizado<br />
pelo Governo Federal, através das linhas de crédito do PRONAF, Programa de<br />
Aquisição de Alimento (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),<br />
além de recursos próprios dos agricultores familiares (poupança).<br />
76
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
14. MODELO DE GESTÃO COOPERATIVADA<br />
15.1 Estrutura Organizacional<br />
A estrutura organizacional proposta para a gestão do Plano de Gestão está<br />
composta pelos produtores de leite, organizados em associações formais ou não. A<br />
associação reúne a produção de leite e encaminha para o Laticínio. Uma vez o leite<br />
beneficiado (pasteurizado e transformado em derivados), é então comercializado por<br />
intermédio da Cooperativa, conforme ilustra o fluxograma abaixo apresentado.<br />
Figura 17. Fluxograma da Cadeia Produtiva Cooperativada do Leite.<br />
Produtores de Leite<br />
Diamantino<br />
Modelo de gestão é conceituado como a estrutura organizacional,<br />
procedimentos administrativos, instrumentos de controle e avaliação, regras de<br />
distribuição dos resultados obtidos no Laticínio e sistemas de recuperação de custos,<br />
manutenção e re-investimento. A Cooperativa deve ter um organograma de<br />
funcionamento composto por:<br />
Assembléia Geral dos cooperados, Ordinária ou Extraordinária é órgão<br />
supremo da Cooperativa, cabendo-lhe tomar toda e qualquer decisão de interesse da<br />
entidade. Suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou discordantes. É<br />
da competência das Assembléias Gerais, Ordinárias ou Extraordinárias a destituição<br />
dos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal ou de outros.<br />
Ocorrendo destituição que possa comprometer a regularidade da administração ou<br />
fiscalização da Cooperativa poderá a Assembléia Geral designar administradores e<br />
conselheiros fiscais provisórios, até a posse dos novos, cuja eleição se realizará no<br />
prazo de 30 (trinta) dias.<br />
Associações, Cooperativas, Grupos Formais e Informais Locais<br />
Laticínio<br />
Produtores de Leite<br />
São José do Rio Claro<br />
Cooperativa<br />
Produtores de Leite<br />
Alto Paraguai<br />
Mercados<br />
77
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Conselho de Administração é o órgão superior na hierarquia administrativa,<br />
sendo de sua competência privativa e exclusiva responsabilidade a decisão sobre todo<br />
e qualquer assunto de ordem econômica ou social, de interesse da Cooperativa ou de<br />
seus cooperados.<br />
Administração Executiva ou Gerências: As funções de Administração<br />
Executiva dos negócios sociais serão exercidas por pessoal contratado, segundo a<br />
estrutura que for estabelecida pelo Conselho de Administração. Subordinado a esta<br />
gerencia temos os departamentos de:<br />
Produção: responsável pelo recebimento, armazenamento e conservação<br />
de produtos desde a entrada na cooperativa até o carregamento no<br />
momento da venda;<br />
Administrativo: responsável pelo andamento operacional do espaço<br />
administrativo do Laticínio;<br />
Financeiro/contábil: responsável pelo evento financeiro e contábil.<br />
Conselho Fiscal: Os negócios e atividade da Cooperativa serão fiscalizados<br />
assídua e minuciosamente por um Conselho Fiscal constituído de membros efetivos e<br />
suplentes, todos devem ser cooperados. Para o desempenho de suas funções, terá o<br />
Conselho Fiscal acesso a quaisquer livros, contas e documentos, a empregados, a<br />
cooperados e outros, independente de autorização via do Conselho de Administração<br />
sem que, contudo, lhe caiba o direito de interferir no cumprimento das determinações<br />
deste órgão.<br />
15.2 Procedimentos Administrativos<br />
A produção de leite e derivados no âmbito do Laticínio de Diamantino ocorre<br />
em todos os assentamentos e comunidades tradicionais de forma individual ou<br />
coletiva, sendo que a comercialização é feito de forma coletiva através da Cooperativa.<br />
As decisões para definição do preço e efetivação da comercialização se da<br />
através de assembléias da Cooperativa que será a organização responsável pelo<br />
beneficiamento e comercialização da produção.<br />
78
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
15.3 Instrumentos de Controle<br />
A Cooperativa tem como instrumento de controle o seguinte:<br />
a) O Conselho Fiscal da entidade;<br />
b) examinar o livro e papéis relacionados com as finanças da Associação e o<br />
estado de caixa, devendo a Diretoria prestam-lhes as informações solicitadas;<br />
c) inspeções internas;<br />
d) livros de atas e caixa;<br />
