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A Escravidão em Mogi das Cruzes - Dialética Cultural

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Mas o carnaval mogiano não se resume apenas aos fatos<br />

citados, outros aspectos são importantes como o surgimentos<br />

dos primeiros blocos: “Bloco do Sul”, “Independente”, “X”,<br />

“Estrela” e “Ki Ka Kalor”, estes blocos modificaram a<br />

brincadeira carnavalesca, saindo do salão do mercado<br />

municipal e indo para as ruas estreitas de nosso centro. A<br />

inovação principal foi à criação do campeonato de bonecos e<br />

carros alegóricos feitos de papel mache que sobreviveu até o<br />

inicio dos anos 40.Entre os personagens carnavalescos, um se destaca pela alegria e perseverança: o<br />

Rei Momo João Benegas Ortiz, que incorporou o personag<strong>em</strong> por mais de 40 anos. Ortiz como era<br />

conhecido, não media esforços para a realização do carnaval <strong>em</strong> nossa cidade. Houve anos <strong>em</strong> que o<br />

mesmo angariou fundos para a realização do evento, pois a prefeitura não cobriria os gastos. Ortiz é<br />

l<strong>em</strong>brado por todos os mogianos como o eterno Rei Momo.<br />

Já a partir dos anos 50 até 1980 os mogianos pulavam o carnaval <strong>em</strong> salões e clubes: Itapety, União,<br />

Vila Santista, Náutico e Clube de Campo. Essa fase do nosso carnaval é qu<strong>em</strong> diga a melhor. Nos<br />

anos 50 jovens e adultos frequentavam o local, a oportunidade de acontecer um “flerte” era mais<br />

fácil, pois fora desse momento sobrariam apenas as paqueras nas praças e futuramente um namoro<br />

vigiado pelos pais.<br />

A última fase que sobrevive até hoje, é o carnaval <strong>em</strong> forma de<br />

desfile. Essa fase nasceu a partir da metade da década de 1970<br />

com forte contribuição de imigrantes oriundos de Minas Gerais<br />

e Rio de Janeiro, grande parte trabalhadores da indústria. Nesse<br />

contexto foram funda<strong>das</strong> as primeiras escolas de samba:<br />

Unidos da Vila Industrial, Unidos da Ponte, Unidos do São<br />

João, Estação Primeira de Braz Cubas e Mocidade do Tietê.<br />

Mas <strong>Mogi</strong> <strong>das</strong> <strong>Cruzes</strong> conserva aspectos peculiares <strong>em</strong> seu carnaval, ao contrário do que v<strong>em</strong>os <strong>em</strong><br />

São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, um carnaval cada vez mais comercial pautado <strong>em</strong> regras e no<br />

cronômetro. Uma folia para poucos que desfilam ou observam de camarote. O bom e velho carnaval<br />

o brasileiro atualmente desconhece, um evento s<strong>em</strong> preconceitos sociais, onde todos possam<br />

extravasar suas alegrias, trocar sua identidade e sonhar como uma criança ingênua a eterna folia<br />

carnavalesca... como era no passado!<br />

Glauco Ricciele P. L. C. Ribeiro<br />

Fontes:<br />

GRINBERG, Isaac. Folclore se <strong>Mogi</strong> <strong>das</strong> <strong>Cruzes</strong>. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1983.<br />

Arquivo Municipal de <strong>Mogi</strong> <strong>das</strong> <strong>Cruzes</strong>. Prefeitura de <strong>Mogi</strong> <strong>das</strong> <strong>Cruzes</strong>.<br />

Postado por Sergio Damy

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