50% - Vida Lusa

MAGAZINE BILINGUE
N° 73 - Novembre 2004
CCP sem tostão
nem notícias do governo
Maria Mendes
de Oliveira
TARIKAVALLI,
uma estrela
portuguesa!
1,80€

Publicação mensal editada por
LUSENCONTRO
Comunicação Social e Publicidade, Lda
Sociedade por quotas
Capital : 49 879,80€ NIPC n° 503093793
Sócios : Jaime Lima Ribeiro
Sócio-gerente : A. De Morais Cardoso
Sede Social :
Rua D. João de Castro 17-3° Drt°
2700 Amadora
Redacção :
Rua da Alegria, 2119-1°
4200-027 - Porto - Portugal
Tél. : 22 5089247 - Fax : 22 50289248
Delegação França :
108, avenue Danielle Casanova
94200 Ivry-sur-Seine
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ISSN 1285-722X
Dépôt légal à parution
Propriedade do título :
António de Morais Cardoso
ICS N° 220615
Registo do título n° 120616
Director : António de Morais Cardoso
Site Internet : Mário Pula
Grafista : Virginie Leblond
Impressão : France
Fotos : LUSENCONTRO
Paulo Cardoso et Agência Lusa
Coordenação da redacção : Ma Fernanda Pinto
Colaboradores :
PORTUGAL :Dr. Artur Castro Neves, Álvaro Cruz,
Paulo Geraldo, Nuno Ferreira, Ma da Graça Resende.
FRANÇA : César V. Vini, Justino Costa, Aurélio Pinto,
Dra Cristina Mendes-Antunes, Isabelle Ribeiro,
Dra Karine Coelho, Manuela Mattauch,
Lina Gonçalves, (Pau), David Gomes (Orléans)
Canadá : Fernando Cruz Gomes,
Luxemburgo : Luís Barreira,
Correspondente na região do Sudeste da França,
PACA (Provence Alpes Côte d’Azur e Córsega)
José de Rego - 06 15 92 65 63 - 04 92 02 14 18
jrego@wanadoo.fr.
Nous déclinons toute responsabilité
pour les documents remis.
Os documentos enviados à redacção
não serão devolvidos.
Associação
Portuguesa de Impresa
2 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
BREVES
6 Anomalias
Para a frente
ou para trás
CARTA ABERTA
11-43 Carta aberta ao
Sr. Bruno Manteigas
COMUNICAÇÃO
10 Comunicado da
Associação Internacional
de jornalistas
ART CULINAIRE
22/23 Petit traité
Savant de la Morue
LINGUAGEM
DE FLORES
17 Crisântemo, Silva,
Jasmin e Loureiro
LITERATURA
13 Françoise Sagan,
uma escritora que
marcou uma época
16 “Uraça”, Cap. II
PETITES ASTUCES
28/29 Mince pendant
et après les fêtes?
Sommaire Sommaire
VIDAS
12 Antes ir à pesca do
que ir a uma boa festa
LENDAS
TRADITIONS
PROVÉRBIOS
LEVER L’ENCRE
15 A raposa e o lobo
18 La fête de
la Toussaint
30 Provérbios
46 Pincement au cœur
ENTREVISTA
24/25 Entrevista com
Maria Mendes de Oliveira
TARIKAVALLI, uma
estrela portuguesa
INFORMAÇÃO
7 TAP Air Portugal reçoit
le Prix International
de sécurité en vol
Congresso do PSD
SANTÉ
14 Les aigreurs
d’estomac
LOISIRS
LAZER
6 Associações
26/27 Programação RTP
e SIC International
31/33 Loisirs
34 Curiosidades
35 Poésie
36 Nouveautés
37 Ideias práticas
38 Culinária
39/43 Adresses
gourmandes
44/45 Horoscope
Prolongação da promoção
“ler em português” até ao Natal
-50%
-50%
21 de Outubro,
na Livraria Barata
Av. de Roma, 11A-D
O livro foi apresentado
pela poetiza
Maria Teresa Horta
REFLEXÕES
OPINIÕES
8 O inimigo
9 Ainda a Casa Pia!
-50% -50%
-50%
Na livraria TAC - 108 Av. Danielle Casanova
94200 Ivry-sur-Seine - Tél. : 01 45 21 40 47
Deana Barroqueiro, Pires Ribeiro
e Editora Livros Horizonte fazem o lançamento dos livros
“Novos contos eroticos
do Velho Testamento”
“O grande abexim”
Último da saga de Pêro da Covilhã
3 de Novembro,
quarta-feira, às 18h30
na FNAC do Colombo
O livro é apresentado
pela professora
de História Ana Cabrero

édito
Conselho das Comunidades Portuguesas
sem tostão nem notícias do governo
Reconheço que não me apetecia muito “falar”
do CCP. Agora que o vice-presidente - que
vai ser presidente e, dizem os entendidos, já
o era de facto - criou um jornal que se diz “concorrente”
do nosso, que o utilize para se auto-promover
e para promover os órgãos que dirige.
Estou a brincar, claro, não misturamos alhos com bugalhos,
nós somos profissionais, independentes e, sobretudo
devemos respeito e ética aos nossos leitores.
Também temos o dever de privilegiar a informação
que interessa o público que nos lê e aí temos de
aceitar que o CCP não interessa muita gente na
nossa comunidade. Por prova não se poderá falar só
do número ridículo de votantes que o elegeram
porque foram infelizmente semelhantes aos realizados
pelos emigrantes nas eleições legislativas e
presidenciais no nosso país. Mas bastará interpelar,
tal como nós fizemos, umas dezenas de portugueses
residentes em França e perguntar-lhes se conhecem
esse órgão, para constar que os poucos que já ouviram
falar nem sequer sabem para que serve.
Os autores do próximo Orçamento de Estado também
parecem desconhecer o CCP ou duvidar da sua
real utilidade já que não lhe é atribuído nem mais
um cêntimo em relação ao anterior. Mais, segundo
afirma a Secção de França, o orçamento do CCP foi
“reduzido de 400 pc (?) pelo facto de contemplar uma
verba de 150 000 Euros para a realização da reunião
Plenária estatutária programada para finais do
1° semestre de 2005 e cujos custos sempre foram providos
e contabilizados para além do orçamento inicial”.
No mesmo comunicado a Secção de França queixase
igualmente de ter tomado “conhecimento da proposta
apresentada para as Comunidades através da
comunicação social e não como estaria em direito
de esperar, através de consulta ou informação prévia
e directa oriunda da Secretaria de Estado das
Comunidades ou do próprio Ministério dos Negócios
Estrangeiros”. Coitados, nem uma carta receberam!
O documento refere como exemplo, que, “tendo em
conta a actividade própria da Secção, cada Conselheiro(a)
seria reembolsado de 160 euros pela totalidade das
despesas geradas pela sua actividade anual, ou
seja, o equivalente a uma única deslocação de
comboio entre Lyon e Marselha ou entre Paris e
Nantes”. O TGV está cada vez mais caro!
Também o Consul Geral em Londres, João Bernardo
Weinstein, demonstra pouca consideração pelo
ANTÓNIO CARDOSO
CCP. Segundo afirma o
conselheiro no Reino
Unido, Gabriel Fernandes,
numa reunião com os membros,
terá dito que “embora
os mesmos, no seu entender,
não fossem legitimados
pela maioria dos portugueses
- apenas cerca de
400 votaram - ele ainda assim recebia-os mais uma
vez para com eles trocar impressões”.
Não podemos ainda confirmar as declarações do
cônsul português num país onde, “a eleição do Presidente
da República, teve no Reino Unido cerca de
200 votos, mas com três dias para votar e enormes
recursos financeiros para a sua campanha”, refere
ainda o documento transmitido à comunicação social
pelo conselheiro.
Na altura em que fui “conselheiro do CCP” -
nomeado - também nunca me reembolsaram os bilhetes
de metro que gastei para me deslocar. Mas era outra
época, agora os conselheiros têm responsabilidades
acrescidas pelo facto de terem sido eleitos e devem
responder pelos seus actos perante quem os elegeu.
Se os eleitores foram poucos, a culpa é exclusivamente
dos governos que criaram estruturas para
“mandar areia para os olhos” dos emigrantes privando-as
em seguida de meios para atingir os
objectivos.
Para mostrar o que vale, o CCP só tem uma solução,
manifestar. Se conseguir reunir 50 000 emigrantes
à frente do Palácio de S. Bento, tenho a
certeza que multiplica o orçamento por dez. É
muito? Não, é só 1% dos emigrantes. A Secção de
França pode começar por mandar 10 000 - é a
mesma percentagem - para a rue Noisiel, a título de
experiência.
Brincadeira à parte, há gente de grande qualidade e
dedicação no actual CCP e noutros passados, gente
que vai perdendo coragem para defender causas
que deveriam merecer mais interesse por parte do
governo português.
Ficarão sempre os outros, aqueles que se servem do
CCP com trampolim para outras ambições. Se calhar
é isso mesmo o que os nossos governantes pretendem.
www.vidalusa.com
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 3

BREVES
Já nos tinham dito que as
anomalias inseridas nos artigos de
consumo corrente, devido à falta
de atenção das pessoas que as
escrevem, eram do mais puro
cómico mas nunca pensámos que eram tanto!
Eis alguns exemplos :
- Num pudim dos armazéns Marks & Spencer está
escrito : “Atenção : O pudim só estará quente depois
de aquecido” (Ainda bem que avisam...)
- Na embalagem de uma tábua de engomar da
Rowenta está marcado : “Não engomar a sobre o corpo”.
- Num medicamento da Boots contra o catarro das
crianças, pode ler-se : “Não conduza automóveis
nem maneje maquinaria pesada depois de
tomar este medicamento” (Não deixem os vossos
sobrinhos de 2 anos brincar com os Catterpillars).
- As pastilhas para dormir da Nytol, dizem :
“Advertência : Pode produzir sonolência”.
- Na embalagem de uma faca de cozinha : “Importante :
Manter longe das crianças e animais de estimação”
(principalmente se estiver de mau humor…).
- Num grande armazém, etiqueta numa grinalda de
luzes para a árvore de Natal : “Usar apenas no
interior ou no exterior”.
- Nos pacotes de amendoins da Sainsbury :
“Aviso : Contém amendoins” (que surpresa!).
- Na Sobremesa Tiramisú da marca Tesco, impresso
no lado de baixo da caixa : “Não inverter a embalagem”
(ah! ah! se leu isto é porque já inverteu!).
E um bocadinho de gêlo na cabeça? Deve fazer
bem!!!!! ■
PETITES ANNONCES
Anomalias
1,8 de milhões de dólares
Foi quanto que democratas e republicanos gastaram
em “spots” na Internet, para as campanhas eleitorais.
Mas onde é que eles vão buscar o dinheiro? À
força de “alargar” o buraco da economia americana,
quem é que cairá lá dentro? ■
Restaurante portugues procura
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Para mais informações contactar :
“O POMBALENSE”
40, rue du Général Leclerc
94270 Le Kremlin-Bicêtre
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4 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Para a frente ou para trás?
Abriu em pleno coração de Paris 4, uma loja que
tem o lindo nome de Litchi, onde as mulheres (e
os homens?) do séc XXI, podem
encontrar tudo o que é preciso
para conjurar o “mau olhado” e
todos os “maus isto e aquilo”
como há 500 ou 600 anos e mais.
Filtros de amor, feitiços, amuletos,
talismãs, do mundo inteiro, de
Lourdes, Deli, Cuzco, Rio de Janeiro,
etc., tudo : cola para “colar” homem,
ou para “colar” mulher (5,90€),
loção Triunfo, para os que querem o mundo a seus
pés (4,90€), e…e… uns bonequitos mexicanos
(12,50€), que as senhoras guardam na mala,
quando os maridos se deslocam para outras latitudes.
Assim estão certas da sua fidelidade.
Parece que os donos da Litchi não dão mãos a
medir!!!
Ouve-se todo o santo dia, os tenores da informação
dizerem que as pessoas não gostam da evolução,
que recusam as coisas novas. A é assim? Não será
ao contrário? Não terão a mania de “descobrir” o
que já foi descoberto há milénios?
Vai ser giro daqui a umas centenas de anos,
imaginemos um exemplo : esta velha Europa toda,
a correr à volta de um “manipanso”, a fazer : ú! ú! ú!
para que as pessoas votem todas como deve de
ser!!! ■
Manipular,
mas com cuidadinho!
O jornal “The Independent”
de Londres anuncia que
experiências de um grupo
de científicos, israelitas e
americanos que fabricaram
“pacemakers” naturais, à
base de células-mães extraídas
de um embrião humano,
foram injectadas em porcos
e o resultado foi sensacional!
Estas células-mães, são
células não programadas,
capazes por isso de se
transformar em qualquer tipo de tecido, quer seja
ele nervoso, renal, epidérmico ou simplesmente
muscular.
Enquanto eles não fizerem metade-metade… ■

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Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 5

