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Cuide-se ... porque você vale muito - Universidade Federal do Paraná

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mesmo para uma mulher que trabalha catorze horas por <strong>se</strong>mana (dentro ou fora de<br />

casa) e para uma mulher que não trabalha. Não somente os fatores intrínsicos aos<br />

leitores influenciam na composição <strong>do</strong> enuncia<strong>do</strong>, como também a relação que<br />

es<strong>se</strong>s leitores têm com es<strong>se</strong>s fatores e com os estereótipos que advém deles.<br />

Por definição, estereótipo é uma generalização, <strong>se</strong>ja social, cultural ou<br />

religiosa, que categoriza a realidade construída a partir de ou de acor<strong>do</strong> com uma<br />

compreensão preliminar <strong>do</strong> que existe. Como são ba<strong>se</strong>adas em conceitos<br />

transmiti<strong>do</strong>s, fragmenta<strong>do</strong>s ou em experiências isoladas, estes são normalmente<br />

falhos. Já que, “One reason for stereotypes is the lack of personal, concrete<br />

familiarity that individuals have with persons in other racial or ethnic groups. Lack of<br />

familiarity encourages the lumping together of unknown individuals” (HURST, 2007,<br />

p. 6) 23 .<br />

Eles existem em todas as raças, cores, etnias, religiões, <strong>se</strong>xos, graus de<br />

escolaridade, etc, <strong>se</strong>n<strong>do</strong> inerentes ao <strong>se</strong>r humano. Os estereótipos são repassa<strong>do</strong>s<br />

de geração em geração, povoan<strong>do</strong> o imaginário de um grupo social e/ou cultural e<br />

por isso não há a preocupação em saber <strong>se</strong> os mesmos condizem ou não com a<br />

realidade.<br />

Nes<strong>se</strong> <strong>se</strong>nti<strong>do</strong>, as peças de propaganda trazem à tona <strong>muito</strong>s estereótipos<br />

que povoam o imaginário <strong>do</strong>s leitores e que <strong>se</strong> fossilizaram como parte da culura.<br />

Como exemplo, podemos citar o culto à juventude como à única forma de beleza e o<br />

envelhecimento como uma decadência, temas que <strong>se</strong> encontram pre<strong>se</strong>ntes em<br />

<strong>muito</strong>s <strong>do</strong>s anúncios analisa<strong>do</strong>s [“Pele jovem depois <strong>do</strong>s 40?” – (Cma50) / Sumate a<br />

la lucha por no arrugar- (Oab39)]. Existem vários aspectos a <strong>se</strong>rem levanta<strong>do</strong>s:<br />

quan<strong>do</strong> <strong>se</strong> é considera<strong>do</strong> velho nessa cultura? Qual é o estereótipo que <strong>se</strong> tem, que<br />

faz com que envelhecer deva <strong>se</strong>r um fenômeno a <strong>se</strong>r combati<strong>do</strong>? Qual é a carga<br />

cultural relacionada ao gênero feminino que traz a ideia de que elas não podem<br />

envelhecer? O que é <strong>se</strong>r bonita?<br />

A escolha das modelos/atrizes que fazem o anúncio também deveria<br />

repre<strong>se</strong>ntar o máximo de pessoas possíveis para quem es<strong>se</strong> produto está <strong>se</strong>n<strong>do</strong><br />

direciona<strong>do</strong>, porém, quem são essas mulheres? Buitoni (2009) afirma não <strong>se</strong><br />

reconhecer em nenhuma das mulheres que denomina “mulheres de papel”, que<br />

23 Uma das razões para a existência <strong>do</strong>s estereótipos é a falta de uma familiaridade real e pessoal<br />

que indivíduos têm com pessoas de outros grupos raciais e étnicos. A falta de familiaridade leva ao<br />

amontoamento de indivíduos desconheci<strong>do</strong>s em um mesmo grupo.<br />

27

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