Na verdade, estamos - Visão Judaica
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6<br />
Logo pós a<br />
libertação, um<br />
médico soviético<br />
examina<br />
sobreviventes de<br />
Auschwitz. na<br />
Polônia, em 18 de<br />
fevereiro de 1945<br />
Crédito: Arquivo da<br />
Federation <strong>Na</strong>tionale<br />
des Deportes et<br />
Internes Resistants et<br />
Patriots<br />
VISÃO JUDAICA Dezembro de 2004/janeiro de 2005 Tevet/Shevat 5765<br />
A libertação de Auschwitz em 1945<br />
o chegar ao campo de Auschwitz,<br />
as vítimas eram forçadas a entregar<br />
todos os seus pertences<br />
aos nazistas. Os haveres dos prisioneiros<br />
eram rotineiramente<br />
empacotados e enviados à Alemanha<br />
para distribuição à população civil<br />
ou para o uso da indústria alemã. O<br />
campo de Auschwitz foi libertado em<br />
janeiro de 1945. Existe um filme com<br />
tomadas feitas por militares soviéticos,<br />
mostrando pessoas e soldados<br />
soviéticos examinando as posses dos<br />
deportados para o campo de extermínio<br />
de Auschwitz. O filme está no<br />
<strong>Na</strong>tional Archives, EUA.<br />
Antes de matar<br />
as mulheres, os nazistascortavamlhes<br />
os cabelos.<br />
Grande quantidade<br />
de cabelo foi acondicionada<br />
em bolsas<br />
e era matériaprima<br />
para as fábricas<br />
alemãs. Sete<br />
toneladas de cabelo,<br />
140 mil mulheres<br />
assassinadas. Os<br />
nazistas lucravam<br />
com a morte. Faziam<br />
fertilizantes dos ossos<br />
humanos e os enviavam<br />
à empresa<br />
Strenn. Vendiam o<br />
cabelo às fábricas de tapeçaria. Para<br />
outra parte desta mesma indústria,<br />
os bandidos mandavam o ouro retirado<br />
dos dentes arrancados das bocas<br />
dos cadáveres. Todos esses troféus<br />
ocupavam 35 depósitos em Auschwitz.<br />
E há um que só contém óculos.<br />
Se não mais que um em cada dez<br />
prisioneiros usava óculos, quantos<br />
tiveram que morrer para acumular<br />
tudo isto? A roupa dos mortos. Quem<br />
na Alemanha iria usar a roupa de<br />
crianças assassinadas? O filme exibe<br />
uma enorme montanha de roupas, no<br />
total, 514.843 peças de roupas de<br />
homens, mulheres e crianças.<br />
A LIBERTAÇÃO DOS CAMPOS<br />
Enquanto as tropas Aliadas avançavam<br />
através da Europa numa série<br />
de ofensivas contra a Alemanha, começaram<br />
a encontrar prisioneiros dos<br />
campos de concentração. Muitos<br />
desses prisioneiros haviam sobrevivido<br />
às marchas da morte para o interior<br />
da Alemanha.<br />
As forças soviéticas em julho de<br />
1944 foram as primeiras a encontrar<br />
um campo nazista importante,<br />
o de Majdanek próximo de Lublin,<br />
na Polônia. Surpreendidos pela rápida<br />
movimentação dos soviéticos,<br />
os alemães tentaram esconder as evidências<br />
do extermínio em massa<br />
destruindo o campo. O pessoal do<br />
campo incendiou o grande crematório,<br />
mas na apressada evacuação<br />
deixaram intactas as câmaras de gás.<br />
No verão de 1944, os soviéticos<br />
também chegaram aos campos de extermínio<br />
de Belzec, Sobibor e Treblinka.<br />
Os alemães haviam desmontado<br />
esses campos em 1943, depois<br />
que a maioria dos judeus poloneses<br />
havia sido morta.<br />
Em janeiro de 1945 os soviéticos<br />
libertaram Auschwitz, o maior dos<br />
campos de extermínio e de concentração.<br />
Os nazistas haviam forçado a<br />
maioria dos prisioneiros de Auschwitz<br />
às marchas da morte, e quando<br />
os soldados soviéticos entraram<br />
no campo encontraram vivos somente<br />
alguns milhares de prisioneiros<br />
famintos. Havia abundante evidência<br />
do extermínio em massa em Auschwitz.<br />
Os alemães haviam destroçado<br />
a maioria dos depósitos no campo,<br />
mas nos que ficaram os soviéticos<br />
encontraram os pertences das<br />
vítimas. Descobriram, por exemplo,<br />
Uma cerimônia lembrará,<br />
em 2005, os 60 anos da<br />
libertação do campo de<br />