ASSOCIAÇÕES
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PORTUGUESAS DE FRANÇA
109, boulevard Henri Barbusse - 78800 Houilles
Tél. : 01 39 15 47 43 - Fax : 01 39 15 90 29
E-mail : fapf@wanadoo.fr
Associação Cultural Franco-Portuguesa
“As Margens do Lima” de Choisy le Roi
Sala : Ginásio Joliot-Curie - Allée des Tilleuls
(perto da Piscina Municipal).
➪ 6 de Novembro às 20h : Baile com o artista
Jorge Ferreira. Participação de Jony Gama e do
seu conjunto. Bar com especialidades portuguesas.
Reservas : Manuel Gonçalves : 06 15 46 10 81
Contacto : 01 46 81 27 71
manuel.goncalves94@wanadoo.fr
Associação Musical Franco-Portuguesa
da Île de France de Maisons Alfort
Sala : Centre Culturel des Planètes em Maisons Alfort (94)
(rue Marc Sangnier)
➪ 7 de Novembro às 14h : Festival Folclórico
Com a participação de 4 grupos folclóricos.
Bar com especialidades portuguesas.
➪ 11 de Novembro às 14h : Festejos de São Martinho
- Magusto (com as tradicionais castanhas).
Bar com especialidades portuguesas.
Reservas : Alexandre Silva 06 68 32 17 57
Contacto : 01 43 68 50 66
Amicale Cultural Franco-Portuguesa Intercomunale
de Viroflay
Sala Camões em Viroflay (78)
73, avenue du Général Leclerc (perto do aqueduto).
➪ 11 de Novembro às 14h : Festejos de São Martinho
Magusto (sem esquecer a nossa querida e desejada
água-pé). Animação com o Grupo Coral dos Professores
de Coimbra. Bar com especialidades portuguesas.
Entrada livre.
Informações : Parcidio Peixoto 06 86 16 16 80
Contacto : 01 30 24 28 46
➪ 27 de Novembro às 8h : Excursão a Amiens.
Visita da catedral e da vila. Jantar-espectáculo
com dança até às 2 h da madrugada.
Reservas : Helena Neves 01 30 24 28 46
ou Parcidio Peixoto 06 86 16 16 80
Associação Cultural “Mar à Vista” de Marly le Roi
Sala : Jean Vitold em Marly le Roi (78)
(Parque Jean Vitold, perto da estação SNCF)
6 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
➪ 14 de Novembro às 12h : Almoço de São Martinho
Magusto (com castanhas e vinho!). Bailarico DJ
na parte da tarde. Bar com especialidades portuguesas.
Entrada livre - Reservas para o almoço : 01 39 16 20 25
Informações : António Gonçais : 01 39 16 20 25
Contacto : 01 39 16 20 25 - assomaravista@yahoo.fr
Associação Socio-Cultural Portuguesa
“Alegria do Algarve” de Épinay sur Seine
Sala : “Espace Lumière” em Épinay sur Seine (93)
➪ 21 de Novembro às 14h : 26° aniversário da
associação “ASCP”. 20° aniversário do GF“Alegria
do Algarve”. Festival Europeu de Folclore.
Grupo folclórico convidado de honra :
Grupo Etnógrafico “São Bartolomeu” de Messines (vindo
de Portugal - Algarve) ; França : Fleurs Cannelle
(Antilles) ; Grècia : Lukion Ellinidon ; Portugal : Flores
da Madeira (Ormesson sur Marne), Saudades de
Portugal / Ribatejo (Champigny sur Marne), Os Lusitanos
de Ponte de Lima (Saint Cyr l'École), Mar à Vista da
Nazaré (Marly le Roi) e Alegria do Algarve (Épinay
sur Seine). Bar com especialidades portuguesas.
Entrada livre - Informações : Fernando Silva, 06 62 05 19 32
Contacto : 01 48 41 19 32
infocom@fapf.org - www.folclore-online.com
Coordenação das Colectividades
Portuguesas de França
B.P. 6425 - 75064 Paris Cedex 02
Tél. : 01 44 62 05 04 - Fax : 01 44 62 08 05
E-mail : contact@ccpf.info - WWW.ccpf.info
Association Portugaise Culturelle et Sociale
(Pontault-Combault, 77)
Sede da associação APCS
➪ 27 de Novembro às 21h : Jantar e noite Brasileira
animada por Alba Maria.
Entrada : 21€ - Reservas até ao 22 de Novembro
no limite dos lugares disponíveis.
Association Santa Casa da Misericórdia (Paris, 75)
Santuário Nossa Senhora de Fátima de Paris
➪ 7 de Novembro : Colóquio de Informação sobre
as Reformas.
Associação Cultural Portuguesa de Neuilly-sur-Seine
(Neuilly-Sur-Seine, 92)
8º Concurso De Poesia Lusófona “AHORADO POETA”
Estão abertas as inscrições para a 8ª edição deste
concurso que terá lugar sábado, 11 de Junho de 2005,
no Teatro Municipal de Neuilly-sur-Seine.
Participações e informações : 01 55 61 91 20

TAP Air Portugal reçoit
le Prix International
de sécurité en vol
TAP Air Portugal s’est vu remettre le Prix de Sécurité
en vol lors de “l’Aviation Week’s MRO Europe
safety Award”, au cours d’une cérémonie durant la
conférence et l’exposition “MRO (Maintenance
Repair & Overhaul)” . Cette dernière s’est déroulée à
Copenhague, à l’initiative de la revue “Aviation
Week”, en présence de responsables de la maintenance
et de l’ingénierie de TAP.
Ce trophée a été reçu par le commandant Carlos Nunes,
aujourd’hui conseiller au sein de la commission prévention
accidents et jusqu’à une date récente, responsable
du bureau de sécurité en vol.
Cette récompense prend en considération le nombre
d’années sans accidents en matière de sécurité aéronautique.
Au nom de TAP Air Portugal, Mario Araùjo a remercié
le jury pour l’attribution de cette distinction, soulignant
le travail pilote de TAP dans le domaine de
l’analyse de vol. Il a également évoqué la parfaite synchronisation
entre les différents départements opérationnels
et, en particulier entre les opérations, la
maintenance et l’ingénierie. ■
A Coordenação das Colectividades
Portuguesas de França
(CCPF), realiza de 17 de Outubro
a 27 de Novembro de 2004, o
TOUS EN SCENE - TODOS AO
PALCO 2004. Esta acção inclui
o 12º Festival de Teatro Portu-
INFORMAÇÃO
Congresso do PSD
Secretário de Estado das Comunidades
eleito delegado por Paris
Osecretário de Estado das Comunidades Portuguesas,
Carlos Gonçalves, foi eleito delegado para representar
a secção de Paris no XXVI congresso do PSD, que se
realiza entre os dias 12 e 14 de Novembro em Barcelos.
Da capital francesa irá uma delegação de pelo menos
onze militantes, das quais dois delegados (Carlos Gonçalves
e Jorge Silva) e nove observadores, que aproveitarão a
ocasião para se reunir como secretário-geral do partido,
Miguel Relvas. Segundo Jorge Silva, membro da comissão
política do PSD/Paris, está em ponderação a hipótese de
as secções europeias apresentarem em conjunto uma moção
de estratégia no congresso, tal como aconteceu em edições
anteriores. Uma das questões que poderá ser levantada
será o voto dos portugueses nas eleições europeias em
Portugal, uma promessa deste governo e que Jorge Silva
afirma estar a ser bloqueada pelos socialistas. “Os
cidadãos portugueses devem ter com o seu país as mesmas
obrigações, mas também os mesmos direitos”, frisou,
lembrando que muitos emigrantes têm casa e investimentos
em Portugal. “Numa altura em que se incentiva a participação
cívica dos portugueses no estrangeiro, não faz sentido impedir
os que querem de o fazer”, insistiu. ■ BM
Tous en Scène 2004/o Todos ao Palco 2004
guês de França e os Encontros
Ao produzir o Tous en scène -
Todos ao palco 2004 a CCPF
pretende fazer descobrir ou
redescobrir ao público lusófono e ao
público francês lusófilo, a cultura
portuguesa por intermédio das artes
de palco, como o teatro e a música.
No primeiro semestre deste ano, a CCPF
no quadro da programação do Tous en
scène - Todos ao palco 2004 apresentou
3 espectáculos em 6 datas, que
exploravam estas duas realidades :
• 3 de Abril : O Tio Simplicio, pela
companhia TASE de Leiria/Portugal, no
Teatro Municipal de Neuilly-sur-Seine.
• 4, 5 e 6 de Abril : Femme fatale en
ses mémoires, pela Compagnie de l’Echarpe
Blanche, no Kiron Espace/Paris 11ème .
• 8 e 9 de Abril : Homenagem a Amália
Rodrigues, com Zenni d’Ovar e Júlia
Silva, no Kiron Espace/Paris 11ème de realização, a CCPF apresenta espectáculos
em língua portuguesa ou francesa.
As temáticas das obras, foram
escolhidas segundo as sensibilidades
do público, e inclui por exemplo
períodos da História de Portugal.
Para que a questão financeira não
impeça o acesso à cultura, a CCPF
propõe uma tarifa única de 5 euros
por espectáculo e por pessoa, nos
espectáculos por ela produzidos.
Além disso, e no sentido de mobilizar
a rede associativa portuguesa e
lusófona, a CCPF oferece convites
para as associações no limite dos
lugares disponíveis, de forma a cativar
e sensibilizar os seus membros
para as artes de palco. Para poder ter
acesso a estes convites, as associações
e colectividades deverão contactar
. a CCPF através dos contactos abaixo
Na continuação desta programação, indicados. ■
a CCPF propõe de 17 de Outubro a Programação de Novembro :
27 de Novembro, uma programação
cénica cujo conteúdo exprime a cul- 5 de Novembro às 21h. : Música
tura portuguesa, representada por Salle Polyvalente des Halles
companhias profissionais e amado- Place Gaston Paillhou, 37000 Tours,
ras. Segundo as necessidades apre- Tel : 02 47 21 66 12
sentadas pelo público de cada local Tascastour, pelo grupo O Que’strada.
Musicais Lusófonos 2004 e decorrerá
em todo o território francês :
Dijon, Le Raincy, Les Ulis, Lyon,
Neuilly-sur-Seine, Paris e Tours.
7 de Novembro às 15h. : Teatro
Théâtre des Grésilles
6 avenue des Grésilles, 21000 Dijon,
Tél. 03.80.74.52.03 - 5€
Clean Clown - Serviços de limpeza,
pela companhia Peripécia Teatro.
às 16h. :
L’Espace du Jardin Anglais
65, Allée du jardin anglais, 93340 Le Raincy
Fernando Pessoa, Mort d’un hétéronyme,
pela Cie CoBuffo.
13 de Novembro às 20h30 : Teatro
Paris - Résidence André Gouveia
7 P, boulevard Jourdan, Paris 14,
Tel. 01 40 78 65 00, RER B, Cite U.
Vive l’harmonie, pelo Théâtre du Matin.
5€ no limite dos lugares disponíveis.
27 de Novembro às 20h30 : Teatro
Teatro de Lyon - Salle du Montchat
53, rue Charles Richard, 69003 Lyon
Tel. 04 72 33 42 51 - 5€
Recordar, Cantando e Riando pela
companhia Os Amigos das Artes de Lyon.
Mais informações e reservas :
Coordination des Collectivités Portugaises de
France (CCPF) - BP 6425
75064 Paris Cedex 02
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 7

REFLEXÕES
Reflexões
Os dias são diferentes
uns dos outros.
Sucedem connosco,
e à nossa volta, em
cada um deles, milhares
de acontecimentos de que
nunca mais nos lembraremos. E também, de vez em
quando, alguns que não poderemos esquecer :
aqueles que nos trazem as grandes alegrias e os
grandes sofrimentos.
Alegramo-nos, temos momentos de paz e felicidade.
Mas todos temos, igualmente, a nossa ração de dor.
Sucedem coisas que não esperávamos, que não
merecíamos, que não entendemos. A nós e àqueles
que amamos. Dói-nos.
Há, porém, o facto curioso de que em muitas ocasiões
somos nós mesmos a fazer as coisas que
depois nos fazem sofrer. Tomamos atitudes, temos
comportamentos e escolhas que se vão reflectir em
nós, que vão ferir a nossa paz e a nossa felicidade.
E acontece que temos uma grande capacidade de
enfrentar as agressões inevitáveis que nos chegam
do exterior. E que estamos muito mais indefesos
perante as situações que criamos.
Vi homens que sorriam com grande paz no meio da
dor provocada pela cegueira, pela paralisia, pelo
desemprego, por um cancro, pela morte de alguém
muito querido. E vi pessoas - fisicamente saudáveis,
sem inimigos, sem dificuldades exteriores - intimamente
desfeitas pelo peso da culpa, pela perda da
esperança, pela recusa de amar.
Estou convencido de que somos o nosso pior inimigo.
Aquilo que vem de fora toca-nos na periferia, mas
não penetra no interior da cidadela. Aquilo que
fazemos, porém, alcança o núcleo do nosso ser.
É uma ilusão pensarmos que somos aquilo que a
vida - os outros, os acontecimentos... - fez de nós.
Somos, antes, aquilo que as nossas escolhas determinaram.
A vida pode arrastar-nos de um lado para
8 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
O inimigo
outro, magoar-nos, oferecer-nos frio ou calor. Mas
não nos corrompe. “Quando eu vivia num dos campos
de concentração da Alemanha Nazi, pude
observar que alguns dos prisioneiros andavam de
barraca em barraca, consolando outros, distribuindo
as suas últimas fatias de pão. Podem ter sido
poucos, mas ensinaram-me uma lição que jamais
esqueci : tudo pode ser tirado de um homem,
menos a última das suas liberdades - escolher de
que maneira vai agir diante das circunstâncias do
seu destino”, escreveu Vicktor Frankl.
Somos os autores da nossa felicidade ou da nossa
infelicidade. Gostamos de nos queixar, mas não
temos razão. Podemos adaptar-nos àquilo que nos
sucede. Podemos aguentar. Podemos esperar. Mas
quando actuamos mal, quando as nossas escolhas
são contrárias à nossa natureza humana, chega-se a
um ponto em que viver é insuportavelmente doloroso..
A dor pode vir-nos do exterior. A felicidade, contudo,
está relacionada apenas com o nosso comportamento,
com as nossas escolhas, e nada exterior nela
pode roubar. É compatível com o sofrimento.
Quando eu era miúdo, os nossos pais ensinavam-nos,
antes de mais, a actuar bem, a escolher correctamente.
Ficavam contentes quando tornávamos
coisa nossa os seus conselhos, escolhendo livremente
actuar dessa forma - e não apenas por medo
a um castigo. Agora, parece que muitos pais, e muitos
educadores, desistiram de actuar a esse nível.
Preocupam-se mais com afastar das crianças os
obstáculos exteriores: muitos cuidados com a saúde ;
estudar, para terem um futuro desafogado ; imensas
medidas de segurança...
E a felicidade? ■
Paulo Geraldo
Professor de Língua Portuguesa
pjgeraldo@yahoo.com.br
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Quando todos já nos
interrogávamos
sobre o estado actual
do “processo Casa Pia”,
deixado de lado pelos
grandes títulos da imprensa,
eis que o Procurador
Geral da República de
Portugal, Souto Moura,
desenterrou mais algumas
críticas à forma como o
processo foi conduzido.
Desta vez, segundo ele, o
embrólio que tem motivado todo este processo
judicial, só foi possível devido à notoriedade dos
acusados. Quer dizer que, se fosse o Sr. Manuel da
mercearia ou o Sr. Joaquim do talho, o processo já
teria sido concluído há muito tempo.
Como também afirma que, pelas mesmas razões, não
foram acautelados os interesses das vítimas, pode depreender-se
que os acusados foram beneficiados em toda esta
tramitação legal, em prejuízo dos miúdos abusados.
É curioso como afirmações desta natureza podem
ser bem aceites pela opinião pública. O povo, em
geral, fica satisfeito por ver os ricos e poderosos
serem igualmente julgados e se os crimes que
cometeram, forem sobre crianças desprotegidas das
famílias, como é o caso, os nossos sentimentos são
ainda mais arrebatadores.
No entanto, estas declarações do Dr. Juiz-Procurador
Geral, não podem
escamotear outras verdades
mais profundas.
Como membro do corpo
judicial de Portugal, o
Sr. Dr. Juiz sabe perfeitamente
que, se os acusados
utilizaram a “engenharia
jurídica” para complicar
o desenrolar do processo,
foi porque a lei o permitia
e permite!
Independentemente do
juízo que cada um faz
sobre as culpas de tudo o
que se tem produzido
neste processo, os advogados
de defesa dos acusados
não cometeram
nenhuma injustiça. Foi a
justiça existente que lhes
permitiu agir assim e
não me lembra de ter
Ainda a Casa Pia!
OPINIõES
visto, até agora, o Dr. Souto Moura a combater as
injustiças da justiça portuguesa. Por outro lado, se os
direitos das vítimas deste processo não foram acautelados,
pergunto-me o que é que está lá a fazer o Procurador
Geral da República, enquanto juiz da causa pública?
De tudo aquilo que se passou até agora, o povo já tirou
uma lição : a justiça não é cega ou, pelo menos, não é
cega para todos! Há uns, cuja posição social ou a riqueza
económica, têm o privilégio de ver todos os “buracos”
da lei e outros, menos bafejados pela sorte, que andam
completamente às cegas pelos meandros da justiça.
Era isto que o Sr. Procurador deveria ter afirmado.
Só que, se o fizesse, corria o risco de ter que pôr em
causa, muito da estrutura profissional em que se insere.
Só falta alguém vir à praça pública dizer que, a
culpa de toda esta trapalhada jurídica, é dos órgãos
de informação e de toda a mediatização que foi feita.
Ainda não ouvi ninguém afirmá-lo de forma
contundente, mas tenho a certeza de que não será o
Sr. Procurador Geral a fazê-lo, ainda a braços com as
fugas de informação para os jornais, por parte do pessoal
dos seus serviços e a propósito do processo Casa Pia.
Esperemos que o processo chegue ao fim, sem mais
alfinetadas e com a verdade acima dos preceitos
administrativos da justiça portuguesa. E esperemos
que a imprensa continue a preocupar-se com a
divulgação da verdade e não com a criação de
“vedetas ocasionais” que, cada vez mais, abundam
na vida pública do país que nos viu nascer. ■
Luís Barreira
T-RIO “Choopeta”
Vendredi 19 Novembre
au Fish Club
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 9

