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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

1


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

PRESIDENTE DA REPÚBLICA<br />

Dilma Vana Rousseff<br />

MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO<br />

Afonso Florence<br />

SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL<br />

Jerônimo Rodrigues Santos<br />

DELEGADO FEDERAL DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO<br />

Dieter Metzner<br />

ARTICULADORA REGIONAL SDT/MDA<br />

Éder Francisco Araújo<br />

ARTICULADOR ESTADUAL SDT/MDA<br />

Vitor Hugo Garbin<br />

ASSESSORA TÉCNICA TERRITORIAL DO ALTO PARAGUAI<br />

Vanessa de Souza Ribeiro<br />

CENTRO DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA - CTA<br />

Francisco Alexandre dos Santos<br />

INSTITUTO ACÁCIA DE AGRICULTURA FAMILIAR - IAAF<br />

Medson Janer da Silva<br />

PREFEITURA MUNICIPAL DE <strong>DIAMANTINO</strong><br />

Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente<br />

Stoessel dos Santos Filho<br />

PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTO PARAGUAI<br />

Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente<br />

Leandro Luiz Wandscheer<br />

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO CLARO<br />

Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente<br />

Jader José Borges da Silva<br />

Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER<br />

2


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

LISTA DE SIGLAS<br />

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />

AISI American Iron and Steel Institute<br />

APL Arranjo Produtivo Local<br />

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />

CONAB Companhia Nacional de abastecimento<br />

CIDES-AP Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do<br />

Alto do Rio Paraguai<br />

CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia<br />

CTA Associação Centro de Tecnologia Alternativa<br />

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio<br />

DRS Desenvolvimento Regional Sustentável<br />

EMPAER Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural<br />

FETAGRI Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura<br />

FIC Fundo de Investimento Coletivo<br />

IAAF <strong>Instituto</strong> <strong>Acácia</strong> de Agricultura Familiar<br />

IBGE <strong>Instituto</strong> Brasileiro de Geografia e Estatística<br />

IFET <strong>Instituto</strong> Federal de Ensino Tecnológico<br />

INCRA <strong>Instituto</strong> Nacional de Colonização e Reforma Agrária<br />

INDEA <strong>Instituto</strong> de Defesa Animal do Mato Grosso<br />

MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário<br />

PAA Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar<br />

PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar<br />

PGSE Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico<br />

PROINF Ação de Apoio à Infraestrutura e Serviços Territoriais<br />

PRONAT Programa Nacional de Desenvolvimento dos Territórios Rurais<br />

RIISPOA Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem<br />

Animal<br />

SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial<br />

SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas<br />

SEDRAF Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar do<br />

Mato Grosso<br />

SENAR Serviço Nacional de Aprendizado Rural<br />

SEPLAN Secretaria de Estado de Planejamento do Mato Grosso<br />

SIF Serviço de Inspeção Federal<br />

SISE Serviço de Inspeção Sanitária Estadual<br />

UNEMAT Universidade Estadual do Mato Grosso<br />

3


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1. Localização Geográfica. 16<br />

Figura 2. Mercados potenciais para o Leite e derivados. 28<br />

Figura 3. Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai 29<br />

Figura 4. Tamanho dos Mercados para o Leite e derivados (2011). 31<br />

Figura 5. Fluxograma do beneficiamento do Leite 36<br />

Figura 6. Fluxograma do Processo de Pasteurização do leite 37<br />

Figura 7. Fluxograma do Processo de Queijo Minas Frescal 39<br />

Figura 8. Fluxograma de Produção de Ricota 40<br />

Figura 9. Fluxograma de Produção de Iogurte 42<br />

Figura 10. Fluxograma de Produção de Bebida Láctea 43<br />

Figura 11. Fluxograma de Produção de Manteiga 45<br />

Figura 12. Balanço de massa de produção de manteiga em um dia normal de<br />

produção<br />

46<br />

Figura 13. Diagrama de Lodos Ativados de Fluxo Intermitente<br />

48<br />

Figura 14. Croqui do Laticínio 62<br />

Figura 15. Cadeia Produtiva do Leite e derivados 65<br />

Figura 16. Esquema do processo de gestão do Laticínio. 71<br />

Figura 17. Fluxograma da Cadeia Produtiva Cooperativada do Leite 77<br />

LISTA DE QUADROS<br />

Quadro 1. Mercados promissores para o Leite e derivados. 31<br />

Quadro 2. Resumo das Ações do Laticínio Caeté 72<br />

Quadro 3. Visão de Futuro do Laticínio 82<br />

Quadro 4. Principais atividades de apoio à produção e beneficiamento do Leite e<br />

derivados (2011/2021).<br />

83<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1. População estimada e residente dos municípios 17<br />

Tabela 2. Dados do rebanho Leiteiro dos municípios envolvidos no Laticínio Caeté 17<br />

Tabela 3. Produção programada do Laticínio (2011-2020) 19<br />

4


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

SUMÁRIO<br />

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 8<br />

1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PGSE DO LATICÍNIO CAETÉ .............................................. 10<br />

2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 10<br />

2.1 Geral ...................................................................................................................... 10<br />

2.2 Específicos ............................................................................................................. 11<br />

3. JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................... 12<br />

4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 14<br />

5. CARACTERIZAÇÃO DO LATICÍNIO ................................................................................ 16<br />

5.1 Descrição ............................................................................................................... 16<br />

5.2 Tipo de Atividade .................................................................................................. 18<br />

5.3 Recursos Disponíveis ............................................................................................. 18<br />

5.4 Dimensões do Laticínio ......................................................................................... 19<br />

6. AMBIENTE DO LATICÍNIO ............................................................................................ 20<br />

6.1 Interno .................................................................................................................. 20<br />

6.2. Ambiente Externo ................................................................................................ 25<br />

7. ASPECTOS DO MERCADO ........................................................................................... 28<br />

7.1 Projeções da Oferta .............................................................................................. 28<br />

7.2 Fluxos e Canais de Comercialização ...................................................................... 32<br />

8. ASPECTOS TÉCNICOS DE PRODUÇÃO ......................................................................... 34<br />

8.1 Coleta a granel ...................................................................................................... 34<br />

8.2 Descrição dos processos de produção .................................................................. 35<br />

8.2.1. Recepção de Leite ......................................................................................... 35<br />

8.2.2. Leite Pasteurizado para Consumo................................................................. 36<br />

8.2.3 Queijo Mussarela ........................................................................................... 37<br />

8.2.4. Queijo Minas Frescal ..................................................................................... 38<br />

8.2.6. Iogurte ............................................................................................................... 40<br />

8.2.7. Bebida Láctea ................................................................................................ 42<br />

5


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8.2.8 Manteiga ........................................................................................................ 43<br />

8.3. Aproveitamento e Tratamento de Resíduos ....................................................... 46<br />

8.4. Dimensionamento, localização e obras ............................................................... 48<br />

8.5. Equipamentos ...................................................................................................... 55<br />

8.6 O Laticínio ............................................................................................................. 61<br />

8.6.4 Inspeção sanitária e Certificação ....................................................................... 65<br />

8.6.5 Fluxograma da Cadeia Produtiva ....................................................................... 65<br />

9. EIXOS ESTRATÉGICOS DAS AÇÕES DO PGSE ............................................................... 66<br />

9.1 Organizacional ...................................................................................................... 66<br />

9.2 Institucional .......................................................................................................... 66<br />

9.3 Econômico ............................................................................................................. 67<br />

9.4 Tecnológico ........................................................................................................... 67<br />

9.5 Ambiental .............................................................................................................. 67<br />

10. PROJETOS .................................................................................................................. 68<br />

10.1 Projeto 1 – Ampliar as áreas de produção de capineiras volumosos e pastagens<br />

para reduzir os custos de produção e melhorar a renda dos produtores. ................. 68<br />

10.2 Projeto 2 - Capacitação dos Agricultores familiares que produzem leite .......... 68<br />

10.3 Projeto 3 – Melhoria da Infra-Estrutura da Entidade Gestora ........................... 69<br />

10.4 Projeto 4 – Assistência Técnica e Gerencial........................................................ 69<br />

10.5 Projeto 5 – Desenvolvimento de Estratégia de Comercialização ....................... 70<br />

11. ORGANIZAÇÃO GESTORA ......................................................................................... 71<br />

11.1 Identificação ........................................................................................................ 71<br />

11.2 Recursos Humanos.............................................................................................. 72<br />

11.3 Experiência .......................................................................................................... 73<br />

11.4 Estratégias de Financiamento ............................................................................. 74<br />

12. ASSESSORIA TÉCNICA ............................................................................................... 75<br />

12.1 Assessoramento de Caráter Geral ...................................................................... 75<br />

12.2 Assessoramento de Caráter Especializado ......................................................... 75<br />

13. FONTES DE FINANCIAMENTO ................................................................................... 76<br />

6


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

14. MODELO DE GESTÃO COOPERATIVADA ................................................................... 77<br />

15.1 Estrutura Organizacional .................................................................................... 77<br />

15.2 Procedimentos Administrativos.......................................................................... 78<br />

15.3 Instrumentos de Controle ................................................................................... 79<br />

15.4 Distribuição dos Resultados ................................................................................ 79<br />

15.5 Fundo de Recuperação ....................................................................................... 79<br />

16. ANÁLISE DA VIABILIDADE SOCIOECONÔMICA E SOCIAL .......................................... 80<br />

16.1 Análise dos Custos .............................................................................................. 80<br />

16.2 Receitas Totais .................................................................................................... 80<br />

16.3 Balanço de Receitas e Custos do negócio ........................................................... 80<br />

16.4 Renda líquida mensal dos beneficiários ............................................................. 80<br />

16.5 Renda líquida mínima mensal por beneficiário .................................................. 80<br />

17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................................................. 81<br />

17.1 Fluxo de Execução das principais atividades de apoio à produção e<br />

beneficiamento do leite (2011/2021). ........................................................................ 81<br />

18. LISTA DE BENEFICIÁRIOS ........................................................................................... 84<br />

19. ANEXOS ..................................................................................................................... 86<br />

Anexo I. ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA ........................................................ 86<br />

7


APRESENTAÇÃO<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

O Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico (PGSE) do Laticínio Caeté é um<br />

dos 04 (quatro) empreendimentos associativos familiares, nos quais a elaboração e a<br />

implementação do PGSE foram assessoradas pelo <strong>Instituto</strong> <strong>Acácia</strong> de Agricultura<br />

Familiar (IAAF), através do contrato com a Associação de Tecnologias Alternativa<br />

(CTA).<br />

O PGSE representa o planejamento estratégico do empreendimento, ou seja,<br />

apresenta de maneira organizada todo o Laticínio e sua base produtiva de maneira a<br />

responder questões como: origem da matéria prima, processo produtivo do Laticínio,<br />

custos de produção, lucratividade, mercado consumidor, dentre outras inúmeras<br />

questões de relevância e determinantes para o sucesso ou fracasso deste<br />

empreendimento associativo.<br />

O PGSE apresentado neste documento foi fruto, portanto, de um trabalho que<br />

contou com a efetiva participação dos agricultores e agricultoras familiares<br />

diretamente interessados, desde a discussão dos conceitos básicos e dos<br />

procedimentos metodológicos, até a realização das reuniões e pesquisas de campo<br />

para a definição das prioridades, desenho dos eixos estratégicos e elaboração dos<br />

projetos produtivos.<br />

A produção de leite e seus derivados é uma atividade de grande relevância<br />

para a agricultura familiar, possui um mercado que requer um produto saudável com<br />

características superiores. Portanto, o modelo de gestão prevê uma cooperativa como<br />

unidade gestora do empreendimento, no nível estratégico, onde é realizado o<br />

beneficiamento e a comercialização do leite e seus derivados. O leite “in natura” será<br />

fornecido pelos agricultores familiares organizados em associações, grupos informais<br />

ou individualmente, porém integrados numa rede, através da cooperativa, conforme<br />

mostra o fluxograma adiante apresentado.<br />

Na região de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, a produção de<br />

leite é uma atividade presente praticamente na totalidade das comunidades rurais,<br />

sejam Projetos de Assentamentos (PA) ou comunidades tradicionais (quilombolas,<br />

8


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

indígenas). A base deste empreendimento serão os agricultores e agricultoras<br />

familiares do PA Caeté em Diamantino; Comunidades Santo Antônio, Fazenda Velha,<br />

Campo de Aviação, São Pedro, Assombrado, Chácara da Vovó, Chácara Boa Esperança<br />

e XV de novembro em Alto Paraguai; e do PA Santana da água Limpa em São José do<br />

Rio Claro. A produção deste público beneficiário tem comprovada viabilidade<br />

produtiva.<br />

A produção existente é na sua maioria comercializada in natura para<br />

atravessadores, muito pouco para o consumidor final devido à fiscalização sanitária.<br />

Diante desses principais entraves, considerando a necessidade de verticalizar a<br />

produção praticando o beneficiamento e a conservação adequados, ou seja, em<br />

atendimento aos padrões exigidos pela legislação sanitária brasileira para a produção e<br />

agroindustrialização do leite e seus derivados é que se propõem a consolidação do<br />

Laticínio Caeté para atender os agricultores familiares da região em questão.<br />

Os produtos oriundos do Laticínio serão o leite pasteurizado e embalado,<br />

queijo frescal tipo minas, queijo tipo mussarela, manteiga, iogurte, ricota, bebida<br />

láctea, doce de leite e manteiga, que deverá ser comercializado para supermercados,<br />

comércios similares, alimentação e para os Programas de Aquisição de Alimentos<br />

(PAA) e da alimentação escolar (PNAE). Além disso, como mercado consumidor<br />

também pode ser explorado o mercado estadual na região metropolitana da capital do<br />

estado. A gestão do Laticínio deve ser realizada através de uma cooperativa formada<br />

pelos agricultores familiares inseridos no projeto. Objetiva-se com a complementação<br />

e operação do Laticínio um beneficiamento de 2.000litros/hora, para atendimento a<br />

agricultores familiares dos municípios de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio<br />

Claro, todos no âmbito do Território do Alto do Rio Paraguai.<br />

9


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PGSE DO LATICÍNIO CAETÉ<br />

A escolha do leite como uma das principais cadeias de produção da<br />

agricultura familiar estabelecida no Território tem como base o fato deste produto ser<br />

um dos mais importantes na composição da renda familiar e também pelo fato da<br />

bacia leiteira se encontrar em franco desenvolvimento no Território.<br />

Diante dessas colocações, a questão básica estabelecida para este estudo é a<br />

seguinte: a produção de leite e o seu beneficiamento em Laticínio próprio constituem<br />

uma alternativa de investimentos para os agricultores familiares?<br />

2. OBJETIVOS<br />

2.1 Geral<br />

No âmbito geral, um PGSE, tendo como alicerce agricultores e agricultoras<br />

familiares têm o objetivo de se constituir em uma ferramenta, construída pelo grupo e<br />

para o grupo, como forma de auxiliar a reflexão e o conhecimento do mesmo em<br />

relação ao seu Laticínio, servindo, desta forma, como base para o planejamento de<br />

atividades e a tomada de decisões coletiva e planejada. Secundariamente, o PGSE<br />

objetiva transformar-se em um instrumento para viabilizar a captação/formação de<br />

recursos financeiros, humanos e tecnológicos necessários ao desenvolvimento<br />

sustentável do Laticínio.<br />

Para o <strong>Instituto</strong> <strong>Acácia</strong> de Agricultura Familiar (IAAF) e para a Associação<br />

Centro de Tecnologia Alternativa (CTA), o PGSE deve Identificar as principais<br />

necessidades de informações nos processos de produção da matéria-prima (fase<br />

primária), complementação, consolidação e operação do Laticínio (fase secundária) e<br />

de comercialização da produção (fase terciária) oriunda do Laticínio cuja produção<br />

esteja voltada para se transformar em uma alternativa econômica através do<br />

empreendimento, incrementando assim a renda familiar dos beneficiários.<br />

10


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

2.2 Específicos<br />

Um PGSE durante a sua elaboração poderá se desdobrar em vários objetivos<br />

específicos. Porém, alguns são quase que obrigatórios a fazer parte da estrutura de um<br />

PGSE:<br />

a) Constituir-se em uma ferramenta ou instrumento que sirva de rumo para as<br />

ações socioeconômicas, culturais e ambientais do Laticínio;<br />

b) Viabilizar formas para que o grupo envolvido consiga dialogar internamente<br />

e com seus parceiros e apoiadores;<br />

c) Criar e servir-se de condições para que o grupo ganhe visibilidade a partir<br />

da implementação das ações planejadas.<br />

d) Servir ainda de parâmetro e referencial para avaliações futuras por parte<br />

do grupo envolvido.<br />

11


3. JUSTIFICATIVAS<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

A experiência vem demonstrando a possibilidade de existir três tipos de<br />

situações para as quais são elaborados os PGSE associativos:<br />

a) Um conjunto de comunidades rurais onde uma organização associativa<br />

(associação, cooperativa, consórcio ou outro tipo) implementa um ou mais laticínio.<br />

Nesses casos, o PGSE tem como foco a própria Comunidade e a Organização<br />

Associativa;<br />

b) Uma Cooperativa, em geral, dedicando-se à Comercialização, atua como<br />

“âncora” de uma rede de entidades, em geral associações de agricultores familiares.<br />

Este caso é um daqueles em que o PGSE focaliza a Cooperativa, porém levando em<br />

conta sua articulação com os grupos que formam a Rede;<br />

c) Um Laticínio, gerenciado e operado por um grupo de agricultores e<br />

agricultoras familiares, que constituem uma parcela da comunidade. Nesses casos,<br />

parte do patrimônio fixo e semifixo pertence a um gestor público (municipal ou<br />

estadual) que disponibiliza para uma organização associativa mediante termo de<br />

concessão de uso.<br />

O PGSE aqui apresentado só se aplica integralmente a este último caso, não<br />

sendo adequado aos dois primeiros, para os quais se recomenda outras metodologias<br />

e roteiros.<br />

Os aspectos que justificam a realização do PGSE do Laticínio Caeté são:<br />

a) Viabilidade Operacional do Laticínio:<br />

( i ) Disponibilidade de matéria prima, tanto nas próprias comunidades quanto<br />

nas vizinhanças, bem como a viabilidade de obtê-la de forma satisfatória (técnica e<br />

economicamente);<br />

( ii ) Disponibilidade de trabalhadores qualificados (ou com possibilidades<br />

concretas de qualificação em curto prazo), os quais deverão ser membros das famílias<br />

da comunidade local.<br />

( iii ) Inexistência de sérios conflitos na comunidade, que possam<br />

comprometer o bom funcionamento do Laticínio associativo;<br />

12


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

( iv ) Existência de recursos disponibilizados pelo PROINF 2010 para a<br />

complementação do Laticínio Caeté e a não exigência de grandes investimentos<br />

individuais, que estejam acima dos limites de cada família beneficiada e que só possam<br />

ser concretizados em prazos mais longos.<br />

b) Viabilidade socioeconômico-financeira do Laticínio, demonstrada através<br />

de uma avaliação preliminar que verificou que a renda bruta a ser obtida será<br />

suficiente para:<br />

( i ) pagar os custos operacionais (fixos e variáveis);<br />

( ii ) renumerar os trabalhadores com pelo menos um salário mínimo por 22<br />

dias/mês de trabalho de 8 horas/dia;<br />

( iii ) Recuperar os investimentos fixos e semi-fixos 1 ;<br />

( iv ) Deixar uma reserva para atender a situações imprevistas;<br />

c) Abrangência intermunicipal, pois o Laticínio beneficiará um maior número<br />

possível de municípios que viabilizarão o empreendimento (Diamantino, Alto Paraguai<br />

e São José do Rio Claro) e os demais que compõem o Território do Alto Paraguai;<br />

d) Possibilidades concretas de inserção adequada nos mercados para os<br />

produtos oriundos e resultantes do Laticínio.<br />

1 Considerando o prazo de 10 (dez) anos, o qual se compatibiliza com o prazo de pagamento dos<br />

créditos Investimentos do PRONAF.<br />

13


4. METODOLOGIA<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

O PGSE será realizado em diferentes fases:<br />

Fase I – A Sistematização das Informações Básicas Sobre o Laticínio: Será feita<br />

pelo Supervisor (Medson Janer Da Silva) e Técnicos de Campos (Prefeituras e EMPAER),<br />

com apoio de especialista no Laticínio, os quais dividirão responsabilidade nos<br />

trabalhos de coleta, tratamento e organização das informações técnicas e financeiras<br />

que servirão de base para a construção do PGSE. Entre tais informações sobressaem,<br />

como de maior importância, as seguintes:<br />

a) Descrição da estrutura física do Laticínio já existente e os equipamentos e<br />

veículo a serem adquiridos pela Prefeitura de Diamantino;<br />

b) Disponibilidade de matéria prima nos locais (Comunidade-sede do Laticínio<br />

e municípios beneficiados: Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro);<br />

de produção;<br />

processo;<br />

c) Parâmetros operacionais (rendimentos) em cada uma das etapas do fluxo<br />

d) Perfil quantitativo e qualitativo dos produtos a serem obtidos no final do<br />

e) Trabalhadores necessários (idealmente) para cada etapa, em relação à<br />

Unidade de Medida da Produção;<br />

f) Custos unitários dos bens, serviços e custos financeiros, considerando todos<br />

os itens de despesas inerentes ao Laticínio;<br />

praticados;<br />

incrementado;<br />

g) Possibilidades de mercado para os produtos e preços atualmente<br />

h) Informações gerais sobre a legislação aplicada ao Laticínio a ser<br />

i) Principais Fontes de Recursos que poderão financiar a cadeia produtiva do<br />

leite (Investimentos aos agricultores na produção de leite, capital de giro e custeio de<br />

atividades de apoio) e suas principais características.<br />

14


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Fase II – Elaboração coletiva do PGSE: Será um trabalho de construção<br />

coletiva, envolvendo diretamente técnicos de campo e os grupos de trabalhadores nos<br />

