Cuide-se ... porque você vale muito - Universidade Federal do Paraná
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O advento <strong>do</strong>s anúncios cross-culturais 4 é um <strong>do</strong>s sinais dessa mudança e<br />
são cada vez mais encontra<strong>do</strong>s nas revistas de circulação nacional. Quais<br />
estratégias devem <strong>se</strong>r então, utilizadas para que es<strong>se</strong>s anúncios consigam persuadir<br />
os leitores a comprar um determina<strong>do</strong> produto? A teoria de Brown e Levinson (1987)<br />
poderia <strong>se</strong>r aplicada a um corpus como es<strong>se</strong>? Como temos por objetivo identificar<br />
como <strong>se</strong> constroem os enuncia<strong>do</strong>s pre<strong>se</strong>ntes nos anúncios publicitários, verificar o<br />
uso das estratégias de minimização da força <strong>do</strong>s atos de ameaça à face postula<strong>do</strong>s<br />
por Brown e Levinson (1987) e como os fatores contextuais apre<strong>se</strong>nta<strong>do</strong>s pelos<br />
autores influenciam na escolha de ditas estratégias, de<strong>se</strong>nvolvemos es<strong>se</strong> estu<strong>do</strong> no<br />
intento de lançar alguma luz sobre a aplicação dessa teoria em um corpus tão<br />
complexo.<br />
São poucos os estu<strong>do</strong>s na área da pragmática, principalmente de polidez<br />
linguística, que voltam o <strong>se</strong>u olhar para os anúncios publicitários. Entre as pesquisas<br />
que realizaram alguns pragmáticistas sobre as peças de propaganda, podemos citar<br />
a de Leech (1966), que de<strong>se</strong>nvolveu es<strong>se</strong> trabalho antes da publicação <strong>do</strong> <strong>se</strong>u livro<br />
sobre a pragmática 5 . Es<strong>se</strong> estu<strong>do</strong> <strong>se</strong> tornou, e ainda é <strong>muito</strong> popular, embasan<strong>do</strong><br />
<strong>muito</strong>s <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s que existem sobre a propaganda. Porém, em uma de suas<br />
entrevistas, Leech 6 afirma que essa sua pesquisa estaria mais voltada à linguística<br />
de corpus <strong>do</strong> que a uma pragmática propriamente dita. Koga e Pearson (1992),<br />
também afirmam que existem poucos estu<strong>do</strong>s linguísticos (principalmente<br />
relaciona<strong>do</strong>s à Teoria da Polidez) sobre a propaganda (como ciência) e suas peças,<br />
pois esta tem si<strong>do</strong> considerada (até pouco tempo atrás) <strong>do</strong>mínio único da área <strong>do</strong>s<br />
negócios, da economia e <strong>do</strong> marketing 7 . Entre es<strong>se</strong>s poucos estu<strong>do</strong> existentes,<br />
podemos citar o de Vivanco (2006), que analisou as diferenças entre os anúncios<br />
em inglês e espanhol, Koga & Pearson (1992) que estudaram as diferenças entre as<br />
peças de propaganda japonesa e americana, Ahmed (1996), que pesquisou as<br />
diferenças entre as propagandas televisivas indianas e americanas e Saz Rubio<br />
(2000), sobre a Polidez no discurso publicitário de língua inglesa. Durante a minha<br />
4 Ou <strong>se</strong>ja, anúncios publicitários que são veicula<strong>do</strong>s em revistas de diferentes paí<strong>se</strong>s e culturas, <strong>se</strong>m<br />
que nenhuma adequação cultural <strong>se</strong>ja feita. Es<strong>se</strong>s aúncios tentam então, encobrir quaisquer marcas<br />
de uma cultura específica a fim de <strong>se</strong> tormar o mais culturalmente neutra (<strong>se</strong> é que isso é possível)<br />
e <strong>se</strong>r eficaz em um maior número de culturas possível.<br />
5 LEECH, G. Principles of Pragmatics, Lon<strong>do</strong>n: Longman, 1983<br />
6 Disponível em: http://www.atlantisjournal.org/ARCHIVE/29.1/2007NunnezPertejo.pdf<br />
7 Dentro da área <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s da linguagem, a propaganda foi principalmente estudada pela análi<strong>se</strong><br />
<strong>do</strong> discurso e pela <strong>se</strong>miótica.<br />
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