COMUNICAÇÃO
Fernando Cruz Gomes
Presidente
10 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Comunicado
da Associação Internacional
de Jornalistas
AAssociação Internacional de Jornalistas, criada para congregar os esforços dos Jornalistas Portugueses -
por profissão ou por paixão - ao serviço das Comunidades, vê com mágoa muitos e variados atropelos à
actuação dos Órgãos de Informação no que toca à apreciação de actos consulares. Como não pode
deixar de sentir que uma ou outra diatribe contra os conselheiros das Comunidades advém do facto de esses
mesmos conselheiros darem a conhecer algo da sua acção através dos Órgãos de Informação.
De alguns desses casos achamos dever chamar a atenção do Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, por
forma a que o Ministro dos Negócios Estrangeiros - cuja designação é também das Comunidades Portuguesas
tome em atenção alguns deles.
1. Não há muito o Dr. Artur Monteiro de Magalhães foi chamado em serviço a Lisboa, sem regresso ao
Posto. Alguns dos Jornalistas que acompanharam o caso, através dos Jornais para os quais trabalham, acharam
que deveriam chamar a atenção para o caso, nitidamente de atropelo à verdade de factos que se teriam passado.
Nada aconteceu e o Cônsul continua em Lisboa, achando o Ministério que deveria mandar um substituto
“em comissão de serviço” sem ter dado sequer a satisfação de um comunicado.
2. O Cônsul-Geral de Portugal em Londres, Dr. João Bernardo Weinstein, dois dias depois de ter chegado
a Inglaterra após baixa por doença, convocou uma reunião com os conselheiros do CCP para vilipendiar
um dos conselheiros, manifestamente por ele ter tido a “ousadia” de apontar erros no funcionamento
daquele posto, em comunicado que foi distribuido, designadamente, num aguerrido “site” com sede no
Brasil. Nada lhe aconteceu nem, decerto, vai acontecer.
3. O Cônsul Dr. Francisco Azevedo, ainda em serviço no Consulado de Portugal em Caracas, na Venezuela,
achou por bem fazer uma participação-crime contra o jornalista Filipe Gouveia por este, dentro das competências
que lhe cabem, ter criticado alguns dos serviços consulares. Por instruções do Ministério dos Negócios
Estrangeiros de Portugal - pelo menos, ao que cremos - o Cônsul desistiu do processo já à “boca do Tribunal”.
4. O Embaixador de Portugal no Canadá, Dr. Silveira Carvalho, convocou os conselheiros da secção local do
Canadá, quase de emergência e sem agenda prévia, criticando-lhes o apoio que deram ao Cônsul Dr. Artur de
Magalhães e a chamada de atenção ao caso do Cônsul de Portugal em Vancouver, Dr. Laranjeiro Abreu,
que, segundo os conselheiros, tem residência em Victoria, fazendo, todos os dias, uma viagem de barco de
quatro horas, ida e volta, para o posto consular em Vancouver. O que não lhe permitiria actuar em todas as
actividades que estarão adstritas àquele consulado e muito menos acompanhar as comunidades.
5. O mesmo Embaixador, Dr. Silveira Carvalho, que recebeu os conselheiros no hotel onde estava hospedado,
sem conhecimento da Informação comunitária, abordou outros aspectos, designadamente o relacionamento
entre o CCP e as autoridades portuguesas que ele gostaria fosse feito através da Embaixada. Como
se fosse ele a mandar nos Conselheiros.
Entende, assim, a Associação Internacional de Jornalistas dever chamar a atenção do Governo Português
ao mais alto nível para uma série de atropelos àquilo que deveria ser a transparência nos actos que têm a
ver, directa ou indirectamente, com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.
Para além disso, reitera o pedido feito - a 15 de Julho deste ano - ao Sr. 1.ºMinistro para receber uma delegação da
A.I.J. para tratar destes e de vários outros casos que afectam, sobremaneira, as comunidades portuguesas. ■
António de Morais Cardoso
Secretário-Geral

Qual foi o primeiro jornal
dedicado à emigração
em França como
semanário e bissemanário?
CARTA ABERTA
Carta aberta ao Sr. Bruno Manteigas
da Agencia Lusa
Ao ler a página 6 e 43 da
conceituada revista “Vida Lusa”
n°72, respeitante ao mês de
Outubro, estremeci e… revoltei-me!…
Un grande jornalista com as responsabilidades
inerentes à Agencia Lusa que representa, como pode
estar tão mal informado num assunto de tanta responsabilidade?
O primeiro semanário dirigido à comunidade portuguesa
em França foi lançado em Paris em 16 de Setembro
começou por escrever o Sr. Bruno Manteigas…
Como ainda estou bem vivo e com boa memória
apesar dos meus 74 anos e 42 em Paris venho aqui
expor a verdade dos factos.
Em 24 de Junho
de 1968, criei
o primeiro jornal
para os emigrantesportugueses,
não só
em França como
no resto da Europa e até do Mundo.
Chamava-se “Portugal Popular” o jornal independente
dos portugueses emigrantes na Europa. Inscrito
no I.N.S.E.E. com o n°811.94.022.0.005. e
974.94.069.0.001 H. Parquet du Tribunal de Grande
Instance de Paris (presse) n° de registo : 35.162 ;
Comission Paritaire des Publications et Agences de
Presse Ref. 53.448-845P.
Como o “P.P.” possuia um serviço social, pessoalmente
tinha autorização n°72770 para actuar e
escrever como Expert-Conseil em assuntos sociais.
Em paralelo o jornal possuía a “Associação Amigos
de Portugal”
autorizada pelo
Ministro do Interior
de França
registada com o
n°70/997 publicada
no Jornal
Officiel n° 210 de 10/09/1970.
Assim o “Portugal Popular” que começou a
publicar-se em 24 de Junho de 1968 como semanário,
e passados dois anos passou a bissemanário saindo
às terças e sextas-feiras.
Atingiu tiragem de 20 000 ex. e 12 000 assinantes,
não só na Europa, como em outros Continentes.
Em meu nome pessoal estava registado na Fédération
National de la Presse Française com o n° 4.889,
autorizado assim a assumir as funções de Director-
Editor da publicação.
Também fui membro da Association de la Presse
Etrangère à Paris desde 01/02/1969. Como pode apreciar
Sr. Bruno Manteigas, o primeiro semanário e bissemanário,
dedicado à emigração portuguesa, foi o
“Portugal Popular”, que de 1968 a 1976 publicou
557 números!…
Em 1969, em seguimento a uma carta aberta publicada
no “Portugal Popular” dirijida ao Dr. Marcelo
Caetano, então Primeiro-Ministro de Portugal, no
dia 19 de Dezembro de 1969 saíu uma amnistia para
os 24 portugueses que estavam a cumprir penas de
prisão na cadeia de Almeida (Vilar Formoso) por
tentarem emigrar para França.
Esse mesmo número du Portugal Popular teve uma
tiragem de 30 000 exemplares anunciando essa amnistia
aos nossos compatriotas.
“Portugal Popular” teve diversas organizações de
sucesso, tais como o Natal do Emigrante no pavilhão
dos desportos na Porte de Versailles e com espéctaclos
na Salla Pleyel em colaboração com o Diário
Popular de Lisboa, do qual era director na altura o
Dr. Francisco Pinto Balsemão, mais tarde Primeiro-
Ministro de Portugal. Realizaram-se também esses
espectáculos
na Alemanha,
Canadá, Belgica,
Inglaterra
et Luxemburgo.
O “Portugal Popular”
realizou também 5 casamentos de Santo
António, tal como se realizava em Portugal, beneficiando
5 casais com poucos recursos com prendas
oferecidas pelos nossos anunciantes, tais como os
trajos de cerimónia e fotografias junto da Torre Eiffel,
copo de água no restaurante Cintra situado na Opera
com a presença do Cônsul-Geral em Paris, oferta de
vários electrodomesticos e para finalizar viagens oferecidas
pela TAPa Portugal e 15 dias de lua de mel no Hotel Ofir.
Organizou na época do Natal visitas a cadeias e
hospitais, por freiras portuguesas que distribuíam
conforto e algumas prendas a emigrantes portugueses
que lá se encontravam.
O Portugal Popular organizou o primeiro encontro
de futebol Benfica/Sporting no estádio olímpico de
Continua página 43
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 11

VIDAS
“Antes ir à pesca do que ir
a uma boa festa”
Recebeu a pesca como herança : “lá por aí
abaixo, com a cana às costas, agarrado às
calças do pai”. A lagoa de Óbidos é o seu
mundo há 85 anos, a vara é erguida com destreza,
os olhos perdem-se no ritual da ondulação, a
bateira avança. Um novo dia de pesca começa.
António Batata, tem na memória recordações de
grandes feitos, histórias e proezas. Houve um dia
que saí de casa às três, quando lá cheguei levava 88
“solhas”, relembra orgulhoso. E um sorriso esboça-se
nos lábios e vai morrer junto a duas rugas desenhadas
na face. Nunca teve medo das águas da lagoa de
Óbidos, que conhece desde sempre : “a paixão não
é dada a medos”.
“Cheguei a andar a partir geada com a bateira,
noites inteiras a chover”, relembra António Malaquias
Máximo, mais conhecido como Batata, 85 anos,
pcscador desde os sete. “Era urna vida muito desgraçada”.
A bateira conquista lentamente as águas
escuras da Lagoa de Óbidos. Aque les braços rijos,
num corpo pequenino e lesto, erguem a vara com
uma destreza quase jovial. O pau enterra-se na
água, para logo ser içado no ar. O dia vai adiantado
e a ondulação denuncia a maré na vazante. Cospe
nas palmas das mãos e empunha de novo a vara. Os
olhos fitam as trincheiras de água que morrem
junto à proa, adivinhando o peixe. “Tem de se achar
um cantinho bom”, a voz é surpreendentemente
alegre, “vamos pescar uma caldeirada!”. Mas o
peixe não estava de feição…
Recebeu a pesca como herança : “lá ia por aí
abaixo, com a cana às costas, agarrado às calças do
pai”, (conta a mulher, Maria Pieda de Xavier, de 82
anos, “e ganhou-lhe o vício! Tem dois bocadinhos
de chão para amanhar, mas o Batata sempre trocou
a enxada pela rede. De onde trabalhava a terra avistava
o mar e quando via que a maré estava boa, largava
o que estava a fazer e ia a correr deitar-se à
Lagoa”. É o fado de quem cresceu à beira de água,
trocando as brincadeiras pela espera do peixe. Às
vezes andava lá de manhã até à noite, só com um
bocado de pão. Era a pesca...”.
É o mais velho pescador da Lagoa nestas lides. A
bateira contorna alguns rnariscadores, que polvilharn
os bancos de areia. “Olha, o Batata. Vai à
12 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
António Batata
pesca?” As palavras soam carregadas de respeito,
de admiração. A âncora é lançada borda fora.
“Vamos tentar ao pédestes, que andam aqui no
esgravatado”. Lança a linha por romantismo, corteja
o anzol com os preparos, apanha o isco criteriosamente.
Manifestações de fé. A religião de urn
pescador que se move no ritual da ondulação. Olha
para a Lagoa com olhos sábios, cansados, mas
nunca tristes. O seu corpo franzino desce do tombadilho.
O cabelo grisalho e ralo esconde-se por
baixo da boina suja, as botas verdes, impermeáveis,
sobem até aos joelhos. A face está lapidada pelas
marés, pelas noites inteiras de labuta. A pele seca e
queimada pelo sol. Os dedos estragados, gastos,
deformados pelo frio. “Mas naquele tempo havia
peixe, agora...” - as canas teimavarn em não vergar
“... é preciso paciêncja”. O olhar pende sobre as
três canas. Os braços cruzados, na espera. O vento
do mar e o berbigão a dançar nos ancinhos são os
sons da Lagoa.
Amulhcr relembra as noites de vigia : “Tinha tanta
medo que me caísse por aí, por um penedo abaixo.
Chegáva-me a casa todo cheio da barria da Lagoa
todo molhado”.
O Batata, porque o pai
era Batata e o avô era
Batata - todos Batatas,
todos pescadores
- tinha duas redes :
uma para de dia e
outra para de noite.
Pescava o que a
Lagoa dava : robalos,
taínhas, solhas, sargos. Arranjava uma “campanha”
e lá ia, muitos hormens para ajudarem a puxar as
redes. De noite, pescava ao candeio, com uma luz
que iluminava o fundo da Lagoa e um pequeno
arpão.
Também trabalhou na apanha do limo - “começávamos
a apanhar em Junho e era o Verão inteiro”,
conta.
O trabalho de urn dia para encher um bateira, só se
via dois dedos fora de água, tal era o peso”.
Quando punham o limo a secar ao sol, avistava-se
um lençol gigante e verde, que cobria a praia. Vendia-se
às “carradas” para adubar a terra.