e) software para fazer os controles de entrada e saída de recursos, estoque,<br />
patrimônio, contas a pagar e receber etc.<br />
15.4 Distribuição dos Resultados<br />
A Cooperativa terá regimento próprio onde é definida a remuneração dos<br />
membros do Laticínio e os custos de produção e operação e manutenção do negócio. A<br />
Cooperativa faz a apuração dos custos gerais de produção e das receitas do Laticínio<br />
verificará a situação financeira fazer a seguinte distribuição:<br />
a) Destinar 10% do lucro líquido para capitalizar a Cooperativa;<br />
b) Retirar os valores relativos aos adiantamentos feitos aos agricultores;<br />
c) A sobra será definida em assembléia da Cooperativa as finalidades.<br />
15.5 Fundo de Recuperação<br />
O Fundo de Recuperação será formado com as sobras relativas às receitas da<br />
Cooperativa, doações, convênios e recursos próprios dos sócios. O percentual para<br />
constituição do Fundo será definido em assembléia, e nunca será menos de 10% sobre<br />
o valor liquido apurado nos resultados obtidos nas operações do Laticínio.<br />
79
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
16. ANÁLISE DA VIABILIDADE SOCIOECONÔMICA E SOCIAL<br />
16.1 Análise dos Custos<br />
Análise dos custos do investimento e dos custos operacionais relativos à<br />
implantação e funcionamento do PGSE. Os custos dos investimentos correspondem à<br />
amortização anual das obras civis, máquinas e equipamentos que foram ou serão<br />
utilizados na implementação do PGSE. Os custos operacionais foram calculados com<br />
base na apuração das despesas correntes requeridas para o funcionamento do<br />
Laticínio. Os custos financeiros do investimento foram calculados com base nas taxas<br />
de juros e outros encargos provenientes dos empréstimos de obtenção de recursos<br />
reembolsáveis alocados para o Laticínio.<br />
Laticínio.<br />
16.2 Receitas Totais<br />
Apuração com base na projeção anual de vendas da produção obtida com o<br />
16.3 Balanço de Receitas e Custos do negócio<br />
Obtida pela diferença entre as receitas totais, os custos financeiros e os custos<br />
operacionais projetados para cada ano do Laticínio, até o seu pleno funcionamento.<br />
16.4 Renda líquida mensal dos beneficiários<br />
Calculada pela diferença entre as receitas, custos financeiros e os custos<br />
operacionais do Laticínio, após a retirada mensal para constituição do Fundo de<br />
Investimento Coletivo (FIC). O FIC corresponderá a até 20% da receita líquida apurada,<br />
de acordo com a capacidade financeira do Laticínio.<br />
16.5 Renda líquida mínima mensal por beneficiário<br />
Demonstrada pela viabilidade técnica e econômica que seja capaz de financiar<br />
sua operação e manutenção e garantir uma relação benefício-custo positiva e com<br />
perspectivas de aumento ao longo do tempo.<br />
(Anexo 1).<br />
Maiores informações vide planilhas de viabilidade econômica do Projeto<br />
80
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO<br />
17.1 Fluxo de Execução das principais atividades de apoio à produção e<br />
beneficiamento do leite (2011/2021).<br />
Com base na visão de futuro (Quadro 3) a equipe técnica e o grupo gestor<br />
definiram o que se quer, o que deve ser feito, com quem se pode contar, enfim, definir<br />
o que deverão providenciar (planificação) para alcançá-lo. A visão de futuro torna-se<br />
um instrumento fundamental para dimensionar as possibilidades de realização de<br />
crescimento do Laticínio e a conquista de mercado, contribuindo na definição dos<br />
objetivos específicos, metas e estratégias de desenvolvimento sustentável.<br />
Com base na visão de futuro, o comitê gestor do Laticínio, visualizando o<br />
Laticínio no contexto do mercado do território e seu entorno, tem condições de iniciar<br />
o seu processo de planejamento estratégico, pois concebeu coletivamente o que quer,<br />
gerando uma imagem de como estará quando chegar ao prazo que determinou. Este<br />
momento de planificação inicial foi indispensável para que a equipe com visão no<br />
mercado local pudesse dar início ao seu planejamento. Observaram-se as condições<br />
internas do Laticínio e da cooperativa, no contexto do mercado local, suas<br />
potencialidades, dificuldades e o contexto sociopolítico organizativo, bem como a<br />
forma de interação dessa perspectiva com as condições futuras do contexto externo.<br />
Para se conseguir um processo sinérgico entre o Laticínio e a organização<br />
produtiva e cooperativa, alguns pontos deverão ser observados sempre durante o<br />
processo, conforme contempla o Quadro 3. Somente assim o Comitê gestor do<br />
Laticínio terá êxito em implantar a gestão, capacitar os agricultores nas cadeias<br />