concentração de<br />
Auschwitz, terá a<br />
presença dos presidentes<br />
da França, Polônia, Israel<br />
e Rússia. Os governos de<br />
EUA e da Alemanha estão<br />
coordenando o evento. O<br />
campo foi libertado por<br />
tropas soviéticas em 27<br />
de janeiro de 1945.<br />
centenas de milhares de trajes de<br />
homens, mais de 800 mil vestidos de<br />
mulheres e mais de 7 toneladas de<br />
cabelo humano.<br />
Nos meses seguintes, os soviéticos<br />
libertaram outros campos nos<br />
Países Bálticos e na Polônia. Pouco<br />
depois da rendição alemã, as forças<br />
soviéticas libertaram também os campos<br />
de Stutthof, Sachsenhausen e<br />
Ravensbrueck.<br />
Poucos dias depois que os nazistas<br />
começaram a evacuar o campo,<br />
as forças americanas libertaram em<br />
11 de abril de 1945 o campo de concentração<br />
de Buchenwald, próximo<br />
de Weimar, Alemanha. No dia da libertação,<br />
uma organização da resistência<br />
dos prisioneiros assumiu o<br />
controle de Buchenwald para prevenir<br />
atrocidades dos guardas em retirada.<br />
As forças americanas libertaram<br />
mais de 20 mil prisioneiros em Buchenwald<br />
e também libertaram os<br />
campos de Dora-Mittelbau, Flossenbuerg,<br />
Dachau e Mauthausen.<br />
As forças britânicas libertaram<br />
campos na Alemanha do Norte, incluindo<br />
Neuengamme e Bergen-Belsen.<br />
Em meados de abril de 1945,<br />
entraram no campo de concentração<br />
de Bergen-Belsen, perto de Celle.<br />
Encontraram vivos ao redor de 60 mil<br />
prisioneiros, a maioria em condições<br />
críticas, por causa de uma epidemia<br />
de tifo. Mais de 10 mil morreram de<br />
desnutrição ou enfermidades a poucas<br />
semanas da libertação.<br />
Os libertadores encontraram<br />
condições inenarráveis nos campos,<br />
onde pilhas de cadáveres estavam<br />
sem enterrar. Somente com<br />
a libertação dos campos foi possível<br />
expor ao mundo as atrocidades<br />
dos nazistas. Os prisioneiros<br />
que sobreviveram pareciam esqueletos<br />
ambulantes por causa dos<br />
trabalhos forçados e pela falta de<br />
alimentação adequada. Muitos estavam<br />
tão débeis que não podiam<br />
mover-se. As doenças eram perigos<br />
constantes e muitos dos campos<br />
tiveram que ser queimados para<br />
prevenir a difusão de epidemias.<br />
Os sobreviventes dos campos enfrentaram<br />
um longo e difícil caminho<br />
de recuperação.<br />
SOBREVIVENTES<br />
Bart Stern descreve<br />
como sobreviveu<br />
para ser libertado<br />
no campo<br />
de Auschwitz,<br />
numa entrevista de 1992. <strong>Na</strong>sceu<br />
na Hungria em 1926. Após a ocupação<br />
alemã na Hungria, em março<br />
de 1944, Bart foi forçado a viver<br />
num gueto criado em sua cidade.<br />
De maio a julho de 1944, os<br />
alemães deportaram os judeus da<br />
Hungria para o campo de extermínio<br />
de Auschwitz, na Polônia ocupada.<br />
Bart foi deportado em vagão<br />
de carga para Auschwitz. Ali,<br />
foi selecionado para trabalhos forçados,<br />
escavando numa mina de<br />
carvão. Enquanto as forças soviéticas<br />
avançavam até Auschwitz em<br />
janeiro de 1945, os alemães forçaram<br />
a maioria dos prisioneiros<br />
numa marcha da morte para fora<br />
do campo. Junto com uma quantidade<br />
de prisioneiros doentes que<br />
estavam na enfermaria do campo,<br />
Bart foi um dos poucos prisioneiros<br />
que estava no campo no momento<br />
da libertação. Sobreviveu<br />
porque escondeu-se no campo mesmo<br />
depois que muitos dos outros<br />
prisioneiros tinham sido forçados<br />
à marcha da morte em janeiro de<br />
1945. Ele conta que “foi um grande<br />
milagre ter sobrevivido. Havia<br />
em frente de cada barracão, uma<br />
pequena cabine, que era uma separação,<br />
onde ficava o Blockaelteste,<br />
o chefe do barracão, e em<br />
cada uma das cabines havia uma<br />
caixa para o pão, o pão que era<br />
suprido, e ele entrava na caixa que<br />
tinha uma fechadura para ninguém