Françoise Sagan, uma escritora
que marcou uma época
Éraro encontrar alguém tão
contestado. Um antagonismo
sempre presente toda a
sua vida. De um lado os admiradores
da sua obra, da sua pessoa
tão simples, sem vaidade, ao
ponto de ficar admirada quando
lhe falavam “do seu trabalho”
(para ela trabalho era “no duro”
feito com as mãos, com o esforço,
não com a caneta…) Do
outro lado, os criticadores da sua
vida, não da sua obra, (pois o
vinco intelectual não devia dar para isso), que não
a pouparam nunca. É mais fácil criticar o modo de
vida de alguém, do que emitir opiniões sobre uma
obra.
Françoise Sagan tinha muitos defeitos, quem os
não tem, e assumiu-os perfeitamente até ao fim,
sem nunca prejudicar ninguém. Ao contrário, esta
mulher brilhante, de inspiração, de espírito provocador,
mas que lhe ia lindamente, deixou-nos uma
extensa obra, que ainda hoje lemos com interesse e
emoção. Dizem os críticos literários que os títulos
“Mas o que dava dinheiro era o marisco”, conta a
mulher, “andámos os dois nessa vida... Isto há 30
anos”.
O Batata, no barco, atravessava o canal da Lagoa
com um ancinho a apanhar do fundo. A mulher, no
baixio, de costas tombadas sobre a areia, apanhava
à mão “Houve um dia que arrecadámos 110 quilos
de berbigão. Arranjávamos ali uma venda que num
fim-de-semana, trouxemos vinte contos”.
Mas o Batata sentia falta das canas de pesca a tombar
vergadas pela força do peixe. “E, um dia, andávamos
lá e ele depois... quer dizer... antes queria ir
para a pesca”, relembra, “chegou-me a dizer muita
vez : antes quero ir para a pesca do que ir para uma
boa festa”.
A pesca e água estão-lhe no sangue e ainda hoje
conversa com a Lagoa em tom de confidência.
Palavras para a ondulação. A reza dos crentes.
Nunca teve medo daquelas águas : “A paixão não é
dada a medos”. Sensação só descoberta quando se
aventurou na pesca do bacaIhau : “o mar dava cada
marrada e as ondas enormes passavam por cima da
LITERATURA
dos seus livros, são os mais
bonitos que jamais alguém teve.
“Bonjour, tristesse”, “Un certain
sourire”, “Dans un mois, dans un
an”, “Aimez-vous Brahams”, “Les
merveilleux nuages”, “Un peu de
soleil dans l’eau froide”, “Un piano
dans l’herbe”, “Le chien couchant”,
“Un orage immobile”, “Un sang
d’aquarelle”, entre tantos outros…
Em 1987, editou um livro, uma
biografia de Sarah Bernhardt,
onde ela encontra e dialoga com a grande artista,
como se esta ainda fosse viva e estivesse a seu
lado, entrevistando-a directamente. “Le rire incassable”,
faz-nos conhecer uma Sarah Bernhardt,
mais viva, natural, divertida, cheia de humor, do
que aquela que nos tinham contado até aqui.
Já lá vão 17 anos e se relermos este livro, não destoa
em 2004.
Aqui fica a homenagem da “Vida Lusa”, à escritora
Françoise Sagan. ■
proa”. Fez parte de três “companhas” e quando
havia peixe trabalhava-se dezoito horas e descansava-se
seis. “Enfiámo-nos, uma vez, numa clareira
de gelo, estivemos 80 dias para sairmos”. Episódios
que se espelham no rosto mal tratado, nas
mãos comidas pelo reumático. “A pesca não faz as
pessoas bonitas”, lamenta com tristeza a mulher.
A Foz do Arelho, a Lagoa e “dois bocadinhos de
terra, foram o seu mundo durante 85 anos. E percorre,
todos os dias, a pé, de cana às costas, os três
quilómetros que o separam da borda da Lagoa.
Apanha o isco. Deita a bateira à água. Lança as
canas. Parece transportar consigo a paz universaI
daqueles que escolheram como querem morrer.
“Gosto muito disto”, desabafa. O peixe teima em
não morder. Amanhã volto cá “recolhem-se as
canas” mas de manhãzinha para apanhar a a maré a
encher “sobe para o tombadilho, desprende a vara”
aproveito e ainda vou apanhar isco “abateuira
conquista as águas”. ■
Filipa Martins
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 13

HYGIÈNE ET SANTÉ
Les aigreurs d’estomac
des aigreurs”, “ça brûle”, “j’ai des renvois
d’acide”. Les maux d’estomac sont
“J’ai
fréquents mais passagers et bénins pour la
plupart. Il s’accompagnent de douleurs plus ou
moins pénibles.
Les aigreurs d’estomac sont souvent liées au stress,
à une mauvaise hygiène de vie, à l’abus d’excitants
ou encore à la consommation de certains médicaments.
Pour assurer une bonne digestion, votre
estomac réclame quelques ménagements et si vous
l’agressez sans arrêt, vous risquez de mettre en
danger la muqueuse qui le tapisse. Les atteintes
peuvent aller de la simple inflammation (gastrite) à
l’ulcération voire la perforation. Si vos maux persistent
ou récidivent, ils peuvent révéler une maladie
plus grave, n’attendez pas pour consulter votre
médecin.
La digestion commence dans la bouche : les aliments
y sont broyés, mastiqués, soumis à l’action
de la salive. Ils sont ensuite avalés, passent dans
l’œsophage qui débouche dans l’estomac. Un
“clapet” assure la fermeture entre les deux
organes et empêche la remontée du
bol gastrique vers la partie basse de
l’œsophage (reflux gastro-oesophagien).
Il touche environ 30 à 45% de
la population.
A l’autre extrémité, la jonction est
établie avec le duodénum au niveau
du pylore. L’estomac a pour fonction
la pré digestion des aliments, il assure leur
brassage et secrète quantité d’enzymes (dont la
pepsine, impliquée dans la digestion des protéines)
et d’acide chlorhydrique qui composent le suc gastrique.
Une fois bien mélangés, prédigérés, transformés
en un liquide épais les aliments sont dirigés
vers le duodénum.
La protection de la muqueuse gastrique est assurée
par le mucus qui adhère à cette muqueuse et s’oppose
à la diffusion des ions acides et aussi par la
secrétion de bicarbonates qui neutralisent l’acidité.
Les aigreurs ou brûlures qui signent la gastrite surviennent
lorsqu’il se produit un déséquilibre entre
les systèmes de protection et les facteurs d’agression.
Un cran au-dessus, l’ulcère gastrique ou duodénal
correspond à une perte de muqueuse
gastro-duodénale.
Les ennuis commencent une fois que le bol alimentaire
a quitté l’estomac, le liquide acide restant n’a
plus de substrat à traiter et s’il est en excès il
14 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
devient agressif pour les muqueuses. C’est d’ailleurs
à distance des repas (1 à 3 heures après) que les
douleurs se manifestent, elles peuvent même
réveiller la nuit. Elles se présentent sous forme de
crampes ou de brûlures et peuvent être calmées par
les aliments ou par un antiacide.
Au banc des accusés les excitants (café, épices), les
alcools forts, le tabac.. (la nicotine augmente le
risque de survenue d’ulcère et en ralentit la cicatrisation).
N’abusez pas de l’automédication qui calme la
douleur mais peut masquer une complication.
Redoublez de prudence si vous prenez souvent des
anti-inflammatoires non stéroïdiens ils affaiblissent
les défenses de la muqueuse et peuvent provoquer
une irritation voire une ulcération de la paroi gastrique.
La majorité des aigreurs sont soulagée par des
mesures d’hygiène de vie.
Evitez de jeûner sous prétexte que vous avez du
mal à digérer, l’alimentation exerce un effet tampon
sur l’acidité gastrique, il vaut mieux au
contraire fractionner les repas (4 ou
5 fois par jour).
Adoptez une alimentation variée et
équilibrée en évitant les plats en
sauce, les fritures, les fromages fermentés
et les graisses. Elles retardent
la vidange gastrique et prolonge
le séjour des aliments dans l’estomac
provoquant une sensation de lourdeur (le
fameux poids sur l’estomac!).
Limitez la consommation d’excitant qui augmentent
l’acidité de l’estomac : café, alcool, épices,
chocolat, condiments, tabac.
Essayez de manger au calme et prenez le temps de
mastiquer. Une bonne mastication conditionne en
partie le bon déroulement de la digestion, elle laisse
à la salive le temps d’agir.
Pratiquez régulièrement une activité sportive.
Evitez le port de vêtements trop serrés qui exercent
une pression abdominale. Ne vous coucher pas
immédiatement après dîner. Si toutes ces mesures
ne suffisent pas consulter votre médecin qui pratiquera
une fibroscopie afin de voir quelles sont les lésions
réelles et adaptera le traitement efficacement.
Ne laissez pas quelques maux d’estomac vous
gâcher la vie et vous rendre grincheux agissez!!!!! ■
Isabelle Ribeiro

