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LISBOA renova votos DE PROTAGONISMO (2).pdf - RUN UNL ...

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Lisboa “<strong>renova</strong> <strong>votos</strong>” de protagonismo: património (i)material, criatividade e emoção – um manifesto por um<br />

território mais competitivo e inclusivo<br />

Judite Lourenço Reis ▪ Março | 2012<br />

Mestrado em Metropolização, Planeamento Estratégico e Sustentabilidade<br />

Tem Lisboa trezentas e vinte e oito ruas, e cento e quatro travessas, e oitenta e nove<br />

becos, e sessenta e dois postos que não são ruas. Cristovão R. de Oliveira, 1551. Apud<br />

(GARCIA, 2009: 56).<br />

A evolução das cidades traduziu-se não só no seu crescimento, como, e sobretudo, na<br />

sua complexificação. O tecido urbano tem vindo a alterar-se substancialmente.<br />

A cidade industrial originou mudanças profundas na organização do território,<br />

desenvolveu-se um forte êxodo do campo para as cidades; assim, as cidades foram palco<br />

de um crescimento acelerado dando origem a centros industriais. Pelo que a cidade<br />

industrial pouco, ou nada, tem a ver com as cidades que a precederam. Na cidade<br />

industrial começaram a surgir problemas de degradação do centro, dando lugar ao<br />

aparecimento de periferias, onde se abrigariam as novas classes urbanas. Foi nestes<br />

espaços urbanos centrais, depois periféricos, que se fixou a classe trabalhadora.<br />

Recentemente, as lógicas de acomodação na cidade têm sido distintas, mais complexas.<br />

Têm surgido como que outras cidades dentro da cidade 53 . Novas centralidades (físicas e<br />

simbólicas 54 )…<br />

Teresa Barata Salgueiro em “Lisboa, metrópole policêntrica e fragmentada” caracteriza<br />

o percurso da área metropolitana de Lisboa, associando-a ao início do forte fluxo de<br />

migrantes rurais nos anos 50 a 70 55 . Da mesma forma que identificou a dinâmica do “25<br />

de Abril de 1974” e a subsequente independência das antigas colónias 56 explicando o<br />

53 A este respeito Carlos Fortuna e Rogério Proença Leite: “Plural de cidade” são as cidades que existem dentro da<br />

cidade. Não é um conjunto diverso de cidades, nem uma questão de geografia. “Plural de cidade” são os territórios<br />

díspares que fazem a cidade, as políticas sócio-urbanas e a sua ausência, o atropelo aos direitos e as paisagens de<br />

privilégio, as formas de segregação e a ostentação, a cultura, a saúde, o emprego, o dinheiro, o futuro e, ao mesmo<br />

tempo, a falta de todos eles. “Plural de cidade” é a conjugação destas cidades numa só. (…) nas que falam e se<br />

fazem escutar e nas outras, nas históricas e nas criativas (…). (2009: 7-8).<br />

54 Muitos autores já se pronunciaram sobre o consumo como marcador de status social. Pelo que a cidade, ou melhor<br />

o sítio da cidade onde residimos, consumimos, ou trabalhamos é um forte demarcador de classe, a cidade é também<br />

ela um “signo” (Baudrillard, 1991). Assim, frequentar determinados lugares é reforçar padrões de comportamento e<br />

pertenças identitárias é pertencer ao mesmo “campos” (Bourdieu, 2003). Também Fortuna e Leite (orgs.) (2009) em<br />

Plural de cidade afectaram a Secção III ao tema “Artes de consumir a cidade”.<br />

55 Teresa Barata Salgueiro explica que Até 1975 Lisboa acolhe migrantes das áreas rurais do país que na grande<br />

cidade procuram emprego e melhores condições de vida de modo que em 1981 ainda 42% dos residentes tinham<br />

nascido noutras regiões do país. (1997: 180).<br />

56 O País e sobretudo a cidade foram assim forçados a dar resposta a este episódio. Muitos organismos nacionais e<br />

internacionais surgiram para apoiar os “retornados”, destacando-se a nível oficial o Instituto de Apoio ao Retorno de<br />

Nacionais, que permitiu a integração destes cidadãos e lhes proporcionou o começo de uma nova vida. Até ao 1º<br />

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