produtivas a serem instaladas, assim como, em desenvolver o mercado e os<br />
instrumentos de comercialização.<br />
81
VISÃO DE<br />
FUTURO<br />
Projeto<br />
Laticínio Caeté<br />
Cooperativa<br />
Produção da<br />
Mandioca,<br />
suplementação<br />
com forragens<br />
e silagem<br />
Laticínio<br />
Cooperativado<br />
Mercado<br />
Expansão de<br />
Mercado para<br />
outras Regiões<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
AÇÃO<br />
Capacitação da cadeia<br />
produtiva do leite e<br />
consolidação da base<br />
produtiva em<br />
Diamantino, São José do<br />
Rio Claro e Alto<br />
Paraguai, por intermédio<br />
da Cooperativa.<br />
Capacitação dos<br />
agricultores associados e<br />
organizações na base da<br />
produção.<br />
Capacitação de toda<br />
cadeia produtiva.<br />
Realização de cursos<br />
sobre silagem,<br />
capineiras e formulação<br />
de ração com base na<br />
mandioca.<br />
Terminar a implantação<br />
do Laticínio.<br />
Capacitação dos<br />
funcionários, elaboração<br />
de um plano de gestão e<br />
um planejamento das<br />
ações.<br />
Levantamento dos<br />
pontos de venda de<br />
Leite e derivados.<br />
Quantificação e<br />
qualificação do mercado<br />
do Território.<br />
Após o levantamento de<br />
mercado, pesquisar a<br />
demanda de leite e<br />
derivados em outras<br />
regiões do Estado.<br />
Quadro 3. Visão de Futuro do Laticínio.<br />
RESULTADOS<br />
ESPERADOS<br />
Melhoria da qualidade<br />
de vida, uma renda fixa,<br />
a implantação do<br />
Laticínio e mercado<br />
próximo da produção.<br />
Produção e retorno<br />
rápido em menos de um<br />
ano. Trabalhar o<br />
mercado e a logística.<br />
Alternativa de renda<br />
para todos da família.<br />
Produção de<br />
alimentação de<br />
qualidade para o<br />
rebanho.<br />
Agroindústria concluída<br />
no tempo previsto para<br />
iniciar os abates. Equipe<br />
de trabalho qualificada.<br />
Diagnóstico dos pontos<br />
de vendas do leite e<br />
derivados no território e<br />
região.<br />
Uma visão estratégica<br />
de crescimento do<br />
negócio para outras<br />
regiões e outros estados<br />
da União.<br />
RESPONSÁVEIS<br />
PELAS AÇÕES<br />
Inicialmente a<br />
Cooperativa e a<br />
estrutura do<br />
Laticínio e o Arranjo<br />
Institucional.<br />
Primeiramente a<br />
família, depois o<br />
comitê gestor do<br />
Laticínio.<br />
Os agricultores<br />
familiares<br />
produtores de leite<br />
e a Cooperativa.<br />
Comitê gestor do<br />
Laticínio.<br />
Comitê gestor do<br />
Laticínio.<br />
Comitê gestor do<br />
Laticínio.<br />
ENCAMINHAMENTOS<br />
Organização do Laticínio,<br />
fundação da Cooperativa.<br />
Organização jurídica da<br />
Diretoria e estabelecimento<br />
das ações a serem<br />
trabalhadas em relação à<br />
gestão.<br />
Mapear as pastagens e<br />
lavouras existentes nos<br />
cooperados e localizar área<br />
que de condições de<br />
implantar capineiras e<br />
lavouras de mandioca. Iniciar<br />
as capacitações.<br />
Organização do projeto de<br />
implantação, treinamento da<br />
equipe, organização da<br />
comunidade dos agricultores<br />
familiares produtores de<br />
leite.<br />
Visitar mercados de venda<br />
de leite e derivados nas<br />
principais cidades do<br />
território e na Baixada<br />
Cuiabana. Visitar<br />
consumidores para traçar o<br />
perfil das exigências de<br />
consumo (qualidade).<br />
Planejamento das ações e<br />
treinamento de um grupo de<br />
técnicos.<br />
O Quadro 4 contém as principais atividades de apoio aos processos de<br />
produção, beneficiamento e comercialização do leite e derivados no intervalo de 10<br />
anos (2011/2021).<br />
82
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Quadro 4. Principais atividades de apoio à produção e beneficiamento do leite<br />
(2011/2021).<br />
Atividades<br />
Ampliar a área de pastagens e de currais<br />
apropriados segundo Normativa<br />
Aumentar a produção, produtividade e<br />
qualidade do leite nas propriedades<br />
Período (ano)<br />
1º 2 º 3 º 4 º 5 º 6 º 7 º 8 º 9 º 10 º<br />
<br />
<br />
Melhorar a renda dos produtores de leite <br />
Melhorar o processo de manejo do<br />
rebanho, pastagens e ordenha<br />
Fortalecer o associativismo e o<br />
cooperativismo<br />
Criação e consolidação da Cooperativa <br />
<br />
<br />
Capacitação de agricultores familiares <br />
Pasteurização do leite <br />
Produção de manteiga <br />
Produção de bebida láctea e iogurte <br />
Produção de queijos frescal e mussarela <br />
Produção de doce-de-leite <br />
Criação de um nome comercial para os<br />