Araposa e o lobo mataram dois
carneiros e fugiram. Depois que
se acharam seguros, deitararn-se
a corner, mas 50 puderarn
corner urn, e o outro ficou inteiro.
Diz a raposa :
- Compadre, é melhor enterrar-mos
este carneiro e virmos cá amanhã
comê-lo juntos.
Vai o lobo e diz-lhe :
- Mas nem eu nem tu termos faro,
como é que o havermos tornar a achar?
- Deixa-lhe o rabo de fora.
Assirn se fez. No dia seguinte apresenta-se
o lobo e diz :
- Comadre, vamos comer o carneiro?
- Hoje não posso; tenho de ir ser madrinha
de um cachorrinho.
O lobo fiou-se, mas a raposa foi ao lugar onde estava
enterrado o carneiro e comeu um grande pedaço.
No outro dia torna o lobo a perguntar-lhe :
- Que nome puseste ao teu afilhado?
- Comecei-te.
MAGAZINE MAGAZINE BILINGUE BILINGUE
N° 72 - Octobre Octobre 2004 2004
Foto escolhida e cedida por Céline Callewaere Assine
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Luso-descendentes,
Luso-descendentes,
a riqueza riqueza portuguesa
portuguesa
esbanjada esbanjada
A raposa e o lobo
o magazine Vida Lusa e o jornal Encontro
11 números
do magazine
DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
e do jornal
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J ORN A L B ILÍNG U E
Publicação Mensal ● Outubro/Novembro 2004 ● Portugal 2,00€ ● França 1,80€ ● Benelux 2,00€
Santana Lopes
falou ao país :
“O próximo Orçamento
✄
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 15
Série II Ano XXVII l N° 277
www.vidalusa.com
será uma janela de
esperança...”
O primeiro-ministro, Pedro
garantias para os profis-
Por António Cardoso Santana Lopes, assegurou
sionais, mas principal-
estabilidade governativa,
mente, para os cidadãos
A comunicação social em
pediu aos portugueses
que queiram fazer ouvir
Portugal estava sobretudo à
para ignorarem o “ruído”
a sua voz”.
espera de “respostas” ao presi-
e confirmou baixas no
dente da República e “expli-
IRS e aumentos nas pen-
“Por vezes, há excessos
cações sobre o caso das alegadas
sões e salários da função
nas palavras, como hou-
pressões do governo sobre a TVI
pública em 2005.
ve de vários durante
que, segundo alguns analis-
“Não dêem importância
estes dias”, admitiu o
tas, teriam precipitado a de-
ao ruído que vai à nossa
primeiro-ministro.
missão de Marcelo Rebelo de
volta” em torno de “princí-
Sousa do cargo de comenta-
As “dúvidas sobre a
pios e regras que não esdor
que ocupava há cerca de
solidez da democracia”
tão em causa”, pediu
quatro anos.
colocadas ao longo dos
Pedro Santana Lopes aos
três últimos meses foram
Expectativas defraudadas, o portugueses, numa comu-
também abordadas por
primeiro-ministro limitou-se nicação ao país em que
Pedro Santana Lopes,
a convidar os portugueses a fez um balanço dos cerca
que assegurou que “às
“não darem ouvidos a ruí- de três meses do seu Go-
palavras e aos discursos
dos” referindo que Portugal é verno.
que se preocupam com a
um “país livre onde a liber- “Com o Orçamento de 2005,
aparência das coisas”, o
dade comanda a vida” sem abrir-se-á uma janela de
Governo responde com
nunca referir o “caso” do esperança para todos”,
a concretização de ob-
célebre professor. “Todos so- sublinhou Santana Lopes.
jectivos, nomeadamente
mos livres no respeito da
Sem se referir explicita-
tornar Portugal “um país
Lei”, disse ainda o primeiromente
à saída de Marcelo Re-
hegemónico na Comunicação mais rico e mais justo”.
ministro, para bom entendebelo
de Sousa da TVI, que
Social”.
dor salientando que o “plu-
suscitou críticas ao governo,
Relembrando que não foi no
“Como condições essenciais
ralismo é sagrado”, recusando
Santana Lopes frisou que a
seu Governo, nem no executi-
para a acção do Governo, sub-
todavia “concentração ou poder
“liberdade comanda” a vida,
vo liderado pelo ex-primeirolinho a estabilidade institu-
hegemónico na Comunicação
salientando que Portugal é um
ministro Durão Barroso, “que cional, no cumprimento da
Social”.
“país livre”, onde os “cidadãos
empresas com influência do Constituição, e a estabilidade da
Em provável alusão recentes são livres, a justiça é livre, o
Estado adquiriram posições coligação que suporta, maiori-
declarações do presidente da parlamento é livre”.
em órgãos de comunicação sotariamente, o Governo, na As-
República, Santana falou da “Todos somos livres no respeito
cial”, Santana Lopes referiu sembleia da República”, afirmou,
“importância da estabilidade da Lei”, disse o primeiro-mi-
que a maioria PSD/CDS-PP salientando que o executivo
institucional, da necessidade nistro, assegurando que o “plu-
“trabalhou para uma nova en- saberá, “a cada momento”,
de os órgãos de soberania ralismo é sagrado” e recusando
tidade reguladora e numa lei “fazer a avaliação dessa esta-
falarem, em nome do Estado, “a concentração ou o poder
da imprensa com suficientes bilidade”.
a uma só voz”.
Na sua comunicação ao país
Santana Lopes abordou essencialmente
questões sobre o
próximo Orçamento de 2005,
anunciando medidas importantes
tais como a redução do
IRS, o aumento das pensões Luxemburgo, - O ministro dos Negócios e, eventualmente, uma ajuda adicional.
ou a subida dos vencimentos Estrangeiros de Portugal, António O ministro irá fazer o ponto da situação
na função pública, prometendo Monteiro, considerou “boas notícias” na Guiné-Bissau aos seus congéneres
enquadrá-las no cumprimen- a assinatura do “memorando de ento
do rigor orçamental ditado tendimento” na Guiné-Bissau, e espera de ajuda rapidamente.
por Bruxelas.
que os 25 apoiem o pedido de ajuda Um memorando de entendimento foi
ao país que Lisboa vai formular. assinado domingo dia 10 de Outubro,
Além dos jornalistas, tam- “Penso que estão criadas condições de em Bissau, entre o primeiro-ministro
bém a oposição pareceu ter estabilidade que permitem avançar e o representante dos militares que se
sido apanhada de surpresa com o pedido de ajuda”, disse António sublevaram quarta-feira.
pelo conteúdo e pela forma Monteiro à entrada para a reunião dos O texto contempla uma proposta de
como o primeiro-ministro abor- ministros dos Negócios Estrangeiros amnistia, um indulto a discutir na
dou a sua primeira grande da União Europeia, no Luxemburgo. Assembleia e a satisfação da maior
comunicação aos portugue- O chefe da diplomacia portuguesa de- parte das reivindicações dos sublevados.
ses.fende
que o apoio é importante para Numa cerimónia para o efeito,
Guilherme Oliveira Martins, “garantir condições de governabili- rubricaram o documento o primeiro-
do Partido Socialista, disse dade” na Guiné- Bissau.
ministro Carlos Gomes Júnior, o ac-
que se “mantém o estilo do António Monteiro irá fazer um pedido de tual inspector- geral das Forças
governo, dizer num dia e des-
Armadas, general Tagme Na Wai, o
dizer no dia seguinte”. Europeu de Desenvolvimento (FED) líder dos sublevados, major Bauté
Referindo que “é a primeira
Ianta Namam, e o general Abdoulaye
vez que se faz uma divul-
Dieng, representante da CEDEAO e
gação do Orçamento de Esta-
embaixador do Senegal em Bissau.
do na televisão e não no
A rebelião iniciou-se na quarta-feira dia 6
Parlamento”, o responsável
de Outubro, tendo perecido o chefe do
socialista disse também que
“a questão essencial é saber
(CEMGFA), general Veríssimo Cor-
se vai haver cortes nos benereia
Seabra, e o porta-voz do Estadofícios
fiscais para os planos
Maior, coronel Domingos Barros.
FPB
Continua página 20
N°1 vers le Portugal…
et le Brésil…
Réservations et informations
Santana Lopes garante estabilidade
e confirma menos impostos e mais salários
Na sua comunicação, Pedro
Santana Lopes salientou estar
consciente da “importância da
estabilidade institucional, da
necessidade de os órgãos de
soberania falarem, em nome
do Estado, a uma só voz”, e da
“relevância que essa concertação
tem na credibilidade externa
de Portugal”.
O primeiro-ministro afirmou
ler diariamente os telegramas
das embaixadas portuguesas
que “informam sobre as posições
dos governantes dos países
onde estão sediadas” para
salientar que “uma qualquer
descoordenação nas posições
dos órgãos de soberania de
Portugal é sempre avaliada
por outros, não ajudando à imagem
do país e à defesa dos interesses
portugueses”.
“Pela minha parte, e como
sabem, sempre que me pronuncio
publicamente, exprimo
convergência e nunca divergência
com os outros órgãos de
soberania. Não tenho dúvidas
de que o interesse nacional assim
o aconselha”, disse.
O primeiro-ministro assegurou
ainda que o executivo vai cumprir
o programa aprovado na Assembleia
da República até ao
termo da legislatura, lembrando
Guiné-Bissau
António Monteiro congratula-se
com acordo e quer apoio dos 25
“ajudas genérico” que poderá vir do Fundo
europeus e sensibilizá-los para a aprovação
Estado-Maior General das Forças Armadas
LENDAS
Exclama o lobo :
- Que nome! Vamos comer o carneiro?
- Ai, compadre (disse-lhe a raposa), hoje também
não pode ser ; estou convidada para ir
ser madrinha.
O lobo fiou-se ; a raposa tornou a ir
comer sozinha. Ao outro dia vem o lobo :
- Que nome deste ao teu afilhado?
- Meei-te.
- Que nome! (replica o lobo). Vamos comer
o carneiro? A raposa tornou a escusar-se com outro
baptizado, e foi acabar de comer o carneiro.
O lobo vem :
- Como se chama o teu afilhado?
- Acabei-te.
- Vamos comer o carneiro?
Foram e chegaram ao sítio ;
assim que viram a rabo, disse
a raposa :
- Puxa com força, compadre!
O lobo puxou, e caiu de pernas
para o ar ; a raposa safou-se. ■
(lenda do Airão)
ou www.tap.fr
Continua página 20
BHARATA-NATYAM
Dança tradicional do Sul da Índia
Maria Mendes Ferreira de Oliveira
TARIKAVALLI
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LITERATURA
“Uraça” de Deana Barroqueiro
Todos se ajoelhavam à passagem do rei e das relíquias,
mas os olhos dos mais curiosos, sobretudo das mulheres, não
perdiam pitada e os ditos desmentiam a compostura dos corpos:
- Olhai como El-Rei vai triste, apesar da festa! Saudades
da Rainha, por certo!
- Pudera! Só esteve casado um ano, qu’ a desventurada
D. Isabel morreu ao parir.
- Já lá vão dois anos e ainda sofre, o pobrezinho!
- Foi castigo dos Céus, por ter cobiçado a viúva do
sobrinho, do principezinho Afonso que Deus haja!
- Ah, mulher, nã digas isso! Ele já gostava dela em solteira e
teve de a entregar ao sobrinho por ordem d’El-Rei D. João II.
- Se era assim, então não me dirás por que razão se fala por aí
que Sua Majestade e os Reis de Castela já estão de concerto para
o casamento do triste viúvo com a cunhada, a princesa D. Maria?
- Razões e deveres de Estado, home, que o Rei tem de ter herdeiros…
Na praia romperam as fanfarras e todas as naus dispararam
salvas de artilharia. O som das trombetas, atabaques30 , sestros31 ,
tambores, flautas, pandeiros e até de gaitas de foles
levantavam os espíritos mais melancólicos e muita gente
bailava, mostrando que o coração de todos se movia entre o
prazer e as lágrimas com a partida de tantos dos seus homens.
Os Capitães e primeiros oficiais foram postar-se diante das
suas equipagens, apenas Pedro Álvares Cabral se manteve na
bancada real, junto de Sua Majestade que continuava a
fazer-lhe as últimas recomendações numa voz apenas para
os seus ouvidos. Então soaram as trombetas para recolherem
às naus, fizeram-se novas salvas com artilharia e, em perfeita
ordem, os capitães começaram a desfilar com os seus
homens diante d’El-Rei para lhe beijar a mão em despedida.
D. Manuel fez a todos muitas honras, dizendo graves e
bondosas palavras, mostrando-se muito agradecido por
tamanha lealdade e tão precioso e nobre serviço prestado
não somente à pessoa d’El-Rei mas antes a Deus e ao
Reino de Portugal. Recomendou ainda aos capitães o
bom trato da gente, sobretudo o reparo dos doentes.
Gonçalo tinha a alma presa na cerimónia da despedida.
Sentia orgulho em estar ali e imaginou por momentos o pai,
com ele ao lado, a desfilar com os seus homens diante do
Rei Venturoso para lhe beijar o anel e o coração apertou-se-lhe
de dor e saudade. Uma mão de ferro apanhou-o pelo cachaço
e ergueu-o no ar como se fosse um cachorro vadio. O
padrasto! Ao lado, de rosto de pedra e olhos acerados, o
espião a soldo dos Reis de Castela sorria de triunfo.
- Finalmente caçado como um rato que és! Quem havia
d’ imaginar que tinhas esperteza pra t’ esconderes aqui?!
Já desesperava de t’ encontrar e afinal apanhei-te por
acaso e onde menos contava ver-te. Inda gostava de saber
como escapaste ao Manel Cruz e ao “Maceiro” e os
deixaste desacordados na viela, que não s’alembram de
nada Mas, antes d’ ajustarmos contas, vais dizer-me onde
tens o pergaminho roubado e, asinha32 Continuação do Capítulo II
, qu’ o tempo voa!
Gonçalo empalidecera. Mais uns minutos e teria ganho a
sua liberdade e… a vida. Porém não iria ceder, nunca lhes
(30) Tambor de metal (vindo do Oriente), em forma de meio globo, coberto (32) Depressa.
de uma pele esticada onde se toca. (33) Rota, mapa de um percurso de navegação.
(31) Antigo instrumento musical, espécie de marimbas metálicas. (34) Perturbar, incomodar.
16 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
entregaria o mapa com a preciosa derrota 33 traçada com
tanta dor e sacrifício por Vasco da Gama e os seus
homens! Derrota secreta que seria paga a peso de ouro
pelos espiões de Castela, roubada de uma das naus, antes
da partida para o Restelo, por homens a soldo do padrasto. Lançou-lhe,
altivo: - Vós é que o roubastes e sois traidor!
Afonso Freire corou de fúria e medo, os dedos apertaram-se
mais em volta do magro pescoço do enteado e Gonçalo
gritou. O maldito do rapazelho ainda o havia de perder!
O castelhano disse entre dentes, inquieto: - Cuidado con
la gente que nos mira!
De longe Mateus apercebera-se, inquieto, dos movimentos
suspeitos dos dois homens junto do amigo e esperava
o momento de intervir. Também o Guardião, sempre vigilante,
notara a agitação e aproximava-se.
- Que temos aqui? Afastai-vos que a equipagem vai agora desfilar.
Afonso Freire disse, arrogante: - Venho buscar o meu filho que
não tem licença minha pra embarcar.
O oficial mostrou no rosto todo o desagrado que lhe causava
a cena inesperada: - Agora?! Mas o moço já está
engajado na nau capitânia! Não podemos ficar com faltas
na equipagem no momento da largada…
- Mas eu não o deixo partir!
- Olhai pró qu’eu estava guardado! Isto só a mim… na
hora da saída! - o homem estava furioso. - Esperai,
enquanto vou chamar o Meirinho da Armada.
Afonso Freire e o castelhano fizeram um movimento de
recuo ao ouvir mencionar o oficial da Justiça e, apercebendo-se
do seu receio, o desesperado grumete tentou a sorte:
- Guardião, eu não sou filho deste homem, só trabalhava
para ele. Vede, tenho aqui a licença do meu pai - e entregou-lhe
o documento falso.
O Guardião não sabia ler, mas não quis dar parte de fraco
para não perder a sua autoridade. Além disso não podia
ficar sem um grumete na hora da partida da Armada.
- Parece-me em ordem. Porque dizeis que é vosso filho, se o não é?
Antes que o padrasto falasse, Gonçalo disse: - Não tendes
de vos preocupar comigo nem com o pergaminho, que está bem
guardado. Mas agora deixai-me partir e dar rumo à minha vida e
eu não vos anojarei 34 na vossa. Mas se me impedis de partir, eu
terei de dizer ao meirinho o motivo da vossa proibição.
Afonso Freire sentiu a promessa e a ameaça na fala do
enteado, pensou no oficial da Justiça e arrepiou caminho:
- Vede, Mestre, como é ingrato! Trato-o como um filho e paga-me
desta sorte. Levai-o pois convosco e fazei-o trabalhar, qu’é madraço.
Fez um sinal ao castelhano e começou a afastar-se, atirando-lhe
entre dentes um “Não julgues que me escapas” que o Guardião
não ouviu, pois bradava contra Gonçalo, descarregando nele o
mau humor causado por aquele aperto de última hora:
- Se me aprontas mais alguma, meu malandro, levas 20
chicotadas nesses lombos que ficas sem pele p’ra te
cobrir os ossos! E toma tento que vou andar d’ olho em ti…
– Ele não queria perder um criado, Mestre Guardião, foi
só por isso que aqui veio...
Continua no próximo número

LINGUAGEM DE FLORES
Linguagem de flores : Novembro
Crisântemo vermelho, branco e amarelo
O crisântemo é uma flor especial. Não tem a mesma significação em todos os
países. Os chineses e os coreanos sabem cultivar esta sua flor preferida desde há
milénios e de todas as cores : brancos, amarelos, violetas, ouro velho, cor de
fogo, etc. Assim como os japoneses, que realizam grandes festas na época em
que os crisântemos estão em flor, que significam para eles paz e força interior
para enfrenter todas as adversidades da vida.
Na Europa, como é uma flor que nasce por volta do Dia de todos os Santos, é ela que vai
ornamentar as campas nos cemitérios.
Em Paris, desde que Marcel Proust em 1900, invadia de crisântemos o apartamento de
Odete, esta flor perdeu a pouco e pouco a sua reputação triste, para participar na decoração
dos interiores parisienses.
Além do crisântemo temos também :
Silva
a pena, a tristeza,
o desgosto
A silva, que tem
quando floresce,
bonitas florzinhas
cor-de-rosa
e sobretudo uns
frutos deliciosos
que são as amoras, está ligada
à tradição religiosa de uma
maneira especial, pelos seus
enormes picos.
A silva está associada definitivamente
às dificuldades da
vida terrestre, “os caminhos
semeados de silvas e espinhos”
que o homem tem de percorrer e
aos trágicos acontecimentos da
Paixão de Jesus Cristo, cuja
cabeça foi coroada de espinhos.
amo-te, verdade e amor frágil
Jasmin
branco e amarelo
amabilidade,
graça e elegância
Planta originária das Índias,
resiste bem ao frio
e floresce no
Inverno.
Entra na
composição
de muitos
perfumes
para a Altacostura.
Na Tunísia, fazem pequenos
raminhos que vêm vender
nos terraços dos cafés e
que os homens põem atrás da
orelha.
Loureiro
glória, vitória
O Loureiro cresce
em toda a bacia
Mediterrânica.
Planta valente,
sempre verde, desafiando
as intempéries,
cujo potente aroma perfuma
e é utilizado em todas as
cozinhas do mundo.
E quem é que canta nesta época tão triste?
“Canta mais, meu gentil tordo,
pousado nesse ramo seco canta mais,
avezinha simpática, para nós ouvirmos,
Mesmo o velho Inverno,
no princípio do seu reinado,
Ouvindo o teu
alegre cantar,
Desenruga a testa e fica
menos preocupado”.
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 17

