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Número 7 - CEART - Udesc

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100<br />

Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas<br />

MÓIN-MÓIN<br />

ele denominamos de “desdobramento objetivado”. Significa, para o<br />

ator-animador, organizar-se psicofisicamente em função desse outro<br />

que é ele (ator-animador), mas ao mesmo tempo não é. Habitando<br />

duas dimensões espaço-temporais distintas, necessita agir segundo<br />

as leis destas duas dimensões: a de seu próprio corpo e o universo<br />

circundante da representação; e as leis do objeto (leis inerentes à sua<br />

materialidade) e aos aspectos teatrais que o orientam (personagem,<br />

cena, espetáculo).<br />

O ator mantém a preocupação plástica no interior do espaço<br />

cênico que não deixa de modelar e remodelar ao ritmo de seus deslocamentos<br />

e de seus gestos. O ator-animador por sua vez diferencia<br />

seu modo de situar-se no espaço. Ele é portador de uma idéia, de<br />

um propósito de ação, mas apesar disso tem de se expressar em<br />

um volume distinto do seu próprio e em outra dimensão espaço<br />

temporal. Assim, trabalha sempre em dois níveis de experimentação,<br />

dois planos da realidade, devendo criar um laço "indissolúvel"<br />

entre ambas as condições como premissa de um desenvolvimento<br />

qualificado da animação. Numa dimensão tem-se a psique do<br />

ator-animador. Noutra, o imaginário dramático (a dimensão da<br />

personagem). Dois corpos em um espaço que, embora aparentemente<br />

seja um só não são: trata-se de duas dimensões distintas, mas<br />

intimamente interligadas.<br />

A interpretação no Teatro de Animação, portanto, é desdobrada<br />

e objetivada em uma forma a ser animada. O ator-animador<br />

encontra nesse processo uma particularidade fundamental do seu<br />

trabalho, princípio fundamente entrelaçado aos demais princípios<br />

que regem essa linguagem.<br />

3. Escuta<br />

Princípio de grande relevância na linguagem teatral, a escuta é mesmo<br />

imprescindível no Teatro de Animação. Enquanto certas modalidades<br />

teatrais comportam um ator com escuta débil, o Teatro de Animação<br />

apenas admite a escuta débil nos mais medíocres dos trabalhos.<br />

Para esta reflexão, tratamos a escuta do objeto em três pers-

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