19.04.2013 Views

LISBOA renova votos DE PROTAGONISMO (2).pdf - RUN UNL ...

LISBOA renova votos DE PROTAGONISMO (2).pdf - RUN UNL ...

LISBOA renova votos DE PROTAGONISMO (2).pdf - RUN UNL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Lisboa “<strong>renova</strong> <strong>votos</strong>” de protagonismo: património (i)material, criatividade e emoção – um manifesto por um<br />

território mais competitivo e inclusivo<br />

Judite Lourenço Reis ▪ Março | 2012<br />

Mestrado em Metropolização, Planeamento Estratégico e Sustentabilidade<br />

lugares, da possibilidade de melhorá-los um pouco, de marcá-los com objectos pessoais<br />

ou com hábitos de frequentação. (1999: 26).<br />

O urbanista Oriol Bohigas defendeu, na esteira do que nos ensinou Hannah Arendt<br />

((2009) [1978]) a propósito da responsabilidade da inacção, em entrevista recente<br />

(2012) ao jornal El País 75 , que "la gente tiene que protestar para que se mejoren las<br />

ciudades". O eco das palavras de Bohigas é em tudo condicente com a postura que<br />

imprimiu ao longo da sua vasta carreira (60 anos) e à forma como privilegiou a<br />

recuperação do espaço público.<br />

Resgatando agora a linha de pensamento de Jürgen Habermas e a forma como este<br />

concebeu o espaço público, comunga-se da ideia da “força misteriosa” e da<br />

“intersubjectividade” que o caracteriza. Na medida em que é capaz de juntar o diferente<br />

sem o aniquilar, tal como também defende Boaventura Sousa Santos sob a égide da<br />

“teoria da tradução”. Uma vez que esta permite a identificação de um terreno comum<br />

(…) [entre as diferenças] sem fazer desaparecer em nenhumas delas a autonomia e a<br />

diferença que as sustêm. (2001:192); depreendendo-se que a multiculturalidade se<br />

assume, então, como uma força capaz de produzir riqueza 76 .<br />

Sharon Zukin, no capítulo sete, também explana sobre o assunto, adiantando que os<br />

espaços públicos na pós-modernidade permitem absorver e reflectir as tensões, da<br />

mesma forma que criam uma visão integrada das identidades individuais. Paralelamente<br />

acrescenta que,<br />

Public spaces are the primary site of public culture; they are a window into the city`s<br />

soul. As a sight, moreover, public spaces are an important means of framing a vision of<br />

social life in the city, a vision both for those who live there, and interact in urban public<br />

spaces every day, and for tourists, commuters, and wealthy folks who are free to flee the<br />

city`s needy embrace. Public spaces are important because they are places where<br />

75 Disponível em http://cultura.elpais.com/cultura/2012/03/16/actualidad/1331901082_075078.html [consultado em<br />

16-03-2012].<br />

76 Facto que “em si” já não constitui novidade, pois que o sumo pensador António Sérgio já tinha assinalado nos<br />

Ensaios um País feito daquilo a que actualmente designamos por “miscigenação social”. Sérgio refere que a criação<br />

de Portugal foi obra do «estrangeirismo» (…) No porto de Lisboa, onde convergiam «muitas e desvairadas gentes».<br />

No progresso social da formação de Portugal vemos a contribuição de gente estrangeira: vemos pois os elementos<br />

de um sólido progresso social, graças sobretudo à contribuição de gente estranha.<br />

38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!