produtos derivados do leite<br />
Implantar estratégia de comercialização<br />
do leite e derivados<br />
Garantir recursos para o fundo financeiro<br />
da Cooperativa<br />
Melhorar a gestão da Unidade de<br />
Produção<br />
Garantir Assistência Técnica Gerencial<br />
aos agricultores familiares<br />
Viabilizar o acesso dos agricultores<br />
familiares ao crédito do PRONAF<br />
Garantir assessoramento técnico aos<br />
agricultores familiares e ao Laticínio<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
83
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
18. LISTA DE BENEFICIÁRIOS<br />
Nº Nome do Beneficiário RG CPF<br />
1 NICOLINO MACEDO DOS SANTOS 364741<br />
2 MAIZA APARECIDA LOPES 1204259 - 5<br />
3 MARIA ODETE CANDIDO LOPES 11794145<br />
4 JOÃO RODRIGUES MARQUES 11259990<br />
5 ELIANE PEREIRA DE SOUZA CHIOSSO 17637937<br />
6 JOAQUIM P. DOS SANTOS 655327<br />
7 PAULINA GONÇALVES 1616059 - 2<br />
8 ONIRA ROSBACH DE SOUZA 1748116 - 3<br />
9 LAURINDO CHIOSSI 173659443<br />
10 ARLI RIBEIRO SILVA 1119443 -0<br />
11 MANFREDO EDWINO SCHUCK 3967705-9<br />
12 SILVANO DA SILVA 1249061-0<br />
13 JOAQUIM PEREIRA DUTRA 309.803<br />
14 JOÃO BATISTA CONTE 2224801-3<br />
15 SIRLEY VIGNA MENEZES 853280<br />
16 ALTEVIR LUIZ PASA 45101363<br />
17 EUCLIDES ALVES PINHEIRO<br />
18 JOSÉ ANTÔNIO FERRAZ NETO 45485668<br />
19 LUIZA FARIAS DA COSTA 203859<br />
20 SADI DA SILVA BRITZKE 3191900-2<br />
21 MAILZA APARECIDA LOPES 697510<br />
22 MARIA FRANCISCA DE LIMA 251346<br />
23 WERNO ALUIZIO HUBER 1338383-9<br />
24 LUCILENE SURIANO DE SOUZA 6281463-2<br />
25 ODILON ROSBACH DE SOUZA 470278<br />
26 VALDIR MASSIROLI 10467432<br />
27 IZAURA SOARES DE OLIVEIRA 326359<br />
28 PATRÍCIA VILA NOVA CORREIA 1890761-0<br />
29 DARCY SARDINHA SOARES 869.530<br />
30 MÁRIO PEREIRA DIAS 4749089 - 8<br />
31 PEDRO INOCENCIO DE AQUINO<br />
32 HUERGHANAN DOMINGOS DE OLIVEIRA<br />
33 NORIVAL SEQUEIRA DE JESUS<br />
34 GETÚLIO SANTIAGO DE OLIVEIRA<br />
35 JOAQUIM ANTONIO PEREIRA<br />
36 GREGÓRIO BENEDITO NASCIMENTO<br />
37 BENERVAL ALMEIDA<br />
38 JOÃO PEREIRA NUNES<br />
39 ADÃO<br />
40 HELENA NUNES DE MORAES<br />
41 LUIZ CARLOS RIEGER<br />
42 ANTONIO CORREIA M. FILHO<br />
43 PAULO BORGES AMORIM<br />
44 IVO INACIO AQUINO<br />
45 MARIA AP. INACIO<br />
46 JOILSON CAMPOS<br />
47 JOSE C. GOMES N.<br />
48 ELIZEL M. ALCANTARA<br />
49 ELIZETE GRANVILLE<br />
50 JAILSO JANDIR<br />
51 DJALMA APARECIDO<br />
52 DARCI SFORNE<br />
53 RAIMUNDO NONATO<br />
54 JOÃO ROSA<br />
55 GENARIO MARIA OLIVEIRA<br />
56 JOSÉ MARTINS SILVA<br />
57 DAGMAR RUTHI DETTHE<br />
58 JUNIOR ROGERIO GAROFALO<br />
59 DARIO CARLOS OLIVEIRA<br />
60 NELSON DA SILVA<br />
61 VALDEMIR <strong>LEITE</strong><br />
62 ANTONIO RODRIGUES<br />
63 NELSON NEUHAUS<br />
64 ALCIDES MARIANO<br />
84
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Continuação<br />
Nº Nome do Beneficiário RG CPF<br />
65 PEDRO BARBOSA<br />
66 FAUSTIN TENFEN<br />
67 JOSÉ TIMOTIO<br />
68 KEILA ALVES ARAUJO<br />
69 FERNANDES PACHECO<br />
70 GERALDO MARIANO<br />
71 ROGERIO ALVES<br />
72 JOSÉ MARINO<br />
73 RAIMUNDO BEZERRA MELLO<br />
74 SINEZIO BARBOSA<br />
75 ZELMA ALVARANGAS<br />
76 SANDRA TEIXEIRA FERRO BARBOSA<br />
77 APARECIDA RIBEIRO<br />
78 NELSON SCHIMIDT<br />
79 MARCIANO JOSÉ PESSOTTO<br />
80 EUDESIO FERREIRA DE OLIVEIRA 42.985.686<br />
81 JÕAO RODRIGUES MORENO 28.952.813 - 6<br />
82 ROSANA TEREZINHA DA MOTTA 1261779 -2<br />
83 BENEDITA TRINDADE DE CAMPOS 428.722<br />
84 LUCINEIDE SANTANA FERREIRA 930.162<br />
85 ANTÔNIO AUGUSTO PORTELA DOS SANTOS 241.367<br />
86 JOSÉ RIBEIRO 664.285<br />
87 CLAUDEMIR JOSÉ DOS SANTOS 130.457.4 - 1<br />
88 JOSÉ RYOSUKE ATSSUTA 205.362<br />
89 ROSIMEIRE SUPELETO 1349790 -1<br />
90 FERNANDO NOGUEIRA DO S. NETO 642.614<br />
91 FLÁVIO LUIS DE FARIAS 584.703<br />
92 VENANCIO SOARES DE OLIVEIRA 300.852<br />
93 JOSÉ LEMES DA SILVA FILHO 1.810.605<br />
94 JOSÉ AGUINALDO BATISTA OLIVEIRA 623.282<br />
95 ELICE DINATO ZOMPIERE 21859556<br />
96 PEDRO GIMENES FRANCO<br />
97 PAULO CESAR DOS REIS<br />
98 ELÍDIO CAMPOS DA SILVA<br />
99 GASPAR JOSÉ LUIZ<br />
100 BERNANDINO DE ALMEIDA E SILVA<br />
85
19. ANEXOS<br />
DADOS GERAIS:<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Anexo I. ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA<br />
Proponente: Prefeitura Municipal de Diamantino<br />
CNPJ: 03.648.514/0001-74<br />
Fone: (65) 3310 – 6410; e-mail: agricultura.diamantino@gmail.com<br />
Tipo de agroindústria: Laticínio (leite e derivados)<br />
Capacidade: 2.000 litros/hora.<br />
Número de Famílias beneficiadas: 100 famílias diretas no primeiro momento.<br />