Laticínios, com o apoio eventual do Supervisor e do Especialista. Serão realizadas<br />

reuniões de todo o grupo, a fim de obter respostas coletivas às questões relativas à<br />

construção do PGSE, seguidas de trabalhos de campo e de escritório a serem<br />

realizados pela equipe técnica (com ou sem apoio do supervisor e do especialista),<br />

onde serão analisadas e sistematizadas as respostas da reunião anterior e do<br />

diagnóstico rápido participativo e também preparadas as orientações técnicas para os<br />

eventos seguintes.<br />

As atividades que levarão à análise coletiva e respostas a essas questões,<br />

estão sugeridas a seguir:<br />

a) 1º Encontro com o grupo composto do proponente, assistência técnica e<br />

dos representantes dos beneficiários (Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais<br />

da Gleba Caeté, Cooperativa e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais) realizado de 06 a<br />

07 de abril de 2011 em Diamantino/MT;<br />

b) Intervalo entre o 1º e o 2º Encontro;<br />

c) 2º Encontro com o grupo de beneficiários e mais os presentes no 1º<br />

Encontro, realizado nos dias 19 e 20 de junho de 2011 na sede do Laticínio no PA Caeté<br />

em Diamantino;<br />

d) Intervalo entre o 2º e 3º encontro: aplicação de diagnóstico municipal<br />

juntos aos beneficiários iniciais do Laticínio;<br />

e) 3º Encontro com o grupo: discussão das ações estratégicas, realizada nos<br />

dias 3 e 4 de agosto de 2011 em Diamantino;<br />

Gestão.<br />

f) 4º Encontro com o grupo: Para a apresentação e validação do Plano de<br />

15


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

5. CARACTERIZAÇÃO DO LATICÍNIO<br />

5.1 Descrição<br />

O Laticínio está implantado no município de Diamantino em terreno público<br />

(INCRA) localizado no PA Caeté, BR-364, Km 602, Gleba Caeté, Margem esquerda no<br />

sentido Diamantino/Cuiabá. Atenderá agricultores familiares dos municípios de<br />

Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, que trabalham com produção de<br />

leite em regime familiar.<br />

De acordo com estimativa do IBGE do ano de 2009, a região de Diamantino,<br />

Alto Paraguai e São José do Rio Claro, apresenta uma população de aproximada de<br />

47.000 habitantes.<br />

Figura 1. Localização Geográfica.<br />

Faz parte da mesorregião norte mato-grossense e microrregião, ainda integra<br />

o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Alto do Rio<br />

Paraguai. Na região, a atividade proposta apresenta ambiente favorável ao seu<br />

desenvolvimento, como: boas condições climáticas, agricultores familiares atuando na<br />

atividade, mão-de-obra e mercado consumidor para absorver a produção.<br />

O desenvolvimento da atividade está prejudicado em função da precariedade<br />

da estrutura de beneficiamento da produção disponível, inviabilizando a diversificação<br />

16


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

dos produtos derivados do leite, além da ausência de um veículo de transporte<br />

adequado da matéria-prima e da produção do Laticínio que permita a comercialização<br />

do produto com conseqüente agregação de renda à produção.<br />

Tabela 1. População estimada e residente dos municípios<br />

Municípios<br />

População (hab.)<br />

Total<br />

População Residente (hab.)<br />

Urbana Rural<br />

Diamantino 20.341 15.895 4.446<br />

Alto Paraguai 10.066 6.383 3.683<br />

São José do Rio Claro 17.124 13.168 3.956<br />

TOTAL<br />

Fonte: ¹ IBGE 2010.<br />

47.531 35.446 12.085<br />

Segundo estimativa do IBGE (2008), a região dos municípios de Diamantino,<br />

Alto Paraguai e São José do Rio Claro, apresenta um rebanho leiteiro de<br />

aproximadamente 4.571 cabeças, representando um baixo potencial produtivo<br />

regional. Além disso, voltando ao aspecto do mercado consumidor, a região apresenta<br />

uma localização geográfica privilegiada ao redor de 200 km da região metropolitana de<br />

Cuiabá com seus aproximados 700 mil habitantes representando um mercado em<br />

potencial.<br />

Tabela 2. Dados do rebanho Leiteiro dos municípios envolvidos no Laticínio Caeté.<br />

Especificações<br />

Diamantino<br />

Municípios<br />

Alto<br />

Paraguai<br />

São José<br />

do Rio<br />

Claro<br />

Nº de estabelecimentos agropecuários que produziram leite no ano 206 90 203 499<br />

Vacas ordenhadas no ano nos estabelecimentos agropecuários 1.458 907 2.186 4.551<br />

Quantidade produzida de leite de vaca no ano nos estabelecimentos<br />

agropecuários (mil litros)<br />

Valor da produção de leite de vaca no ano nos estabelecimentos<br />

agropecuários (mil reais)<br />

Quantidade produzida de leite de vaca cru beneficiado no ano nos<br />

estabelecimentos agropecuários (mil litros)<br />

Número de estabelecimentos agropecuários que venderam leite<br />

pasteurizado no ano (unidades)<br />

Quantidade vendida no ano de leite de vaca pasteurizado nos<br />

estabelecimentos agropecuários (mil litros)<br />

Valor da venda no ano de leite de vaca pasteurizado nos<br />

estabelecimentos agropecuários (mil reais)<br />

Número de estabelecimentos agropecuários que venderam leite cru<br />

no ano (unidades)<br />

Quantidade vendida no ano de leite de vaca cru nos<br />

estabelecimentos agropecuários (mil litros)<br />

Valor da venda no ano de leite de vaca cru nos estabelecimentos<br />

agropecuários (mil reais)<br />

Fonte: IBGE 2008<br />

Total<br />

1.892 1.010 3.116 6.018<br />

922 423 1.905 3.250<br />

163 153 45 361<br />

1 - - 1<br />

25 - - 25<br />

25 - - 25<br />

149 66 151 366<br />

1.561 816 2.942 5.319<br />

774 332 1.835 2.941<br />

17


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Com base nos dados da Tabela 2, chegam-se as seguintes constatações:<br />

a) O tamanho do rebanho dos 3 municípios era de 4.551 Vacas, sendo 32% em<br />

Diamantino, 20% em Alto Paraguai e 40% em São José do Rio Claro;<br />

b) A produtividade média foi de 6,3 litros/vaca no plantel de Diamantino, 7,0<br />

litros/vaca em São José do Rio Claro e 12,4 litros/vaca em Alto Paraguai;<br />

c) A média de animais/propriedade era de 7 vacas em Diamantino, 10 vacas<br />

em São José do Rio Claro e 11 vacas em Alto Paraguai;<br />

d) A percentagem média de estabelecimentos que venderam leite cru em<br />

relação aos que produziram leite foi de 73%;<br />

e) Constatou-se a presença de somente um estabelecimento que vendeu leite<br />

pasteurizado, no caso em Diamantino;<br />

f) A renda média mensal bruta de cada propriedade produtora de leite que<br />

comercializou sua produção foi de R$ 432,00 para Diamantino, R$ 1.010,00 para São<br />

José do Rio Claro e de R$ 420,00 para Alto Paraguai.<br />

5.2 Tipo de Atividade<br />

O Laticínio proposto trata-se de uma agroindústria para beneficiar leite e seus<br />

derivados, com capacidade operativa de 2.000 (dois mil) litros/hora.<br />

5.3 Recursos Disponíveis<br />

O Custo total dos equipamentos e do caminhão para o Laticínio está orçado<br />

em R$ 285.000,00 (duzentos e oitenta e cinco mil reais) sendo disponibilizado através<br />

da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério de Desenvolvimento<br />

Agrário (MDA) o valor de R$ 276.227,86 (duzentos e setenta e seis mil, duzentos e<br />

vinte e sete reais e oitenta e seis centavos), e R$ 8.772,14 (oito mil, setecentos e<br />

setenta e dois reais e quatorze centavos) como contrapartida da Prefeitura Municipal<br />

de Diamantino, Mato Grosso.<br />

18


Descrição<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

5.4 Dimensões do Laticínio<br />

Tabela 3. Produção programada do Laticínio Caeté (2011-2020)<br />

PRODUÇÃO ANUAL ESPERADA<br />

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020<br />

Leite¹ 1.251 1.251 1.423 1.423 1.533 1.533 1.642 1.642 1.750 1.750<br />

Queijo<br />

Minas<br />

Frescal²<br />

Queijo<br />

Mussarela²<br />

33.369 33.369 37.960 37.960 40.880 40.880 43.800 43.800 33.369 33.369<br />

104.277 104.277 118.625<br />

118.62<br />

5<br />

127.750 127.750 136.875 136.875 104.277 104.277<br />

Iogurte³ 7.540 7.540 42.705 42.705 45.990 45.990 49.275 49.275 37.540 37.540<br />

Ricota² 6.257 6.257 7.118 7.118 7.665 7.665 8.213 8.213 6.257 6.257<br />

Bebida<br />

Láctea³<br />

Doce De<br />

Leite²<br />

27.112 27.112 30.843 30.843 33.215 33.215 35.588 35.588 27.112 27.112<br />

8.342 8.342 9.490 9.490 10.220 10.220 10.950 10.950 8.342 8.342<br />

Manteiga² 16.684 16.684 18.980 18.980 20.440 20.440 21.900 21.900 16.684 16.684<br />

¹ Pasteurizado ( x 1.000) ² Kg ³Litros<br />

Fonte: Planilhas de Análise de Viabilidade Econômica<br />

19


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

6. AMBIENTE DO LATICÍNIO<br />

6.1 Interno<br />

6.1.1 Localização, área, altitude da sede, distâncias e limites<br />

O município de Diamantino encontra-se na Mesorregião Norte mato-<br />

grossense, distante 199 km da capital - Cuiabá. Possui uma área territorial de<br />

8.230,056km². (Fonte: IBGE, 2010).<br />

O município é vizinho ao norte de São José do Rio Claro, Nova Maringá e Nova<br />

Mutum; ao sul, têm-se Alto Paraguai, Nortelândia e Nova Marilândia; a leste, Nobres e<br />

a oeste Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis.<br />

6.1.2 Clima<br />

Tropical sub-úmido com 5 meses de seca, de maio a setembro. Precipitação<br />

anual de 1.750mm, com intensidade máxima em janeiro, fevereiro e março.<br />

Temperatura média anual de 24°C. Maior máxima 38°C, e menor 0°C.<br />

A umidade relativa de ar pode chegar a valores extremos, 90 a 98% no período<br />

de chuva e 5 a 25% no período de seca.<br />

6.1.3 Formação Vegetal<br />

A região apresenta formações vegetais, de cerrados, de mata tropical dos<br />

cocais, dos campos cerrados e das matas de transição. A vegetação predominante é de<br />

mata, em torno de 60%, seguida pelos campos cerrados 30% e, cerrados 10%, sendo<br />

que as matas mesofíticas aparecem em terra firme e terrenos periodicamente<br />

inundados.<br />

6.1.4 Solos (Pedologia)<br />

Ocorrem variados tipos de solo na região, dentre os quais: Neossolos (areias<br />

quartzosas), Latossolos, Gleyssolos húmicos e pouco húmicos, Cambissolos e<br />

Afloramentos rochosos. Na região podem ser caracterizados de forma geral como<br />

solos de média a alta fertilidade natural, apresentam acidez moderada e teores<br />

razoáveis de alumínio trocável; em grande parte dos solos (de 50 a 60%) são de textura<br />

III sendo apenas 5% de textura I. São propícios aos cultivos perenes como<br />

20


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

(seringueiras, fruticultura de clima tropical em geral) e formação de pastagens, e na<br />

grande maioria são aptos a mecanização agrícola.<br />

6.1.5 Relevo<br />

Em termos gerais o relevo caracteriza-se por apresentar de grandes extensões<br />

de planícies a relevo levemente ondulado.<br />

6.1.6 Aspectos Geológicos e Geomorfológicos<br />

A área está compreendida no médio norte do estado de Mato Grosso ao sul<br />

do Cráton Amazônico. Forma da por coberturas não dobradas do Fanerozóico, Bacia<br />

Mesozóica do Parecis e Bacia Quaternária do Xingu. Sua área abrange parte do<br />

Planalto do Parecis, Baixada do Paraguai e calha do Rio Paraguai.<br />

o rio Paraguai.<br />

6.1.7 Recursos Hídricos<br />

Pertence às Grandes Bacias do Prata e Amazonas, sendo a região onde nasce<br />

6.1.8 Disponibilidade de transporte<br />

A área de abrangência do Laticínio é servida por diversas rodovias estaduais,<br />

dentre elas destacam-se a MT-010, MT-040 e a MT-251/020. AS BR-364/BR163/BR 070<br />

ligam o município de Diamantino à Cuiabá, sendo estas, rodovias asfaltadas e<br />

transitáveis durante todo o ano. Por intermédio dessas rodovias os municípios de<br />

Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Paraguai têm acesso, aos mercados da região<br />

metropolitana de Cuiabá, composta por Cuiabá, Várzea Grande e mais 11 municípios<br />

da Baixada Cuiabana. Chega também ao Aeroporto Internacional Mal. Cândido<br />

Rondon. O sistema de transporte coletivo facilita o acesso aos municípios da área do<br />

Laticínio. O transporte intermunicipal se dá através de ônibus, cujas linhas regulares<br />

ligam Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Paraguai às regiões do Médio Norte e<br />

ao Noroeste de Mato Grosso.<br />

21


6.1.9 Energia<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

O município de Diamantino dispõe de fornecimento de energia elétrica trifásica<br />

de alta e baixa tensão nas residências e na Unidade de Beneficiamento do leite. Os<br />

assentamentos envolvidos possuem energia elétrica mono e bifásica através do<br />

Programa Luz para Todos.<br />

6.1.10 Mão-de-obra<br />

A mão-de-obra utilizada na produção primária é fundamentalmente de<br />

natureza familiar, já que um dos principais problemas nos assentamentos do estado do<br />

Mato Grosso é a insuficiência de oportunidades de trabalho, tanto para a população<br />

adulta, quanto para os jovens que anualmente buscam alternativas de ocupação como<br />

trabalhadores autônomos ou como assalariados fora dos assentamentos. A oferta de<br />

mão-de-obra é abundante, o que contribui para o achatamento do nível salarial que se<br />

apresenta significativamente reduzido (como em toda a região), o que poderá<br />

contribui para a redução dos custos de produção e funcionamento do Laticínio. Além<br />

disso, a mão de obra se encontra capacitada para desenvolver a atividade avícola nos<br />

municípios de Diamantino, São José do Rio Claro e Alto Paraguai.<br />

A operacionalização do Laticínio será feita por pessoal contratado pela<br />

Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté, e que deverá receber<br />

capacitação adequada de maneira a possibilitar um efetivo funcionamento do<br />

Laticínio.<br />

6.1.11 Ambiente institucional<br />

O ambiente institucional é bastante favorável, pois além da Associação das<br />

Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté há inúmeras associações comunitárias,<br />

cooperativas e Sindicato dos Trabalhadores Rurais existentes nos três municípios. O<br />

Laticínio manterá parcerias com diversas instituições, entre as quais podemos<br />

destacar: SECITEC, SEBRAE; UNEMAT; EMPAER; FETAGRI, CONAB; IAAF, SEDRAF, CIDES-<br />

AP e outros.<br />

22


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

6.1.12 Instrumentos de políticas públicas de apoio ao Laticínio<br />

A consolidação da cadeia produtiva do Leite na região de Diamantino, Alto<br />

Paraguai e São José do Rio Claro, deve necessariamente passar pela implementação<br />

das políticas públicas governamentais de fortalecimento da atividade rural familiar<br />

hoje disponíveis, dentre as quais: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura<br />

Familiar (PRONAF); Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) e apoios<br />

institucionais como do Consórcio Intermunicipal do Alto do Rio Paraguai e das<br />

Prefeituras Municipais no âmbito do projeto.<br />

6.1.13 Potencialidades na visão dos trabalhadores<br />

A comercialização pode ser feita diretamente a estabelecimentos comerciais<br />

ou mesmo explorar os programas de comercialização instituídos pelo Governo, dentre<br />

os quais o Programa de Aquisição de Alimento (PAA) e “Alimentação Escolar” (PNAE)<br />

das redes estadual e municipal de ensino. Considerando que o leite e seus derivados<br />

produzidos pela agricultura familiar se tratam de produtos diferenciados, quando<br />

adequadamente processado, em obediência aos padrões sanitários legais, vislumbra-<br />

se um mercado potencial satisfatório para os produtos. Assim, inicialmente o produto<br />

deverá ser comercializado no mercado institucional e depois nos locais dos municípios<br />

de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, tendo em vista a localização do<br />

Laticínio e seus objetivos.<br />

De acordo com análise da realidade da atividade leiteira desenvolvida pela<br />

agricultura familiar da região, verifica-se uma promissora cadeia produtiva local o que<br />

dá indicativos de viabilidade para a implantação de um Laticínio. Dessa maneira deve-<br />

se considerar:<br />

i. Existência de programas institucionais de aquisição de produtos da<br />

agricultura familiar, como: Programa de Aquisição de Alimentos/CONAB,<br />

Programa Nacional de Alimentação Escolar (Rede Água disponível e de<br />

boa qualidade;<br />

ii. Proximidade entre os três municípios com o Laticínio Caeté;<br />

iii. Produtores disponíveis e interessados;<br />

iv. Produção da matéria-prima pelos agricultores familiares – leite;<br />

v. Aptidão da região para a criação de gado leiteiro;<br />

23


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

vi. Boa qualidade do rebanho bovino;<br />

vii. Disponibilidade de mão-de-obra familiar;<br />

viii. Unidade de beneficiamento de leite instalada, embora incompleta;<br />

ix. Distribuição e valorização do produto no mercado;<br />

x. Localização dos municípios integrados a uma boa malha viária – BR e MT;<br />

xi. Solos férteis para produção de forragem e capineiras;<br />

xii. A cadeia produtiva do leite é uma das atividades a ser fomentada pelo<br />

CIDES-AP;<br />

xiii. Viabilidade para parcerias com entidades como: SECITEC, Universidade<br />

Estadual, Empresa de Assistência Técnica Publica Estadual, Prefeituras<br />

Municipais, SEBRAE, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social do Alto do Rio Paraguai e MDA que podem vir a<br />

prestar apoio e assessoria técnica e gerencial ao Laticínio;<br />

xiv. População dos três municípios de cerca de 47.000 habitantes apta para<br />

consumir produtos da unidade de beneficiamento do leite;<br />

xv. Proximidade com a região metropolitana da capital do estado visualizado<br />

no maior potencial de mercado consumidor para o produto<br />

xvi. Disponibilidade de crédito;<br />

xvii. Produtores familiares com boa produção de leite.<br />

6.1.14 Problemas na visão dos trabalhadores<br />

Verifica-se também uma série de problemas que podem representar entraves<br />

para o efetivo funcionamento do Laticínio e que demanda atenção especial, buscando<br />

a minimização dos seus efeitos evitando a inviabilização do Laticínio, dentre eles:<br />

i. Ordenha inadequada;<br />

ii. Produtores pouco organizados;<br />

iii. Falta de definição da marca e registro;<br />

iv. Falta da licença do SISE para operação do Laticínio;<br />

v. Dificuldade de acesso ao crédito;<br />

vi. Estrutura fundiária irregulares, com falta de titulação;<br />

vii. Área das propriedades dos agricultores familiares insuficiente;<br />

viii. Falta de definição da cota leite a ser fornecido pelos produtores;<br />

24


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

ix. Não atendimento à Normativa 51 do MAPA que exige que as instalações<br />

das ordenhas tenham boas condições de higiene para reduzir as bactérias<br />

do leite e para melhorar a qualidade do produto;<br />

x. Falta de cadastro dos produtores que vão fornecer leite para o Laticínio<br />

