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2010Salvador/3ªs/Provas/20100902_ 2ª Avalição_Port e CienNat_3ªUnid.doc/sps<br />
III<br />
Ah, senhores, que túmulo de merda será o vosso, que vermes vos roerão na morte amarga e sonora, que alvos<br />
dragões defecarão em vossa carne. Nenhuma estupidez escraviza o negro ao branco e permanece impune.<br />
IV<br />
Qual cárcere pode prender o etéreo aroma da flor, o horrível rugido da fera, um róseo brilho de fogo, o carinho de<br />
uma criança nas mãos rugosas de um velho?<br />
V<br />
Pisa, Sul da África, a nívea pele dos oceanos de brancura, invade as ricas cidades, derruba os prédios malditos, a<br />
música da vitória acorda todos os povos, seguiremos teu exemplo de luta e dignidade.<br />
VI<br />
Não, nenhum cárcere detém o crepúsculo ou impede a marcha sangrenta das horas.<br />
(BARBOSA. Márcio. Cadernos Negros: os melhores poemas/organizador Quilombhoje. São Paulo: Quilombhoje, 1998, p.100-101.)<br />
Com base no poema ou na obra Cadernos Negros, é verdadeiro o que se afirma na seguinte alternativa:<br />
a) O poema se divide de forma criteriosa e condizente com as normas consagradas da poesia canônica. Apesar de<br />
não haver rimas ricas, o texto segue uma metrificação.<br />
b) Mandela e outros tantos líderes negros aparecem na coletânea como exemplos de bravura e de resistência. Há no<br />
livro, uma desconstrução da história oficial, sempre escrita pela ótica do opressor.<br />
c) O trecho “Não, nenhum cárcere detém o crepúsculo ou impede a marcha sangrenta das horas.” mostra o interesse<br />
do poema pela luta armada. O sentido denotativo utilizado pelo poeta aparece em tal expressão.<br />
d) O texto alude à prisão vivenciada por Mandela na África do Sul. O poema saúda o tom de revanche que se<br />
instaurou na África, após a libertação do líder. Mandela instigou nos sul-africanos um sentimento de ódio e<br />
ressentimento, uma espécie de “racismo às avessas”.<br />
e) Buscando chegar de forma direta e convincente nos leitores, o poema usa uma linguagem simples e coloquial,<br />
acentuando assim o seu aspecto proselitista. A Poesia aparece como uma arma do oprimido contra o opressor,<br />
que será o leitor potencial do texto.<br />
Está presente no texto:<br />
PARA OUVIR E ENTENDER "ESTRELA"<br />
(Cuti)<br />
Se o Papai Noel<br />
não trouxer boneca preta<br />
neste Natal<br />
meta-lhe o pé no saco!<br />
a) Uma visão irreverente sobre a comemoração do Natal. Há uma afirmação do natal como festa eminentemente<br />
branca, por isso a reação do eu-poético.<br />
b) Uma visão favorável ao caráter consumista que se faz presente nas tradicionais festas religiosas, de maneira geral.<br />
c) Um eu-lírico provavelmente afrodescendente, que se dirige, provavelmente, a um interlocutor também afrodescendente.<br />
Ele instiga uma reação à realidade discriminatória presente na sociedade.<br />
d) Ironia em relação a um elemento pertencente ao ícone capitalista presente no texto, com a expressão “meta-lhe o<br />
pé no saco!”. Esta ironia, tira do texto o seu caráter literário.<br />
e) A temática do racismo e da exclusão social. Estes temas norteiam toda a coletânea dos Cadernos Negros. Os<br />
autores sempre trabalham a questão racial de forma ostensivamente radical.<br />
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