Localização: BR-364, Km 602, PA Caeté, Margem Esquerda, Diamantino-MT,<br />
CEP 78.4000-000<br />
VALOR DO PROJETO:<br />
a) Valor do MDA R$ = ..........................................290.816,33<br />
b) Valor da Contrapartida R$ ==..............................5.816,33<br />
c) Total do Projeto R$ = .......................................285.000,00<br />
DESCRIÇÃO DO PROJETO<br />
Objetivo Geral: Alavancar a cadeia produtiva do leite através do beneficiamento e<br />
transformação da matéria prima produzida em assentamentos dos municípios da<br />
região de Alto Paraguai, Diamantino e São José do Rio Claro através da integração na<br />
coleta e no beneficiamento da matéria prima. Impulsionar o fortalecimento dos<br />
assentados promovendo a organização da produção e fomento, através do programa<br />
PAA com reais possibilidades de aumento de renda na agregação de valor de derivados<br />
e subprodutos do leite tornando a atividade um complemento da renda familiar.<br />
Justificativas: Além da atividade agrícola de subsistência as famílias assentadas pelo<br />
Programa de Reforma Agrária da região Médio-Norte Mato-grossense, exploram a<br />
bovinocultura de corte, cultivo de mandioca para a produção de farinha e<br />
bovinocultura leiteira, que se tornou a principal atividade e fonte de renda dos<br />
86
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
assentados nos município de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro. Na<br />
região os agricultores são tomadores de empréstimo do PROCERA e PRONAF, são<br />
beneficiários de programas sociais de saúde, moradia e contam com escolas nas áreas<br />
rurais do assentamento.<br />
O município de São José do Rio Claro vem se consagrando como grande produtor de<br />
leite, sendo que a maioria é produzindo em assentamentos, e comercializam toda<br />
produção da matéria prima apenas de forma in natura. Devido à falta de estrutura não<br />
é feito o beneficiamento e transformação do leite, com isso a comercialização é feita<br />
com Laticínios da região de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Arenápolis.<br />
As famílias assentadas no perímetro urbano de Alto Paraguai que outrora viviam de<br />
extrativismo desordenado em garimpos de diamantes e vermicultura que causaram<br />
grande impacto ao meio ambiente no passado, atualmente vem se reestruturando<br />
com a atividade leiteira. Além de fazer a recuperação das áreas degradadas e<br />
fortalecer o agricultor no campo, a atividade garante a renda mensal através da<br />
agricultura sustentável. O município tem a produção de aproximadamente 2.000 litros<br />
de leite/dia próximo do perímetro urbano e tem um Laticínio localizado na<br />
comunidade Capão Verde que conta com 70 famílias associadas a 65 km de Alto<br />
Paraguai na zona rural, sendo que as famílias que se encontram perto da zona urbana<br />
não dispõem do trabalho deste Laticínio e não conseguem fazer a transformação da<br />
matéria prima, vendendo apenas a matéria prima por baixo preço.<br />
Para a Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté situada em<br />
Diamantino que atualmente conta uma estrutura de um Laticínio cujos equipamentos<br />
boa parte deles foram doados pelo Governo Estadual, um prédio com boa<br />
infraestrutura capaz de beneficiar aproximadamente 2.000 litros de leite/hora, ou seja,<br />
tem capacidade para transformar toda a matéria prima produzida na região pelas<br />
famílias assentadas. Será de grande importância fazer a integração regional das<br />
comunidades, pois atualmente o Laticínio trabalha abaixo de sua capacidade diária<br />
devido à falta de matéria prima sendo também restrita sua produção a alguns<br />
produtos como: Queijo minas, Leite Pasteurizado e doce de Leite, comercializa 90% de<br />
sua produção junto a CONAB através do programa PAA e o restante no comércio local.<br />
Os equipamentos requeridos causarão impacto positivo na cadeia produtiva,<br />
consolidando o processo de produção sustentável melhorando a competitividade e<br />
87
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
transformando a realidade social e econômica dos assentados. Para evitar a oscilação<br />
de preços pagos pelos Laticínios da região e agregar valor a matéria prima, os<br />
produtores de Alto Paraguai, Diamantino e São José do Rio Claro se organizaram de<br />
forma coletiva para propor a integração da região através da coleta, recebimento,<br />
beneficiamento, transformação e comercialização do leite produzido nos<br />
assentamentos através da estrutura física do Laticínio Caeté. Promovendo ainda o<br />
aumento da produção de derivados como: bebida láctea, Iogurte, Queijo Mussarela,<br />