Caeté;<br />

xi. Ineficiência na assistência técnica, especialmente na parte veterinária;<br />

xii. Falta de capital de giro;<br />

xiii. Necessidade de capacitação na gestão da propriedade, produção, manejo<br />

do rebanho, ordenha, armazenamento;<br />

xiv. Falta de renovação do rebanho;<br />

xv. Baixa qualidade do rebanho;<br />

xvi. Concorrência com os atravessadores e outras usinas de leite;<br />

xvii. Logística de coleta e distribuição do leite e seus derivados.<br />

xviii. Falta de organização formal dos agricultores familiares;<br />

xix. Falta de um Laticínio legalizado e com condições de além de pasteurizar,<br />

beneficiar a produção existente em múltilos derivados do leite.<br />

6.2. Ambiente Externo<br />

6.2.1. Oportunidades<br />

i. Disponibilidade de acesso ao crédito (PRONAF);<br />

ii. Trabalho em sistema de Cooperativa;<br />

iii. Existência de programas como o Desenvolvimento Rural Sustentável, que<br />

podem fomentar a atividade e o Programa Balde Cheio;<br />

iv. Programas institucionais de comercialização através do PAA e PNAE;<br />

v. Existência de Instituições de Ensino e Pesquisa, como a SECITEC, IFET e<br />

UNEMAT;<br />

vi. Viabilidade de parcerias com entidades como: SECITEC, SEBRAE, Empresa<br />

Estadual de Pesquisa Agropecuária, para prestação de apoio técnico-<br />

gerencial da atividade;<br />

vii. Viabilidade de redução de custos de produção adotando medidas como<br />

produção local de alimentação suplementar e silagem;<br />

viii. Apoio institucional: MDA e o CIDES-AP.<br />

25


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

6.2.2 Ameaças<br />

i. Desmobilização dos agricultores familiares em função de dificuldades<br />

enfrentadas (inadimplência ao crédito e rigor da inspeção sanitária);<br />

ii. Falta de profissionalismo na condução do Laticínio;<br />

iii. Sazonalidade dos preços diante dos altos e baixos do mercado e do<br />

sistema de produção na estação seca;<br />

iv. Elevação dos custos de produção;<br />

v. Não cumprimento dos compromissos com os fornecedores, agricultores<br />

familiares e demais;<br />

vi. Envolvimento político com a Associação;<br />

vii. Extinção de programas governamentais de compra de produtos da<br />

agricultura familiar;<br />

viii. Baixa inserção do produto similar no mercado local (leite pasteurizado<br />

ensacado)<br />

ix. Concorrência com os atravessadores e usinas de beneficiamento leite;<br />

x. Atraso no pagamento do leite.<br />

6.2.3 Soluções Indicadas<br />

i. Transformação do caráter jurídico da Associação das Mulheres<br />

Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté com a criação de uma Cooperativa;<br />

ii. Redução dos custos de produção: ração, mão-de-obra, energia e aumento<br />

da produtividade;<br />

iii. Implantação do sistema de piquete rotativo/silagem para produção de<br />

forragem;<br />

iv. Produção da ração com suporte forrageiro das unidades de produção<br />

familiar;<br />

v. Assistência técnica eficiente para controle sanitário, manejo adequado do<br />

plantel, instalações, forragem, alimentação, ordenha, rebanho; e<br />

elaboração de projetos com qualidade para facilitar o acesso ao crédito;<br />

26


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

vi. Tornar a Cooperativa um instrumento de comercialização de insumos e<br />

produtos para os agricultores familiares;<br />

vii. Realizar o cadastro dos produtores de leite e estabelecer a cota de<br />

fornecimento de leite para cada produtor;<br />

viii. Iniciar o funcionamento da unidade de beneficiamento;<br />

ix. Criar a marca dos produtos do leite e derivados e registrar;<br />

x. Capacitação dos agricultores envolvidos no Laticínio;<br />

xi. Alternativas de logística da coleta do leite: tanques de resfriamento em<br />

cada município em ponto estratégicos e infra-estrutura de recepção do<br />

leite;<br />

xii. Desenvolver estratégias de comercialização local e regional.<br />

27


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

7. ASPECTOS DO MERCADO<br />

7.1 Projeções da Oferta<br />

A matéria-prima aqui considerada trata-se de leite proveniente de produção<br />

de grupos de agricultores familiares organizados em associações, cooperativa ou grupo<br />

informais e que possuam de 05 a 30 vacas, cuja produção gire em torno de 15 a 60<br />

litros de leite por dia, além dos associados do Laticínio e de agricultores familiares dos<br />

municípios circunvizinhos, coletados em dias alternados e armazenados em tanques de<br />

expansão sob resfriamento. No tocante às demais matérias-primas e insumos<br />

necessários ao funcionamento do Laticínio, os mesmos deverão ser obtidos no<br />

mercado regional e nos centros produtores.<br />

Figura 2. Mercados potenciais para o Leite e derivados.<br />

O Território do Alto Paraguai é formado por 14 municípios. Os Municípios que<br />

fazem parte do território são: Alto Paraguai, Arenápolis, Diamantino, Campo Novo dos<br />

Parecis, Denise, Diamantino, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Alto<br />

Paraguai, Porto Estrela, Santo Afonso, São José do Rio Claro. A maioria dos municípios<br />

está situada na cabeceira do Rio Paraguai situado na microrregião Centro-Oeste do<br />

Mato Grosso. O território tem sua polarização em São José do Rio Claro e Diamantino.<br />

Foi largamente palmilhado por garimpeiros à procura de pedras preciosas e ouro. Sua<br />

história está ligada desde a fundação do Município de Diamantino em 1728. E o novo<br />

28


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

ciclo garimpo se inicia em 1938, com o Garimpo do Gatinho. Terminado o ciclo do<br />

garimpo no século passado, restaram apenas sítios e fazendas no território como um<br />

todo, que se dedicaram inicialmente a pecuária e depois a grandes lavouras de soja e<br />

cana-de-açúcar. Existe no território uma agricultura de subsistência com venda da<br />

produção excedente em um grande número de assentamentos da reforma agrária<br />

(5.446 famílias), quilombolas (349 famílias) e aldeias indígenas (1.616 índios). O<br />

município mais velho é Diamantino de 1728, depois Diamantino em 1943 e em 1953,<br />

os municípios de Alto Paraguai e Arenápolis. A menor distância da capital do Estado<br />

Cuiabá é de 199Km do município de Diamantino e o município mais distante da capital<br />

Cuiabá é Campo Novo do Parecis a 397Km.<br />

Figura 3. Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai<br />

O mercado local de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro possui<br />

juntos próximo de 47.000 habitantes, o que resulta em 23.500 unidades familiares,<br />

que segundo o IBGE cada família possui 4 pessoas. Considerando a SEPLAN de Mato<br />

Grosso:<br />

25% destas famílias têm uma renda acima de 10 salários mínimos, ou seja,<br />

5.875 Unidades Familiares. Este segmento consome 90 litros/mês/família/,<br />

que dá uma total de 528.750 litros/mês;<br />

29


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Um segundo segmento da população ganha de 01 a 10 salários mínimos,<br />

que vai ter a possibilidade de consumir até 60 litros/mês, num total 25% do<br />

total de famílias do mercado local será de 352.500 litros/mês;<br />

Somando a classe A com a classe B, teremos um mercado local de 881.250<br />

litros/mês. Este é o primeiro mercado a ser explorado.<br />

Depois teremos o mercado territorial com aproximadamente 152.000<br />

pessoas, envolvendo Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Arenápolis Denise,<br />

Nobres, Campo Novo dos Parecis, Tangará da Serra, Nova Olímpia, Santo Afonso e<br />

outros. Um Mercado de aproximadamente 72.000 unidades familiares, seguindo a<br />

mesma lógica de venda terá mais 2.850.000 litros/mês para serem colocados.<br />

Em seguida, o mercado principal que fica a 220km, teremos: inicialmente o<br />

mercado dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, teremos uma população de<br />

aproximadamente 800.000 habitantes. Adicionada da população itinerante dos<br />

municípios do entorno e de outras regiões do Estado de Mato Grosso, que visita a<br />

Capital todos os dias, chega a 1.000.000 de habitantes. Com base no mesmo raciocínio<br />

anteriormente desenvolvido, teremos 250.000 famílias em Cuiabá e Várzea Grande.<br />

• 25% (Renda Familiar) ganha acima de R$ 2.500,00, esse grupo consome 90<br />

litros mês/família = 25% de 250.000 = 62.500 x 90 litros = 5.625.000 litros/<br />

mês;<br />

• 50% ganha de 1 a 4 salários mínimos consumem por mês 60<br />

litros/mês/família x 125.000 famílias = 7.500.000 litros/mês;<br />

• Total das duas parcelas da população = 13.125.000 litros/mês;<br />

• Os outros 25% da população ganha de 1 salário mínimo abaixo, compra<br />

direto do programa do governo na merenda escolar. Consome 1<br />

litro/dia/família x 30 = 30 x 62.500 famílias = 1.875.000 litros/mês;<br />

• Mercado Total aproximado de 15.000.000 litros/mês na Baixada Cuiabana<br />

(Cuiabá e Várzea Grande).<br />

Como constatamos no Quadro e Gráficos abaixo.<br />

30


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Quadro 1. Mercados promissores para o Leite e derivados.<br />

Tipo Principais Municípios Habitantes<br />

Mercado Local Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro.<br />

Arenápolis, Campo Novo dos Parecis, Tangará da Serra,<br />

47.000<br />

Mercado Territorial Denise, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Santo<br />

Afonso, Nova Olímpia, Nobres.<br />

152.000<br />

Mercado Regional 1 Grande Cáceres 156.150<br />

Mercado Principal 1 Cuiabá 495.00<br />

Mercado Principal 2 Várzea Grande 280.00<br />

Mercado Principal 3 -<br />

Entorno da Capital<br />

Santo Antônio de Leverger, N. Srª do Livramento; Chapada<br />

dos Guimarães, Barão do Melgaço, Poconé, Jangada,<br />

Acorizal, Rosário Oeste, Nobres<br />

Figura 4. Tamanho dos Mercados para o Leite e derivados (2011).<br />

300.000<br />

Além do mercado do leite e seus derivados nos mercados de Diamantino, Alto<br />

Paraguai e São José do Rio Claro têm outros produtos sendo comercializados oriundos<br />

da agricultura familiar, pois se trata de um mercado de alta potencialidade e que<br />

precisa ser trabalhado em cadeias produtivas. Com certeza ao se iniciar o trabalho com<br />

derivados do leite teremos um avanço nas outras cadeias produtivas existentes.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

7.2 Fluxos e Canais de Comercialização<br />

7.2.1 Mercado estadual do leite e derivados e evolução da produção.<br />

7.2.1.1. Em relação à implantação, organização e monitoramento dos<br />

agricultores familiares que fazem parte da Cooperativa.<br />

• Capacitar e dar assistência técnica aos cooperados;<br />

• Abrir mercado;<br />

• Trabalhar a cadeia produtiva;<br />

• Estabelecer o APL do leite e seus derivados;<br />

• Compor o Arranjo Institucional;<br />

• Capacitar toda cadeia produtiva do leite;<br />

• Manejo das vacas leiteiras;<br />

• Produção de ração e suplementos alternativos e silagem;<br />

• Observar a parte sanitária da produção do leite;<br />

• Cultura da mandioca, cana-de-açúcar, forragens;<br />

• Produzir o leite com segurança alimentar, de acordo as exigências de<br />

mercado;<br />

• Visita aos agricultores familiares – pelo menos três vezes por mês em<br />

cada produtor.<br />

7.2.1.2. Em relação à implantação do leite e seus derivados no mercado<br />

• Visita aos grandes mercados de Cuiabá e Várzea Grande;<br />

• Demonstrar o produto;<br />

• Organizar as vendas;<br />

• Elaborar um programa de propaganda do leite e derivados para Baixada<br />

Cuiabana, com folhetos, rádio e televisão;<br />

• Organizar “stand” nos grandes mercados de Cuiabá e Várzea Grande.<br />

7.2.1.3. Relação entre o Laticínio e a Cooperativa de Produção<br />

• Levantar a demanda real de mercado local, regional e estadual;<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

• Planejamento estratégico;<br />

• Plano de gestão do Laticínio;<br />

• Capacitação continua e monitoramento e avaliação das ações de campo e<br />

do Laticínio;<br />

• Trabalhar a cadeia produtiva do leite desde a produção até o mercado;<br />

• Demonstrar aos produtores a importância do produto e a continuidade<br />

da produção com qualidade;<br />

• Trabalhar a importância da produção coletiva;<br />

• Comprar insumos coletivamente pela cooperativa dos agricultores<br />

familiares;<br />

• Capacitar os agricultores familiares no processo do cooperativismo;<br />

• Demonstrar a importância da constituição do sistema produtivo coletivo<br />

em um arranjo dos agricultores familiares em relação à produção, a<br />

ordenha, a armazenagem e a compra de insumos; as funções de cada um<br />

no sistema de produção empreendedora do leite; o fortalecimento da<br />

Identidade no mercado; tornando a marca Agricultura Familiar uma<br />

referência de consumo no mercado local.<br />

7.2.1.4. Relação do Laticínio e o Mercado<br />

• Constituir um conjunto de empresas parceiras no fortalecimento da<br />

marca e da identidade desde a produção ao mercado, insumos,<br />

fiscalização, assistência técnica e a logística de transporte e entrega do<br />

leite e seus derivados nos mercados;<br />

• Estabelecer os pontos de venda e capacitar as equipes de venda,<br />

• Estabelecer um ponto de distribuição dos produtos em Cuiabá;<br />

• Elaborar um planejamento estratégico;<br />

• Capacitar os funcionários em relação às normas do SISE e SIF;<br />

• Organizar um fluxograma de produção e entrega da produção do<br />

Laticínio;<br />

• Trabalhar o monitoramento e avaliação das atividades do Laticínio.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8. ASPECTOS TÉCNICOS DE PRODUÇÃO<br />

Todo material empregado e que entrará em contato direto com o leite ou<br />

subprodutos terá que ser de aço inoxidável. Os latões para transporte de leite serão de<br />

alumínio ou ferro estanhado e caminhão tanques. Os equipamentos e as instalações<br />

seguirão as normas de construção e disposição no local, as quais resultam num melhor<br />

desempenho das operações e bem estar dos funcionários. O uso do aço inox é<br />

imprescindível porque as formas e superfícies dos equipamentos não devem permitir o<br />

acúmulo de resíduos, que aumentam os riscos de contaminação do produto por<br />

favorecerem o desenvolvimento de microrganismos. O material da superfície em<br />

contato com o leite e seus derivados é atóxico e não interagirá com o alimento, sendo<br />

capaz de resistir às repetidas aplicações de substâncias usadas no processo normal de<br />

limpeza. Os equipamentos devem ser instalados de forma a permitir a circulação de<br />

pessoal ao redor, ficando afastados das paredes e de outros equipamentos cerca de 60<br />

cm e estando suspensos 30cm acima do piso, para facilitar a limpeza e a manutenção.<br />

Os ângulos formados entre a base dos equipamentos, pisos e paredes estão<br />

arredondados, com raio mínimo de 5cm.<br />

8.1 Coleta a granel<br />

Neste PGSE considera-se que o leite é resfriado na propriedade rural em<br />

tanques de expansão visando interromper as reações de deterioração do produto e<br />

permitindo a sua estocagem para coleta em dias alternados. O leite é mantido entre 2<br />

e 5°C, até ser transportado para o Laticínio, em tanques isotérmicos móveis<br />

(caminhões – tanque).<br />

Os caminhões de coleta de leite resfriado são dotados de bombas e<br />

medidores que permitem o emprego de um único homem para toda a operação. O<br />

próprio motorista determina a temperatura do leite estocado, promove a análise<br />

sensorial (cheiro), coleta amostras em pequenos frascos mantidos com gelo em<br />

recipientes isotérmicos para as análises bacteriológicas e físico-químicas necessárias.<br />

Para o Laticínio decidir se coleta ou não o leite, o único teste é o do Alizarol<br />

(empregando álcool 72 – 74%). O leite ácido é recusado para comercialização. Em geral<br />

34


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

é deixado na propriedade, onde poderá ser empregado na fabricação caseira de<br />

derivados lácteos ou na alimentação animal.<br />

8.2 Descrição dos processos de produção<br />

Os equipamentos a serem utilizados no processamento do leite e derivados<br />

na usina objeto deste projeto, estão especificados e relacionados na seção 8 deste<br />

projeto, com os respectivos números de apresentação no croqui. A descrição do<br />

processamento de cada produto com os respectivos fluxogramas são apresentados a<br />

seguir.<br />

8.2.1. Recepção de Leite<br />

O recebimento de leite é uma operação comum a todos os laticínios,<br />

conforme lay-out e fluxograma de produção apresentado na Figura 5, envolvendo as<br />

operações de seleção, medição e filtração do produto. A recepção do leite é efetuada<br />

por bombeamento do leite do carro tanque. Antes da descarga são feitos alguns testes<br />

tais como: acidez titulável, alizarol, gordura, temperatura, densidade, etc., os quais<br />

têm por objetivo evitar o ingresso de leite de baixa qualidade no laticínio. O leite<br />

recebido, é bombeado diretamente do caminhão de coleta, passa por um filtro que<br />

deve ser limpo com freqüência, e colocado em um tanque de estocagem para então<br />

ser encaminhado para as seções de produção. Como o conteúdo do caminhão é<br />

discriminado em nota, não há a necessidade de medir a quantidade de leite recebida.<br />

Logo após a descarga, o caminhão-tanque é lavado e sanificado em local<br />

exclusivo para essa finalidade.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Figura 5. Fluxograma do beneficiamento do Leite<br />

leite ácido<br />

Desnate do leite<br />

ácido<br />

Creme leite desnatado<br />

Recepção do Leite<br />

Análise<br />

Filtração<br />

Estocagem<br />

8.2.2. Leite Pasteurizado para Consumo<br />

A pasteurização, cujo fluxograma de operações é apresentado na Figura 6,<br />

assegura a sanidade do produto, uma vez que é suficiente para eliminação completa<br />

dos patógenos e a quase totalidade dos microrganismos alteradores presentes no leite<br />

cru. A pasteurização é efetuada em equipamento provido de placas trocadoras de<br />

calor que permitem a regeneração de frio e calor em torno de 85%. No pasteurizador,<br />

o leite cru é aquecido a 45°C na seção de regeneração e sai para a centrífuga acoplada<br />

ao sistema. A centrífuga tem por finalidade a remoção de impurezas em suspensão e a<br />

padronização do produto para um teor de gordura de 3,2%. O leite retorna a seguir ao<br />

pasteurizador onde é aquecido a 75°C por intermédio de água quente a 85°C, sendo<br />

mantido a esta temperatura por 15 segundos, para que se processe a pasteurização. O<br />

leite pasteurizado e resfriado a 5°C é armazenado em tanques de estocagem<br />

isotérmicos até o seu envase em sacos plásticos de 1 litro. Um bom sistema de<br />

higienização associado com boas práticas de manuseio do leite após a pasteurização<br />

será adotado para evitar a recontaminação do leite pasteurizado.<br />

Lavagem do<br />

carro-tanque<br />

36


água gelada<br />

água e vapor<br />

Processamento<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Figura 6. Fluxograma do processo de Pasteurização do leite.<br />

Filme<br />

plástico<br />

8.2.3 Queijo Mussarela<br />

Recepção<br />

Padronização<br />

Pasteurização<br />

Estocagem<br />

Acondicionamento<br />

Câmara fria (5°C)<br />

Comercialização<br />

Para a fabricação do queijo tipo Mussarela, o leite deve manter um teor de<br />

gordura que varia de 3,2-3,5%. Logo após a pasteurização e padronização, o leite segue<br />

para os tanques de coagulação onde é aquecido a uma temperatura de 33-33°C e<br />

adicionados os ingredientes da formulação.<br />

A aplicação das culturas utilizadas na fabricação do queijo Mussarela vai variar<br />

conforme tempo de maturação, ou seja, fermentação lenta ou rápida. Na fermentação<br />

lenta da massa, empregam-se culturas mesófilas à base de Lactococcus lactis e<br />

Lactococcus cremoris; quando for aplicada a fermentação rápida da massa, onde será<br />

feita a filtragem no mesmo dia, utiliza-se uma cultura termófilas à base de Lactococcus<br />

thermophlus e Lactococcus bulgaricus. Nos dois casos a razão de adição das culturas<br />

varia de 0,5 a 2,0% em relação ao volume total de leite.<br />

Análise físico-quimica<br />

Creme<br />

condensado<br />

água<br />

Cestas plásticas<br />

Lavagem de cestas<br />

plásticas<br />

O cloreto de cálcio é adicionado de 50 ml de uma solução de 50% para cada<br />

100 litros de leite, com o objetivo de restabelecer o teor de cálcio perdido durante o<br />

37


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

processo de pasteurização. O coalho é adicionado em quantidade suficiente para que a<br />

coagulação ocorra no tempo de 35-40 minutos.<br />

A massa é cortada de modo a obter grãos de 0,5 a 0,6 cm3, agitada e aquecida<br />

a 38-40°C até atingir o ponto. Após atingir o ponto, a massa e dessorada e transferida<br />

para os tanques de pré-prensagem onde o dessoramento e completado. O bloco de<br />

massa obtido após a dessoragem é dividido em blocos menores que são deixados no<br />

próprio tanque até atingir a fermentação adequada para filagem. Os blocos são<br />

mantidos a temperatura de 38°C por meio de aquecimento indireto com a finalidade<br />

de obter-se a acidez para filtragem. Os blocos são virados a cada 15 minutos até o<br />

ponto de filagem. O ponto de filagem é determinado pela capacidade da massa formar<br />

fios elásticos sem arrebentar após imersão em água quente, que deverá estar a uma<br />

temperatura de 80-82°C. Atingindo o ponto de filagem, a massa é transferida para o<br />

corte e moldagem. A massa filada é moldada em formas e submetida à salga em<br />

salmoura a 20% de sal na proporção de 1 kg de queijo/3 litros de salmoura, por um<br />

período de tempo que varia de acordo com seu formato e mantido a 12°C. Após isto, o<br />

queijo é embalado à vácuo e mantido em câmara fria até o momento de sua<br />

comercialização. A figura 7 mostra um fluxograma de produção do queijo tipo<br />