TRADITIONS
Novembre
Climat OCÉANIQUE
• Traitez avec une solution
à base de cuivre les
palmiers dont les palmes
se couvrent de taches
grises, jaunes, ou noires.
• Taillez les haies et
brises-vents pour leur
donner une silhouette
harmonieuse avant l’hiver.
• Plantez des rosiers
adaptés aux sols sableux
et aux climats maritimes.
• Déposez des frondes
de fougères autour du
pied des plantes vivaces
et des arbustes frileux.
La Fête de la Toussaint
La fête du premier novembre a une origine très
lointaine puisqu'en fait elle nous provient en
ligne directe des Celtes. En effet, ceux-ci divisaient
l'année en deux saisons, l'hiver et l'été. Le premier
novembre était une date très importante puisqu'ils
fêtaient le début de l'année. C'est la fête de Samain
(Samain ou Samhuin signifie en irlandais “affaiblissement”
ou “fin de l'été”). C'était donc une fête de
passage, la fin de l'été marque le début de l'hiver, le
départ d'une nouvelle gestation. Samain était le nouvel
an celtique, le début de toutes choses, et sur le plan
mythologique le moment où s'étaient produits les grands
événements cosmiques, le moment où avait lieu le
meurtre rituel et symbolique du roi et son remplacement.
Petit voyage jardinier au cœur des terroirs
Un tour de France, une invitation au jardinage, comme autant d’escales pour découvrir les modes de
culture et les variétés de plantes qui font de chaque région un monde unique, qui fleure bon le terroir.
Climat CONTINENTAL
• Rentrez les lauriersroses
dans un local clair
et hors gel. Arrosez-les
une fois par mois et surveillez
l’apparition des
cochenilles.
• Préparez les artichauts
à l’hiver en coupant les
hampes florales et en
raccourcissant de moitié
les feuilles.
• Déterrez les dahlias
pour les hiverner sous abri.
• Enveloppez les plantes
délicates de paille et
d’un voile d’hivernage.
18 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Cette fête de Samain donnait lieu à des rassemblements,
des jeux, des joutes, des cérémonies liturgiques très
importantes et des festins où l'ivresse était de rigueur...
Dans de nombreux villages wallons, le soir de la
Toussaint, les enfants évidaient une betterave ou
une citrouille dans laquelle ils pratiquaient des
entailles simulant les yeux, un nez, une bouche.
Une chandelle éclairait à l'intérieur cette tête de mort,
que les enfants plaçaient au bord du chemin en sollicitant
des passants quelque monnaie “pour les âmes”.
Cette coutume pouvait encore s'observer vers 1950.
Ces considérations donnent à penser que la fête des
morts, le 2 novembre, a eu son origine chez les
Celtes et s'est étendue aux peuples européens. ■
Le Goncourt, roi des prix littéraires
Prestigieux ou confidentiels, dotés richement
ou modestement, les prix littéraires ne laissent
personne indifférent. Le Goncourt, le
plus convoité d’entre tous, apporte au lauréat une
notoriété et des droits d’auteur généralement
importants. Il est traditionnellement décerné le troisième
lundi de novembre.
Edmond de Goncourt, collectionneur esthète,
homme de salon introduit dans la littérature, se proposa
en 1885 de créer le prix Goncourt. Par piété
fraternelle, il tint à associer à sa démarche son frère
Jules, mort en 1870. Son but était “d’aider à l’éclosion
des talents, de les tirer des difficultés matérielles
de la vie, de les mettre en mesure de
travailler efficacement, en un mot de leur faciliter
la tâche de produire une œuvre littéraire”.
Dans un testament, il prévoit de créer dans l’année
de son décès une société littéraire afin de décerner
un prix annuel de cinq mille francs “au meilleur
roman, au meilleur recueil de nouvelles, au
meilleur volume d’impressions, au meilleur volume
d’imagination en prose, et exclusivement en
prose, publiés dans l’année”. Grâce au produit des
ventes des collections d’Edmond de Goncourt, les
jurés, au nombre de dix, tous hommes de lettres,
devaient recevoir une rente annuelle de six mille
francs. Cette somme appréciable correspondait au
salaire d’un sous-chef de ministère. ■
Climat MONTAGNARD
• Palissez les rameaux des rosiers et des plantes
grimpantes pour les protéger de la neige.
• Taillez les arbres aux rameaux fragiles et sensibles
au poids de la neige comme le robinier doré “Frisia”, les
jeunes bouleaux, les sureaux dorés ou les rosiers arbustes.
• Dessinez au sol en vous aidant d’un tuyau d’arrosage souple
l’emprise des futurs massifs, puis entreprenez l’ameublissement
du sol réservé aux plantations à la fin de l’hiver.
Climat MÉDITERRANÉEN
• Protégez les plantes délicates avec un paillis de fougères.
• Taillez les lauriers-roses et les pavots en arbre.
• Aérez, scarifiez et fertilisez les louses.
• Semez les cyclamens de Persolin, les pois de senteur,
gypsophile, myosotis.
• Semez les petits pois, fèves, radis, épinard et carottes.

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Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 19

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sobre o Mississipi • Poney Express
• Os primos Dalton • Subindo o Mississipi
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• O 20 de cavalaria • Alerta aos
pés azuis • A amnésia dos Dalton
• Arame farpado na pradaria
• A caravana • Carris na pradaria
• O cavaleiro branco • A corda do
enforcado • O Daily Star • Daisy Town
• O elixir do Dr. Doxey • A escolta
• Fingers • O fio que canta • Fora
da Lei • O imperador Smith • Lucky-
Luke contra Pat Poker • Na pista
dos Dalton • Nitroglicerina • O rancho
maldito • Os rivais de Painful Gulch
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Hispânia • Astérix nos Jogos Olímpicos
• Astérix o gladiador • O combate
dos chefes • O domínio dos deuses
• O escudo de Arvense • O filho de
Astérix • O grande fosso • A grande
travessia • Os louros de César • Obélix
e companhia • A odisseia de Astérix
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(Tomo 1) • Isto interessa - lhe (Tomo 2)
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Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 21

ART CULINAIRE
“Petit Traité Savant de la Morue
Ancienne professeur de droit dans les entreprises
et à l’Université, Odile Godard,
actuellement à la retraite, se consacre
depuis deux décennies à l’une de ses passions : la
cuisine gourmande. “La gourmandise est un acte
de notre jugement par lequel nous accordons la
préférence aux choses qui sont agréables au goût
sur celles qui n’ont pas de qualité” lit-on dans la
“Physiologie du goût” du magistrat, gastronome et
écrivain français Anthelme Brillat-Savarin (1755-1826).
Son domaine de prédilection étant la gastronomie
du sud, elle vient de publier, sous le titre “Petit
Traité Savant de la Morue” (1), un ouvrage de
220 pages qui fera les délices de tout gourmet, en
général, - parce qu’il vante les grands mérites de la
cuisine traditionnelle dont la clé de voûte est la
saveur - et de tout gastronome portugais, en particulier,
puisqu’il fait une vibrante apologie de leur
“Fiel amigo” (Fidèle ami) dont les diverses préparations
succulentes ont une place de choix dans le
scintillant collier de bijoux qu’est la cuisine lusitanienne.
La présentation esthétique de ce livret est aussi
remarquable que sa documentation. Il comporte de
magnifiques illustrations et tout
un éventail de citations d’intellectuels
qui se sont intéressés à la
morue au cours des siècles tels
que Alphonse Allais, la marquise
de Sévigné, Molière, Alexandre
Dumas, Emile Zola, Jules Verne,
Raymond Queneau, Luis de Camões,
Brillat-Savarin, André Suarès, Pierre
Loti, Georges Simenon, Henry Poujon
de l’Académie française (qui
a déclaré que “Le genre humain
comprend deux catégories :
ceux qui aiment la morue… et
les autres”), Fernando Pessoa, Eça de Queiroz,
Manuel Vazquez Montalban, le compositeur norvégien
Edvard Grieg, Honoré de Balzac, Miguel de
Cervantés, Alphone Daudet, Jorge Amado, George
Sand et Montaigne, entre autres.
Après avoir souligné, à juste titre, dans l’Avantpropos,
que “manger d’abord avec son cerveau
est l’un des péchés mignons des sociétés d’abondance”,
Odile Godard fait remarquer que “en
vraie schizophrène qu’elle est, la morue révèle
deux visages et deux goûts totalement différents
22 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
par Odile Godard
selon qu’elle est cuisinée en frais ou bien à partir
du poisson conservé au sel”. Dans le même
Avant-Propos, elle met l’accent sur le “savoir-faire
multiséculaire des Portugais dans le salage et le
séchage de la morue” notamment à Aveiro.
Nous est dressée une véritable carte d’identité de ce
poisson qui vit en bancs compacts dans les océans
là où la température ne dépasse pas 5 à 8° degrés,
fréquente de préférence les zones riches en plancton,
peut aller jusqu’à 600 mètres de profondeur et dont
la femelle pond 5 à 7 millions d’œufs.
La valeur exceptionnelle traditionnelle, la saveur
gastronomique et la facilité de conservation de
cette nourriture riche en protéines - autrefois bon
marché mais plus de nos jours - sont présentées
comme autant de qualités qui lui ont assuré au
cours des âges une place de choix dans l’alimentation
des populations de l’Occident et de l’Europe
en particulier.
Odile Godard attire l’attention sur le fait que :
“Cette passion pour leur morue salée, les Portugais
l’emportent à la semelle de leurs chaussures
lorsqu’ils s’en vont travailler à l’étranger”.
L’épopée tout à fait hors du commun des morutiers
au cours des siècles est célébrée
de même que leurs très dures
conditions de travail, les risques
qu’ils encouraient, leur longue
absence de plusieurs mois (de
février à septembre) et “l’exception
portugaise” due au fait que
l’État Nouveau de António de
Oliveira Salazar (1889-1970)
avait fait de la pêche à la morue
un véritable enjeu stratégique ce
pourquoi il avait relancé les chantiers
de constructions navale traditionnelle.
Cela fit que les grands navires en bois - parfois
même dépourvus de moteur auxiliaire - reprirent la
mer même durant la Seconde Guerre mondiale en
inscrivant sur leurs coques, en lettres énormes, le
mot “PORTUGAL” pour avertir les bélligérants
de leur neutralité.
Ceci après s’être ancrés par dizaines dans l’estuaire
du Tage, devant le monastère des Jerónimos où
les marins assistaient à la messe, spectacle fabuleux
que le septuagénaire soussigné n’oubliera jamais
de sa vie.

L’accent est mis sur les conséquences de l’apparition,
en 1954, des navires-usine et les pratiques de
pêche excessives qui ont contraint le gouvernement
du Canada à interdire complètement la pêche sur
les côtes de Terre Neuve depuis 1994 sans que nul,
hélas, ne puisse dire aujourd’hui si cette décision a
été prise à temps ou trop tard ce qui est une nouvelle
preuve fort regrettable de la manière dont les
conséquences à long terme de nos actions ne sont
pas du tout, comme il se devrait, la préoccupation
première de nos gouvernants!
“Petit Traité Savant de la Morue” est, en outre,
un fort précieux recueil de plusieurs dizaines d’exquises
façon de cuisiner la morue au premier rang
desquelles ont été placées les recettes portugaises
et notamment de bacalhau à Zè do Pipo, à Gomes
de Sá, à Brás outre la morue grillée et les pasteis
(croquettes).
En cette époque de la société de consommation qui
est la nôtre où, quoique nous disposions de moyens
nettement plus performants que ceux de nos
ancêtres, on ne cherche pas toujours à faire mieux
qu’eux, ni même aussi bien, mais seulement plus
vite, nous assistons à une détestable marée noire de
la détestable “fast food” qui est absurde dés lors
que, pour faire de la bonne cuisine, il ne faut pas
vouloir aller vite mais prendre son temps.
ARTISANS - SOCIÉTÉS
Il y a donc lieu de féliciter chaleureusement Odile
Godard qui n’hésite pas à ramer à contre courant
et est une chaleureuse muse de la cuisine traditionnelle.
Comme l’a dit Jean d’Ormesson dans son discours
de réception de Marguerite Duras (1903-1937) à
l’Académie Française : “La tradition est un progrès
qui a réussi”.
Nous ne devrions, par ailleurs, jamais oublier ce
qu’a noté, le 10 juin 1987, dans son “Journal”, le
grand humaniste Miguel Torga (1907-1995) à
savoir : “Comer é um acto de cultura” (Manger
est un acte de culture). Nous devrions également
nous souvenir que, à nouveau dans sa “Physiologie
du goût”, Brillat-Savarin avait raison de rappeler
que : “La destinée des nations dépend de la
manière dont elles se nourrissent”.
Espérons qu’un éditeur se préoccupera sans tarder
de mettre ce fort intéressant “Petit Traité Savant
de la Morue” à la disposition des lecteurs portugais
dans la langue de Camões ■
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Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 23