Ricota e ainda ajustar o Laticínio à Normativa 51. A coleta do leite é feita em tambores.<br />
As lideranças e assentados da região estão muito motivados e esperançosos quanto á<br />
contemplação da verba do PROINF, pois atualmente de um modo geral á um bom<br />
comprometimento com a atividade, boa organização, más há déficit de tecnologia e<br />
limitações na capacidade de produção.<br />
Matéria-prima: Atualmente o Laticínio Caeté beneficia 1.500 litros de leite/dia, os<br />
produtos transformados são: queijo minas frescal, doce de leite e leite pasteurizado,<br />
100% da matéria prima coletada vem de famílias assentadas e os produtos são<br />
comercializados junto a CONAB através do programa PAA e parte no comercio local. A<br />
capacidade de produção na região chega 25.000 litros dia e a matéria prima produzida<br />
vem cada vez mais ganhando qualidade através de emprego de tecnologia e manejo,<br />
sendo que 20% do leite produzido é tipo "B" e 80% é tipo "C". À disponibilidade de<br />
matéria prima na região, portanto Laticínios de Arenápolis e de Lucas do Rio verde<br />
vem coletando de forma in natura e remunerando o agricultor cada vez com preços<br />
mais baixos.<br />
Mão de Obra: Os atores envolvidos no projeto serão treinados e capacitados através<br />
de palestras, minicursos e cursos de capacitação. Entretanto, a disponibilidade de<br />
profissionais com capacitação comprovada das entidades concedentes propõem<br />
desenvolver um projeto da natureza deste proposto, durante uma safra, a começar<br />
com a orientação da produção da matéria prima no campo, indo até ao processamento<br />
do leite dentro do Laticínio, deixando substitutos capacitados a dar continuidade à<br />
atividade leiteira em fase primária da cadeia e posteriormente de indústria. Dentre as<br />
prioridades do projeto está a capacitação em cada fase da atividade, envolvendo<br />
88
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
jovens com práticas de manejo da bovinocultura leiteira, boas práticas na ordenha,<br />
inseminação, produção de derivados de leite entre outros treinamentos. Na fase de<br />
transformação e beneficiamento as mulheres envolvidas passarão por capacitação já<br />
prevista junto a órgãos parceiros das entidades proponentes, como SEBRAE, SENAR,<br />
SECITEC, o projeto envolverá diretamente 100 famílias na região gerando renda e<br />
qualidade de vida ao pequeno agricultor fazendo com que venha permanecer no<br />
campo.<br />
Mercado: Segundo informações literárias, no Brasil, 55% do leite produzido é na forma<br />
fluída (pasteurizado e UHT), 20% são transformados em leite em pó, 20% em queijos,<br />
5% em iogurtes e sobremesas lácteas e 5% em outros produtos.<br />
Segundo o SINDILAT Mato Grosso produz 1.650 milhões de litros/leite/dia e<br />
gera 16.500 empregos diretos em 3 grandes bacias leiteiras distribuídas nas regiões<br />
oeste, norte e sul. Do volume total da produção, 20% são transformados em leite<br />
fluido, tipo longa vida e em saquinhos de 1 litro, 10% beneficiados como leite em pó,<br />
40% se transforma em queijo e comercializados no mercado interno e 30% vão para o<br />
mercado interno.<br />
Hoje, Diamantino conta somente com o Laticínio Caeté, organizado por<br />
agricultores familiares, o mercado local não recebe investimento privado e a cadeia<br />
produtiva é desestrutura quanto à comercialização. A realidade pode ser mudada<br />
através do fortalecimento dos pequenos agricultores integrando e organizando a<br />
cadeia leiteira na região contribuindo ativamente como agente de transformação de<br />
pequenos produtores em empresários do agronegócio do leite. O Laticínio absorve<br />
1500 litros de leite/dia produzidos por assentados da região de Diamantino, beneficia<br />
e transforma 100% do leite in natura e comercializa seu produtos junto a CONAB<br />
através do programa PAA e comércio da região. Trabalha apenas com três tipos de<br />
derivados que são: Queijo minas, Doce de Leite e Leite Pasteurizado.<br />
Para os municípios envolvidos com a aquisição de equipamentos e novas<br />
tecnologias poderá ser atingida a meta de 15.000 litros de leite/dia e alavancar a<br />
cadeia regional, Bem como aumentar a produção e iniciar outras linhas de derivados<br />
como iogurte, Mussarela Ricota, Bebida Láctea, Achocolatado e Manteiga para<br />
complementar a qualidade da merenda escolar.<br />
89
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Forma de gestão: Gestão Inicial: Sendo uma atividade já difundida na região, a<br />
bovinocultura de leite não encontra barreiras para o gerenciamento e gestão do<br />
