O PARAPLÉGICO NO MERCADO DE TRABALHO – A ... - UFRJ
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diz respeito ao seu futuro como cidadão, ao seu papel dentro do seu grupo social, membro<br />
efetivo de uma comunidade, com direitos e deveres.<br />
Há de se dizer que a deficiência 1 depende do ponto de vista das pessoas. Que um<br />
paraplégico apresente limitações motoras e sensitivas, isso já se sabe; contudo, o<br />
desconhecimento e o despreparo das pessoas ditas “normais” para lidar com a deficiência “do<br />
outro’ os levam a um comportamento de preconceito, trazendo prejuízos à PPNE. Preconceito<br />
este entendido como<br />
julgamento prévio rígido e negativo sobre um indivíduo ou grupo. No uso moderno<br />
assume conotações diversas, porém à maioria delas, persistem as noções de<br />
julgamento prévio desfavorável, efetuado antes de um exame ponderado e completo<br />
e mantido rigidamente, mesmo em face de provas que o contradigam. (WILLIAN,<br />
1993, p. 53)<br />
Dando continuidade às inquietações sobre o objeto de investigação, a realidade de ser<br />
professora e ter despertado para estas questões, fez a autora do estudo retomar, na memória,<br />
uma situação vivida na área da Enfermagem do Trabalho no ano de 1998, quando atuou em<br />
uma empresa de grande porte, que não contemplava em seu quadro de funcionários, à época, a<br />
presença de pessoas portadoras de deficiência motora, conforme preconiza a Lei nº 8.213 de<br />
1991 (BRASIL, 1991). Hoje se pensa que isso pode ser atribuído, talvez, pelo fato de a<br />
legislação direcionada para a PPNE ser, neste caso, relativamente nova, apesar de já estar em<br />
vigor naquela data.<br />
Ainda na perspectiva de apresentar a magnitude da problemática do estudo, há os<br />
dados estatísticos que retratam a dimensão a ser investigada. Nesta linha de raciocínio,<br />
segundo dados do IBGE do Censo 2000, estima-se a população do Brasil em 169.799.170<br />
sendo que desta, 955.287 são pessoas com deficiências físicas do tipo paraplegia, tetraplegia<br />
ou hemiplegia permanente.<br />
Deste universo de deficientes físicos, 790.153 residem em região urbana, sendo<br />
435.712 do sexo masculino, com uma concentração de 411.547 na Região Sudeste e, como<br />
1 Grifo da autora<br />
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