ENTREVISTA
Entrevista com Maria Mendes de Oliveira
TARIKAVALLI,
uma estrela portuguesa!
Maria Mendes de Oliveira - TARIKAVALLI,
é uma luso-descendente, nascida em França.
Os seus pais chegaram a este país
como, tantos outros, nos anos sessenta, em busca
de uma vida melhor.
Maria estudou na Sorbonne, em Paris, especializou-se
em dança indiana depois de ter assistido a
vários espectáculos e ter ficado subjugada. “À
medida que descobria e aprendia tudo o que envolvia
essa dança, mais vontade tinha de continuar”.
Mas o verdadeiro ponto de partida foi quando assistiu
a um desses espectáculos interpretado por uma
bailarina profissional francesa : “se uma francesa
pode fazer isto e ter sucesso, eu também posso”,
concluiu.
Deslocou-se inúmeras vezes à Índia para participar
em grupos de trabalho, impregnou-se durante
vários anos de cultura e hábitos locais e acabou por
24 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
conseguir uma bolsa de estudo atribuída pelo
Ministério dos Negócios Estrangeiros francês que
lhe permitiu estudar nesse país.
Perguntámos a Maria Oliveira a origem do nome
Tarikavalli : “é o nome concedido pelo Mestre de
formação no fim do ciclo. Os professores indianos
dão um nome aos alunos quando consideram que estes
estão “transformados” e dominam finalmente a arte
ensinada. “Tarika” é uma estrela e Valli é uma grinalda,
a tradução em português de TARIKAVALLI,
será “grinalda de estrelas” ou ainda uma “trepadeira
de estrelas”. É um presente que os indianos oferecem
a Deus, tendo por isso um significado
tradicional e profundamente religioso para este
povo”.
Lembra-nos que não mudou de nome : “chamo-me
Maria Mendes Ferreira de Oliveira, Tarikavalli,
transformou-se num nome artístico...”.
Agora, o seu Mestre indiano instalou-se também
em Paris e acompanha Maria por todo o lado nos
seus espectáculos.
Maria não tem muitos contactos a nível da comunidade
portuguesa em França, mas desloca-se a Portugal
uma ou duas vezes por mês para ensinar esta
dança aos portugueses e participar em grupos de
trabalho dedicados a esta actividade. “O facto de
ser convidada a ensinar em Portugal é muito importante
para mim e dá-me grande alegria pelo facto
dos meus pais terem emigrado por razões económicas
e saber que têm orgulho por aquilo que eu
faço”.
Confessa que gostaria de ir viver para Portugal
onde não tem concorrência na sua arte, “por
enquanto, porque estou a formar bailarinas que
amanhã estarão no mercado, mas é uma decisão
difícil de tomar”.
No espectáculo do dia 10 de Novembro, Maria vai
actuar com um ou dois textos traduzidos em português
: “já resultou em Portugal, o público foi muito
receptivo, espero ter muitos portugueses no meu
espectáculo e que apreciarão”, disse à Vida Lusa.
Nós também, esperamos que a nossa comunidade
vá descobrir esta estrela que também quer brilhar
entre nós. ■
AC

Quarta-feira,
10 de Novembro de 2004
pelas 20 h 30
Salle Adyar
4, square Rapp - 75007 Paris
M° Alma-Marceau
ou RER Pont-de-l’Alma
Sob o alto patrocínio da
Embaixada da Índia
KRISHNALÎL
Os jogos de Krishna
Dança : TARIKAVALLI
Maria de Oliveira
Orquestra :
Sri Dayalasingam, Mestre
Smt Radha Badri, Canto
Sri K.R. Venkatasubramaniam,
Percussão
Sri S.Mahesh, Flauta
“Krishnalîlâ” : ora criança, ora
rapaz, Krishna seduz o nosso
coração. Ele leva-nos com ele,
através do seus jogos, pelas paisagens
encantadas de Brindavan.
Deixemos que a dança, a música
e a poesia nos descrevam em
uníssono a sua divina beleza.
Maria - Tarikavalli é uma bailarina
herdeira da tradição da
Escola de Pandanallur, graças à
transmissão dos seus mestres de
BHARATA-NATYAM
Dança tradicional do Sul da Índia
Maria Mendes Ferreira de Oliveira
TARIKAVALLI - KRISHNALÎL
Os jogos de Krishna
dança: Amala Devi em Paris, o
casal Chandrabhaga Devi e U.S.
Krishna Rao em Bangalore e
Dayalasingam também em Paris.
A par da sua carreira como solista,
participa nos espectáculos da
companhia Narthanalayam, dirigida
por Sri Dayalasingam. Com
Smt Vasundhara Filliozat trabalha
os textos das suas danças.
Em conformidade com a tradição
do espectáculo indiano ao vivo,
Tarikavalli decide montar as suas
criações com uma orquestra. Dá
numerosos recitais em toda a
Europa. Dedica-se, paralelamente,
ao ensino, no seio da sua Escola
Amrita.
Após o êxito do seu anterior
espectáculo “Lasya Ramana”,
Tarikavalli apresenta a sua nova
criação “Krishnalîlâ” na sala
Adyar, acompanhada dos seus
músicos.
DANÇAS DA ÍNDIA
E BHARATA-NATYAM
o Natya-Shastra, há cerca de
2000 anos. O sábio Bharata é
sem dúvida um ser mítico, e os
historiadores modernos interpretam
o seu nome como “composto”
das primeiras sílabas das palavras
“bhava”, “raga”, e “tala” que
significam : emoção, melodia e
ritmo, as três qualidades essenciais
da dança na Índia.
Mantendo-se muito fiel às regras
enunciadas no Natya-Sastra. O
Bharata-Natyam é uma dança
que associa posições de linhas
simétricas e geometricamente
perfeitas com movimentos vivos :
piruetas, saltos, deslocações que
abrangem todo o espaço cénico.
O todo repousa nos ritmos complexos
dos batimentos de pés. À
técnica pura junta-se a “abhinaya” :
expressões do rosto acompanhadas
de gestos das mãos (hasta) e de
posturas do corpo (anga) para interpretar
os poemas e os hinos cantados.
O repertório musical é constituí-
De acordo com os livros sagrados do por extractos de textos religiosos
da Índia, a dança é de origem divina. ou de composições de grandes
Parvati inventa a dança graciosa poetas, santos ou místicos.A bailarina
“lasya” e o seu esposo ANUNCIAR Shiva- é tradicionalmente NA acompanhada
-Nataraja, o rei da dança, rivaliza
é a garantia
por uma
de um
orquestra
acréscimo
ao vivo. ■
com ela sobre o modo viril “tandava”.
O espectáculo encanta de todos clientela TARIKAVALLI
para o seu comércio.
os deuses que tinham pedido No quadro a Bharata-Natyam
de um contrato anual,
Brahma, o Criador, para redigir o Danse Traditionnelle du Sud de l’Inde
a Vida Lusa oferece-lhe um sítio Internet.
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Email : scenedactions@free.fr
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Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 25

TELEVISÃO
2 a Feira
1/8/15/22/29
07H00
Bom dia
Portugal
07H45
Documentário
Carlos Drummond
de Andrade
08H30
Mar à vista
09H00
Jornal das 24 horas
09H15
Entre nós
09H45
Portugal
no coração
10H00
Telejornal Madeira
10H30
Nunca digas
adeus
11H30
Telejornal
12H00
Contra informação
12H15
Magazine eua
nova Inglaterra
contacto
12H45
O mundo aqui
13H00
Viajar é preciso
13H30
Magazine eua
nova Inglaterra
contacto
14H00
Nunca digas adeus
16H10
Contra-informação
17H30
Clube da Europa
21H15
Estádio nacional
23H15
Mar à vista
Programação da RTPI
3 a Feira
2/9/16/23/30
07H00
Bom dia Portugal
08H00
Jornal da tarde
08H30
A hora de baco
09H15
Entre nós
10H00
Praça da alegria
11H30
Telejornal
12H00
Contra-informação
12H45
Documentário
13H00
Pop up
13H30
Magazine
Canadá contacto
14H00
Telejornal
14H45
Nunca digas
adeus
15H30
A ferreirinha
16H30
Prós e contras
17H00
Quiosque
17H45
Notícias rtp
Madeira
19H40
Contra-informação
20H00
Telejornal Madeira
20H30
Nunca digas
adeus
22H15
Magazine
Canadá contacto
26 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Programação de base sujeita a alterações
4 a Feira
3/10/17/24
07H00
Bom dia Portugal
08H00
Jornal da tarde
09H10
Entre nós
10H00
Praça da alegria
11H30
Telejornal
Açores
12H00
Contra-informação
12H45
Não há pai
13H15
Matas, bosques
e brenhas
14H30
Repórter rtp
África
15H30
Entre nós
16H10
Contra-informação
16H45
Atlântico
17H15
Quiosque
17H45
Notícias rtp
Madeira
18H30
Magazine
Macau contacto
19H00
Nunca digas adeus
20H00
Telejornal
21H15
Doc. estreia
22H45
Não há pai
23H45
Matas, bosques
e brenhas
5 a Feira
4/11/18/25
07H00
Bom dia Portugal
08H00
Jornal da tarde
09H10
Entre nós
10H00
Praça da alegria
12H15
Quiosque
12H45
Notícias rtp
Madeira
13H00
Concelhos
de Portugal
14H00
Nunca digas adeus
15H00
Telejornal
16H10
Contra-informação
17H15
A alma e
a gente
18H30
Magazine áfrica
do sul contacto
19H00
Jornal das
24 horas
20H00
Telejornal Madeira
20H30
Nunca digas adeus
21H30
Telejornal
açores
22H00
Contra-informação
22H45
Festas e romarias
23H15
A hora de baco
23H30
A minha sogra
é uma bruxa
6 a Feira
5/12/19/26
07H00
Bom dia Portugal
08H00
Jornal da tarde
09H10
Entre nós
10H15
Portugal no
coração
12H15
Quiosque
12H45
Notícias rtp
Madeira
13H30
Magazine Brasil
contacto
14H00
Nunca digas adeus
15H00
Telejornal
16H10
Contra-informação
17H30
Clube da Europa
18H00
O mundo aqui
18H45
Perspectivas
Macau 1
19H00
Jornal das
24 horas
20H00
Telejornal Madeira
20H30
Nunca digas adeus
21H30
Telejornal Açores
22H00
Contra-informação
22H15
Magazine Brasil
contacto
22H45
Atlântico
Sábado
6/13/20/27
07H00
70x7
08H00
Fados
09H00
Jasmim ou o
sonho do cinema
10h00
Concelhos
de Portugal
11H00 Pop up
12H00
Eurodeputados
12H30
A minha sogra
é uma bruxa
14H00
Jasmim ou o
sonho do cinema
15H00
Telejornal
16H30
2010
17H30
Clube da Europa
18H30
Festas e romarias
19H30
Magazine
california contacto
20H00
Telejornal Madeira
20H30
A alma e a gente
21H00
Telejornal
Açores
21H15
FutebolH 1ª liga
21H30
A ferreirinha
22H30
Magazine
california contacto
23H00
Atlântida Madeira
Domingo
7/14/21/28
07H00
FutebolH 1ª liga
08H30
Jornal das
comunidades
09H30
A alma e a gente
10H00
Eucaristia dominical
11H00
Brincar a brincar
13H00
Jornal da tarde
14H00
Gostos e sabores
14H30
Contra-informação
15H00
Notícias de Portugal
15H30
Desporto 2H
16H30 top +
18H00
Notícias rtp
Madeira
19H15
A alma e a gente
19H45
Contra-informação
20H00
Telejornal Madeira
20H30
Viajar é preciso
21H15
Concurso 1,2,3
21H30
FutebolH 1ª liga
23H00
A minha sogra
é uma bruxa
23H30
Jornal das
comunidades

2a Feira 1-8-15-22-29
05H30 Música do mundo
06H00 Curto circuito
08H30 Encontro marcado
09H30 Magazine
10H00 Sic 10 horas
3a Feira 2-9-16-23-30
05H00 Caras notícias
05H30 Cartaz
05H45 Elas em marte
06H45 Curto circuito
09H15 Outras conversas
4 a Feira 3-10-17-24
06H00 Cartaz
06H15 Curto circuito
09H00 Encontro marcado
10H00 Sic 10 horas
13H00 1º jornal - directo
5a Feira 4-11-18-25
07H45 Encontro marcado
08H45 Mar portuguez
09H15 Mega ciência
10H00 Sic 10 horas
13H00 1º jornal
6 a Feira 5-12-19-26
06H00 Cartaz
06H15 Curto circuito
08H30 Encontro marcado
09H30 Caras notícias
10H00 Sic 10 horas
Sábado 6-13-20-27
00H00 Jornal da noite rep.
09H45 Laboratório
10H00 Malucos do Riso
10H45 Dá-lhe gaz
11H15 Elas em marte
Domingo 7-14-21-28
00H00 Jornal da noite rep.
08H15 Etnias
10H00 Malucos do Riso
10H45 Dá-lhe gaz
11H15 Elas em marte
Programação da SIC
Programação de base sujeita a alterações
13H00 1º jornal
14H00 Opinião pública
15H00 As duas por três
16H30 Caras notícias
17H00 Cartaz
10H00 Sic 10 horas
13H00 1º jornal
14H00 Opinião pública
15H00 As duas por três
16H30 Caras notícias
14H00 Opinião pública
15H00 As duas por três
16H30 Caras notícias
17H00 Cartaz
17H15 Elas em marte
14H00 Opinião pública
15H00 As duas por três
16H30 Caras notícias
17H00 Cartaz
17H15 Elas em marte
13H00 1º jornal
14H00 Opinião pública
15H00 As duas por três
16H30 Caras notícias
17H00 Cartaz
12H30 Etnias
13H00 1º jornal
14H00 Idolos
15H15 Idolos votação
15H45 Grande reportagem
12H30 Etnias
13H00 1º jornal
14H00 Idolos
15H15 Idolos votação
15H45 Grande reportagem
17H15 Elas em marte
18H15 Jornal de desporto
18H45 Opinião pública
19H30 Magazine
20H00 Jornal da noite
17H00 Cartaz
17H15 Elas em marte
18H15 Jornal de desporto
18H45 Opinião pública
19H30 O jogo
18H15 Jornal de desporto
18H45 Opinião pública
19H30 O jogo
20H00 Jornal da noite
21H15 Malucos do riso
18H15 Jornal de desporto
18H45 Opinião pública
19H30 O jogo
20H00 Jornal da noite
21H15 Malucos do Riso
17H15 Elas em marte
18H15 Jornal de desporto
18H45 Opinião pública
19H30 O jogo
20H00 Jornal da noite
16H15 O jogo
17H15 Elas em marte
18H15 Música do mundo
18H45 Pro. entretenimento
19H00 Extase
16H15 O jogo
17H15 Elas em marte
18H15 Música do mundo
18H45 Pro. entretenimento
19H00 Extase
21H15 Malucos do Riso
21H45 Pr. entretenimento
22H45 Jornal de desporto
23H15 Opinião pública
0H00 Jornal da noite - rep
20H00 Jornal da noite
21H15 Malucos do riso
21H45 O dia seguinte
23H15 Opinião pública
00H00 Jornal da noite - rep
21H45 O pro. da maria
22H15 Jornal de desporto
22H30 Encontro marcado
23H15 Opinião pública.
0H00 Jornal da noite - rep
21H45 Mega ciência
22H30 Jornal de desporto
22H45 Mar portuguez
23H15 Opinião pública
00H00 Jornal da noite - rep
21H15 Malucos do Riso
21H45 Encontro marcado
22H45 Jornal de desporto
23H00 Idolos
00H00 Jornal da noite - rep
20H00 Jornal da noite
21H15 Malucos do Riso
22H15 Expresso da meia noite
23H15 Laboratório
23H30 Música mundo
20H00 Jornal da noite
21H15 Malucos do riso
22H15 Expresso da meia noite
23H15 Laboratório
23H30 Música mundo
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 27