Mussarela.<br />

8.2.4. Queijo Minas Frescal<br />

Para fabricação de queijo tipo frescal utiliza-se leite de boa qualidade,<br />

pasteurizado, com teor de gordura de 3,0 a 3,3%. Emprega-se cultura lática à base de<br />

Lactococcus lactis e Lactococcus cremoris conforme indicação do fabricante e cloreto<br />

de cálcio na proporção de 50ml de solução para cada 100 litros de leite. O coalho é<br />

adicionado em quantidade tal que a coagulação ocorra em 30-40 minutos. A<br />

temperatura de coagulação deve se situar a 36ºC. A coalhada é cortada lentamente, de<br />

modo a obter grãos de 2cm de aresta. Observa-se um repouso de 5 minutos e são<br />

feitas mexeduras de 5 minutos com intervalos de 3 minutos entre as mesmas até que<br />

se observe o ponto final, aproximadamente 30 minutos após o corte. Sem efetuar a<br />

dessoragem, a massa é coletada através de formas próprias. A salga é feita a seco com<br />

38


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

aproximadamente 0,7% de sal em relação ao volume inicial de leite. Após a salga o<br />

queijo é levado para a câmara fria a 4°C. O comércio e consumo são imediatos.<br />

O processo acima descrito é apresentado na Figura 7.<br />

cloreto de cálcio<br />

cultura lática<br />

coalho<br />

8.2.5. Queijo Ricota<br />

Figura 7: Fluxograma de produção de Queijos<br />

O soro de queijo é colocado no tanque de aço inox e aquecido lentamente até<br />

atingir 65°C, com agitação constante. Atingida esta temperatura, adiciona-se 10% a<br />

20% de leite integral e continua-se o aquecimento até 85°C com vapor direto. Atingida<br />

esta temperatura, adiciona-se 0.025% de ácido láctico com 85% de pureza. Prossegue-<br />

se o aquecimento até 95°C.<br />

Filme plástico<br />

Caixas de<br />

papelão<br />

<strong>LEITE</strong> PASTEURIZADO<br />

Coagulação<br />

Corte<br />

Mexedura<br />

Ponto<br />

Enformagem<br />

Salga seca<br />

Embalagem<br />

Acondicionamento<br />

Estocagem<br />

Expedição<br />

Haverá a formação de uma massa de coloração branco-creme que irá flocular<br />

sobre o soro. A massa é deixada em repouso por cerca de 20 minutos e então<br />

39


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

recolhida por meio de concha própria. A massa é acondicionada em formas próprias e<br />

prensada por 30 minutos. Após a prensagem, os queijos são deixados em câmara fria a<br />

4°C e estão prontos para consumo.<br />

O processo de fabricação de ricota está descrito na Figura 8, a seguir.<br />

8.2.6. Iogurte<br />

Figura 8: Fluxograma de produção de Ricota<br />

vapor<br />

Ácido lático<br />

Caixas de papelão<br />

Soro de leite<br />

desacidificado<br />

Aquecimento<br />

Adição de Leite<br />

Coagulação<br />

Enformagem<br />

Prensagem<br />

Embalagem<br />

Acondicionamento<br />

Estocagem<br />

Expedição<br />

Depois de selecionado quanto aos padrões de qualidade pelo laboratório de<br />

controle de qualidade, o leite é padronizado para 2.5% de gordura e colocado em<br />

pasteurizador maturador lento onde é adicionado de 11% de açúcar de boa qualidade<br />

e aquecido a 80-90°C, onde permanece a esta temperatura durante 30 minutos.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Decorridos os 30 minutos, o leite é resfriado à temperatura de 43-45°C, quando então<br />

é inoculado com o fermento lático.<br />

Os microrganismos básicos utilizados na fabricação do iogurte são o<br />

Lactococcus thermophilus e o Lactobacillus bulgaricus, normalmente encontrados na<br />

proporção de 3:2, respectivamente.<br />

O leite inoculado de fermento lático permanece no tanque maturador lento<br />

por um período de 3 a 4 horas, controlando-se a temperatura com termômetro<br />

apropriado, quando então é obtida a coalhada. O ponto final da fermentação é<br />

controlado por meio da acidez Dornic. Normalmente, consideramos boa uma acidez<br />

em torno de 70°D.<br />

Logo após ter atingido a acidez desejada inicia-se a refrigeração da coalhada.<br />

A refrigeração é feita primeiramente fazendo-se circular água industrial pelas paredes<br />

do pasteurizador maturador, até atingirmos uma temperatura em torno de 30°C,<br />

introduzindo logo a seguir água gelada, até a temperatura do iogurte abaixar para 9 a<br />

10°C.<br />

Logo após atingir a temperatura de 30°C, procede-se à quebra da coalhada no<br />

próprio tanque maturador que é dotado de agitador mecânico, procedendo-se a<br />

aromatização natural com polpa obtida de frutas tais como goiaba, pêssego, morango,<br />

manga, abacaxi, etc. A proporção de polpa a ser adicionada deve atender a preferência<br />

dos consumidores.<br />

Após a aromatização, o iogurte é envasado assepticamente em embalagens<br />

com capacidade para 250, 500 e 1.000ml, colocado nas câmaras de refrigeração a 4°C<br />

até a comercialização. O processo de elaboração do Iogurte está esquematizado na<br />

Figura 9. Após este processo o produto deverá ter atingido uma acidez em torno de<br />

85°D e apresentar aroma e sabor característicos.<br />

41


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

vapor<br />

água<br />

cultura lática<br />

água<br />

polpa de frutas<br />

aromas<br />

corantes<br />

Caixas de<br />

papelão<br />

8.2.7. Bebida Láctea<br />

Figura 9: Fluxograma de produção de Iogurte<br />

O processo de elaboração da Bebida Láctea está esquematizado na Figura 10.<br />

O leite com 3% de gordura é misturado em partes iguais com soro de queijo<br />

recém obtido em um pasteurizador maturador onde se adiciona 10% de açúcar de boa<br />

qualidade, misturado com 0,31% de pectina cítrica, 0,11% de citrato de sódio e 1ml de<br />

corante por litro.<br />

Recepção do leite<br />

Padronização<br />

Adição de açúcar<br />

Tratamento térmico<br />

Resfriamento<br />

Coagulação<br />

Resfriamento<br />

Quebra da coalhada<br />

Aromatização<br />

Envaze<br />

Acondicionamento<br />

Estocagem<br />

Expedição<br />

Filme plástico<br />

ou garrafas<br />

Agita-se e aquece-se a 80°C por 30 minutos. Em seguida, resfria-se à<br />

temperatura de 43-45°C quando se inocula o fermento lático específico na quantidade<br />

recomendada pelo fabricante. A agitação é interrompida e mantém-se a fermentação<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

até atingir pH 4,5 a 4,6 quando se inicia a refrigeração fazendo circular água industrial<br />

e depois água gelada.<br />

Agita-se para quebra do coágulo e procede-se a adição de aroma (1,5ml/l) e<br />

polpa de fruta (4 a 5%, mas deverá ser testada para preferência do consumidor).<br />

O produto é então envasado em embalagens de 250, 500 e 1.000ml e<br />

armazenado em câmaras frigoríficas a 4°C até sua comercialização.<br />

Figura 10: Fluxograma de produção de Bebida Láctea<br />

soro<br />

vapor<br />

água<br />

água<br />

polpa de frutas<br />

aromas<br />

Caixas de<br />

papelão<br />

8.2.8 Manteiga<br />

Recepção<br />

Mistura de leite e soro<br />

Tratamento térmico<br />

Resfriamento<br />

Coagulação<br />

Resfriamento<br />

Quebra da coágulo<br />

Aromatização<br />

Envaze<br />

Acondicionamento<br />

Estocagem<br />

Expedição<br />

Açúcar, espessantes<br />

corantes<br />

cultura lática<br />

Garrafas<br />

plásticas<br />

Todo o excesso de gordura obtido pela padronização da matéria-prima ou<br />

pelo desnate do leite ácido é utilizado, na forma de creme, para a obtenção de<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

manteiga. O creme obtido pela padronização do leite destinado a elaboração de outros<br />

produtos é padronizado para um teor de gordura de 38%. Esta operação traz as<br />

seguintes vantagens: facilita a pasteurização, tornando-a mais eficiente e evitando o<br />

gosto de queimado, comum nos cremes muito concentrados; facilita o resfriamento;<br />

evita perdas excessivas de gordura nas outras fases do melhoramento do creme ou no<br />

leitelho e dilui a acidez do creme.<br />

Antes de ser submetido à pasteurização, o creme deve ter sua acidez corrigida<br />

para 15-16°D, através do uso de neutralizantes. Os neutralizantes mais comuns<br />

utilizados nesta operação são o bicarbonato de sódio e o carbonato de sódio. A<br />

redução da acidez proporciona uma série de vantagens: permite a pasteurização de<br />

cremes ácidos; melhora o sabor da manteiga; aumenta sua resistência ao<br />

armazenamento; permite uma padronização do produto e evita perdas de gordura no<br />

leitelho.<br />

Após as operações de preparo do creme para a elaboração da manteiga,<br />

inicia-se o processo de pasteurização do mesmo, o qual tem por objetivo a destruição<br />

de microorganismos patogênicos e daqueles que decompõem o creme por<br />

fermentação. A pasteurização visa também à destruição da lipase, permite um melhor<br />

controle da maturação, elimina substâncias voláteis, obriga a redução da acidez prévia<br />

do creme, além de melhorar a sua qualidade e aumentar a sua conservação. O creme é<br />

pasteurizado a 80°C/30 minutos em um pasteurizador maturador de parede dupla e<br />

resfriado.<br />

O resfriamento do creme é feito até a temperatura de 6ºC, e mantido a esta<br />

temperatura durante pelo menos 2 horas antes de ser batido, para cristalizar o maior<br />

número possível de glóbulos de gordura, aumentando conseqüentemente o<br />

rendimento da manteiga.<br />

A bateção do creme se faz em uma batedeira de aço inoxidável até inversão<br />

de fases, e tem por objetivo a reunião dos glóbulos de matéria gorda do creme em<br />

grãos de manteiga, eliminando-se a maior parte das substâncias não gordurosas que<br />

constituem o leitelho. A formação dos grãos tem lugar pela solidificação dos glóbulos<br />

de gordura e a união total ou parcial dos mesmos. A manteiga obtida é lavada na<br />

própria batedeira com água potável a 8°C, por 2 a 3 vezes, para eliminar restos de<br />

leitelho e sabores indesejáveis. A seguir procede-se a malaxagem para controle de<br />

44


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

umidade (máxima de 16%) e incorporação do sal na proporção de 2% em relação ao<br />

peso de manteiga. Da manteiga assim obtida fazem-se tabletes de 200g, embalados<br />

em papel e depois em caixas de papelão, e mantidos em câmara fria (0-4°C). Este<br />

processo de fabricação tem seu fluxograma apresentado na figura 11.<br />

Figura 11: Fluxograma de produção de Manteiga<br />

Leite ou<br />

água<br />

Bicarbonato<br />

de sódio<br />

vapor<br />

água gelada<br />

sal<br />

Papel e caixas<br />

de papelão<br />

caixas de<br />

papelão<br />

Creme<br />

Padronização do creme<br />

Pasteurização do creme<br />

Resfriamento<br />

Maturação ou repouso<br />

Bateção do creme<br />

Lavagem da manteiga<br />

Malaxagem<br />

Formação dos Tabletes<br />

Embalagem<br />

Acondicionamento<br />

Estocagem<br />

Expedição<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Figura 12 Balanço de massa de produção de manteiga em um dia normal de produção<br />

100%<br />

CREME DE <strong>LEITE</strong><br />

(33,4 Kg)<br />

Leite<br />

8.3. Aproveitamento e Tratamento de Resíduos<br />

Os resíduos obtidos no processo de produção de queijos, requeijão e de<br />

manteiga, respectivamente soro e leitelho, constituem matéria-prima para a<br />

elaboração de outros produtos de laticínios, que poderão constituir uma diversificação<br />

futura da empresa. Parte do soro e do leitelho será utilizada na alimentação de<br />

animais, como suínos, por tratar-se de alimento ainda bastante rico em nutrientes, ou<br />

seja: lactose (0.5%), proteínas (0.5%), sais minerais (0.9%) e gordura (0.1%). O<br />

excedente passará por uma seção de tratamento de resíduos antes de ser lançado em<br />

curso de água corrente próximo ao laticínio.<br />

O grau de poluição destes cursos de água é medido através da quantidade de<br />

oxigênio consumido no processo biológico de oxidação da matéria orgânica dispersa<br />

na água que nada mais é do que a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). Quanto<br />

maior o grau de poluição, maior a DBO. O despejo do laticínio possui carga média de<br />

DBO em torno de 4.000mg/l, dependendo do cuidado na operação da diversificação<br />

industrial e do nível tecnológico empregado. A redução da DBO deste efluente deve<br />

ser realizada em uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) situada dentro do<br />

laticínio.<br />

100%<br />

CREME DE <strong>LEITE</strong><br />

(33,4 Kg)<br />

PLANTA INDUSTRIAL<br />

DE UM LATICÍNIO<br />

DIVERSIFICADO<br />

100%<br />

(33,4 Kg)<br />

100%<br />

CREME DE <strong>LEITE</strong><br />

(33,4 Kg)<br />

LENTELHO<br />

46


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

A refrigeração é feita em circuito fechado, e havendo perda de água ela é<br />

reposta, em aproximadamente 3 a 5m³/dia.<br />

As águas residuais dos sanitários devem ser encaminhadas a uma fossa<br />

séptica de câmaras em série.<br />

Os despejos atmosféricos são provenientes de caldeiras a lenha. Os resíduos<br />

sólidos são recolhidos pela Prefeitura Municipal, constituídos por material descartável<br />

dos escritórios, embalagens diversas e as cinzas das caldeiras que são recolhidas e<br />

empregadas como adubo pelos cooperados.<br />

O tratamento de efluentes de indústria de laticínios mais indicado é através<br />

do processo de lodos ativados. Este sistema se constitui em um tanque de aeração<br />

onde são formados flocos biológicos resultantes de desenvolvimento e aglomeração<br />

de microorganismos. Os flocos são insolúveis e necessitam de uma demanda de<br />

oxigênio. Após o tanque de aeração, existe um decantador, onde os flocos biológicos<br />

são removidos do efluente e recebem o nome de lodos ativados. Uma fração dos<br />

flocos retorna ao tanque de aeração, recebendo o nome de "lodo de retorno", que se<br />

mistura com o afluente do tanque de aeração, formando o chamado "liquor", sendo<br />

importante, que o liquor seja uma mistura homogênea.<br />

O lodo de retomo acelera o processo de estabilização dos constituintes<br />

orgânicos. O excesso de lodo é retirado para se manter o nível de sólidos voláteis em<br />

suspensão no tanque de aeração e evitar a saturação do sistema. Este lodo é<br />

encaminhado para os chamados leitos de secagem, para futuramente ser utilizado<br />

como adubo.<br />

Existem vários tipos de sistemas de lodos ativados: convencional; de aeração<br />

forçada e intermitente. Estes sistemas diferem entre si quanto à disposição de<br />

decantadores primários e secundários e quanto aos períodos de aeração. Os melhores<br />

sistemas trabalham com tempo de aeração variando entre 1.530 horas, indicando um<br />

processo de aeração prolongada para obter redução de DBO da ordem de 85 a 90%.<br />

Para um laticínio de pequeno porte, dentre estes 3 sistemas de lodos<br />

ativados, a melhor aplicação é a do sistema de fluxo intermitente, pois além de<br />

apresentar alta eficiência na remoção da DBO (85-95%), exige menor área, em função<br />

de não necessitar de decantador primário e secundário, além de requisitar menos<br />

equipamentos.<br />

47


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

A Figura 13 a seguir apresenta um diagrama do sistema intermitente extraído<br />

da Revista BIO da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (SPERLING, 1994).<br />

Recomenda-se a procura de especialistas para a implantação de ETE adequadas a cada<br />

caso.<br />

Figura 13: Diagrama de Lodos Ativados de Fluxo Intermitente<br />

GRADE<br />

(Fase Sólida)<br />

DESARENADOR<br />

(Fase Sólida)<br />

8.4. Dimensionamento, localização e obras<br />

MEDIDOR<br />

DE VAZÃO<br />

REATOR REATOR<br />

CORPO<br />

RECEPTOR<br />

O dimensionamento das instalações físicas proposto neste perfil para<br />

processar 2.000 litros/dia de leite procurou compatibilizar um empreendimento inicial<br />

propício a pequenos agricultores com uma capacidade de produção adequada ao<br />

mercado existente. Procurou-se também prever a possibilidade da expansão futura<br />

48


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

para a recepção de 5.000 litros/dia. As áreas mínimas de terreno necessárias ao bom<br />

funcionamento do Laticínio são:<br />

Terreno: 2.000 m²<br />

Unidade Agroindustrial: 140,0 m²<br />

Sede administrativa = 17,5m²<br />

Aproveitamento de resíduos = 300 m²<br />

No planta da usina de beneficiamento de leite apresentado neste perfil pode-<br />

se observar a disposição recomendada para as máquinas e equipamentos, bem como<br />

uma noção básica das dimensões dos mesmos. O Laticínio aqui caracterizado está<br />

situado na própria zona rural, próxima à produção da matéria-prima, de forma que<br />

absorva a produção de vários agricultores familiares associados. O fornecimento<br />

garantido de matéria-prima é de fundamental importância para a sustentabilidade do<br />

Laticínio.<br />

A seguir relaciona se os principais pontos que devem ser levados em<br />

consideração ao Laticínio:<br />

O potencial de obtenção da matéria-prima na região deve ser superior à<br />

demanda da fábrica projetada e possibilitar futuras expansões na<br />

produção;<br />

Local apropriado para despejo dos resíduos, caso ocorram eventuais<br />

problemas que impeçam o aproveitamento de resíduos conforme o<br />

planejado;<br />

Suprimento de água confiável e de boa qualidade (potável); a área deve<br />

conter curso d'água perene, com caudal suficiente para receber as águas<br />

industriais, devidamente tratadas;<br />

Fornecimento suficiente de energia elétrica, sem interrupção;<br />

Disponibilidade de mão-de-obra, incluindo pessoal de nível técnico;<br />

Ausência de contaminantes de qualquer espécie nos arredores do<br />

Laticínio;<br />

Infra-estrutura rodoviária em condições de uso e de fácil acesso; a usina<br />

ficará afastada 15 metros dos limites das vias públicas;<br />

49


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

A área possibilitará a circulação interna de veículos, de modo a facilitar a<br />

chegada de matéria-prima e a saída de produtos acabados;<br />

As áreas circundantes são pavimentadas de modo a não permitir a<br />

formação de poeira e a facilitar o escoamento das águas. As demais áreas<br />

serão gramadas;<br />

Disponibilidade de área suficiente para uma futura expansão.<br />

Todo estabelecimento antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar<br />

aprovação de suas instalações junto ao órgão regional do Ministério do Trabalho, e<br />

este após realizar a inspeção prévia, emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações.<br />

Este procedimento é adotado com o objetivo de assegurar que o estabelecimento<br />

inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou de doenças do trabalho, razão<br />

pela qual o estabelecimento que não atender à regulamentação fica sujeito ao<br />

impedimento de seu funcionamento, conforme estabelece o art. 160 da CLT<br />

(Consolidação das Leis do Trabalho), até que a norma seja cumprida.<br />

8.4.1. Detalhes gerais de instalação<br />

De uma forma geral, o projeto da unidade industrial deve levar em<br />

consideração a segurança e o conforto do pessoal dentro da unidade, ou seja, deve<br />

apresentar condições de iluminação, arejamento, índices de ruídos adequados e<br />

proporcionar facilidades na higienização, manutenção dos equipamentos, minimizar as<br />

probabilidades de contaminações e impedir a entrada de pragas e animais de qualquer<br />

espécie. Devem ser previstos: otimização dos espaços, área para ampliações futuras,<br />

áreas para descarte de resíduos longe da unidade de processamento, instalações<br />

sanitárias sem comunicação direta com o setor de processamento, e meios de controle<br />

de insetos, pássaros e roedores no setor de produção.<br />

As recomendações listadas a seguir foram baseadas no Manual de Boas<br />

Práticas de Fabricação para a Indústria de Alimentos, publicado pela Sociedade<br />

Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, e complementadas com algumas<br />

especificações da indústria de laticínios, mas não reproduzem as regras na íntegra.<br />

Pretende-se neste PGSE fornecer informações suficientes para alertar o empreendedor<br />

quanto aos esforços necessários para atingir as exigências legais e os padrões mínimos<br />

de qualidade. Recomenda-se que ao se decidir por realmente realizar um investimento<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

como este, o empreendedor procure o auxílio de profissionais da área, informe-se<br />

sobre os aspectos legais vigentes e consulte literaturas mais aprofundadas.<br />

