A VOZ DO TRABALHADOR
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A <strong>VOZ</strong><br />
INFORMATIVO DA PASTORAL<br />
OPERÁRIA - ARQ. CURITIBA<br />
Av. Jaime Reis, 369<br />
Fone: 223-5095<br />
NÇ 9 - JAN/FEV/ 8 3<br />
<strong>DO</strong> TRABALHA<strong>DO</strong>R<br />
LEIA EA ÚLTIMA PÁGINA<br />
ZÉ<br />
Poesia de um<br />
trabalhador<br />
Companheiros do trabalho<br />
A coisa começou mal<br />
NO ano de 83<br />
Com a nova política salarial<br />
Com o Brasil se afundando<br />
No banco Internacional<br />
Eles gastam e é nós quem paga<br />
Acham que isso é legal.<br />
é difícil imaginar<br />
Como nós vamos viver<br />
Se o salário já é baixo<br />
Que só dá mal pra comer<br />
Veiam que agora em diante<br />
Bem mais baixo ele vai ser<br />
Pois tiraram os 10 por cento<br />
Acima do INPC.<br />
Se a gente pensar um "pouco<br />
Não é difícil perceber<br />
Que com o sistema atual<br />
0 trabalhador só vai perder<br />
E se ficarmos calados<br />
Bem pior ainda vai ser<br />
Vamos nos unir e lutar<br />
Para este mal combater.<br />
Vamos derrubar<br />
o Decreto-Lei<br />
As Federações e as diversas en-<br />
tidades sindicais reunidas para dis-<br />
cutir uma forma de luta dos trabalha-<br />
dores contra a mudança da política<br />
salarial, decidiram:<br />
1.°) Pressionar os deputados fe-<br />
derais e senadores do Paraná para<br />
votarem contra o Decreto-Lei 2.012,<br />
que altera o reajuste salarial;<br />
2.°) Mobilização dos trabalhado-<br />
res para a derrubada do Decreto. Es-<br />
ta mobilização deverá acontecer en-<br />
tre os dias 21 de fevereiro e 3 de mar-<br />
ço.<br />
Neste período, os sindicatos<br />
comprometeram-se em convocar a<br />
categoria para assembléias e reu-<br />
niões. A sua participação é de fun-<br />
damental importância, pois somente<br />
unidos e organizados teremos força<br />
para derrubar esse Decreto, que foi<br />
imposto aos trabalhadores pelo go-<br />
verno.<br />
Vá ao sindicato, informe-se das<br />
reuniões e participe para defender o<br />
pão dos seus, filhos.
! Salário justo sim,<br />
violência não!<br />
VA-<br />
Com a já conhecida Campanha<br />
da Fraternidade, a Igreja insiste nes-<br />
te ano de 1983 a olharmos e agirmos<br />
sobre o grave problema da violência<br />
que aflige a humanidade inteira.<br />
O convite não é tanto para ver-<br />
mos a violência estampada em jor-<br />
nais, Tv e rádio, onde vemos o irmão<br />
matando e roubando do irmão e sen-<br />
do jogado na cadeia. O convite é pa-<br />
ra olharmos a causa disso tudo.<br />
Dentro da realidade do trabalho,<br />
nós podemos ver a violência silencio-<br />
sa que aflige o peão e o bóia-fria que<br />
trabalham quase como escravos no<br />
latifúndio que não ê deles, como tam-<br />
bém o operário na cidade que neste<br />
ano vê a violência da redução do seu<br />
salário e a violência do emprego<br />
ameaçado. E a violenta ameaça so-<br />
bre a vida, a saúde e a comida de<br />
milhões de crianças, adolescentes e<br />
adultos.<br />
Diante desta realidade, a resposta<br />
poderá ser a união e ação conjunta<br />
de todos os trabalhadores para le-<br />
vantar a sua voz, denunciar e rejei-<br />
tar a Lei de Segurança Nacionaí, co-<br />
mo principal causa de todas as vio-<br />
lências. Ela só serviu até hoje para<br />
sustentar nosso modelo econômico<br />
inviável que só serviu para acumular<br />
os bens, o çapjtal e a produção nas<br />
mãos cie alguns, deixando além dis-<br />
so uma dívida de 90 bilhões de dó-<br />
lares. É por esta razão que| se tornou<br />
tão urgente no Brasil o grito da Igre<br />
ja: "Fraternidade sim, violência não"<br />
CARTAS DENÚNCIAS<br />
O PRESENTE DE NATAL<br />
DA REFRIPAR<br />
Recebemos uma carta de um<br />
companheirq da Refrigeração Paraná,<br />
contando o presente de natal, que foi<br />
a demissão de 250 companheiros.<br />
Ele falava que "todos esperáva-<br />
mos uma cesta de nata» no dia 23 de<br />
novembro para podermos alegrar um<br />
pouco o natal de nossos familiares".<br />
O motivo alegado pela demissão<br />
é a "baixa da produção". O compa-<br />
nheiro pergunta: "como pode baixar<br />
a produção de uma grande empresa,<br />
se dentro de um ano conseguiu cons-<br />
truir um novo barracão, para ampliar<br />
a fábrica? E além disso, a Refrigera-<br />
ção Paraná comprou no ano passado<br />
a empresa Pereira Lopes (que produz<br />
a Lavinha, Gelomat e a Climax) de<br />
São Paulo".<br />
O Companheiro conclui) fazendo<br />
uma nova pergunta: "Então trabalha-<br />
dor, fica a pergunta: foi mesmo a bai-<br />
xa da produção ou mais um golpe das<br />
multinacionais?<br />
SINDICALIZE-SE<br />
ALo COMPANHEIROS: Metalúrgicos,<br />
Marceneiros e da Construção Civil.<br />
Neste ano tem eleição em seu<br />
sindicato.<br />
Participe. Sindicalize-se Já para<br />
poder votar, escolher a sua nova di-<br />
retoria.<br />
Compareça ao seu sindicato! É<br />
seu direito!
