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LISBOA renova votos DE PROTAGONISMO (2).pdf - RUN UNL ...

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Lisboa “<strong>renova</strong> <strong>votos</strong>” de protagonismo: património (i)material, criatividade e emoção – um manifesto por um<br />

território mais competitivo e inclusivo<br />

Judite Lourenço Reis ▪ Março | 2012<br />

Mestrado em Metropolização, Planeamento Estratégico e Sustentabilidade<br />

intervenções profundas de que a cidade de Lisboa foi alvo fazem recordar Sharon<br />

Zukin, nomeadamente quando esta advertiu para a concepção de “poder 64 ” na cidade. Já<br />

que segundo a socióloga as cidades são o espelho “das decisões sobre o que, e quem,<br />

deve ser, ou não, visível.” (1995: 7).<br />

Novamente a oriente, receber a Expo exigiu à Câmara Municipal de Lisboa uma nova<br />

gestão municipal, caracterizada, no campo do urbanismo, por uma reflexão profunda<br />

acerca do carácter da cidade, das suas potencialidades e das suas debilidades. O que<br />

fazer para tornar Lisboa uma cidade atractiva? Como melhorar a qualidade de vida dos<br />

seus habitantes? Como torná-la competitiva a nível europeu e mundial? Ou seja, como a<br />

tornar numa cidade Sustentável 65 .<br />

Hoje, mais de uma década volvida sob a entrada do século XXI 66 , novos desafios se<br />

colocam, nomeadamente com o novo Plano Director Municipal 67 . Um instrumento de<br />

gestão territorial que percebe a importância transversal que assume, e que propõe,<br />

certeiramente, o foco que acaba por lhe dar o mote “Uma cidade para o futuro, uma<br />

cidade para as pessoas”. Uma cidade que mudou, que se transfigurou, que envelheceu<br />

com umas pessoas, que se nobilitou 68 com outras, uma cidade viva e em devir não se<br />

64 Anthony Giddens entende o poder como (…) a capacidade que indivíduos ou grupos possuem para fazer valer<br />

os seus próprios interesses, mesmo quando outros se opõem. Por vezes, isso requer o uso directo da força. (2007:<br />

408-9).<br />

65 Para isso, a CML iniciou um novo processo de planeamento para diversas áreas problemáticas e prioritárias,<br />

utilizando os seguintes instrumentos: i) Plano Estratégico de Lisboa, ii) Plano Director Municipal (PDM) e iii) Planos<br />

de Pormenor (PP). Houve necessidade de avaliar a capacidade do local e de assumir uma orientação orientada para a<br />

intervenção urbanística, económica, social e ambiental desta zona da cidade.<br />

66 Que encetou de forma desastrosa com o 11 de Setembro de 2001, que acabou por ser a materialização do conceito<br />

“sociedade de risco” do sociólogo alemão U. Beck. A imagem das Twin Towers a colapsar trouxe a América, ainda,<br />

para mais perto de todos e de cada um. Embora o adjectivo “desastroso” possa não ter entendimento generalizado,<br />

pois Harvey, 2002 apud Simon Parker considera que September 11 appeared more and more as a wonderful excuse<br />

for companies and industries to do what they were preparing to do anyway (including moving out of a highly<br />

congested and very much overpriced Manhattan) (PARKER, 2004: 170).<br />

67 O PDM é um instrumento de gestão territorial que vincula as entidades públicas e ainda directa e imediatamente<br />

os particulares. No sítio http://vimeo.com/15248744 pode ver-se a apresentação, à Imprensa, da proposta de Revisão<br />

do Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa pelo presidente da autarquia, António Costa, e o vereador do Pelouro<br />

do Urbanismo, Manuel Salgado, a 23 de Setembro de 2010. Entretanto, a 10 de Nov. de 2010, foi aprovado em<br />

reunião de Câmara para efeitos de envio à Comissão de Acompanhamento.<br />

68 De “nobilitação urbana” (do inglês “gentrification” - Glass, 1964) e que Firmino da Costa explicou como o (…)<br />

movimento de reocupação por elementos das classes altas e médias - sobretudo por jovens adultos das novas classes<br />

médias de profissionais com níveis elevados de capital escolar - de áreas centrais das cidades, nomeadamente<br />

centros históricos e zonas portuárias, anteriormente desvalorizadas, degradadas e habitadas por populações de<br />

fracos recursos, com baixo «status» ou em situação de exclusão social. (COSTA, 1999: 450).<br />

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