8.4.1.1. Materiais e equipamentos<br />

Todo material empregado e que entrará em contato direto com o leite ou<br />

subprodutos será de aço inoxidável. No caso de uso de latões para transporte de leite,<br />

estes devem ser de alumínio ou ferro estanhado.<br />

Os equipamentos e as instalações devem seguir algumas normas de<br />

construção e disposição no local, as quais resultam num melhor desempenho das<br />

operações e bem estar dos funcionários. O uso do aço inox é imprescindível porque as<br />

formas e superfícies dos equipamentos não devem permitir o acúmulo de resíduos,<br />

que aumentam os riscos de contaminação do produto por favorecerem o<br />

desenvolvimento de microrganismos. O material da superfície em contato com o leite<br />

e seus derivados deve ser atóxico e não pode interagir com o alimento, sendo capaz de<br />

resistir às repetidas aplicações de substâncias usadas no processo normal de limpeza.<br />

Materiais que absorvem água, como a madeira não são apropriadas<br />

estruturas de madeira em laticínios.<br />

Os equipamentos devem ser instalados de forma a permitir a circulação de<br />

pessoal ao redor, ficando afastados das paredes e de outros equipamentos cerca de 60<br />

cm e também devem estar suspensos 30cm acima do piso, facilitando a limpeza e<br />

manutenção. Os ângulos formados entre a base dos equipamentos, pisos e paredes<br />

devem ser arredondados, com raio mínimo de 5cm.<br />

8.4.1.2. Pé direito<br />

Em todas as seções industriais da usina, o pé direito mínimo será de 3,60m.<br />

Nas câmaras frias a altura será de 2,7m.<br />

51


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8.4.1.3. Paredes<br />

As paredes em alvenaria serão impermeabilizadas até a altura de 2,0m, com<br />

azulejos brancos. Devem ser preferencialmente, de cor clara e resistente a freqüentes<br />

aplicações de agentes de limpeza, sendo sugerido o azulejo ou tinta epóxi lavável para<br />

o acabamento das paredes. O acabamento deve impedir acúmulo de poeira e<br />

minimizar a condensação e desenvolvimento de mofo.<br />

8.4.1.4. Portas e janelas<br />

As portas serão metálicas, permitindo uma fácil higienização. As câmaras<br />

frigoríficas serão de aço-inoxidável. As portas que dão acesso à fabricação de doce de<br />

leite e requeijão e fabricação de queijos pelo interior da fábrica não serão fechadas,<br />

permanecendo os vãos em aberto.<br />

Todas as aberturas fixas, como as de ventilação, devem ser providas de telas<br />

com malha de 1 a 2mm. Em lugares com portas de acesso à planta, com uso freqüente,<br />

devem ser colocadas sobreportas de molas com telas. As telas devem ser de fácil<br />

remoção para limpeza. As portas devem ser também de superfícies lisas, não<br />

absorventes, com fechamento automático (mola ou sistema eletrônico) e abertura<br />

máxima de 1cm do piso.<br />

As janelas serão de caixilhos metálicos instalados no mínimo a 2,0m do piso.<br />

Os peitoris serão inclinados e azulejados. Todas as janelas possuirão tela milimétrica à<br />

prova de insetos.<br />

As janelas devem ser fixas e devem permitir o aproveitamento da iluminação<br />

natural. Também devem ser providas de telas, quando usadas para ventilação.<br />

8.4.1.5. Forro<br />

Para evitar que materiais estranhos caiam sobre o produto, a área de<br />

embalagem deve ser coberta. O teto será de laje de concreto com pintura acrílica.<br />

8.4.1.6. Ventilação<br />

O ar ambiente deve ser renovado continuamente nas áreas de processamento<br />

de alimentos. Caso se utilize algum sistema de exaustão, o ar insuflado ou comprimido<br />

que entrar na área de processamento deve ser seco, filtrado e limpo. Deve-se ter a<br />

52


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

precaução de não direcionar o fluxo de ar de uma área contaminada para uma área<br />

limpa.<br />

8.4.1.7. Iluminação<br />

O bom posicionamento das janelas proporciona o aproveitamento da<br />

iluminação natural, que também é obtido com telhas translúcidas. A iluminação<br />

artificial deve ser projetada dentro das normas da ABNT. As sombras devem ser<br />

minimizadas. As lâmpadas devem ser posicionadas sobre linhas de produção ou<br />

transporte de insumos ou produtos e devem estar seguras contra explosão e quedas<br />

acidentais.<br />

As áreas externas também devem ser iluminadas. As lâmpadas devem ser<br />

posicionadas distantes das portas para evitar a atração de insetos. A iluminação<br />

artificial será feita através de luz fria, com lâmpadas adequadamente protegidas.<br />

8.4.1.8. Pisos<br />

O piso deve ser antiderrapante, resistente ao tráfego e à corrosão. O<br />

acabamento final deve propiciar uma limpeza sem deixar acúmulo de umidade e<br />

resíduos, deve ter boa resistência mecânica e boa resistência ao desgaste.<br />

O piso será do tipo "gressit" ou "korodur", ou outro material liso e<br />

impermeável, resistente a impactos, a ácidos e álcalis, antiderrapante e de fácil<br />

limpeza. O rejunte obedecerá às mesmas condições do piso. O piso possuirá uma<br />

declividade de 2,5% em direção às canaletas laterais de drenagem, as quais deverão<br />

ser lisas e cantos arredondados com raio mínimo de 5cm. As canaletas devem ser<br />

evitadas nas áreas de produção e manipulação dos alimentos, mas quando necessárias<br />

devem ser estreitas com aproximadamente 10cm de largura, apenas o suficiente para<br />

permitir o escoamento da água.<br />

Na indústria em geral, os ralos devem ser evitados nos setores de<br />

processamento, mas quando existirem devem permitir livre acesso para limpeza e ser<br />

dotados de sistema de fechamento.<br />

53


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8.4.1.9. Instalações elétricas<br />

As conexões elétricas devem ser isoladas, minimizando riscos e facilitando a<br />

limpeza. Os cabos com fios elétricos que não estiverem contidos em tubos vedados<br />

devem ser protegidos com placas que permitam a ventilação e limpeza. As normas<br />

estabelecidas pela ABNT devem ser seguidas, observando-se a capacidade de carga e<br />

outros detalhes de segurança e distribuição. As instalações devem ser as mais<br />

higiênicas possíveis e protegidas da penetração de água e umidade.<br />

8.4.1.10. Instalações hidráulicas<br />

As instalações hidráulicas poderão ser visíveis por facilitar a sua instalação e<br />

manutenção. Os materiais utilizados devem ser resistentes e as tubulações bem<br />

dimensionadas para as necessidades de processamento.<br />

Devem existir linhas separadas e sem cruzamento das tubulações, de acordo<br />

com a finalidade, ou seja, a linha de água não potável utilizada na produção de vapor,<br />

refrigeração, controle de fogo e outros propósitos que não entrarão em contato com o<br />

alimento não deve cruzar com a linha de água potável.<br />

A água a ser utilizada no laticínio provém de fonte própria, estando dentro<br />

dos padrões de potabilidade especificados pelo Regulamento do RIISPOA (Decreto nº<br />

30.691, de 29/03/52) aprovado pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento<br />

através da sua Secretaria de Defesa Agropecuária, Departamento de Inspeção de<br />

Produtos de Origem Animal, Divisão de Normas Técnicas. Esta fonte possui vazão<br />

suficiente para os trabalhos industriais.<br />

A rede de esgotos do setor industrial, com exceção das câmaras frigoríficas,<br />

constará de canaletas para permitir o fácil deságue de águas residuais (rede de esgoto<br />

municipal). A rede de esgotos proveniente das instalações sanitárias e vestiários serão<br />

independentes daquela oriunda das dependências industriais.<br />

8.4.1.11. Instalações sanitárias<br />

Para viabilizar a higiene na indústria, o pessoal deve dispor de boas e<br />

suficientes instalações sanitárias, limpas, iluminadas e ventiladas. Vestiários e<br />

sanitários não devem ter comunicação direta com a área de processamento, mas<br />

devem ter lavatórios nas áreas de acesso de pessoal e de fabricação.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8.4.1.12. Instalações frigoríficas<br />

Câmara de Salga: com temperatura controlada para 10°C, piso anticorrosivo e<br />

paredes azulejadas.<br />

Câmara de Maturação/Estocagem: com temperatura controlada para 12°C e<br />

umidade relativa do ar de 85%.<br />

8.4.1.13. Anexos e outras instalações<br />

Vestiário, Sanitários/Banheiros<br />

Estas dependências estão localizadas separadamente do bloco industrial de<br />

forma adequada à racionalização do fluxo de operários.<br />

indústria.<br />

Almoxarifado<br />

O almoxarifado destinar-se-á ao estoque dos materiais de uso geral da<br />

Caldeira<br />

A caldeira estará instalada em prédio específico, mantendo o afastamento<br />

mínimo de três metros em relação a outras construções. A instalação da caldeira<br />

contará ainda com local adequado para armazenamento de lenha de modo a não<br />

prejudicar a higiene do estabelecimento.<br />

Escritório<br />

O escritório estará localizado junto ao prédio administrativo e próximo à<br />

entrada do estabelecimento.<br />

8.5. Equipamentos<br />

Os equipamentos necessários para as operações deste empreendimento.<br />

Todos podem ser adquiridos no mercado interno, e muitas informações sobre<br />

fornecedores potenciais estão disponíveis em alguns sites da internet listados em<br />

anexo. As descrições dos equipamentos a seguir foram definidas de acordo com as<br />

características dos equipamentos selecionados para aquisição no presente perfil, com<br />

os seus respectivos preços apresentados na parte II de avaliação financeira. O futuro<br />

empreendedor poderá identificar equipamentos com especificações técnicas<br />

diferentes que venham a contemplar melhor seus interesses conforme orientações<br />

55


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

técnicas. Os equipamentos que não tiverem código são por que não foram<br />

representados graficamente no croqui da fábrica.<br />

8.5.1-Bomba centrífuga<br />

Sistema de bombeamento do produto com bomba sanitária auto escovante,<br />

vazão 10m 3 /h, acionada por tomada de força do veículo via polias, correias e eixo<br />

intermediário, com mangueira de acoplamento da sucção a tubulação de descarga do<br />

tanque.<br />

8.5.2-Tanque de estocagem de leite, estacionário (2000 l).<br />

Modelo cilíndrico vertical, conjunto agitador completo composto de moto<br />

redutor, Spray Ball, visor (02) de acrílico sendo um com iluminação, entrada com<br />

quebra de espuma, escada, termômetro, torneira para coleta de amostras de leite e<br />

câmara de isolamento em lã de vidro com espessura de 50 mm.<br />

8.5.3-Bomba centrífuga<br />

Bomba sanitária, em aço inox AISI 304, vazão de 1000 litros/hora, 1 HP, para<br />

retirada do leite do tanque de recepção e envio ao resfriador.<br />

recebido.<br />

8.5.4-Filtro<br />

Filtro tubular de linha, totalmente em aço inox, para filtragem do leite<br />

CONJUNTO DE PASTEURIZAÇÃO COMPLETO:<br />

8.5.5-Pasteurizador a placas (1.000 l/h)<br />

Trocador de calor a placas, dimensionado para pasteurizar 1.000 litros/hora<br />

de leite para consumo e na fabricação de derivados, garantindo pressões de trabalho<br />

de até 6 kg/cm 2 retardador tubular para 16 segundos, bloco "bypass" para<br />

padronização.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8.5.6-Tanque de Equilíbrio (100 litros)<br />

Capacidade de 100 litros formato cilíndrico vertical, para suprimento contínuo<br />

de leite ao pasteurizador.<br />

8.5.7-Bomba centrífuga sanitária<br />

Em aço inox AISI 304, vazão de 1000 litros/hora, altura manométrica 30 MCA,<br />

potência de 1 HP, 3.500 RPM, 220/380 V, 60 Hz, para envio de leite ao pasteurizador<br />

8.5.8-Sistema gerador de água quente<br />

Para fornecimento de água quente ao pasteurizador, construído de válvula<br />

pneumática tipo "on-off”, para controle de vazão de vapor, litro, para vapor, "bypass"<br />

dotado de válvula de retenção, purgador termodinâmico, injetor de vapor em aço inox,<br />

válvula de dreno e alimentação de água, tubulações e conexões inox, para interligação<br />

deste sistema e o pasteurizador, "by-pass" auxiliar para passagens de vapor.<br />

8.5.9-Painel de controle<br />

Construído em aço carbono esmaltado para controle automático da<br />

temperatura de pasteurização do leite, destinado ao consumo. Fornecido com o painel<br />

de aço para fixar na parede, termoregistrador com gráfico circular, controlador digital<br />

de temperatura, indicador de temperatura com proteção contra superaquecimento do<br />

leite e comando de retorno do leite subpasteurizado com acionamento de alarme.<br />

8.5.10-Tanque estocagem de leite, estacionário (1.000 l).<br />

Tanque de estocagem isotérmico cilíndrico vertical, com agitador acionado<br />

por um moto-redutor, "Spray Ball", visor, iluminação, entrada com quebra de espuma,<br />

escada, termômetro, torneira para coleta de amostras e isolamento em lã de vidro de<br />

50mm. Capacidade de 2.000 litros. Para estocagem de leite pasteurizado<br />

8.5.11-Desnatadeira (1.000 litros/h)<br />

Capacidade de 1.000 litros/h, para padronização e desnate de leite.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8.5.12-Envasadora<br />

Envasadora automática para leite, capacidade de até 500 embalagens/hora,<br />

equipada com tanque de equilíbrio em aço-inoxidável.<br />

FABRICAÇÃO DE QUEIJOS<br />

8.5.13-Tanque de fabricação de queijos (500 litros).<br />

Tanque em parede dupla, para fabricação de queijos, com serpentinas para<br />

circulação do meio aquecedor ou refrigerante, totalmente fabricado em aço inoxidável<br />

AISI 304, acabamento liso sanitário, formato retangular, capacidade para 200 litros.<br />

8.5.14-Mesa para Manuseio<br />

Destinada ao manuseio (viragens e retirada de aparas) dos queijos.<br />

Totalmente fabricada em aço-inoxidável AISI 304, recebendo polimento de alta<br />

qualidade medindo 2,0m x 1,0m com debruns e rodízios.<br />

8.5.15-Conjunto de Prensas<br />

Para prensagem de queijos enformados, coletiva vertical, estruturada em<br />

cantoneira de aço inox, com capacidade para 100 formas construídas com rodízios<br />

para locomoção.<br />

encolhimento.<br />

8.5.16-Seladora a vácuo<br />

Para embalagem de queijos a vácuo. Acompanhada de tanque de<br />

8.5.17-Batedeira para Manteiga<br />

Para a bateção do creme, com bateção pelo sistema de tombos, tomboração<br />

de formato cilíndrico horizontal, de construção sanitária, capacidade para 100kg de<br />

creme, com as partes em contato com o produto em aço-inoxidável. Fornecida<br />

completa com motor elétrico.<br />

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Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

FABRICAÇÃO DE MANTEIGA<br />

8.5.18-Tanque Pasteurizador-Maturador Lento<br />

Capacidade de 300 litros de creme, modelo cilíndrico vertical, interior em aço<br />

inox AISI 304 com fundo tipo cônico invertido, acabamento tipo polido sanitário e<br />

revestido em aço inox AISI 304 com acabamento escovado. Câmara para resfriamento<br />

ou aquecimento tipo banho-maria. Consumo de energia de 1,5cv; consumo de vapor<br />

50kg/cv; diâmetro 960mm, altura 1.300 mm; funcionamento 6 horas.<br />

8.5.19-Fracionadeira para embalagem de manteiga<br />

Utilizada para moldar os tabletes de manteiga, com possibilidade de ajustar o<br />

peso líquido. Fabricada totalmente em aço inoxidável AISI 304, possui reservatório<br />

com rosca sem fim acionada por moto-redutor. Ajuste do corte (altura e comprimento<br />

do tablete) e alimentação da carga realizada manualmente.<br />

EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE CÂMARAS<br />

8.5.20-Tanques beliche para câmara de salga<br />

Tanques tipo beliche, capacidade de 300 litros de salmoura cada, totalmente<br />

industrializado em aço inox AISI 304; dimensões: 800 x 500 x 1.540mm. Utilizados para<br />

salga de queijo.<br />

8.5.21-Prateleiras para as câmaras de salga, de maturação e de estocagem<br />

Construídas em madeira e utilizadas para secagem dos queijos após a<br />

operação de salga, suportar os queijos na maturação e produtos acabados na câmara<br />

de estocagem<br />

8.5.22-Balança comercial (15kg)<br />

Uma balança comercial com capacidade máxima de 15kg.<br />

GERAÇÃO DE CALOR<br />

8.5.23-Caldeira Geradora de Vapor<br />

Caldeira horizontal para geração de 300kg/h de vapor com pressão de 8 BAR,<br />

água de alimentação a 26°C, monobloco, compacta, fogo tubular com duas passagens<br />

59


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

de gases combustos, controle automático de alimentação de água, painel elétrico para<br />

controle da eletrobomba (múltiplo estágio 3cv trifásico), injetor mecânico de ¾'',<br />

alarme acústico, isolamento térmico em lã de vidro e grelha refrigerada.<br />

Funcionamento 8 h/dia.<br />

INSTALAÇÃO FRIGORÍFICA<br />

Sistema de frio com capacidade para resfriar 2.000 litros, construído<br />

totalmente em aço carbono com espessura de 1/8'' nas dimensões internas de 2.300 x<br />

1.500 x 1.200mm; travamentos em perfil tipo "U" dotada de divisão para circulação de<br />

água; agitador com motor de 1,0cv tipo acoplado para agitar a água; revestimento final<br />

com chapa trapezoidal; acabamento final com jato de areia e tinta betuminosa.<br />

Funcionamento de 12h/dia.<br />

Evaporador tipo serpentina, industrialização em forma zig-zag tubular com<br />

tubos de cobre (diâmetro de ¾''); 130 metros lineares com travamento e sustentação<br />

em cantoneiras;<br />

Unidade Bitzer, com refrigerante Freon 12, trifásico 05cv, polia, correia,<br />

presostato, filtro, condensador, depósito de líquido, base com calço. Funcionamento<br />

de 12h/dia. Serão necessárias duas unidades.<br />

8.5.24-Câmara de salga<br />

Câmara modular com temperatura interna de 12°C, temperatura de entrada<br />

do produto de 28°C e temperatura externa máxima de 35°C, com painel modular<br />

constituído de núcleo isolante de poliestireno em espessura de 100mm, porta<br />

frigorífica de acionamento manual com isolamento em poliuretano injetado na<br />

espessura de 60mm; dimensões externas de 4020 x 3070 x 2600mm; acompanha<br />

monobloco frigorífico de 220V/60Hz/monofásico. Movimentação diária de produto:<br />

200kg<br />

8.5.25-Câmara de maturação<br />

Câmara modular com temperatura interna de 12°C, temperatura de entrada<br />

do produto de 15°C e temperatura externa máxima de 35°C, com painel modular<br />

constituído de núcleo isolante de poliestireno em espessura de 100mm, porta<br />

60


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

frigorífica de acionamento manual com isolamento em poliuretano injetado na<br />

espessura de 60mm; dimensões externas de 4020 x 3070 x 2600mm; acompanha<br />

monobloco frigorífico de 220V/60Hz/monofásico. Movimentação diária de produto de<br />

200kg.<br />

8.5.26- Material de Laboratório ( Kit vendido no mercado)<br />

8.6 O Laticínio<br />

8.6.1 Descrição do Laticínio (estabelecimento)<br />

a) Localização do estabelecimento:<br />

BR-364, Km 602, PA Caeté, Margem Esquerda, Diamantino-MT,<br />

TEL.: (65) 3310 – 6410 - e-mail: agricultura.diamantino@gmail.com<br />

b) Categoria do estabelecimento:<br />

Laticínio.<br />

c) Responsável técnico:<br />

d) Área do terreno:<br />

A área do terreno será de aproximadamente 1.000,00m².<br />

e) Área construída:<br />

Laticínio...........................................................................140,5m²<br />

Anexos (escritório, banheiro e vestiário)...........................17,5m²<br />

Totais...............................................................................158,0m²<br />

f) Área útil do Laticínio:<br />

Laticínio...........................................................................140,5m²<br />

g) Área útil do anexo Sede Administrativa:<br />

Anexos (escritório, banheiro e vestiário)...........................17,5m²<br />

61


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

h) Recuo do alinhamento:<br />

O recuo do alinhamento do prédio industrial com relação à cerca/alambrado,<br />

ou qualquer outra benfeitoria é de aproximadamente 50,00 metros.<br />

Figura 14. Croqui do Laticínio<br />

62


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

8.6.2 Dimensionamento, localização e obras.<br />

a) Localização: No que tange à localização, os principais condicionantes são: a<br />

proximidade da matéria-prima, disponibilidade de energia elétrica e disponibilidade de<br />