Laticínio, face ao alto nível de conhecimento do assunto pelos profissionais envolvidos<br />
no presente projeto. A entidade proponente fará a concessão dos equipamentos à<br />
Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté que em parceria com as<br />
entidades dos municípios de São José do Rio Claro e Alto Paraguai fará a gestão de<br />
forma participativa dos equipamentos através de um conselho deliberativo que será<br />
criado para tal. Todas as decisões importantes para o bom funcionamento da indústria<br />
serão tomadas pelo conselho deliberativo<br />
Tratamento de efluentes: Como se sabe os efluentes industriais podem ser divididos<br />
pelas etapas de lavagens, sendo que a qualidade de efluentes varia em função dos<br />
produtos industrializados, tecnologia e higienização das instalações. Atualmente o<br />
Laticínio faz pequeno descarte de soro aonde é armazenado e distribuído a seus<br />
associados para fins de alimentação animal. Os efluentes produzidos pela higienização<br />
são coletados em um reservatório evitando a contaminação do solo.<br />
Fluxograma:<br />
Recepção da matéria prima<br />
Resfriamento<br />
Beneficiamento<br />
Transformação<br />
Armazenamento/Expedição<br />
90
3. Produção atual individual de matéria prima para o Laticínio<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Detalhamento Unidade Área ou Plantel Produtivo Produtividade Média Anual Unidade Produção<br />
Leite cru Vacas 1.576 1.842,42 Litro 2.903.661<br />
4. Total de matéria prima atualmente produzida pelos membros do grupo destinada para o Laticínio<br />
5. Matéria Prima<br />
Produto Unidade Área ou Plantel Produtivo Produtividade Média Anual Unidade Produção<br />
Leite cru vacas 1.576 1.842,42 Litro 2.903.661<br />
5.1 - Quantidade de matéria prima produzida pelos membros do grupo e que entra no Laticínio<br />
Produto Unidade Produção atual Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />
Leite cru Kg 2.903.661 4.171.067 4.171.067 4.745.000 4.745.000 5.110.000 5.110.000 5.475.000 5.475.000<br />
5.2 - Custo da matéria prima<br />
Produto Valor Unitário Valor Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />
Leite cru 0,55<br />
atual<br />
1.597.013,33 2.294.086,85 2.294.086,85 2.609.750,00 2.609.750,00 2.810.500,00 2.810.500,00 3.011.250,00 3.011.250,00<br />
91
6. Produtos<br />
Produto<br />
Unidade Matéria<br />
%<br />
Rendimento<br />
%<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />
Leite Pasteurizado Litro 30% 100% 1.251.320 1.251.320 1.423.500 1.423.500 1.533.000 1.533.000 1.642.500 1.642.500<br />
Queijo Minas<br />
Frescal<br />
Kg 10% 8% 33.369 33.369 37.960 37.960 40.880 40.880 43.800 43.800<br />
Queijo Mussarela Kg 25% 10% 104.277 104.277 118.625 118.625 127.750 127.750 136.875 136.875<br />
Iogurte Litro 10% 9% 37.540 37.540 42.705 42.705 45.990 45.990 49.275 49.275<br />
Ricota Kg 5% 3% 6.257 6.257 7.118 7.118 7.665 7.665 8.213 8.213<br />
Bebida Láctea Litro 5% 13% 27.112 27.112 30.843 30.843 33.215 33.215 35.588 35.588<br />
Doce de Leite Kg 10% 2% 8.342 8.342 9.490 9.490 10.220 10.220 10.950 10.950<br />
Manteiga Kg 5% 8% 16.684 16.684 18.980 18.980 20.440 20.440 21.900 21.900<br />
7. Receitas do Laticínio<br />
Produto Unidade<br />
Valor<br />
Unitário<br />
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />
Leite Pasteurizado Litro 1,30 1.626.716,13 1.626.716,13 1.850.550,00 1.850.550,00 1.992.900,00 1.992.900,00 2.135.250,00 2.135.250,00<br />
Queijo Minas<br />
Frescal<br />
Kg 5,00 166.842,68 166.842,68 189.800,00 189.800,00 204.400,00 204.400,00 219.000,00 219.000,00<br />
Queijo Mussarela Kg 8,00 834.213,40 834.213,40 949.000,00 949.000,00 1.022.000,00 1.022.000,00 1.095.000,00 1.095.000,00<br />
Iogurte Litro 2,50 93.849,01 93.849,01 106.762,50 106.762,50 114.975,00 114.975,00 123.187,50 123.187,50<br />
Ricota Kg 1,30 8.133,58 8.133,58 9.252,75 9.252,75 9.964,50 9.964,50 10.676,25 10.676,25<br />
Bebida Láctea Litro 1,50 40.667,90 40.667,90 46.263,75 46.263,75 49.822,50 49.822,50 53.381,25 53.381,25<br />
Doce de Leite Kg 5,00 41.710,67 41.710,67 47.450,00 47.450,00 51.100,00 51.100,00 54.750,00 54.750,00<br />
Manteiga Kg 2,20 36.705,39 36.705,39 41.756,00 41.756,00 44.968,00 44.968,00 48.180,00 48.180,00<br />
92
8. Investimentos<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Máquinas, Equipamentos, Moveis e<br />
Utensílios<br />
Detalhamento e Especificações Quantidade<br />
Valor<br />
Unitário<br />
Valor a Ser<br />
Financiado<br />
Total<br />
Desnatadeira 65 l/h 1 5.870,00 5.688,45 5.870,00<br />
Batedeira 50 l/h 1 5.800,00 5.620,62 5.800,00<br />
Tanque de Salga 1 2.000,00 1.938,14 2.000,00<br />
Moldadeira de Mussarela 1 12.000,00 11.628,87 12.000,00<br />
