17.04.2013 Views

A Escravidão em Mogi das Cruzes - Dialética Cultural

A Escravidão em Mogi das Cruzes - Dialética Cultural

A Escravidão em Mogi das Cruzes - Dialética Cultural

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

"O pessoal ia a pé até o Bairro do Maracatu, <strong>em</strong> Guarar<strong>em</strong>a. Um primo do meu pai, muito<br />

brincalhão, antes de chegar nas fazen<strong>das</strong> para as festas, procurava por vestígios de bagaço de limão<br />

no rio, o que significava que um leitão fora preparado e assim, o repasto estava garantido. Agora,<br />

este bairro do Maracatu, é quase deserto. Antigamente, tinha muito mais gente do que hoje."<br />

"Tinha uma venda, do Camilo, que o pessoal quando ia para a dança, cortava as mantas de carne<br />

seca. Pois é um negócio errado isso, mas meu pai contava essas coisas. Puxa, o cara vai fazer uma<br />

devoção... não é uma brincadeira... Comprasse né."<br />

"Na Congada tinha o Rei, o Embaixador. Eu sei que era bonito. A Congada era muito bonita. Eu<br />

cheguei a dançar com o Dito Pinheiro, várias vezes. Ele dançava nas Igrejinhas, no Santo Alberto,<br />

na Moralogia (<strong>em</strong> uma igrejinha que não existe mais) e na Cruz do Pito."<br />

"Na Cruz do Pito, o Salto, eram outros maestros de Moçambique, outros grupos. O moçambique do<br />

Zé Martins, do Dito Mathias. O Salto é o seguinte: Bairro do Itapety do Salto, no ribeirão do Salto.<br />

O Zé Rosa era o folgazão e mestre de São Gonçalo, também o Zé Pereira. O Zé Pereira, era casado<br />

com a irmã do Dito Pinheiro."<br />

Na Congada, as pessoas se aproximavam do Rei, e declamavam pequenos versos:<br />

Sou um soldadinho dest<strong>em</strong>ido,<br />

De calça branca e botina numerada,<br />

Subo morro, desco morro,<br />

Com a mochila na cacunda.<br />

A pinta que o galo t<strong>em</strong>,<br />

O ovo t<strong>em</strong> na g<strong>em</strong>a,<br />

Uma é branca outra amarela,<br />

A pinta que o galo t<strong>em</strong>,<br />

o pinto saiu com ela.<br />

Fontes:<br />

ANDRADE, Mário de. A Entrada dos Palmitos. São Paulo: Revista do Arquivo Municipal XXXII,<br />

1937, p. 51-64.<br />

CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 2. Vol. Rio de Janeiro: Edições de<br />

Ouro, 1969. p. 532.<br />

CHAVES, Robson Belchior Oliveira. Salesópolis. Festa do Divino: <strong>das</strong> origens aos dias atuais.<br />

Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2003.<br />

Postado por Sergio Damy

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!