água potável em grandes quantidades.<br />

b) Proximidade da matéria prima: Quanto à proximidade da matéria-prima,<br />

este não deve se constituir em grande problema, uma vez que a produção de leite é<br />

amplamente difundida no país, e pode ser facilmente implantada, se bem orientada<br />

por profissionais.<br />

c) Necessidade de água: A água é o recurso natural mais empregado no setor,<br />

pois sua utilização está normalmente vinculada à garantia das condições sanitárias e<br />

de higiene necessárias. Seu consumo está diretamente relacionado às operações de<br />

limpeza, lavagem da massa láctea, bem como às associadas ao resfriamento e geração<br />

de vapor.<br />

De acordo com o tipo de instalação, do sistema de limpeza e seu<br />

gerenciamento, a quantidade de água consumida no processo pode ultrapassar em<br />

muito o volume de leite processado. O consumo médio normal está entre 1,0 e 6,0<br />

litros/kg de leite recebido, entretanto é possível otimizar o processo para que ocorra<br />

redução desses índices. Convém ressaltar que o maior consumo de água ocorre<br />

durante as operações secundárias, particularmente as de limpeza, desinfecção e<br />

resfriamento.<br />

d) Terreno: A localização deve considerar um terreno que permita a completa<br />

instalação de todas as unidades do Laticínio, se possível fornecendo dois acessos, um<br />

para matéria-prima (leite) e outro para a expedição de produtos acabados. De<br />

preferência deve ser suficientemente amplo para comportar todas as operações<br />

necessárias ao funcionamento. O mesmo deve ser plano, seco e livre de enxurradas,<br />

de fácil aquisição ou desapropriação, de mais de uma frente, ter rios ou lagoas<br />

próximas e capazes de receber os seus efluentes. Deve se localizar fora do perímetro<br />

urbano, próximo a vias de acesso fácil e de preferência ser dotado de rede rodoviária<br />

que facilite o escoamento da produção, embora afastado da via pública<br />

(preferencialmente a 5,0 metros desta). Preferencialmente, deve se localizar em zonas<br />

rurais ou estritamente industriais, para se evitar conflitos futuros com regiões urbanas.<br />

Deverá dispor de área pavimentada e urbanizada, suficiente para permitir a<br />

63


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

movimentação de veículos. Se possível deve atender ainda a futuros projetos de<br />

expansão.<br />

e) Cursos de água: Há de se considerar ainda a sua localização em relação aos<br />

cursos de água, a qual deve ser feita à jusante dos pontos de captação para<br />

tratamento e abastecimento da população.<br />

f) Cidade: Em relação à cidade: devido ao odor desagradável que as operações<br />

do Laticínio exalam deve estar disposto de modo a que os ventos predominantes não<br />

carreiem odores para a cidade; no caso disto ser inevitável, deve-se fazer com que os<br />

ventos atravessem uma barreira de árvores de odor agradável antes de ter às cidades.<br />

Também, devido à natureza dos produtos ali obtidos, deve-se cuidar para que o<br />

Laticínio não se localize junto a fontes poluidoras e produtoras de odores (curtumes,<br />

lixões, etc.).<br />

g) Energia: O consumo de energia está associado à garantia de qualidade dos<br />

produtos, principalmente daqueles submetidos a tratamento térmico, refrigeração e<br />

armazenamento.<br />

Os usos mais freqüentes estão indicados abaixo.<br />

Térmica: Uso mais freqüente na Geração de vapor e água quente, limpeza<br />

dos equipamentos Pasteurizadores/esterilizadores, sistemas de limpeza<br />

CIP;<br />

Elétrica: Uso mais freqüente na Refrigeração, iluminação, ventilação,<br />

operação de equipamentos elétricos (bombas, misturadores, etc.), rede<br />

elétrica, ventilação, geração de ar comprimido.<br />

Estima-se que cerca de 80% do consumo total de energia seja térmica, obtida<br />

da combustão de combustível fóssil, e os 20% remanescentes, sejam de energia<br />

elétrica.<br />

8.6.3 Equipamentos para a complementação do Laticínio.<br />

i. Desnatadeira 65 litros/hora<br />

ii. Batedeira 50 litros/hora<br />

iii. Tanque de Salga:<br />

iv. Moldadeira de Mussarela:<br />

v. Agitador Completo:<br />

64


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

vi. Mesa de Inox 190x90x70cm<br />

vii. Prensa de Bolinha<br />

viii. Forma de Mussarela<br />

ix. Iogurteira 1000 litros/hora<br />

x. Tacho Elétrico para Doce de Leite<br />

xi. Seladora a Vácuo<br />

xii. Seladora de Potes<br />

xiii. Caldeira 15 Kg<br />

xiv. Câmara Fria 2,5x2,5x3.0m<br />

xv. Lavador de Botas<br />

xvi. Tanque de Fabricação de Mussarela.<br />

8.6.4 Inspeção sanitária e Certificação<br />

Inicialmente será acompanhada pela Secretaria de Saúde do município, o<br />

Serviço de Inspeção Municipal. Depois com Serviço de Inspeção Sanitário Estadual o<br />

INDEA assumirá o papel de fiscalização e monitoramento durante o recebimento do<br />

leite para o beneficiamento. Terá de ter um escritório em anexo ao Laticínio para os<br />

trabalhos do Médico Veterinário do INDEA.<br />

8.6.5 Fluxograma da Cadeia Produtiva<br />

TANQUES DE<br />

RESFRIAMENTO<br />

INDÚSTRIA<br />

E<br />

COMÉRCIO<br />

DE<br />

INSUMOS<br />

UNIDADE<br />

PRODUTIVA<br />

FAMILIAR<br />

(<strong>LEITE</strong>)<br />

Figura 15. Cadeia Produtiva do Leite e derivados<br />

SEMAGRI<br />

EMPAER<br />

SEBRAE<br />

SENAR<br />

ENTREPOSTOS<br />

DE<br />

RESFRIAMENTO<br />

PEQUENOS E<br />

MÉDIOS<br />

LATICÍNIOS<br />

LATICÍNIOS NO<br />

TERRITÓRIO E<br />

REGIÃO<br />

OUTROS<br />

ESTADOS DO<br />

BRASIL<br />

MERCADO<br />

LOCAL<br />

VENDA DIRETA<br />

AO<br />

CONSUMIDOR<br />

65


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

9. EIXOS ESTRATÉGICOS DAS AÇÕES DO PGSE<br />

9.1 Organizacional<br />

a) Estrutura Organizacional<br />

Qual é a estrutura organizacional do Laticínio? Anexar um organograma<br />

com os respectivos cargos, conselhos e funções de cada em deles.<br />

Qual o poder de decisão de cada conselho e competências e critérios de<br />

escolha de seus membros?<br />

Qual grau de comunicação e interdependência entre cada cargo e cada<br />

conselho?<br />

Como as decisões são tomadas no Laticínio?<br />

Conselhos: Quais são os conselhos? Quais seus papéis e funções? Qual a<br />

periodicidade de reuniões e critérios para convocação de reuniões<br />

extraordinárias? Critérios, mandato e processo de escolha dos membros<br />

dos conselhos?<br />

b) Sistema de Autogestão<br />

Como o Laticínio será gerido?<br />

Quais competências/capacidade o gestor ou o corpo gerencial tem e<br />

deveria ter?<br />

Quais são as responsabilidades do gestor ou do núcleo de autogestão?<br />

Qual a autoridade do gestor ou do núcleo de autogestão?<br />

Como o desemprego do gestor ou do corpo gerencial será avaliado?<br />

A cooperativa tem acesso à assistência técnica nas áreas de Tecnologia,<br />

Desenvolvimento Organizacional, Gestão e Planejamento Estratégico?<br />

9.2 Institucional<br />

Criação da Cooperativa;<br />

Implantar programas de capacitação dos agricultores familiares e<br />

trabalhadores em associativismo, manejo adequado do plantel, produção<br />

de leite, beneficiamento do leite e seus derivados, gestão, comercialização,<br />

capacitação para atender a Normativa 51;<br />

66


Gestão;<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Criar marcas e registros;<br />

Implantar logística de coleta e comercialização do produto.<br />

9.3 Econômico<br />

Redução dos custos de produção;<br />

Melhorar o sistema de produção de volumoso e de concentrado com<br />

produtos da região;<br />

Traçar estratégias de comercialização através da Cooperativa;<br />

Consolidar o processo de funcionamento da unidade de beneficiamento de<br />

leite;<br />

Capital de giro;<br />

Desenvolver estratégia de comercialização.<br />

9.4 Tecnológico<br />

Melhoria na genética do gado.<br />

Produção de acordo com parâmetros técnicos para a produção de leite e<br />

derivados;<br />

Assistência técnica e gerencial.<br />

9.5 Ambiental<br />

No sistema de produção melhorar o manejo adequado da pastagem dos<br />

piquetes;<br />

Na alimentação depender menos de terceiros quanto ao volumoso e<br />

proteína, com o emprego de rações alternativas;<br />

No Laticínio fazer o tratamento dos resíduos na perspectiva de fabrico de<br />

adubos orgânicos.<br />

67


10. PROJETOS<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Este Plano de Gestão é composto por 5 (cinco) projetos, distribuídos segundo<br />

as 5 (cinco) dimensões anteriormente explicitadas. Os projetos são os mecanismos<br />

operacionais de ação concreta que podem ser executados em um determinado espaço<br />

e num certo período de tempo e materializam as propostas concretas de intervenção<br />

em termos dos seus objetivos e linhas de ação.<br />

10.1 Projeto 1 – Ampliar as áreas de produção de capineiras volumosos e<br />

pastagens para reduzir os custos de produção e melhorar a renda dos produtores.<br />

Objetivo Geral:<br />

Ampliar as áreas de capineiras e pastagens;<br />

Reduzir os custos de produção;<br />

Garantir ração de boa qualidade em tempo oportuno;<br />

Aumentar a produtividade do leite.<br />

Objetivos Específicos:<br />

Implantar 100 hectares de volumoso;<br />

Implantar 300 hectares de pastagens;<br />

Atender a 100 produtores.<br />

Orçamento: 1.000.000,00 (Hum milhão de reais).<br />

Fonte de Financiamento: PRONAF e recursos próprios.<br />

10.2 Projeto 2 - Capacitação dos Agricultores familiares que produzem leite<br />

Objetivo Geral: Capacitar os agricultores e técnicos no processo de produção e<br />

beneficiamento do leite e do fortalecimento do associativismo para garantir melhoria<br />

da produtividade, qualidade do leite e gestão dos empreendimentos da cadeia<br />

produtiva do leite.<br />

Objetivos Específicos:<br />

Melhorar o manejo dos rebanhos bovinos;<br />

Melhorar a ordenha do leite;<br />

Aumentar a renda dos produtores;<br />

Aumentar a produtividade de leite;<br />

68


Metas:<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Melhorar a qualidade do leite;<br />

Melhorar a gestão da cadeia produtiva do leite;<br />

Fortalecimento do associativismo das unidades de produção e<br />

beneficiamento.<br />

Capacitar 100 produtores no manejo do rebanho;<br />

Capacitar 100 produtores em ordenha;<br />

Capacitar 10 técnicos para cadeia produtiva do leite.<br />

Orçamento: R$ 60.000,00 (Sessenta mil reais)<br />

Fonte de Financiamento: Parceiras (SEBRAE, CTA, SDT/MDA)<br />

10.3 Projeto 3 – Melhoria da Infra-Estrutura da Entidade Gestora<br />

Objetivo Geral<br />

Prover de infra-estrutura da Cooperativa.<br />

Objetivos Específicos:<br />

Metas:<br />

Disponibilizar uma sede para o escritório da Cooperativa;<br />

Melhorar o apoio logístico da Cooperativa;<br />

Mobiliar o escritório da Cooperativa.<br />

Adquirir ou Construir um espaço para o escritório da Cooperativa;<br />

Adquiri móveis e equipamentos de escritório e informática;<br />

Viabilizar o sinal da internet; e<br />

Orçamento: R$ 40.000,00 ( Quarenta mil reais)<br />

Fontes de financiamento: Próprios, Fundação Banco do Brasil, PRONAF.<br />

10.4 Projeto 4 – Assistência Técnica e Gerencial<br />

Objetivo Geral<br />

Garantir assistência técnica e gerencial com eficiência e eficácia aos<br />

agricultores familiares produtores de leite e ao Laticínio em Diamantino, com vistas ao<br />

aumento da produtividade e da qualidade.<br />

69


Objetivos Específicos:<br />

PRONAF.<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Melhorar a produção, produtividade e qualidade do leite;<br />

Garantir assessoramento técnico ao Laticínio;<br />

Reduzir os custos de produção;<br />

Melhorar a renda dos agricultores familiares;<br />

Diversificar o mercado do leite.<br />

Viabilizar o acesso dos produtores ao credito do PRONAF.<br />

Metas:<br />

Atender a 100 produtores, inicialmente;<br />

Garantir a contração 2 veterinário para o campo e outro no Laticínio;<br />

Viabilizar 5 técnicos de campo;.<br />

Orçamento: R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais)<br />

Fontes de Financiamento: Governo do Estado, Governos Municipais, MDA e<br />

10.5 Projeto 5 – Desenvolvimento de Estratégia de Comercialização<br />

Objetivo Geral<br />

Elaborar e implementar uma estratégia de comercialização dos produtos do<br />

leite e seus derivados que garanta a melhoria de renda dos agricultores familiares.<br />

Objetivos Específicos:<br />

Metas:<br />

Elaborar e implementar estratégia de comercialização de leite e seus<br />

derivados dos agricultores familiares;<br />

Inserir os produtos da unidade de beneficiamento de leite nos mercados<br />

consumidores.<br />

Elaboração e implementação de uma estratégia de comercialização com<br />

rótulos e marca dos produtos;<br />

Inserção de 100 % dos produtos da unidade de beneficiamento de leite nos<br />

mercados consumidores;<br />

Orçamento: R$ 20.000,00 (Vinte mil reais)<br />

Fontes de Financiamento: Governo do Estado, Governos Municipais, MDA e<br />

PRONAF.<br />

70


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

11. ORGANIZAÇÃO GESTORA<br />

11.1 Identificação<br />

A gestão do Laticínio será executada por uma Cooperativa formada por<br />

agricultores familiares inseridos na cadeia produtiva do leite nas comunidades rurais<br />

dos municípios de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro, que fazem parte<br />

do Território Rural do Alto do Rio Paraguai.<br />

Figura 16. Esquema do processo de gestão do Laticínio.<br />

Esse processo de gestão terá como coordenador geral o comitê gestor,<br />

consultoria especializada na área de produção e mercado. Um gerenciamento,<br />

departamentalizado em:<br />

cooperativa;<br />

a) Departamento de produção a campo irá cuidar da produção e da<br />

b) Departamento do Laticínio cuidará de todo apoio ao beneficiamento,<br />

produção, embalagem e armazenamento do leite e derivados;<br />

c) Departamento de Logística de Mercado e Comercialização irá cuidar do<br />

leite e seus derivados a partir do Laticínio até a entrega aos mercados.<br />

71


ATIVIDADES PRODUTIVAS<br />

LATICÍNIO E MERCADO<br />

Leite e Derivados e<br />

Mercado<br />

Estimativa de Venda<br />

R$ 0,80<br />

Custos Produção<br />

Interna<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Quadro 2. Resumo das Ações do Laticínio Caeté.<br />

VENDA MENSAL<br />

1° Ano 2°Ano 3° Ano 4° Ano<br />

500 l/dia e<br />

15.000 l/mês<br />

1.000 l/dia ou<br />

30.000 l/mês<br />

2.000 l/dia ou<br />

60.000 l/mês<br />

3.000 l/dia ou<br />

90.000 l/mês<br />

R$ 12.000,00 R$ 24.000,00 R$ 48.000,00 R$ 72.000,00<br />

R$ 3.000,00 R$ 4.500,00 R$ 6.000,00 R$ 8.000,00<br />

Custos Gado de Leite R$ 2.000,00 R$ 3.800,00 R$ 9.000,00 R$14.000,00<br />

Custos Tributos R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 R$ 6.000,00 R$ 8.000,00<br />

Custos Logística de<br />

Mercado e Entrega<br />

R$ 4.000,00 R$ 5.000,00 R$ 6.800,00 R$ 10.000,00<br />

Saldo Mensal - Lucro R$ 1.000,00 R$ 6.700,00 R$ 20.200,00 R$ 32.000,00<br />

Este projeto apresenta uma proposta de Política de apoio à agricultura<br />

familiar, que viabilizam o desenvolvimento local através de um modelo de gestão auto-<br />

sustentável. O aumento da produtividade com o aperfeiçoamento das técnicas de<br />

produção, a implantação de agroindústrias para agregar valor à matéria prima e o<br />

planejamento da produção visando à abertura de novos mercados são metas do<br />

projeto nos anos iniciais de implantação, sempre em parceria com os trabalhadores<br />

rurais e o poder publico, assim como entidades do terceiro setor e a sociedade civil<br />

organizada.<br />

As decisões dos trabalhos e dos investimentos passam sempre por um Fórum<br />

gestor do Laticínio e da Cooperativa, onde serão debatidas e discutidas com as<br />

famílias que compõem o grupo de agricultores familiares que produzem leite, os prós e<br />

contras de cada encaminhamento proposto, resultando em um misto de atividades<br />

individuais e coletivas das comunidades produtoras. Os agricultores familiares que<br />

produzem leites deverão estar filiados a cooperativa. O leite tem de estar de acordo às<br />

observâncias de mercado segundo normativa do INDEA e da ANVISA.<br />

11.2 Recursos Humanos<br />

O Laticínio deverá ter uma equipe com a capacidade de treinar as famílias<br />

para produzirem segundo estas normativas com aproveitamento dos subprodutos e<br />

com a conservação dos recursos naturais. Uma equipe capaz de gerenciar a produção e<br />

72


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

atingir o mercado com tecnologia produtiva e social. Com inclusão social e melhoria de<br />

qualidade de vida do agricultor, maximizando lucros e minimizando custos. Nesse<br />

sentido estabelece-se a seguinte equipe:<br />

a) Técnico de nível superior e experiente em planejamento, gestão de<br />

negócios com especificidade na produção e comercialização de leite e seus derivados<br />

oriundos da agricultura familiar: Trabalhar as questões de campo, no monitoramento<br />

do manejo do rebanho e da produção de leite. Também no beneficiamento e<br />

assessoria no gerenciamento do laticínio e na logística de mercado;<br />

b) Dois técnicos de nível superior com experiência produção de leite. Sendo<br />

um para campo (pode ser Engenheiro Agrônomo) e o outro (deve ser Médico<br />

Veterinário) para o Laticínio: O técnico de campo deverá visitar cada produtor pelo<br />

menos uma vez por mês, observando o manejo do rebanho leiteiro, as instalações, a<br />

produção de volumosos. Cuidando para que as normas oficiais cumpridas junto aos<br />

agricultores familiares. O Médico Veterinário deverá acompanhar todo o processo de<br />

beneficiamento do leite que chega ao laticínio e realizar visitas aos agricultores<br />

familiares quando for necessário;<br />

c) Seis funcionários para o beneficiamento do leite e para o apoio em geral:<br />

Todos esses funcionários deverão passar por um curso de nivelamento inicial e um<br />

monitoramento e avaliação continua para manter a qualidade do produto. Dentre os<br />

seis funcionários separar um deles para ser o gerente da unidade com nível médio<br />

profissionalizante: O gerente deverá acompanhar a chegada dos caminhões-tanque<br />

com leite, cuidar para que a amostra do leite passe pelo Médico Veterinário, os<br />

cuidados sanitários e ambientais da unidade e dos equipamentos utilizados na<br />

unidade. Cuidar a segurança do local e dos equipamentos de segurança dos<br />

funcionários.<br />

11.3 Experiência<br />

A Cooperativa dispõe hoje de aproximadamente 100 agricultores capacitados<br />

para trabalhar com a produção de leite. Todos serão sócios da Cooperativa.<br />

73


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

11.4 Estratégias de Financiamento<br />

Os recursos para financiamento do Laticínio foram discutidos e priorizados no<br />

Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Alto do Rio Paraguai, que definiu a<br />

implementação de um Laticínio como uma forma de consolidação da cadeia produtiva<br />

do leite na região.<br />

74


12. ASSESSORIA TÉCNICA<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Com o objetivo de prestar apoio técnico-gerencial de forma a aprimorar a<br />

produção, processamento e comercialização de maneira a garantir o êxito do Laticínio.<br />

Deve ser realizado em todas as etapas do processo desde a fase produtiva, passando<br />

pela implantação, funcionamento e prestação de contas dos recursos recebidos.<br />

12.1 Assessoramento de Caráter Geral<br />

O assessoramento técnico-gerencial tem o propósito geral de contribuir para<br />

o fortalecimento dos processos de produção, processamento e comercialização, bem<br />

como para a construção de instituições sociais e políticas que garantam o êxito do<br />

