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Custódia de Jesus Gonçalves Pereira Do Sentimento em Florbela ...

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voce ai sentimenti eterni che agitano l’anima <strong>de</strong>ll’uomo.<br />

[BATTELLI: 1936, p. 2]. 17<br />

Não quer<strong>em</strong>os analisar aqui a escrita <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>stas mulheres<br />

<strong>de</strong> letras entre as quais se inclui <strong>Florbela</strong> Espanca. No entanto não<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> salientar que todas elas foram, como qualquer artista,<br />

expoentes “da expressão plástico-linguística das sensações e das<br />

<strong>em</strong>oções, que habitam <strong>em</strong> todos nós à espera <strong>de</strong> corporização formal.”<br />

[GUSMÃO: 1960, p.2].<br />

Todas estas mulheres <strong>de</strong> letras, diferentes entre si como afirma<br />

Battelli, têm algo <strong>de</strong> comum com <strong>Florbela</strong> Espanca: a afirmação da<br />

sexualida<strong>de</strong> f<strong>em</strong>inina, <strong>de</strong> Ada Negri; uma instrução <strong>de</strong>ficitária e a<br />

colaboração <strong>em</strong> revistas f<strong>em</strong>ininas, <strong>de</strong> Sibila Aleramo; a edição da<br />

correspondência e a vonta<strong>de</strong> da escrita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância presente <strong>em</strong><br />

Anna <strong>de</strong> Noailles; uma poesia que reflecte uma personalida<strong>de</strong><br />

simultaneamente forte e <strong>de</strong>licada, plena <strong>de</strong> amor <strong>de</strong> Juana <strong>de</strong> Ibarbouru;<br />

e o uso do soneto por Gabriela Mistral.<br />

Assim, t<strong>em</strong> toda a pertinência o paralelo que Battelli fez entre a<br />

poetisa do Alentejo e as agora enunciadas, as quais, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente<br />

da época e do espaço <strong>em</strong> que se situam e dos estilos adoptados, são antes<br />

<strong>de</strong> tudo poetisas que dão voz aos sentimentos humanos, marcando-os <strong>de</strong><br />

uma forma ou <strong>de</strong> outra com a sua sensibilida<strong>de</strong> e com a sua estética e por<br />

isso se tornaram in<strong>de</strong>léveis à passag<strong>em</strong> do t<strong>em</strong>po. É sobretudo essa<br />

actualida<strong>de</strong> int<strong>em</strong>poral que as projecta na ribalta da fama “sulle labbra<br />

<strong>de</strong>lle moltitudini”, que não conhece fronteiras.<br />

Deste modo se tornaram conhecidos os versos <strong>de</strong> <strong>Florbela</strong> Espanca,<br />

fora dos limites da terra mãe, dando voz a diferentes harmonias rítmicas,<br />

a distintas musicalida<strong>de</strong>s como já referimos. Sintomático do que<br />

acabámos <strong>de</strong> dizer é o facto <strong>de</strong> <strong>Florbela</strong> confessar ao seu amigo Guido<br />

Battelli que t<strong>em</strong> “recebido ultimamente várias traduções portuguesas<br />

assinadas por André Reis; é algum dos seus discípulos? <strong>Do</strong>n<strong>de</strong> será que<br />

17 - Diferente é cada uma <strong>de</strong>stas vozes poéticas, cada uma t<strong>em</strong> a sua particularida<strong>de</strong> inconfundível, mas todas<br />

elas estão animadas por um único <strong>de</strong>sejo, o <strong>de</strong> dar voz aos sentimentos eternos que agitam a alma do hom<strong>em</strong>.<br />

(Tradução livre).<br />

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