LISBOA renova votos DE PROTAGONISMO (2).pdf - RUN UNL ...
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Lisboa “<strong>renova</strong> <strong>votos</strong>” de protagonismo: património (i)material, criatividade e emoção – um manifesto por um<br />
território mais competitivo e inclusivo<br />
Judite Lourenço Reis ▪ Março | 2012<br />
Mestrado em Metropolização, Planeamento Estratégico e Sustentabilidade<br />
distingue?. Hoje continua firme nesse propósito, pois a linha orientadora deve recair sob<br />
o que é,<br />
[…] diferente, único e especial em um lugar. Esses recursos únicos estão embutidos na<br />
inventividade, nas habilidades e nos talentos das pessoas. Eles não são apenas “coisas”,<br />
como edifícios, mas também são motivações, símbolos, atividades e o repertório do<br />
conhecimento local, inserido em artesanato, produtos, serviços e pesquisa. Os recursos<br />
culturais urbanos incluem o patrimônio histórico, industrial e artístico, bem como<br />
paisagens e marcos urbanos. Também incluem tradições locais de vida pública,<br />
festivais, rituais ou histórias […]. (LANDRY, 2011: 15).<br />
João Teixeira Lopes (2003), retrata o caminho incerto das “relações” entre a cidade e a<br />
cultura, aludindo, simultaneamente, à “ambiguidade do tempo” e à “ambiguidade do<br />
património”, relação que considerou interdependente. O autor deteve-se na dinâmica<br />
entre a “cidade existente” e a “cidade desejada”, e a sua reflexão ao abranger a cultura<br />
como parte contribuinte do desenvolvimento das cidades e ao considerar a tensão entre<br />
o património, a cultura e o turismo; os cidadãos-habitantes e os visitantes-turistas,<br />
acabou por ser um dos guiões norteadores deste capítulo.<br />
A ambiguidade do tempo, tal como tende a ocorrer nas cidades contemporâneas,<br />
manifesta-se de maneira exemplar nas tensões entre património e cultura. Nas acepções<br />
mais comuns, […] a noção de património assume as conotações do tempo histórico, do<br />
passado revalorizado, das permanências de valor identitário, da cultura acumulada. Em<br />
simultâneo, no cerne dos entendimentos que associam de maneira privilegiada a cultura<br />
à cidade […]. A ambiguidade do património […] coloca em jogo a tensão entre o<br />
entendimento cultural do património […] e a sua acepção turística, isto é, antes de mais,<br />
de natureza económica e orientação instrumental. As dimensões desta tensão são várias,<br />
podendo destacar-se duas: a do desenvolvimento e a da participação. Concretizando:<br />
Em que medida as vertentes culturais e turísticas do património se contrapõem ou se<br />
sustentam mutuamente, enquanto componentes de processos de desenvolvimento das<br />
cidades? Até que ponto são compatibilizáveis, enquanto protagonistas e destinatários do<br />
património da cidade, os cidadãos-habitantes e os visitantes-turistas? (LOPES, 2003:<br />
129).<br />
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