Agitador Completo 1 730,00 707,42 730,00<br />
Mesa de Inox 1.90m x 0,90m x 0,70m 1 2.800,00 2.713,40 2.800,00<br />
Prensa de Bolinha 1 900,00 872,16 900,00<br />
Forma de Mussarela 50 7,50 374,77 375,00<br />
Iogurteira 1000 l/h 1 22.000,00 21.319,59 22.000,00<br />
Tacho p/ Doce de Leite Elétrico 1 10.000,00 9.690,72 10.000,00<br />
Seladora à Vácuo 1 8.000,00 7.752,58 8.000,00<br />
Seladora de Pote 1 4.500,00 4.360,82 4.500,00<br />
Caldeira 15 Kg 1 10.000,00 9.690,72 10.000,00<br />
Câmara Fria 2.5 x 2.5 x 3.0m 1 15.000,00 14.536,08 15.000,00<br />
Lavador de Botas 1 1.000,00 1.000,00 1.000,00<br />
Tanque de Fabricação de Mussarela 1 14.025,00 13.591,24 14.025,00<br />
Total - - 111.485,59 115.000,00<br />
Caminhão com Tanque Inox<br />
Total<br />
Veículos Detalhamento e Especificações Quantidade<br />
93<br />
Valor<br />
unitário<br />
Valor a Ser<br />
Financiado<br />
Total<br />
1 170.000,00 164.742,27 170.000,00<br />
1 170.000,00 164.742,27 170.000,00<br />
Totalizações Valores<br />
Total Geral do Projeto (considerando inclusive os investimentos já existentes) 385.000,00<br />
Valor Total do Financiamento (valor solicitado ao MDA + contrapartida da prefeitura) 285.000,00<br />
Contrapartida da Prefeitura 8.772,14<br />
Valor Solicitado ao MDA 276.227,86
9. Custos do Laticínio<br />
Custos fixos<br />
Detalhamento Unid<br />
Valor<br />
Unitário<br />
(1,00)<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07 Ano 08<br />
Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor<br />
Mão-de-obra Ano 9.200 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00<br />
Despesas<br />
Administrativas Unid 3.000<br />
Depreciação<br />
Manutenção<br />
Seguros<br />
Eventuais<br />
Subtotal<br />
Custos variáveis<br />
Detalhamento Unid<br />
Matéria Prima<br />
Mão de Obra<br />
Embalagens e<br />
Rótulos<br />
Sal<br />
Açúcar<br />
Energia trifásica<br />
Impostos<br />
Transporte<br />
Outros<br />
Subtotal<br />
TOTAL<br />
Valor<br />
Unitário<br />
-<br />
1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00<br />
49.040,40 0 43.380,81 0 37.721,21 0 32.061,62 0 26.402,02 0 20.742,42 0 15.082,83 0 9.423,23<br />
5.659,60 0 11.319,19 0 16.978,79 0 22.638,38 0 28.297,98 0 33.957,58 0 39.617,17 0 45.276,77<br />
2.500 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00<br />
0<br />
0<br />
0 0 0<br />
Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07 Ano 08<br />
Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor<br />
2.294.086,85<br />
2.294.086,85<br />
2.609.750,00<br />
2.609.750,00<br />
2.810.500,00<br />
0<br />
94<br />
2.810.500,00<br />
0<br />
3.011.250,00<br />
0<br />
0<br />
3.011.250,00<br />
9.200,00 2 18.400,00 2 18.400,00 2 20.931,81 2 20.931,81 2 22.541,95 2 22.541,95 3 24.152,09 3 24.152,09<br />
Unid 0,25 547.000 136.750,00 547.000 136.750,00 622.266 155.566,61 622.266 155.566,61 670.133 167.533,27 670.133 167.533,27 718.000 179.499,93 718.000 179.499,93<br />
Kg 0,40 400 160,00 400 160,00 455 182,02 455 182,02 490 196,02 490 196,02 525 210,02 525 210,02<br />
KG 1,60 600 960,00 600 960,00 683 1.092,09 683 1.092,09 735 1.176,10 735 1.176,10 788 1.260,11 788 1.260,11<br />
kW/h 0,33 6.000 1.980,00 6.000 1.980,00 6.826 2.252,45 6.826 2.252,45 7.351 2.425,71 7.351 2.425,71 7.876 2.598,98 7.876 2.598,98<br />
%<br />
% 5% 2.848.839 142.441,94 2.848.839 142.441,94 3.240.835 162.041,75 3.240.835 162.041,75 3.490.130 174.506,50 3.490.130 174.506,50 3.739.425 186.971,25 3.739.425 186.971,25<br />
%<br />
2.594.778,79<br />
2.737.778,79<br />
2.594.778,79<br />
2.737.778,79<br />
2.951.816,73<br />
3.094.816,73<br />
2.951.816,73<br />
3.094.816,73<br />
3.178.879,55<br />
3.321.879,55<br />
3.178.879,55<br />
3.321.879,55<br />
3.405.942,38<br />
3.548.942,38<br />
3.405.942,38<br />
3.548.942,38
10. Fluxo de caixa (Sem Retorno do Capital Investido)<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
Discriminação Ano 0 Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07<br />
Receita do Laticínio 2.848.838,76 2.848.838,76 3.240.835,00 3.240.835,00 3.490.130,00 3.490.130,00 3.739.425,00<br />
Custo do Laticínio 2.737.778,79 2.737.778,79 3.094.816,73 3.094.816,73 3.321.879,55 3.321.879,55 3.548.942,38<br />
Fluxo de Caixa Bruto 0,00 111.059,97 111.059,97 146.018,27 146.018,27 168.250,45 168.250,45 190.482,62<br />
Investimentos 276.227,86<br />
Fluxo de Caixa Líquido -276.227,86 111.059,97 111.059,97 146.018,27 146.018,27 168.250,45 168.250,45 190.482,62<br />
Taxa Interna de Retorno 45,39%<br />
Pay back 1,79<br />
Valor Atual 452.007,46<br />
Ponto de Equilíbrio 42,88%<br />
95
ANOTAÇÕES:<br />
Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />
96