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porção do caos de que a tirou. Quanto ao ciúme, todos nós sabemos mais ou menos a significação da palavra. O que<br />
eu desejava era saber sua opinião sobre este ponto: se o ciúme é produzido pelo amor?<br />
— Assim pensam geralmente.<br />
— E o senhor?<br />
— Como nunca o senti, não posso ter opinião minha.<br />
— Pois tenho-a eu, e por experiência. O ciúme não nasce do amor, e sim do orgulho. O que dói neste<br />
sentimento, creia-me, não é a privação do prazer que outrem goza, quando também nós podemos gozá-lo e mais. É<br />
unicamente o desgosto de ver o rival possuir um bem que nos pertence ou cobiçamos, ao qual nos julgamos com<br />
direito exclusivo, e em que não admitimos partilha. Há mais ardente ciúme do que o do avaro por seu ouro, do<br />
ministro por sua pasta, do ambicioso por sua glória? Pode-se ter ciúme de um amigo, como de um traste de<br />
estimação, ou de um animal favorito. Eu quando era criança tinha-o de minhas bonecas.<br />
05. Analisando-se os textos VI e VII é coerente afirmar:<br />
2010Salvador/3ªs/Provas/20100902_ 2ª Avalição_Port e CienNat_3ªUnid.doc/sps<br />
ALENCAR, José de. Romance urbano: Senhora. In: COUTINHO, Afrânio et al. (Org.).<br />
José de Alencar: ficção completa e outros escritos. 3. ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1965. p.803-804.<br />
a) A voz poética do texto VI denuncia uma narrativa épica, pois o locutor do texto é um herói que luta por causas<br />
revolucionárias de um povo sofredor.<br />
b) O texto Rotina estabelece uma relação intertextual com o romance Senhora a partir do momento em que Aurélia<br />
Camargo transforma-se numa mulher de posses.<br />
c) O eu poético do texto Rotina é consciente do poder estrutural da sociedade patriarcal.<br />
d) O texto VI demonstra a aceitação dos valores impositivos masculinizados e assemelha-se ao texto VII por serem<br />
da mesma tipologia.<br />
e) A expressão linguística: “Há sempre um homem” (V.1), extraído do texto Rotina denuncia a “luta” desenfreada<br />
das mulheres por mudanças e a busca pelo respeito às diferenças de gênero, negligenciadas pelo patriarcalismo.<br />
06. O fragmento transcrito do romance Senhora e a leitura da obra como um todo só não nos permitem afirmar:<br />
a) A fala de Aurélia revela-nos uma personagem rompendo os paradigmas da sua época em relação à capacidade<br />
intelectual da mulher.<br />
b) O diálogo revela não só o esforço de Aurélia para dissimular sua indignação diante do marido, como também a<br />
aparente indiferença de Seixas em relação aos sentimentos da esposa.<br />
c) Demonstrar ciúmes do marido era inadmissível para Aurélia, pois isso lhe revelaria sua vulnerabilidade.<br />
d) Aurélia, ao discorrer sobre o ciúme (@. 19-23), busca uma explicação lógica para tal sentimento, ao tempo em que<br />
sinaliza para Seixas que, se lhe pareceu ter ciúmes, é porque o considera como sua propriedade.<br />
e) A personagem Aurélia é movida por sentimentos apaixonados, e justifica suas ações através de uma<br />
argumentação emocional.<br />
07. Assinale a alternativa correta:<br />
a) O texto VI refere-se à mesma época do texto Senhora de José de Alencar.<br />
b) Tal qual Aurélia, o eu poético, no texto VI se deixará dominar pelos valores patriarcais da sociedade.<br />
c) O sentimento de culpa vivenciado pelo eu poético resulta do conflito entre o seu papel de mulher na sociedade<br />
patriarcalista e a sua ânsia de respeito e liberdade, enquanto em Senhora deve-se à tentativa de Aurélia de<br />
esconder seu amor por Seixas.<br />
d) No texto VII, a descrição do cenário e da protagonista se constrói através da escolha de um vocabulário que<br />
explora os elementos visuais.<br />
e) Há, no texto VII, a presença da denotação, por esse texto ser predominantemente poético.<br />
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