19.04.2013 Views

SUBVERSÃO - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

SUBVERSÃO - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

SUBVERSÃO - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

"ABBífüRA CULTURAL — ANO 2 N? 15 ABERTURA CULTURAL — ANO 2 N? 1«<br />

DO POVO<br />

BUSCAMOS<br />

A FO^ÇA<br />

AGOSTINHO NETO<br />

Presi<strong>de</strong>nte da RepúbHca<br />

<strong>de</strong> Angola<br />

íNSO basta que seja pura e justa<br />

a nossa causa.<br />

i£ necessário que a pureza e a justiça<br />

jexistam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós.<br />

{Dos.que vieram<br />

le conosco se aliaram<br />

muitos traziam sombras no olhar<br />

intenções estranhas.<br />

Para slguns <strong>de</strong>les a razão dô luta<br />

era só ódio: um ódio antigo<br />

centrado e surdo<br />

como uma lança.<br />

Para alguns outros era uma bolsa<br />

bolsa vazia (queriam enchê-la)<br />

queriam enchê-la com coisas sujas<br />

inconfessáveis.<br />

Outros viemos.<br />

Lutar para nós é ver aquilo<br />

que o Povo quer<br />

realizado.<br />

£ ter a terra on<strong>de</strong> nascemos.<br />

é sermos livres pra trabalhar.<br />

É ter pra nós o que criamos<br />

Lutar pra nós é um <strong>de</strong>stino<br />

é uma ponte entre a <strong>de</strong>scrença<br />

e a certeza do mundo novo.<br />

Na mesma barca nos encontramos.<br />

Todos concordam — vamos lutar.<br />

Lutar pra quê?<br />

Pra dar vazão ao ódio antigo?<br />

ou pra ganharmos a liberda<strong>de</strong><br />

e ter pra nós o que criamos?<br />

Na mesma barca nos encontramos.<br />

Quem há-<strong>de</strong> ser o timoneiro?<br />

Ah as tramas que eles teceram!<br />

Ah as lutas que ai travamos!<br />

Mantivemo-nos firmes: no povo<br />

buscáramos a força<br />

e a razão<br />

Inexoravelmente<br />

como uma onda que ninguém trava<br />

vencemos.<br />

O Povo tomou a direção da barca.<br />

Mas a lição lá está, foi aprendida:<br />

Não basta que seja pura e justa<br />

a nossa causa.<br />

É necessário que a pureza e a justiça<br />

existam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós.<br />

Extraído do Livro<br />

Poemas <strong>de</strong> Angola<br />

EDITORA CODECRI<br />

Nas Livrarias e Bancas<br />

AGOSTINHO NETO<br />

La<strong>de</strong>ira<br />

ASTRID é uma das mais expressivas artistas plásticas<br />

catarinenses. O <strong>de</strong>senho abaixo nos ce<strong>de</strong>u o Cogumelo<br />

