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Colagem digital para a Upper Playground<br />

Técnica mista para a GNU Snowboards<br />

em se mudar para outra cidade ou país?<br />

Sim. Não sou obcecado pela cidade. Culturalmente não rolam muitas<br />

coisas por aqui, exposições, eventos etc. A opção de diversão de 90% da<br />

população é ir beber em bares; o que para mim muitas vezes beira o<br />

patético. Mas gosto muito do clima daqui e acho que o que mais me<br />

conecta por aqui são minha família e meus amigos. Se não fosse por isso,<br />

estaria morando na beira de alguma praia sossegada.<br />

Vendo seu trabalho hoje, é difícil acreditar que você começou pintando<br />

nas ruas. Fale um pouco dessa época.<br />

Na verdade, não comecei pintando nas ruas. Foi por volta de 1993 que<br />

eu me interessei muito por pichação. Eu era novo e gostava da adrenalina<br />

no sangue e de ir contra as regras. O alfabeto dos pichadores me<br />

chamou muito a atenção, foi meu primeiro contato com a tipografia de<br />

rua e acho que daí nasceu meu interesse por tipos. Mas minhas<br />

tentativas de pichar muros foram muito frustradas. Me lembro até hoje<br />

de um caso engraçado que aconteceu: eu e um grande amigo compramos<br />

uma lata de spray e saímos por volta das oito da noite para pichar o<br />

muro nas redondezas do colégio. Andamos dois quarteirões e fomos<br />

assaltados em menos de 5 minutos. Éramos duas crianças esqueléticas<br />

de 13 anos andando sozinhos à noite em uma região perigosa da cidade.<br />

O engraçado é que roubaram nossos tênis, e o meu era um tênis muito<br />

velho e furado que havia ganhado do meu primo. A cena foi muito<br />

engraçada (risos), éramos literalmente dois fracassados na tentativa de<br />

colocar nossos nomes nos muros.<br />

E sua relação com a tipografia, como começou? Lembro que conheci<br />

o seu trabalho há uns cinco ou seis anos mais ou menos, pesquisando<br />

por fontes na internet, e você disponibilizava um monte delas para<br />

<strong>download</strong> gratuito. O que te motivou a começar a desenhar alfabetos?<br />

A relação veio da pichação e depois migrou pro graffiti, artistas como<br />

Daim e toda uma gama de grafiteiros que eu acompanhava diariamente<br />

pelo site ArtCrimes. Eram muitos alfabetos e estilos diferentes, e tudo<br />

aquilo me chamava a atenção. Mais adiante descobri a tipografia grunge,<br />

caras como Rob Dobi, Faizal Reza, Christoph Mueller, Brode Vosloo, etc.<br />

E, daí em diante, foi paixão à primeira vista. Concentrei todas as minhas<br />

forças naquilo e em pouco tempo já tinha minhas primeiras fontes online.<br />

Percebo que muitos de seus trabalhos de colagem começam de forma<br />

manual e depois são finalizados no computador, certo? Fale um pouco<br />

disso, da sua dinâmica de trabalho e quais as vantagens e desvantagens<br />

que você vê no uso do computador como ferramenta na sua criação.<br />

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