18.04.2013 Views

Cuide-se ... porque você vale muito - Universidade Federal do Paraná

Cuide-se ... porque você vale muito - Universidade Federal do Paraná

Cuide-se ... porque você vale muito - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

3 TEORIAS PRAGMÁTICAS<br />

Primeiramente, apre<strong>se</strong>ntaremos uma breve revisão das teorias <strong>do</strong>s atos de<br />

fala que nos ajudarão a definir melhor os tipos de atos de fala que constituem o<br />

anúncio publicitário e o <strong>se</strong>u macro-ato de fala. O capítulo inicia-<strong>se</strong> com a<br />

apre<strong>se</strong>ntação <strong>do</strong>s conceitos postula<strong>do</strong>s por Austin e <strong>se</strong>u <strong>se</strong>gui<strong>do</strong>r, Searle. Logo,<br />

apre<strong>se</strong>ntaremos algumas das críticas feitas a es<strong>se</strong>s teóricos e a atualização<br />

proposta por Haverkate (1994) para os atos de fala. Em <strong>se</strong>guida faremos uma breve<br />

exposição sobre as contribuições de Grice ([1967] 1982) e Brown e Levinson (1987)<br />

para os estu<strong>do</strong>s da polidez. Incluímos Grice ([1967] 1982) por <strong>se</strong>r este a postular<br />

algumas das ba<strong>se</strong>s (além da teoria <strong>do</strong>s atos de fala) sobre as quais a teoria da<br />

polidez de Brown e Levinson (1987) <strong>se</strong> de<strong>se</strong>nvolverá. Es<strong>se</strong> estu<strong>do</strong> terá como um<br />

<strong>do</strong>s <strong>se</strong>us eixos principais a aplicação da teoria postulada por Brown e Levinson<br />

(1987), por esta <strong>se</strong>r a mais famosa e uma das mais importantes teorias no campo<br />

<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s da polidez.<br />

3.1 AUSTIN<br />

A noção de atos de fala foi apre<strong>se</strong>ntada pelo filósofo da linguagem J. L.<br />

Austin e desde os anos 60 vem <strong>se</strong>n<strong>do</strong> discutida, ampliada e <strong>se</strong>rvi<strong>do</strong> de ba<strong>se</strong> para a<br />

maioria <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s sobre a polidez existente, o que justifica a sua in<strong>se</strong>rção neste<br />

capítulo. De acor<strong>do</strong> com Moreno Fernández (1998), a pragmática <strong>se</strong>ria a área <strong>do</strong><br />

conhecimento que estuda as condições e regras para que um determina<strong>do</strong><br />

enuncia<strong>do</strong> possa ocorrer em um determina<strong>do</strong> contexto e <strong>se</strong>r considera<strong>do</strong> legítimo.<br />

Assim, a noção de atos de fala, juntamente com a determinação <strong>do</strong> contexto em que<br />

eles ocorrem, constitui o cerne da pragmática sóciocultural.<br />

A apre<strong>se</strong>ntação des<strong>se</strong> tão importante conceito <strong>se</strong> deu em um grupo de<br />

palestras proferidas por Austin na universidade de Harvard, EUA em 1955 (entre<br />

outras) durante o curso Words and Deeds que ele ministrou de 1952 a 1954 em<br />

Oxford e também a a partir das gravações de duas conferências: uma realizada na<br />

BBC em 1956 e a outra em Gothenberg em outubro de 1959 (OTTONI, 2002), que<br />

foram postumamente organizadas em um livro chama<strong>do</strong> “How to <strong>do</strong> things with<br />

words” 27 , publica<strong>do</strong> em 1962. Austin define a linguagem como ação e, logo, to<strong>do</strong> e<br />

27 “Quan<strong>do</strong> dizer é fazer” (1990).<br />

33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!