,.. E o chumbo chegou!<br />
Companheiros.<br />
Infelizmente acertamos! Confor-<br />
me anunciamos no mês de dezem-<br />
bro, o chumbo veio grosso e pesa-<br />
do. Lá se vão nossos 10%.' Menos ali-<br />
mento na mesa de milhões de brasi-<br />
leiros — justamente os mais pobres.<br />
Menos recursos, menos vida!<br />
Se alguém tenta assaltar uma<br />
pessoa, roubando-lhe, em qeral há<br />
uma reação; às vezes até violenta-<br />
mente. Ninguém fica quieto. No en-<br />
tanto, nós trabalhadores brasileiros<br />
em menos de um ano sofremos as-<br />
saltos:<br />
— aumento da contribuição com a<br />
Previdência Social.<br />
— E agora os 10% do INPC.<br />
E qual foi a nossa reação? Co-<br />
mentários, lamentações e algumas<br />
iniciativas lá e cá, de protesto de<br />
reações...<br />
Desse jeito, logo vem mais chum-<br />
bo. E cada vez mais grosso. Só exis-<br />
te uma saída para isso: fazer crescer<br />
o nível de consciência de classe, dos<br />
direitos dos trabalhadores. É tarefa<br />
do cristão lutar pela justiça. Quem se<br />
omite falta com seu dever.<br />
Vamos começar a mudar. É sim-<br />
ples. Comece a se reunir com 09 com-<br />
panheiros de serviço. Nos finais de<br />
semanas ou à noite. Peça orientação<br />
da Pastoral Opçrária. O telefone é<br />
223-5095. Procure o seu vigário, pe-<br />
ça a ele uma sala ou um espaço pa-<br />
ra se reunir.<br />
LEIS TRABALHISTAS<br />
VOCÊ SABE O QUE Ê IWPC?<br />
INPC é o índice Nacional de Pre-<br />
ços ao consumidor. É com base no<br />
INPC que é feito o reajuste salarial.<br />
O INPC é calculado pelo IBGE<br />
(instituto Brasileiro de Geografia e<br />
Estatística), com base no preço de<br />
uma cesta de gêneros alimentícios,<br />
que aumenta conforme o custo de vi-<br />
da. Só que a inflação em 1982 foi de<br />
99,7% e o INPC foi de 97,8%. Por-<br />
tanto, o trabalhador perdeu no ano<br />
2% do salário no cálculo sobre o ín-<br />
dice. '<br />
Existem ainda outros problemas<br />
como a diminuição do índice nos me-<br />
ses em que há mais trabalhadores em<br />
reajuste semestral e redistribuição<br />
nos meses seguintes.<br />
REFLEXÃO<br />
Jesus e o trabalho<br />
Hoje em dia verríõs muitos tra-<br />
balhadores cansados. É o resultado<br />
de 8, 10, 12 horas de trabalho pesa-<br />
do. O pior de tudo além de traba-<br />
lhar é policiado pelos patrões e não<br />
recebe o fruto do trabalho.<br />
A sociedade do tempo de Jesus<br />
era muito difícil. A terra era de pou-<br />
cos. A lei era feita pelos ricos. Por<br />
isso os patrões queriam a todo cus-<br />
to mandar nos trabalhadores. Aí Je-<br />
sus, como era trabalhador, não acei-<br />
tou. Ele propôs a partilfia dos bens.<br />
■Uma sociedade onde U(TI irmão res-<br />
peitasse o outro. E Cristo é claro: o<br />
caminho da libertação da escravidão<br />
é esse: trabalhador tem que amar ou-<br />
tro trabalhador: formar comunidade:<br />
a lei é essa:<br />
"Amai-vos uns aos outros como<br />
eu vos amei... não vos chamo<br />
de empregado, mas amigo..."<br />
(Jo 15, 12 - 15). j<br />
Jesus quer que todos recebam o^<br />
fruto de seu trabalho. O suor de seu<br />
rosto. É prçciso que todos partici-<br />
pem no seu bairro na luta pelo tra-<br />
balho, pelo salário digno de quem<br />
trabalha e quer trabalhar.
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