Cuide-se ... porque você vale muito - Universidade Federal do Paraná
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Es<strong>se</strong> anúncio <strong>do</strong> perfume Humor (CAg 22 – imagem 2), da Natura, veicula<strong>do</strong><br />
na revista Cláudia de Abril de 2010, tem como contexto externo <strong>se</strong>r um anúncio de<br />
duas páginas (o que chamará mais a atenção <strong>do</strong> leitor), estar posiciona<strong>do</strong> no centro<br />
da revista (feminina Cláudia) e referir-<strong>se</strong> a um perfume masculino em uma revista<br />
feminina, o que possivelmente implica que são as mulheres quem comprarão es<strong>se</strong><br />
perfume para <strong>se</strong>us companheiros. Já o contexto interno repre<strong>se</strong>nta um homem que<br />
está entregan<strong>do</strong> um buquê de flores com uma bandeira branca à sua companheira.<br />
Ambos estão felizes, o que faz com que pen<strong>se</strong>mos na possibilidade de que<br />
realmente irão fazer as pazes. Logo, o con<strong>se</strong>lho que <strong>se</strong> apre<strong>se</strong>nta no anúncio<br />
“Desarme-<strong>se</strong>” está justifica<strong>do</strong> pelo contexto cria<strong>do</strong> pelo anunciante. Nes<strong>se</strong> contexto<br />
não <strong>se</strong> justificaria o uso de um slogan como “<strong>Cuide</strong>-<strong>se</strong>” (Cjl09), por exemplo.<br />
De acor<strong>do</strong> com The language of advertising: written texts, escrito por Angela<br />
Goddard (2002), descrever também é uma forma de criar uma imagem mental e<br />
de<strong>se</strong>nvolver uma relação entre o produto que está <strong>se</strong>n<strong>do</strong> anuncia<strong>do</strong> e uma ideia<br />
mental positiva que venha ao encontro aos de<strong>se</strong>jos e necessidades <strong>do</strong>s leitores, que<br />
são os possíveis consumi<strong>do</strong>res. Nes<strong>se</strong> caso descrever uma cena de perdão ou de<br />
“fazer as pazes” faz com que os leitores conectem o uso des<strong>se</strong> perfume à um<br />
relacionamento pacífico, amoroso e promissor, o que faz parte <strong>do</strong> imaginário<br />
feminino <strong>do</strong> que <strong>se</strong>ria um relacionamento ideal.<br />
De acor<strong>do</strong> com Bolter (2003), apesar de o apelo visual <strong>se</strong>r cada vez mais<br />
crescente nos anúncios, principalmente com a expansão <strong>do</strong> <strong>se</strong>u uso em massa e<br />
das peças de propaganda cross-culturais 19 , é através da língua e <strong>do</strong>s enuncia<strong>do</strong>s<br />
que a persuasão <strong>se</strong> dá de maneira mais eficaz e faz com que as pessoas lembrem e<br />
identifiquem marcas e produtos. Es<strong>se</strong> conceito é confirma<strong>do</strong> ao vermos como alguns<br />
slogans são facilmente associa<strong>do</strong>s as suas marcas, tais como: “Just <strong>do</strong> it”, “mil e<br />
uma utilidades”, “as legítimas”, “Keep Walking”, etc. 20<br />
2.5 A CULTURA E OS ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS<br />
19 As que são feitas para <strong>se</strong>rem publicadas em diferentes sociedades e culturas e às vezes inclusive<br />
em mídias diferentes. Essas peças de propaganda não sofrem nenhum tipo de ajuste cultural ou<br />
social, ten<strong>do</strong> somente os <strong>se</strong>us enuncia<strong>do</strong>s traduzi<strong>do</strong>s ao idioma local. Termo “cross-cultural”<br />
ba<strong>se</strong>a<strong>do</strong> nos estu<strong>do</strong>s de Weirzbicka (2003).<br />
20 “Just <strong>do</strong> it” - NIKE, “mil e uma utilidades” – BOM BRIL, “as legítimas” – HAVAIANAS, “Keep<br />
Walking” – Johnnie Walker.<br />
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