Laticínio. O assessoramento técnico deve acontecer em todas as etapas do Laticínio,<br />

isto é, na identificação, elaboração, negociação, aquisição dos equipamentos,<br />

implantação, funcionamento e prestação de contas dos recursos recebidos,<br />

diferenciando-se em dois tipos fundamentais: o assessoramento de caráter geral e o<br />

assessoramento de caráter especializado. O assessoramento de caráter geral será<br />

prestado nas etapas de mobilização para consolidação do Laticínio, elaboração dos<br />

programas e projetos, além de aquisição dos equipamentos, implantação e prestação<br />

de contas dos recursos recebidos.<br />

12.2 Assessoramento de Caráter Especializado<br />

O assessoramento de caráter especializado variará com a natureza e as etapas<br />

de implantação e funcionamento do Laticínio, tendo, em geral, caráter temporário, e<br />

foco na consolidação do Laticínio.<br />

75


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

13. FONTES DE FINANCIAMENTO<br />

Até o presente momento, o financiamento da cadeia produtiva foi realizado<br />

pelo Governo Federal, através das linhas de crédito do PRONAF, Programa de<br />

Aquisição de Alimento (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),<br />

além de recursos próprios dos agricultores familiares (poupança).<br />

76


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

14. MODELO DE GESTÃO COOPERATIVADA<br />

15.1 Estrutura Organizacional<br />

A estrutura organizacional proposta para a gestão do Plano de Gestão está<br />

composta pelos produtores de leite, organizados em associações formais ou não. A<br />

associação reúne a produção de leite e encaminha para o Laticínio. Uma vez o leite<br />

beneficiado (pasteurizado e transformado em derivados), é então comercializado por<br />

intermédio da Cooperativa, conforme ilustra o fluxograma abaixo apresentado.<br />

Figura 17. Fluxograma da Cadeia Produtiva Cooperativada do Leite.<br />

Produtores de Leite<br />

Diamantino<br />

Modelo de gestão é conceituado como a estrutura organizacional,<br />

procedimentos administrativos, instrumentos de controle e avaliação, regras de<br />

distribuição dos resultados obtidos no Laticínio e sistemas de recuperação de custos,<br />

manutenção e re-investimento. A Cooperativa deve ter um organograma de<br />

funcionamento composto por:<br />

Assembléia Geral dos cooperados, Ordinária ou Extraordinária é órgão<br />

supremo da Cooperativa, cabendo-lhe tomar toda e qualquer decisão de interesse da<br />

entidade. Suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou discordantes. É<br />

da competência das Assembléias Gerais, Ordinárias ou Extraordinárias a destituição<br />

dos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal ou de outros.<br />

Ocorrendo destituição que possa comprometer a regularidade da administração ou<br />

fiscalização da Cooperativa poderá a Assembléia Geral designar administradores e<br />

conselheiros fiscais provisórios, até a posse dos novos, cuja eleição se realizará no<br />

prazo de 30 (trinta) dias.<br />

Associações, Cooperativas, Grupos Formais e Informais Locais<br />

Laticínio<br />

Produtores de Leite<br />

São José do Rio Claro<br />

Cooperativa<br />

Produtores de Leite<br />

Alto Paraguai<br />

Mercados<br />

77


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Conselho de Administração é o órgão superior na hierarquia administrativa,<br />

sendo de sua competência privativa e exclusiva responsabilidade a decisão sobre todo<br />

e qualquer assunto de ordem econômica ou social, de interesse da Cooperativa ou de<br />

seus cooperados.<br />

Administração Executiva ou Gerências: As funções de Administração<br />

Executiva dos negócios sociais serão exercidas por pessoal contratado, segundo a<br />

estrutura que for estabelecida pelo Conselho de Administração. Subordinado a esta<br />

gerencia temos os departamentos de:<br />

Produção: responsável pelo recebimento, armazenamento e conservação<br />

de produtos desde a entrada na cooperativa até o carregamento no<br />

momento da venda;<br />

Administrativo: responsável pelo andamento operacional do espaço<br />

administrativo do Laticínio;<br />

Financeiro/contábil: responsável pelo evento financeiro e contábil.<br />

Conselho Fiscal: Os negócios e atividade da Cooperativa serão fiscalizados<br />

assídua e minuciosamente por um Conselho Fiscal constituído de membros efetivos e<br />

suplentes, todos devem ser cooperados. Para o desempenho de suas funções, terá o<br />

Conselho Fiscal acesso a quaisquer livros, contas e documentos, a empregados, a<br />

cooperados e outros, independente de autorização via do Conselho de Administração<br />

sem que, contudo, lhe caiba o direito de interferir no cumprimento das determinações<br />

deste órgão.<br />

15.2 Procedimentos Administrativos<br />

A produção de leite e derivados no âmbito do Laticínio de Diamantino ocorre<br />

em todos os assentamentos e comunidades tradicionais de forma individual ou<br />

coletiva, sendo que a comercialização é feito de forma coletiva através da Cooperativa.<br />

As decisões para definição do preço e efetivação da comercialização se da<br />

através de assembléias da Cooperativa que será a organização responsável pelo<br />

beneficiamento e comercialização da produção.<br />

78


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

15.3 Instrumentos de Controle<br />

A Cooperativa tem como instrumento de controle o seguinte:<br />

a) O Conselho Fiscal da entidade;<br />

b) examinar o livro e papéis relacionados com as finanças da Associação e o<br />

estado de caixa, devendo a Diretoria prestam-lhes as informações solicitadas;<br />

c) inspeções internas;<br />

d) livros de atas e caixa;<br />

e) software para fazer os controles de entrada e saída de recursos, estoque,<br />

patrimônio, contas a pagar e receber etc.<br />

15.4 Distribuição dos Resultados<br />

A Cooperativa terá regimento próprio onde é definida a remuneração dos<br />

membros do Laticínio e os custos de produção e operação e manutenção do negócio. A<br />

Cooperativa faz a apuração dos custos gerais de produção e das receitas do Laticínio<br />

verificará a situação financeira fazer a seguinte distribuição:<br />

a) Destinar 10% do lucro líquido para capitalizar a Cooperativa;<br />

b) Retirar os valores relativos aos adiantamentos feitos aos agricultores;<br />

c) A sobra será definida em assembléia da Cooperativa as finalidades.<br />

15.5 Fundo de Recuperação<br />

O Fundo de Recuperação será formado com as sobras relativas às receitas da<br />

Cooperativa, doações, convênios e recursos próprios dos sócios. O percentual para<br />

constituição do Fundo será definido em assembléia, e nunca será menos de 10% sobre<br />

o valor liquido apurado nos resultados obtidos nas operações do Laticínio.<br />

79


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

16. ANÁLISE DA VIABILIDADE SOCIOECONÔMICA E SOCIAL<br />

16.1 Análise dos Custos<br />

Análise dos custos do investimento e dos custos operacionais relativos à<br />

implantação e funcionamento do PGSE. Os custos dos investimentos correspondem à<br />

amortização anual das obras civis, máquinas e equipamentos que foram ou serão<br />

utilizados na implementação do PGSE. Os custos operacionais foram calculados com<br />

base na apuração das despesas correntes requeridas para o funcionamento do<br />

Laticínio. Os custos financeiros do investimento foram calculados com base nas taxas<br />

de juros e outros encargos provenientes dos empréstimos de obtenção de recursos<br />

reembolsáveis alocados para o Laticínio.<br />

Laticínio.<br />

16.2 Receitas Totais<br />

Apuração com base na projeção anual de vendas da produção obtida com o<br />

16.3 Balanço de Receitas e Custos do negócio<br />

Obtida pela diferença entre as receitas totais, os custos financeiros e os custos<br />

operacionais projetados para cada ano do Laticínio, até o seu pleno funcionamento.<br />

16.4 Renda líquida mensal dos beneficiários<br />

Calculada pela diferença entre as receitas, custos financeiros e os custos<br />

operacionais do Laticínio, após a retirada mensal para constituição do Fundo de<br />

Investimento Coletivo (FIC). O FIC corresponderá a até 20% da receita líquida apurada,<br />

de acordo com a capacidade financeira do Laticínio.<br />

16.5 Renda líquida mínima mensal por beneficiário<br />

Demonstrada pela viabilidade técnica e econômica que seja capaz de financiar<br />

sua operação e manutenção e garantir uma relação benefício-custo positiva e com<br />

perspectivas de aumento ao longo do tempo.<br />

(Anexo 1).<br />

Maiores informações vide planilhas de viabilidade econômica do Projeto<br />

80


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

17. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO<br />

17.1 Fluxo de Execução das principais atividades de apoio à produção e<br />

beneficiamento do leite (2011/2021).<br />

Com base na visão de futuro (Quadro 3) a equipe técnica e o grupo gestor<br />

definiram o que se quer, o que deve ser feito, com quem se pode contar, enfim, definir<br />

o que deverão providenciar (planificação) para alcançá-lo. A visão de futuro torna-se<br />

um instrumento fundamental para dimensionar as possibilidades de realização de<br />

crescimento do Laticínio e a conquista de mercado, contribuindo na definição dos<br />

objetivos específicos, metas e estratégias de desenvolvimento sustentável.<br />

Com base na visão de futuro, o comitê gestor do Laticínio, visualizando o<br />

Laticínio no contexto do mercado do território e seu entorno, tem condições de iniciar<br />

o seu processo de planejamento estratégico, pois concebeu coletivamente o que quer,<br />

gerando uma imagem de como estará quando chegar ao prazo que determinou. Este<br />

momento de planificação inicial foi indispensável para que a equipe com visão no<br />

mercado local pudesse dar início ao seu planejamento. Observaram-se as condições<br />

internas do Laticínio e da cooperativa, no contexto do mercado local, suas<br />

potencialidades, dificuldades e o contexto sociopolítico organizativo, bem como a<br />

forma de interação dessa perspectiva com as condições futuras do contexto externo.<br />

Para se conseguir um processo sinérgico entre o Laticínio e a organização<br />

produtiva e cooperativa, alguns pontos deverão ser observados sempre durante o<br />

processo, conforme contempla o Quadro 3. Somente assim o Comitê gestor do<br />

Laticínio terá êxito em implantar a gestão, capacitar os agricultores nas cadeias<br />

produtivas a serem instaladas, assim como, em desenvolver o mercado e os<br />

instrumentos de comercialização.<br />

81


VISÃO DE<br />

FUTURO<br />

Projeto<br />

Laticínio Caeté<br />

Cooperativa<br />

Produção da<br />

Mandioca,<br />

suplementação<br />

com forragens<br />

e silagem<br />

Laticínio<br />

Cooperativado<br />

Mercado<br />

Expansão de<br />

Mercado para<br />

outras Regiões<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

AÇÃO<br />

Capacitação da cadeia<br />

produtiva do leite e<br />

consolidação da base<br />

produtiva em<br />

Diamantino, São José do<br />

Rio Claro e Alto<br />

Paraguai, por intermédio<br />

da Cooperativa.<br />

Capacitação dos<br />

agricultores associados e<br />

organizações na base da<br />

produção.<br />

Capacitação de toda<br />

cadeia produtiva.<br />

Realização de cursos<br />

sobre silagem,<br />

capineiras e formulação<br />

de ração com base na<br />

mandioca.<br />

Terminar a implantação<br />

do Laticínio.<br />

Capacitação dos<br />

funcionários, elaboração<br />

de um plano de gestão e<br />

um planejamento das<br />

ações.<br />

Levantamento dos<br />

pontos de venda de<br />

Leite e derivados.<br />

Quantificação e<br />

qualificação do mercado<br />

do Território.<br />

Após o levantamento de<br />

mercado, pesquisar a<br />

demanda de leite e<br />

derivados em outras<br />

regiões do Estado.<br />

Quadro 3. Visão de Futuro do Laticínio.<br />

RESULTADOS<br />

ESPERADOS<br />

Melhoria da qualidade<br />

de vida, uma renda fixa,<br />

a implantação do<br />

Laticínio e mercado<br />

próximo da produção.<br />

Produção e retorno<br />

rápido em menos de um<br />

ano. Trabalhar o<br />

mercado e a logística.<br />

Alternativa de renda<br />

para todos da família.<br />

Produção de<br />

alimentação de<br />

qualidade para o<br />

rebanho.<br />

Agroindústria concluída<br />

no tempo previsto para<br />

iniciar os abates. Equipe<br />

de trabalho qualificada.<br />

Diagnóstico dos pontos<br />

de vendas do leite e<br />

derivados no território e<br />

região.<br />

Uma visão estratégica<br />

de crescimento do<br />

negócio para outras<br />

regiões e outros estados<br />

da União.<br />

RESPONSÁVEIS<br />

PELAS AÇÕES<br />

Inicialmente a<br />

Cooperativa e a<br />

estrutura do<br />

Laticínio e o Arranjo<br />

Institucional.<br />

Primeiramente a<br />

família, depois o<br />

comitê gestor do<br />

Laticínio.<br />

Os agricultores<br />

familiares<br />

produtores de leite<br />

e a Cooperativa.<br />

Comitê gestor do<br />

Laticínio.<br />

Comitê gestor do<br />

Laticínio.<br />

Comitê gestor do<br />

Laticínio.<br />

ENCAMINHAMENTOS<br />

Organização do Laticínio,<br />

fundação da Cooperativa.<br />

Organização jurídica da<br />

Diretoria e estabelecimento<br />

das ações a serem<br />

trabalhadas em relação à<br />

gestão.<br />

Mapear as pastagens e<br />

lavouras existentes nos<br />

cooperados e localizar área<br />

que de condições de<br />

implantar capineiras e<br />

lavouras de mandioca. Iniciar<br />

as capacitações.<br />

Organização do projeto de<br />

implantação, treinamento da<br />

equipe, organização da<br />

comunidade dos agricultores<br />

familiares produtores de<br />

leite.<br />

Visitar mercados de venda<br />

de leite e derivados nas<br />

principais cidades do<br />

território e na Baixada<br />

Cuiabana. Visitar<br />

consumidores para traçar o<br />

perfil das exigências de<br />

consumo (qualidade).<br />

Planejamento das ações e<br />

treinamento de um grupo de<br />

técnicos.<br />

O Quadro 4 contém as principais atividades de apoio aos processos de<br />

produção, beneficiamento e comercialização do leite e derivados no intervalo de 10<br />

anos (2011/2021).<br />

82


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Quadro 4. Principais atividades de apoio à produção e beneficiamento do leite<br />

(2011/2021).<br />

Atividades<br />

Ampliar a área de pastagens e de currais<br />

apropriados segundo Normativa<br />

Aumentar a produção, produtividade e<br />

qualidade do leite nas propriedades<br />

Período (ano)<br />

1º 2 º 3 º 4 º 5 º 6 º 7 º 8 º 9 º 10 º<br />

<br />

<br />

Melhorar a renda dos produtores de leite <br />

Melhorar o processo de manejo do<br />

rebanho, pastagens e ordenha<br />

Fortalecer o associativismo e o<br />

cooperativismo<br />

Criação e consolidação da Cooperativa <br />

<br />

<br />

Capacitação de agricultores familiares <br />

Pasteurização do leite <br />

Produção de manteiga <br />

Produção de bebida láctea e iogurte <br />

Produção de queijos frescal e mussarela <br />

Produção de doce-de-leite <br />

Criação de um nome comercial para os<br />

produtos derivados do leite<br />

Implantar estratégia de comercialização<br />

do leite e derivados<br />

Garantir recursos para o fundo financeiro<br />

da Cooperativa<br />

Melhorar a gestão da Unidade de<br />

Produção<br />

Garantir Assistência Técnica Gerencial<br />

aos agricultores familiares<br />

Viabilizar o acesso dos agricultores<br />

familiares ao crédito do PRONAF<br />

Garantir assessoramento técnico aos<br />

agricultores familiares e ao Laticínio<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

83


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

18. LISTA DE BENEFICIÁRIOS<br />

Nº Nome do Beneficiário RG CPF<br />

1 NICOLINO MACEDO DOS SANTOS 364741<br />

2 MAIZA APARECIDA LOPES 1204259 - 5<br />

3 MARIA ODETE CANDIDO LOPES 11794145<br />

4 JOÃO RODRIGUES MARQUES 11259990<br />

5 ELIANE PEREIRA DE SOUZA CHIOSSO 17637937<br />

6 JOAQUIM P. DOS SANTOS 655327<br />

7 PAULINA GONÇALVES 1616059 - 2<br />

8 ONIRA ROSBACH DE SOUZA 1748116 - 3<br />

9 LAURINDO CHIOSSI 173659443<br />

10 ARLI RIBEIRO SILVA 1119443 -0<br />

11 MANFREDO EDWINO SCHUCK 3967705-9<br />

12 SILVANO DA SILVA 1249061-0<br />

13 JOAQUIM PEREIRA DUTRA 309.803<br />

14 JOÃO BATISTA CONTE 2224801-3<br />

15 SIRLEY VIGNA MENEZES 853280<br />

16 ALTEVIR LUIZ PASA 45101363<br />

17 EUCLIDES ALVES PINHEIRO<br />

18 JOSÉ ANTÔNIO FERRAZ NETO 45485668<br />

19 LUIZA FARIAS DA COSTA 203859<br />

20 SADI DA SILVA BRITZKE 3191900-2<br />

21 MAILZA APARECIDA LOPES 697510<br />

22 MARIA FRANCISCA DE LIMA 251346<br />

23 WERNO ALUIZIO HUBER 1338383-9<br />

24 LUCILENE SURIANO DE SOUZA 6281463-2<br />

25 ODILON ROSBACH DE SOUZA 470278<br />

26 VALDIR MASSIROLI 10467432<br />

27 IZAURA SOARES DE OLIVEIRA 326359<br />

28 PATRÍCIA VILA NOVA CORREIA 1890761-0<br />

29 DARCY SARDINHA SOARES 869.530<br />

30 MÁRIO PEREIRA DIAS 4749089 - 8<br />

31 PEDRO INOCENCIO DE AQUINO<br />

32 HUERGHANAN DOMINGOS DE OLIVEIRA<br />

33 NORIVAL SEQUEIRA DE JESUS<br />

34 GETÚLIO SANTIAGO DE OLIVEIRA<br />

35 JOAQUIM ANTONIO PEREIRA<br />

36 GREGÓRIO BENEDITO NASCIMENTO<br />

37 BENERVAL ALMEIDA<br />

38 JOÃO PEREIRA NUNES<br />

39 ADÃO<br />

40 HELENA NUNES DE MORAES<br />

41 LUIZ CARLOS RIEGER<br />

42 ANTONIO CORREIA M. FILHO<br />

43 PAULO BORGES AMORIM<br />

44 IVO INACIO AQUINO<br />

45 MARIA AP. INACIO<br />

46 JOILSON CAMPOS<br />

47 JOSE C. GOMES N.<br />

48 ELIZEL M. ALCANTARA<br />

49 ELIZETE GRANVILLE<br />

50 JAILSO JANDIR<br />

51 DJALMA APARECIDO<br />

52 DARCI SFORNE<br />

53 RAIMUNDO NONATO<br />

54 JOÃO ROSA<br />

55 GENARIO MARIA OLIVEIRA<br />

56 JOSÉ MARTINS SILVA<br />

57 DAGMAR RUTHI DETTHE<br />

58 JUNIOR ROGERIO GAROFALO<br />

59 DARIO CARLOS OLIVEIRA<br />

60 NELSON DA SILVA<br />

61 VALDEMIR <strong>LEITE</strong><br />

62 ANTONIO RODRIGUES<br />

63 NELSON NEUHAUS<br />

64 ALCIDES MARIANO<br />

84


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Continuação<br />

Nº Nome do Beneficiário RG CPF<br />

65 PEDRO BARBOSA<br />

66 FAUSTIN TENFEN<br />

67 JOSÉ TIMOTIO<br />

68 KEILA ALVES ARAUJO<br />

69 FERNANDES PACHECO<br />

70 GERALDO MARIANO<br />

71 ROGERIO ALVES<br />

72 JOSÉ MARINO<br />

73 RAIMUNDO BEZERRA MELLO<br />

74 SINEZIO BARBOSA<br />

75 ZELMA ALVARANGAS<br />

76 SANDRA TEIXEIRA FERRO BARBOSA<br />

77 APARECIDA RIBEIRO<br />

78 NELSON SCHIMIDT<br />

79 MARCIANO JOSÉ PESSOTTO<br />

80 EUDESIO FERREIRA DE OLIVEIRA 42.985.686<br />

81 JÕAO RODRIGUES MORENO 28.952.813 - 6<br />

82 ROSANA TEREZINHA DA MOTTA 1261779 -2<br />

83 BENEDITA TRINDADE DE CAMPOS 428.722<br />

84 LUCINEIDE SANTANA FERREIRA 930.162<br />

85 ANTÔNIO AUGUSTO PORTELA DOS SANTOS 241.367<br />

86 JOSÉ RIBEIRO 664.285<br />

87 CLAUDEMIR JOSÉ DOS SANTOS 130.457.4 - 1<br />

88 JOSÉ RYOSUKE ATSSUTA 205.362<br />

89 ROSIMEIRE SUPELETO 1349790 -1<br />

90 FERNANDO NOGUEIRA DO S. NETO 642.614<br />

91 FLÁVIO LUIS DE FARIAS 584.703<br />

92 VENANCIO SOARES DE OLIVEIRA 300.852<br />

93 JOSÉ LEMES DA SILVA FILHO 1.810.605<br />

94 JOSÉ AGUINALDO BATISTA OLIVEIRA 623.282<br />

95 ELICE DINATO ZOMPIERE 21859556<br />

96 PEDRO GIMENES FRANCO<br />

97 PAULO CESAR DOS REIS<br />

98 ELÍDIO CAMPOS DA SILVA<br />

99 GASPAR JOSÉ LUIZ<br />

100 BERNANDINO DE ALMEIDA E SILVA<br />

85


19. ANEXOS<br />

DADOS GERAIS:<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Anexo I. ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA<br />

