Murilo Rubião e a narrativa do insólito. Flavio ... - Dialogarts - Uerj
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olsista de Iniciação Científica <strong>do</strong> FAPERJ e participou <strong>do</strong><br />
curso como dinamiza<strong>do</strong>ra das discussões, apresentan<strong>do</strong> leituras.<br />
“O <strong>insólito</strong> como uma categoria constitutiva de gênero:<br />
um percurso <strong>do</strong> Maravilhoso ao Insólito Banaliza<strong>do</strong>”, de Michelle<br />
de Oliveira, é uma panorâmica <strong>do</strong>s gêneros tradicionais<br />
em se verifica a manifestação <strong>do</strong> <strong>insólito</strong> como marca distintiva,<br />
refletin<strong>do</strong> sobre a questão <strong>do</strong> <strong>insólito</strong> em cada época histórico-cultural,<br />
até chegar à Pós-Modernidade. Michelle fala das<br />
crises da Contemporaneidade, na tentativa de comprovar a existência<br />
<strong>do</strong> novo gênero proposto. Michelle é graduanda em<br />
Letras na Faculdade de Formação de Professores da UERJ,<br />
bolsista de Estágio Interno Complementar da UERJ e participou<br />
<strong>do</strong> curso como dinamiza<strong>do</strong>ra das discussões, apresentan<strong>do</strong><br />
leituras.<br />
“O Insólito em <strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong>: breve análise de <strong>narrativa</strong>s<br />
rubianas, apresentan<strong>do</strong> o elemento temporal como instrumento<br />
de construção <strong>do</strong> <strong>insólito</strong>”, de Monique Paulenak da Silva,<br />
discute, com base em “A noiva da casa azul” e “Elisa”, em<br />
que medida o elemento tempo pode funcionar como estrutura<strong>do</strong>r<br />
da manifestação <strong>do</strong> <strong>insólito</strong> na <strong>narrativa</strong>, comprometen<strong>do</strong> a<br />
lógica e interferin<strong>do</strong> em outros elementos essenciais da estruturação,<br />
como o espaço e as ações, por exemplo. Monique é graduanda<br />
em Letras na Faculdade de Formação de Professores da<br />
UERJ, bolsista de Incentivo à Graduação da FAPERJ e participou<br />
<strong>do</strong> curso como dinamiza<strong>do</strong>ra das discussões, apresentan<strong>do</strong><br />
leituras.<br />
“Crise de identidade e perda de valores sociais como resulta<strong>do</strong><br />
da Pós-Modernidade: características recorrentes na obra<br />
rubiana, que tem eventos <strong>insólito</strong>s como sua marca principal”,<br />
de Thalita Martins Nogueira, problematiza as relações entre<br />
a Morte a Identidade na Pós-Modernidade, na perspectiva<br />
de demonstrar que a obra de <strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong> reflete essa tensão.<br />
Thalita é graduanda em Letras na Faculdade de Formação de<br />
<strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong> e a <strong>narrativa</strong> <strong>do</strong> <strong>insólito</strong> / ISBN 978-85-86837-31-9 / <strong>Dialogarts</strong> 2007<br />
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Professores da UERJ, bolsista de Iniciação Científica da UERJ<br />
e participou <strong>do</strong> curso como dinamiza<strong>do</strong>ra das discussões, apresentan<strong>do</strong><br />
leituras.<br />
Falar de Pós-Modernidade, de crise de identidade e de<br />
valores, de morte, de estratégias de construção <strong>narrativa</strong> e de<br />
gêneros foi uma constante natural, uma vez que a maioria <strong>do</strong>s<br />
que aqui escreveram assistiu a <strong>do</strong>is cursos que trataram desses<br />
aspectos. Insistir na existência de um novo gênero literário, no<br />
bojo das experienciações pós-modernas, o Insólito Banaliza<strong>do</strong>,<br />
também foi outra constante, que se explica pelo projeto de pesquisa<br />
a que quase to<strong>do</strong>s estão vincula<strong>do</strong>s. Mas, a constante<br />
mais óbvia e mais agradável, foi to<strong>do</strong>s insistirem em falar de<br />
<strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong>.<br />
Conforme asseverou Antonio Cândi<strong>do</strong>:<br />
Com o livro de contos O ex-mágico (1947), <strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong><br />
instaurou no Brasil a ficção <strong>do</strong> <strong>insólito</strong> absur<strong>do</strong>. (...)<br />
Com segurança meticulosa e absoluta parcialidade pelo gênero<br />
(pois nada escreve fora dele), <strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong> elaborou os<br />
seus contos absur<strong>do</strong>s nem momento de pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> realismo<br />
social, propon<strong>do</strong> um caminho que poucos identificaram<br />
e só mais tarde outros seguiram. Na meia penumbra ficou ele<br />
até a reedição modificada e aumentada daquele livro em 1966<br />
(Os dragões e outros contos). Já então a voga de Borges e o<br />
começo da de Cortazar, logo seguida pela divulgação no Brasil<br />
de livros como Cien años de soledad, de García Márquez,<br />
fizeram a crítica e os leitores atentarem para este discreto precursor<br />
local, que todavia precisou esperar os anos 70 para atingir<br />
plenamente o público e ver reconhecida a sua importância.<br />
Entrementes a ficção tinha-se transforma<strong>do</strong> e, de exceção,<br />
ele passava quase a uma alta regra. (CÂNDIDO, 1987: 208)<br />
E nós reavivamos aqui a atenção na obra de <strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong>,<br />
com leituras percucientes e interesse renova<strong>do</strong>, propon<strong>do</strong> ver,<br />
em suas <strong>narrativa</strong>s, vários indícios <strong>do</strong> pensamento pósmoderno<br />
e apresentan<strong>do</strong>-o como paradigma, no Brasil, de um<br />
possível e provável novo gênero literário. Agora é lerem e verem<br />
no que concordam e no que discordam. Fica o convite.<br />
<strong>Murilo</strong> <strong>Rubião</strong> e a <strong>narrativa</strong> <strong>do</strong> <strong>insólito</strong> / ISBN 978-85-86837-31-9 / <strong>Dialogarts</strong> 2007<br />
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