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SEGUNDA AVALIAÇÃO DA UNIDADE

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TEXTO III<br />

04.<br />

O sinhô foi açoitar a outra nega Fulô<br />

— ou será que era a mesma?<br />

A nega tirou a saia, a blusa e se pelou.<br />

O sinhô ficou tarado,<br />

largou o relho e se engraçou.<br />

A nega em vez de deitar<br />

pegou um pau e sampou<br />

nas guampas do sinhô.<br />

— Essa nega Fulô!<br />

Esta nossa Fulô!,<br />

dizia intimamente satisfeito<br />

o velho pai João<br />

pra escândalo do bom Jorge de Lima,<br />

seminegro e cristão.<br />

2010Salvador/3ªs/Provas/20100902_ 2ª Avalição_Port e CienNat_3ªUnid.doc/sps<br />

OUTRA NEGA FULÔ<br />

E a mãe-preta chegou bem cretina<br />

fingindo uma dor no coração.<br />

— Fulô! Fulô! Ó Fulo!<br />

A sinhá burra e besta perguntou<br />

onde é que tá o sinhô<br />

que o diabo lhe mandou.<br />

— Ah, foi você que matou!<br />

— É sim, fui eu que matou<br />

— disse bem longe a Fulô,<br />

pro seu nego, que levou<br />

ela pro mato, e com ele<br />

aí sim, ela deitou.<br />

Essa nega Fulô!<br />

Esta nossa Fulô!<br />

Oliveira Silveira<br />

O primeiro texto pertence ao escritor Jorge de Lima e foi construído no Modernismo Brasileiro. Sua intenção era<br />

propor um olhar para a figura do negro, mas ainda aos moldes de “Vítimas Algozes”, ou seja, sem um total<br />

entendimento da conquista de uma identidade racial. Por isso, em “Cadernos Negros”, o autor faz uma retomada<br />

poética para, com intertextualidade, propor, de modo melhor essa conquista racial.<br />

Tomando como base os dois textos é correto afirmar:<br />

a) A diferença entre os dois textos está na escolha amorosa feita por Fulô em cada um deles – relacionar-se com um<br />

branco ou com um negro.<br />

b) A negra Fulô tem voz nos dois textos, mas apresenta dificuldade de expressar-se no primeiro.<br />

c) Os dois textos apresentam o traço da sensualidade como forma de conquista feminina, comum à literatura que<br />

traduz o negro como objeto da história.<br />

d) O texto III tem caráter segregador, pois possui a mensagem subliminar de que o negro deve envolver-se apenas<br />

com os que possuem seus traços raciais.<br />

e) O imperativo, que é marca do texto II, desaparece do texto III. Nesse segundo, haverá outra versão da história,<br />

contada sob o ponto de vista do povo negro.<br />

TEXTO IV<br />

5<br />

10<br />

FAÇA A COISA CERTA:<br />

Filme de Spike Lee<br />

— Vive falando que preto isso, preto aquilo, e seus favoritos são pretos.<br />

— É diferente. Magic, Eddie, Prince não são pretos. Digo, não são negros. Quero tentar explicar. Não são negros de<br />

verdade. São mas não são muito. São mais que negros.<br />

— É diferente?<br />

— Pra mim é.<br />

— No fundo, você queria ser negro.<br />

— Que merda é essa?<br />

(...)<br />

— Ria o quanto quiser, mas seu cabelo é mais pixain que o meu.<br />

(...)<br />

— Ando ouvindo, e lendo (...) tenho lido sobre os seus líderes. Reverendo Al Sharpton Jesse, “Mantenha a<br />

Esperança” (...) E tem outro (...) Pastor Farrakhan. Esse tal de Farrakhan sempre fala de um tal dia quando os<br />

4

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