Proponente: Prefeitura Municipal de Diamantino<br />

CNPJ: 03.648.514/0001-74<br />

Fone: (65) 3310 – 6410; e-mail: agricultura.diamantino@gmail.com<br />

Tipo de agroindústria: Laticínio (leite e derivados)<br />

Capacidade: 2.000 litros/hora.<br />

Número de Famílias beneficiadas: 100 famílias diretas no primeiro momento.<br />

Localização: BR-364, Km 602, PA Caeté, Margem Esquerda, Diamantino-MT,<br />

CEP 78.4000-000<br />

VALOR DO PROJETO:<br />

a) Valor do MDA R$ = ..........................................290.816,33<br />

b) Valor da Contrapartida R$ ==..............................5.816,33<br />

c) Total do Projeto R$ = .......................................285.000,00<br />

DESCRIÇÃO DO PROJETO<br />

Objetivo Geral: Alavancar a cadeia produtiva do leite através do beneficiamento e<br />

transformação da matéria prima produzida em assentamentos dos municípios da<br />

região de Alto Paraguai, Diamantino e São José do Rio Claro através da integração na<br />

coleta e no beneficiamento da matéria prima. Impulsionar o fortalecimento dos<br />

assentados promovendo a organização da produção e fomento, através do programa<br />

PAA com reais possibilidades de aumento de renda na agregação de valor de derivados<br />

e subprodutos do leite tornando a atividade um complemento da renda familiar.<br />

Justificativas: Além da atividade agrícola de subsistência as famílias assentadas pelo<br />

Programa de Reforma Agrária da região Médio-Norte Mato-grossense, exploram a<br />

bovinocultura de corte, cultivo de mandioca para a produção de farinha e<br />

bovinocultura leiteira, que se tornou a principal atividade e fonte de renda dos<br />

86


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

assentados nos município de Diamantino, Alto Paraguai e São José do Rio Claro. Na<br />

região os agricultores são tomadores de empréstimo do PROCERA e PRONAF, são<br />

beneficiários de programas sociais de saúde, moradia e contam com escolas nas áreas<br />

rurais do assentamento.<br />

O município de São José do Rio Claro vem se consagrando como grande produtor de<br />

leite, sendo que a maioria é produzindo em assentamentos, e comercializam toda<br />

produção da matéria prima apenas de forma in natura. Devido à falta de estrutura não<br />

é feito o beneficiamento e transformação do leite, com isso a comercialização é feita<br />

com Laticínios da região de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Arenápolis.<br />

As famílias assentadas no perímetro urbano de Alto Paraguai que outrora viviam de<br />

extrativismo desordenado em garimpos de diamantes e vermicultura que causaram<br />

grande impacto ao meio ambiente no passado, atualmente vem se reestruturando<br />

com a atividade leiteira. Além de fazer a recuperação das áreas degradadas e<br />

fortalecer o agricultor no campo, a atividade garante a renda mensal através da<br />

agricultura sustentável. O município tem a produção de aproximadamente 2.000 litros<br />

de leite/dia próximo do perímetro urbano e tem um Laticínio localizado na<br />

comunidade Capão Verde que conta com 70 famílias associadas a 65 km de Alto<br />

Paraguai na zona rural, sendo que as famílias que se encontram perto da zona urbana<br />

não dispõem do trabalho deste Laticínio e não conseguem fazer a transformação da<br />

matéria prima, vendendo apenas a matéria prima por baixo preço.<br />

Para a Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté situada em<br />

Diamantino que atualmente conta uma estrutura de um Laticínio cujos equipamentos<br />

boa parte deles foram doados pelo Governo Estadual, um prédio com boa<br />

infraestrutura capaz de beneficiar aproximadamente 2.000 litros de leite/hora, ou seja,<br />

tem capacidade para transformar toda a matéria prima produzida na região pelas<br />

famílias assentadas. Será de grande importância fazer a integração regional das<br />

comunidades, pois atualmente o Laticínio trabalha abaixo de sua capacidade diária<br />

devido à falta de matéria prima sendo também restrita sua produção a alguns<br />

produtos como: Queijo minas, Leite Pasteurizado e doce de Leite, comercializa 90% de<br />

sua produção junto a CONAB através do programa PAA e o restante no comércio local.<br />

Os equipamentos requeridos causarão impacto positivo na cadeia produtiva,<br />

consolidando o processo de produção sustentável melhorando a competitividade e<br />

87


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

transformando a realidade social e econômica dos assentados. Para evitar a oscilação<br />

de preços pagos pelos Laticínios da região e agregar valor a matéria prima, os<br />

produtores de Alto Paraguai, Diamantino e São José do Rio Claro se organizaram de<br />

forma coletiva para propor a integração da região através da coleta, recebimento,<br />

beneficiamento, transformação e comercialização do leite produzido nos<br />

assentamentos através da estrutura física do Laticínio Caeté. Promovendo ainda o<br />

aumento da produção de derivados como: bebida láctea, Iogurte, Queijo Mussarela,<br />

Ricota e ainda ajustar o Laticínio à Normativa 51. A coleta do leite é feita em tambores.<br />

As lideranças e assentados da região estão muito motivados e esperançosos quanto á<br />

contemplação da verba do PROINF, pois atualmente de um modo geral á um bom<br />

comprometimento com a atividade, boa organização, más há déficit de tecnologia e<br />

limitações na capacidade de produção.<br />

Matéria-prima: Atualmente o Laticínio Caeté beneficia 1.500 litros de leite/dia, os<br />

produtos transformados são: queijo minas frescal, doce de leite e leite pasteurizado,<br />

100% da matéria prima coletada vem de famílias assentadas e os produtos são<br />

comercializados junto a CONAB através do programa PAA e parte no comercio local. A<br />

capacidade de produção na região chega 25.000 litros dia e a matéria prima produzida<br />

vem cada vez mais ganhando qualidade através de emprego de tecnologia e manejo,<br />

sendo que 20% do leite produzido é tipo "B" e 80% é tipo "C". À disponibilidade de<br />

matéria prima na região, portanto Laticínios de Arenápolis e de Lucas do Rio verde<br />

vem coletando de forma in natura e remunerando o agricultor cada vez com preços<br />

mais baixos.<br />

Mão de Obra: Os atores envolvidos no projeto serão treinados e capacitados através<br />

de palestras, minicursos e cursos de capacitação. Entretanto, a disponibilidade de<br />

profissionais com capacitação comprovada das entidades concedentes propõem<br />

desenvolver um projeto da natureza deste proposto, durante uma safra, a começar<br />

com a orientação da produção da matéria prima no campo, indo até ao processamento<br />

do leite dentro do Laticínio, deixando substitutos capacitados a dar continuidade à<br />

atividade leiteira em fase primária da cadeia e posteriormente de indústria. Dentre as<br />

prioridades do projeto está a capacitação em cada fase da atividade, envolvendo<br />

88


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

jovens com práticas de manejo da bovinocultura leiteira, boas práticas na ordenha,<br />

inseminação, produção de derivados de leite entre outros treinamentos. Na fase de<br />

transformação e beneficiamento as mulheres envolvidas passarão por capacitação já<br />

prevista junto a órgãos parceiros das entidades proponentes, como SEBRAE, SENAR,<br />

SECITEC, o projeto envolverá diretamente 100 famílias na região gerando renda e<br />

qualidade de vida ao pequeno agricultor fazendo com que venha permanecer no<br />

campo.<br />

Mercado: Segundo informações literárias, no Brasil, 55% do leite produzido é na forma<br />

fluída (pasteurizado e UHT), 20% são transformados em leite em pó, 20% em queijos,<br />

5% em iogurtes e sobremesas lácteas e 5% em outros produtos.<br />

Segundo o SINDILAT Mato Grosso produz 1.650 milhões de litros/leite/dia e<br />

gera 16.500 empregos diretos em 3 grandes bacias leiteiras distribuídas nas regiões<br />

oeste, norte e sul. Do volume total da produção, 20% são transformados em leite<br />

fluido, tipo longa vida e em saquinhos de 1 litro, 10% beneficiados como leite em pó,<br />

40% se transforma em queijo e comercializados no mercado interno e 30% vão para o<br />

mercado interno.<br />

Hoje, Diamantino conta somente com o Laticínio Caeté, organizado por<br />

agricultores familiares, o mercado local não recebe investimento privado e a cadeia<br />

produtiva é desestrutura quanto à comercialização. A realidade pode ser mudada<br />

através do fortalecimento dos pequenos agricultores integrando e organizando a<br />

cadeia leiteira na região contribuindo ativamente como agente de transformação de<br />

pequenos produtores em empresários do agronegócio do leite. O Laticínio absorve<br />

1500 litros de leite/dia produzidos por assentados da região de Diamantino, beneficia<br />

e transforma 100% do leite in natura e comercializa seu produtos junto a CONAB<br />

através do programa PAA e comércio da região. Trabalha apenas com três tipos de<br />

derivados que são: Queijo minas, Doce de Leite e Leite Pasteurizado.<br />

Para os municípios envolvidos com a aquisição de equipamentos e novas<br />

tecnologias poderá ser atingida a meta de 15.000 litros de leite/dia e alavancar a<br />

cadeia regional, Bem como aumentar a produção e iniciar outras linhas de derivados<br />

como iogurte, Mussarela Ricota, Bebida Láctea, Achocolatado e Manteiga para<br />

complementar a qualidade da merenda escolar.<br />

89


Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Forma de gestão: Gestão Inicial: Sendo uma atividade já difundida na região, a<br />

bovinocultura de leite não encontra barreiras para o gerenciamento e gestão do<br />

Laticínio, face ao alto nível de conhecimento do assunto pelos profissionais envolvidos<br />

no presente projeto. A entidade proponente fará a concessão dos equipamentos à<br />

Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Gleba Caeté que em parceria com as<br />

entidades dos municípios de São José do Rio Claro e Alto Paraguai fará a gestão de<br />

forma participativa dos equipamentos através de um conselho deliberativo que será<br />

criado para tal. Todas as decisões importantes para o bom funcionamento da indústria<br />

serão tomadas pelo conselho deliberativo<br />

Tratamento de efluentes: Como se sabe os efluentes industriais podem ser divididos<br />

pelas etapas de lavagens, sendo que a qualidade de efluentes varia em função dos<br />

produtos industrializados, tecnologia e higienização das instalações. Atualmente o<br />

Laticínio faz pequeno descarte de soro aonde é armazenado e distribuído a seus<br />

associados para fins de alimentação animal. Os efluentes produzidos pela higienização<br />

são coletados em um reservatório evitando a contaminação do solo.<br />

Fluxograma:<br />

Recepção da matéria prima<br />

Resfriamento<br />

Beneficiamento<br />

Transformação<br />

Armazenamento/Expedição<br />

90


3. Produção atual individual de matéria prima para o Laticínio<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Detalhamento Unidade Área ou Plantel Produtivo Produtividade Média Anual Unidade Produção<br />

Leite cru Vacas 1.576 1.842,42 Litro 2.903.661<br />

4. Total de matéria prima atualmente produzida pelos membros do grupo destinada para o Laticínio<br />

5. Matéria Prima<br />

Produto Unidade Área ou Plantel Produtivo Produtividade Média Anual Unidade Produção<br />

Leite cru vacas 1.576 1.842,42 Litro 2.903.661<br />

5.1 - Quantidade de matéria prima produzida pelos membros do grupo e que entra no Laticínio<br />

Produto Unidade Produção atual Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />

Leite cru Kg 2.903.661 4.171.067 4.171.067 4.745.000 4.745.000 5.110.000 5.110.000 5.475.000 5.475.000<br />

5.2 - Custo da matéria prima<br />

Produto Valor Unitário Valor Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />

Leite cru 0,55<br />

atual<br />

1.597.013,33 2.294.086,85 2.294.086,85 2.609.750,00 2.609.750,00 2.810.500,00 2.810.500,00 3.011.250,00 3.011.250,00<br />

91


6. Produtos<br />

Produto<br />

Unidade Matéria<br />

%<br />

Rendimento<br />

%<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />

Leite Pasteurizado Litro 30% 100% 1.251.320 1.251.320 1.423.500 1.423.500 1.533.000 1.533.000 1.642.500 1.642.500<br />

Queijo Minas<br />

Frescal<br />

Kg 10% 8% 33.369 33.369 37.960 37.960 40.880 40.880 43.800 43.800<br />

Queijo Mussarela Kg 25% 10% 104.277 104.277 118.625 118.625 127.750 127.750 136.875 136.875<br />

Iogurte Litro 10% 9% 37.540 37.540 42.705 42.705 45.990 45.990 49.275 49.275<br />

Ricota Kg 5% 3% 6.257 6.257 7.118 7.118 7.665 7.665 8.213 8.213<br />

Bebida Láctea Litro 5% 13% 27.112 27.112 30.843 30.843 33.215 33.215 35.588 35.588<br />

Doce de Leite Kg 10% 2% 8.342 8.342 9.490 9.490 10.220 10.220 10.950 10.950<br />

Manteiga Kg 5% 8% 16.684 16.684 18.980 18.980 20.440 20.440 21.900 21.900<br />

7. Receitas do Laticínio<br />

Produto Unidade<br />

Valor<br />

Unitário<br />

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8<br />

Leite Pasteurizado Litro 1,30 1.626.716,13 1.626.716,13 1.850.550,00 1.850.550,00 1.992.900,00 1.992.900,00 2.135.250,00 2.135.250,00<br />

Queijo Minas<br />

Frescal<br />

Kg 5,00 166.842,68 166.842,68 189.800,00 189.800,00 204.400,00 204.400,00 219.000,00 219.000,00<br />

Queijo Mussarela Kg 8,00 834.213,40 834.213,40 949.000,00 949.000,00 1.022.000,00 1.022.000,00 1.095.000,00 1.095.000,00<br />

Iogurte Litro 2,50 93.849,01 93.849,01 106.762,50 106.762,50 114.975,00 114.975,00 123.187,50 123.187,50<br />

Ricota Kg 1,30 8.133,58 8.133,58 9.252,75 9.252,75 9.964,50 9.964,50 10.676,25 10.676,25<br />

Bebida Láctea Litro 1,50 40.667,90 40.667,90 46.263,75 46.263,75 49.822,50 49.822,50 53.381,25 53.381,25<br />

Doce de Leite Kg 5,00 41.710,67 41.710,67 47.450,00 47.450,00 51.100,00 51.100,00 54.750,00 54.750,00<br />

Manteiga Kg 2,20 36.705,39 36.705,39 41.756,00 41.756,00 44.968,00 44.968,00 48.180,00 48.180,00<br />

92


8. Investimentos<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Máquinas, Equipamentos, Moveis e<br />

Utensílios<br />

Detalhamento e Especificações Quantidade<br />

Valor<br />

Unitário<br />

Valor a Ser<br />

Financiado<br />

Total<br />

Desnatadeira 65 l/h 1 5.870,00 5.688,45 5.870,00<br />

Batedeira 50 l/h 1 5.800,00 5.620,62 5.800,00<br />

Tanque de Salga 1 2.000,00 1.938,14 2.000,00<br />

Moldadeira de Mussarela 1 12.000,00 11.628,87 12.000,00<br />

Agitador Completo 1 730,00 707,42 730,00<br />

Mesa de Inox 1.90m x 0,90m x 0,70m 1 2.800,00 2.713,40 2.800,00<br />

Prensa de Bolinha 1 900,00 872,16 900,00<br />

Forma de Mussarela 50 7,50 374,77 375,00<br />

Iogurteira 1000 l/h 1 22.000,00 21.319,59 22.000,00<br />

Tacho p/ Doce de Leite Elétrico 1 10.000,00 9.690,72 10.000,00<br />

Seladora à Vácuo 1 8.000,00 7.752,58 8.000,00<br />

Seladora de Pote 1 4.500,00 4.360,82 4.500,00<br />

Caldeira 15 Kg 1 10.000,00 9.690,72 10.000,00<br />

Câmara Fria 2.5 x 2.5 x 3.0m 1 15.000,00 14.536,08 15.000,00<br />

Lavador de Botas 1 1.000,00 1.000,00 1.000,00<br />

Tanque de Fabricação de Mussarela 1 14.025,00 13.591,24 14.025,00<br />

Total - - 111.485,59 115.000,00<br />

Caminhão com Tanque Inox<br />

Total<br />

Veículos Detalhamento e Especificações Quantidade<br />

93<br />

Valor<br />

unitário<br />

Valor a Ser<br />

Financiado<br />

Total<br />

1 170.000,00 164.742,27 170.000,00<br />

1 170.000,00 164.742,27 170.000,00<br />

Totalizações Valores<br />

Total Geral do Projeto (considerando inclusive os investimentos já existentes) 385.000,00<br />

Valor Total do Financiamento (valor solicitado ao MDA + contrapartida da prefeitura) 285.000,00<br />

Contrapartida da Prefeitura 8.772,14<br />

Valor Solicitado ao MDA 276.227,86


9. Custos do Laticínio<br />

Custos fixos<br />

Detalhamento Unid<br />

Valor<br />

Unitário<br />

(1,00)<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07 Ano 08<br />

Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor<br />

Mão-de-obra Ano 9.200 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00 9 82.800,00<br />

Despesas<br />

Administrativas Unid 3.000<br />

Depreciação<br />

Manutenção<br />

Seguros<br />

Eventuais<br />

Subtotal<br />

Custos variáveis<br />

Detalhamento Unid<br />

Matéria Prima<br />

Mão de Obra<br />

Embalagens e<br />

Rótulos<br />

Sal<br />

Açúcar<br />

Energia trifásica<br />

Impostos<br />

Transporte<br />

Outros<br />

Subtotal<br />

TOTAL<br />

Valor<br />

Unitário<br />

-<br />

1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00 1 3.000,00<br />

49.040,40 0 43.380,81 0 37.721,21 0 32.061,62 0 26.402,02 0 20.742,42 0 15.082,83 0 9.423,23<br />

5.659,60 0 11.319,19 0 16.978,79 0 22.638,38 0 28.297,98 0 33.957,58 0 39.617,17 0 45.276,77<br />

2.500 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00 1 2.500,00<br />

0<br />

0<br />

0 0 0<br />

Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07 Ano 08<br />

Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor<br />

2.294.086,85<br />

2.294.086,85<br />

2.609.750,00<br />

2.609.750,00<br />

2.810.500,00<br />

0<br />

94<br />

2.810.500,00<br />

0<br />

3.011.250,00<br />

0<br />

0<br />

3.011.250,00<br />

9.200,00 2 18.400,00 2 18.400,00 2 20.931,81 2 20.931,81 2 22.541,95 2 22.541,95 3 24.152,09 3 24.152,09<br />

Unid 0,25 547.000 136.750,00 547.000 136.750,00 622.266 155.566,61 622.266 155.566,61 670.133 167.533,27 670.133 167.533,27 718.000 179.499,93 718.000 179.499,93<br />

Kg 0,40 400 160,00 400 160,00 455 182,02 455 182,02 490 196,02 490 196,02 525 210,02 525 210,02<br />

KG 1,60 600 960,00 600 960,00 683 1.092,09 683 1.092,09 735 1.176,10 735 1.176,10 788 1.260,11 788 1.260,11<br />

kW/h 0,33 6.000 1.980,00 6.000 1.980,00 6.826 2.252,45 6.826 2.252,45 7.351 2.425,71 7.351 2.425,71 7.876 2.598,98 7.876 2.598,98<br />

%<br />

% 5% 2.848.839 142.441,94 2.848.839 142.441,94 3.240.835 162.041,75 3.240.835 162.041,75 3.490.130 174.506,50 3.490.130 174.506,50 3.739.425 186.971,25 3.739.425 186.971,25<br />

%<br />

2.594.778,79<br />

2.737.778,79<br />

2.594.778,79<br />

2.737.778,79<br />

2.951.816,73<br />

3.094.816,73<br />

2.951.816,73<br />

3.094.816,73<br />

3.178.879,55<br />

3.321.879,55<br />

3.178.879,55<br />

3.321.879,55<br />

3.405.942,38<br />

3.548.942,38<br />

3.405.942,38<br />

3.548.942,38


10. Fluxo de caixa (Sem Retorno do Capital Investido)<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

Discriminação Ano 0 Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 Ano 06 Ano 07<br />

Receita do Laticínio 2.848.838,76 2.848.838,76 3.240.835,00 3.240.835,00 3.490.130,00 3.490.130,00 3.739.425,00<br />

Custo do Laticínio 2.737.778,79 2.737.778,79 3.094.816,73 3.094.816,73 3.321.879,55 3.321.879,55 3.548.942,38<br />

Fluxo de Caixa Bruto 0,00 111.059,97 111.059,97 146.018,27 146.018,27 168.250,45 168.250,45 190.482,62<br />

Investimentos 276.227,86<br />

Fluxo de Caixa Líquido -276.227,86 111.059,97 111.059,97 146.018,27 146.018,27 168.250,45 168.250,45 190.482,62<br />

Taxa Interna de Retorno 45,39%<br />

Pay back 1,79<br />

Valor Atual 452.007,46<br />

Ponto de Equilíbrio 42,88%<br />

95


ANOTAÇÕES:<br />

Plano de Gestão do Projeto Sócio Econômico Laticínio Caeté<br />

96

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