Atômico — o pequeno-gran<strong>de</strong> jornal alíernativo — que um<br />

pessoal com muita garra e criaiivida<strong>de</strong> faz em Brusque SC.<br />

DE BRUSQUE PARA O BRASIL E O MUNDQ, Gente, tomem<br />

contato com o COGUMELO ATÔMICO, que já está no N? 20.<br />

Assinatura anual só Cr$ 20,00. .<br />

COGUMELO ATÔMICO — Caixa Postal 179 — 88350 —<br />

Brusque — SC. .: : :/ i ; ' ri<br />

'Mm;-- : %# k, / H : /<br />

FRANCISCO IGREJA (Rio)<br />

na la<strong>de</strong>ira existem muros<br />

e nos muros lembranças<br />

e nas lembranças imagens<br />

e nas Imagens acenos<br />

existem subidas<br />

e nas subidas conforto<br />

e no conforto encontros<br />

e nos encontros um toque<br />

na la<strong>de</strong>ira existe o suor<br />

e no suor seu rosto<br />

e no seu rosto o meu<br />

e no meu alegria<br />

existem olhares<br />

e nos olhares sorrisos<br />

e nos sorrisos felicida<strong>de</strong><br />

e na felicida<strong>de</strong> soluções<br />

na la<strong>de</strong>ira existem estrelas<br />

e nas estrelas suas mãos<br />

e em suas mãos calor<br />

e no calor promessas<br />

existe a esquina<br />

e na esquina acenos<br />

e nos acenos a<strong>de</strong>uses<br />

e nos a<strong>de</strong>uses sauda<strong>de</strong>s<br />

/KW<br />

P O EMA<br />

MARIA AMÉLIA MELLO (Rio)<br />

No caminho da sala<br />

Não fala cala ; '<br />

Esconda esta arma -> : ' - 7<br />

Cobre o punhal '- ^<br />

No caminho da mesa. '<br />

Sorri<br />

O sorriso é necessário<br />

Um rosário, um guia<br />

O muro perdura<br />

A pedra<br />

Dura e fura<br />

O tempo<br />

Cura<br />

A fera...<br />

À mesa<br />

Sentada<br />

Os pratos<br />

As ca<strong>de</strong>iras<br />

Os ca<strong>de</strong>ados<br />

O arroz, o guisado<br />

Salgados<br />

Üm olhar <strong>de</strong> relance<br />

O alcance da mão<br />

(mais feijão ou mais pão?)<br />

A resposta oscila<br />

É não<br />

Ou pois não<br />

Mas aceita<br />

E angole ;;■: iTT.ISSai<br />

A razão. 'S '*<br />

MANDE VOCÊ TAMBÉM SUA COLABORAÇÃO<br />

CORAÇÃO<br />

DOMiNGOS PELLEGRINI JR.<br />

(Londrina, PR)<br />

Ressaca, mar. Teus cavalos <strong>de</strong> espuma<br />

me pateiam nas rochas da cabeça<br />

e no teu fundo, em algum lugar,<br />

vão ernp.lnando minhas gairafas<br />

vazias, cheias <strong>de</strong> água.<br />

Rótulos <strong>de</strong> todos cs países<br />

curtidos com a boca do <strong>de</strong>sgosto<br />

enquanto os povos mastigavam rolha<br />

nos tempos mais infelizes.<br />

Me amordacei com bom vinho do Porto.<br />

-Com vinho também brin<strong>de</strong>i Ailen<strong>de</strong>,<br />

solucei pedras <strong>de</strong> gelo e medo<br />

daquelas cordilheiras mortas.<br />

Bebi licores <strong>de</strong> fet para Espanha, í<br />

alguns gelados como suor <strong>de</strong> preso,<br />

outros como suor <strong>de</strong> um preso sereno;<br />

;ou quentes como <strong>de</strong> preso que apanha.<br />

. aguar<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> todos os povos latinos<br />

^ mpre me enrugaram o estômago,<br />

.e espancaram com chutes no fígado<br />

e me mataram bichas no intestino.<br />

i<br />

Cana xla terra, cornuraiz ou.-.pura<br />

engoli rotulada com os en<strong>de</strong>reços |i<br />

das cida<strong>de</strong>s e sítios e engenhos<br />

m<strong>de</strong> distilamos esta amargura. :'<br />

Gin, vodka, cerveja, bagaceira,<br />

garrafas <strong>de</strong> toda por e forma.<br />

Com algumas foram poemas e histórias,<br />

que <strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> escrever por bebe<strong>de</strong>ira.<br />

£ os peixes olham como foi inútil.<br />

As espumas fa2em e <strong>de</strong>sfazem sempre<br />

como nos canecos <strong>de</strong> cerveja.<br />

O fígado é um coração que se Ilu<strong>de</strong> ,<br />

TEM UMA<br />

CRUZ NA COLINA<br />

,. VIEIRA (Rio)<br />

Tem uma cruz na colina<br />

com farrapos <strong>de</strong> nuvens<br />

pendurados para secar...<br />

Tem, uma cruz na colina<br />

. - na encruzilhada vacilante<br />

do nada... e do tudo,<br />

.on<strong>de</strong> duas estradas se separam<br />

para mais adisnte cs encontrar.<br />

Tem uma cruz na colinal<br />

Sim, na colina, no mirante,<br />

V <strong>de</strong> on<strong>de</strong> as platitu<strong>de</strong>s da vida<br />

3 - ^s&o fáceis <strong>de</strong>" contemplar.<br />

Tem uma cruz na colina<br />

uma cruz <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> pregos <strong>de</strong> dor,<br />

uma cruz do passado<br />

on<strong>de</strong> farrapos <strong>de</strong> aleqrla,<br />

<strong>de</strong> esperança, <strong>de</strong> risos<br />

'são pendurados para secar.<br />

Tem uma cruz na colina!<br />

«sãs* 6<br />

CONFECÇÃO PRtiPRlA<br />

SÜRFSHOP ^<br />

fí. GOmE/ CRROEIRO. 138 LOJA 8<br />

iPnnEfliA es.<br />

J&& í IP&~ Pranchas Novas e Usadas<br />

tf &<br />

6<br />

&<br />

{LViscPiraÜ^ 8 ^ 218<br />

Consertos<br />

Boutiqu» Unlr/éK<br />

\PMttWA

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!