PETITES ASTUCES
Avant les fêtes : se préparer
RÉAPPRENEZ À MANGER
Pour la forme comme pour le poids, il est
préférable de faire au moins trois repas par jour.
Sachez que vous pouvez même ajouter une
collation dans la matinée ou l’après-midi si vous le
souhaitez, à condition qu’elle soit réduite à un yaourt
ou à une pomme. Ne négligez pas le petit-déjeuner :
c’est un repas important quand on surveille sa ligne.
D’ailleurs, les enquêtes montrent que les personnes qui
n’en prennent pas sont plus fréquemment en surpoids.
Suivez une règle simple : “Un petit-déjeuner de roi, un
déjeuner de prince et un dîner de mendiant”! Sachez
que les aliments ingurgités après 18 heures se stockent
plus facilement. Vous devez absolument dîner, mais léger!
NE SAUTEZ PAS DE REPAS
Se passer de déjeuner pour travailler ou
éviter des calories, c’est tout sauf une bonne
idée! Car cela désorganise évidemment les
apports nutritionnels, et perturbe le bon fonctionnement
de l’organisme. Avec à la clé de la fatigue et
une irrésistible fringale… D’où une fâcheuse tendance
aux grignotages redoutables pour le bon maintien
du poids. Au minimum, mangez une salade complète
avec du blanc de poulet, des œufs et des légumes.
Maintenant, tous les points de restauration rapide en
font. Même les rois du hamburger se sont mis aux
salades minceur. Vous n’avez donc plus d’excuses.
VARIEZ VOTRE ALIMENTATION
Votre “régime” minceur sera moins monotone
et plus facile à suivre si vous variez
les aliments et les petits plats. Vous mettrez
ainsi toutes les chances de votre côté pour satisfaire
au mieux les besoins de votre organisme, et éviter
des carences préjudiciables à la santé. Bien
entendu, surtout avant les fêtes, évitez au maximum
l’alcool et le pain. Remplacer votre vinaigrette
à l’huile par du yaourt à 0%. Mangez de bonnes
rations de protéines et de légumes verts. Limitez les
viandes rouges au profit des poissons, des viandes
blanches et des œufs. Limitez vos portions de féculents
et remplacez-les par des légumineuses (petits
pois, lentilles, pois chiche…).
28 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Mince pendant
Oui, c’est possible, à condition de vous y mettre dès
Voici quelques règles faciles à suivre pour faire fondre
SOIGNEZ VOS MENUS
Pour accommoder vos plats, pensez aux fines
herbes, au jus de citron, aux épices, aux
fonds de cuisson déshydratés… Pour limiter
les matières grasses, sachez tirer profit du four à
micro-ondes, de la marmite à pression (pour les
cuissons vapeur), des poêles, des woks très à la mode,
des sauteuses et cocottes à revêtement anti-adhésif.
Pensez à la cuisson en papillote avec du papier sulfurisé
ou aluminium. Le week-end, faites griller sans
matières grasses vos aliments au barbecue ou à la
planxa. Remplacez les sauces au beurre par un filet
d’huile d’olive avec ou sans citron. Limitez au maximum
les farines, les plats panés à la chapelure qui retiennent
les graisses. Ne mangez plus la peau grillée du poulet.
BUVEZ BEAUCOUP D’EAU
De l’eau avant tout, pendant et entre les
repas, afin d’atteindre si possible au moins
1 litre 1/2 par jour. Vous favorisez ainsi la
bonne hydratation de l’organisme, et l ‘élimination
des déchets. Si l’eau plate vous ennuie, préparez-vous
des thés légers, des tisanes aromatisées. Craquez
pour des eaux minérales aromatisées sans sucre.
FAITES-VOUS PLAISIR
C’est important pour le moral, et la réussite
de votre entreprise minceur. Pour cela, privilégiez
les aliments de qualité, soignez la
préparation et la présentation de vos plats : vous
apprécierez mieux encore ce qui est dans votre assiette!
Prenez toujours le temps de manger et de bien mâcher
vos aliments. Évitez tout facteur de stress pendant
les repas. Ne prenez jamais un repas devant la télévision!
BOUGEZ LE PLUS POSSIBLE
Il n’y a pas de recette miracle. Plus vous
bougerez, plus vous brûlerez de calories.
Si vous n’êtes pas sportif du tout, tout est
bon pour éliminer : prendre l’escalier au lieu de
l’ascenseur, descendre une à deux stations de bus avant
sa destination et continuer à pied, ne plus prendre la
voiture pour aller acheter son journal, faire son
shopping à pied, danser chaque fois que possible.
Bien entendu, si vous complétez ce programme par
de la marche, du jogging, de la gymnastique, de la
natation et/ou du vélo, ce sera encore mieux!

et après les fêtes?
à présent et de vous y préparer véritablement.
les kilos superflus avant les grands repas familiaux.
Pendant les fêtes : déculpabiliser
Savez-vous que le stress fait grossir? Nous vous le
confirmons. Alors, si vous avez suivi à la lettre nos
conseils de préparation, vous avez dû perdre au
moins un ou deux kilos, si ce n’est plus. Vous avez
donc un peu de marge. Inutile donc de vous culpabiliser.
Abordez les fêtes en toute sérénité avec une
seule idée en tête : vous faire plaisir et profiter des
bons moments! C’est maintenant la période idéale
pour vous défouler au maximum :
EN MANGEANT des repas normaux sans
vous soucier de la balance, à condition de manger
de tout, mais de ne jamais vous resservir du même plat.
EN FAISANT L’AMOUR avec votre partenaire
(si vous êtes en couple) le plus souvent possible
peu importe l’endroit et le moment de la journée ou
de la nuit. C’est idéal pour brûler des calories !
EN BUVANT DE L’ALCOOL au moment
des repas, à condition de ne pas faire de mélange et
de ne pas dépasser deux verres. Un petit verre de
trop une fois ou deux, ça n’a jamais fait de mal à
personne! (Attention, l’abus d’alcool est dangereux
pour la santé. À consommer avec modération). En
revanche, évitez au maximum sodas et jus de fruits.
ENFAISANT UNE ACTIVITÉ PHYSIQUE
extérieure tous les jours au minimum une heure
comme la marche, le roller, le jogging ou le ski de
fond, le patin et la glissade avec vos enfants si vous
êtes en vacances à la montagne.
EN ÉTANT PARESSEUX de temps en temps!
Faites la grasse matinée, étendez-vous devant la
télévision, négligez un peu le ménage et la vaisselle.
EN PRIVILÉGIANT VOTRE FAMILLE
et vos amis. Ayez du plaisir avec vos proches, faites des
farces, jouez à des jeux. Amusez-vous avec vos enfants.
EN VOUS ACCORDANT UN CHOCOLAT
ou un marron glacé par jour! C’est bon pour le moral
et le tonus. On vous a dit “un”, pas la boîte entière!
EN REMETTANT TOUS VOS PROBLÈMES
ÀLANOUVELLE ANNÉE.C’est Noël, donc inutile
de penser aux impôts, aux factures, aux ennuis du boulot!
LE TEMPS DU PLAISIR :
Le temps des fêtes est le moment idéal pour décompresser
en se laissant aller au plaisir, pour se défouler pendant
une semaine, allant du jour de Noël jusqu’au jour de l’An,
pour refaire le plein d’énergie pour l’année à venir.
Nous vivons tellement de pressions au cours d’une année à
cause de nos obligations, du travail, de nos enfants, etc…, Qu’il
nous faut un moment pour faire le vide. Nous sommes
toujours en train de nous restreindre en terme d’argent afin
d’arriver à la fin du mois. Donc, pas question de s’imposer
des restrictions durant le temps des fêtes et surtout pas au
niveau de la nourriture. Car l’alimentation est l’élément déclencheur
de ce défoulement. La nourriture nous réconforte.
C’est ce sentiment de réconfort qui nous aide à nous laisser aller.
LE TEMPS DE LA “ZÉNITUDE” :
Ce “laisser aller”au moment des fêtes est nécessaire pour
maintenir un bon psychisme tout au long de la prochaine
année. Ainsi, la femme qui surveille la quantité de nourriture
qu’elle ingurgite de peur d’engraisser hypothèque sa santé
psychique pour le reste de l’année. Elle supportera moins
bien le stress et sera plus susceptible de vivre des moments
dépressifs au cours du mois de janvier. En effet, le mois
de janvier est le plus long et le plus dur à passer. Au mois
de janvier, tout est mort, le chiffre d’affaires des magasins
est à son plus bas, les gens sortent peu et dépensent
moins. Il y a peu d’heures d’ensoleillement, c’est le mois
le plus froid et il neige beaucoup dans certaines régions.
Les gens ont tendance à s’enfermer chez eux. Si la personne
n’a pas pris sa juste dose de plaisir durant le temps
des fêtes, passer au travers du mois de janvier est infernal.
LE TEMPS DU REPOS ET DU RIRE :
La paresse, c’est d’arrêter de penser à l’ouvrage qu’il y a à
faire. Il faut vivre comme si vous n’aviez rien à faire. Faites
le ménage et la vaisselle à la dernière minute et très rapidement.
Il faut tolérer l’imperfection et le désordre relatif de votre
logement. Organisez-vous pour en faire le moins possible pour
vous donner le temps de vous étendre devant la télévision à ne
rien faire ou tout simplement pour vous occuper de vous, vous
chouchouter. Le repos est un moyen de ressourcement qui nous
aide à faire le ménage dans notre tête, vous serez ainsi plus créative
lorsque vous reprendrez vos activités habituelles après le temps
des fêtes. Un repas en famille ou avec vos amies favorise le rire.
Le plaisir de manger associé à l’effet de l’alcool fait tomber
nos inhibitions. Nous nous laissons aller plus facilement.
Nous nous réunissons autour d’un repas pour avoir
du plaisir. Le rire est donc un moyen de vivre un confort
social, de se sentir bien avec les autres, de sentir un sentiment
d’appartenance et de se rapprocher émotionnellement les uns
des autres afin de renforcer les liens sociaux. De plus, le rire
est parfait pour se défouler et faire tomber nos tensions.
La spontanéité et la joie de vivre vont bien ensemble. ■
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 29

PROVÉRBIOS
PROVÉRBIOS DOS MESES DO ANO :
NOVEMBRO
• Pelo S. Martinho mata o teu porquinho
e semeia o teu cebolinho.
• Pelo S. Martinho prova o teu vinho ;
ao cabo de um ano já te não faz dano.
• Pelo S. Martinho semeia
o teu cebolinho.
• Por S. Martinho - nem favas nem vinho.
• Por S. Martinho todo o mosto
é bom vinho.
• Cava fundo em Novembro
para plantares em Janeiro.
• De Todos os Santos ao Advento
nem muita chuva nem muito vento.
• Dia de S. Martinho - lume, castanhas e vinho.
• No dia de S. Martinho fura o teu pipinho.
• No dia de S. Martinho mata o teu porco
e bebe teu vinho.
• No dia de S. Martinha vai à adega
e prova teu vinho.
• Pelo S. Martinho abatoca o teu vinho.
• Pelo S. Martinho
nem nado nem no cabacinho.
PROVÉRBIOS DO SABER E DOS LETRADOS
• Para saber não basta ler - é preciso viver e ver.
• O parvo, se é calado, por sábio é reputado.
• Pensa muito, fala pouco, escreve menos.
• O que custa é descobrir e inventar e não o imitar.
• O que houveres de negar não o dês por escrito.
• Quem anda por toda a parte por toda
a parte aprende.
• Quem ler leia para saber ; quem souber saiba,
para obrar.
• Quem mais sabe mais aprende.
• Quem mais vive mais sabe.
• Quem muito sabe amiude se engana.
• Quem muito tem visto muito tem aprendido.
PROVÉRBIOS DOS CLÉRIGOS
• A bom capelão - melhor sacristão.
• A clérigo sandeu, parece-lhe que todo
o mundo é seu.
• A ruim capelão, mau sacristão.
• Bulham os cónegos na Sé?
Prende-se quem está na praça.
• Clérigo e frade de quem precisam chamam-lhe
compadre.
• Como canta o abade assim responde o sacristão.
30 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Provérbios
• Daquilo que bem lhe sabe não,
reparte o frade.
• Diz o prior da aldeia :
quem fez os borrões que os leia.
• Dos homens e não das pedras se fazem
os bispos.
• Frade, freira e mulher rezadeira
três pessoas distintas
e nenhuma verdadeira.
PROVÉRBIOS DOS AMIGOS
• Mais vale andar só que
mal acompanhado.
• Mais vale inimigo sabedor
que amigo ignorante.
• Mais vale perder um gracejo que um amigo.
• Mais vale um bom amigo que parente ou primo.
• O melhor espelho é amigo velho.
• Melhor que tolo amigo, é assisado inimigo.
• Mil amigos, pouco ; um inimigo, de mais.
• Na necessidade se prova a amizade.
• Não há melhor parente, que amigo
fiel e prudente.
PROVÉRBIOS FILOSÓFICOS
• Quanto mais alto se sobe maior queda se dá.
• Quanto mais depressa mais devagar.
• Quatro olhos vêem mais que dois.
• O que há-de ser tem muita força.
• O que não dúvida, nada sabe.
• Quem anda devagar pouco alcança.
• Quem bem cuida o que quer,
entende em quão pouco se emprega.
• Quem canta não assobia.
• Quem dúvida não se engana.
• Quem nada sabe, de nada dúvida.
PROVÉRBIOS HUMORÍSTICOS
• De farei farei, nunca me pagarei.
• De uma, digo outra :
quem não fia não tem touca.
• Dinheiro faz batalha, que não braço longo.
• O direito do anzol, é ser torto.
• Dizem e dirão - que a pega não é gavião.
• Dizem os sinos de Santo Antão
que por dar dão.
• É no fim que tudo acaba.
• É redondo o mundo
quem não sabe nadar vai ao fundo.
• Emprenha de ar - parirás vento. ■

ACTIVITÉS DU CENTRE CULTUREL
CALOUSTE GULBENKIAN
51, AV. D’IÉNA - 75116 PARIS
TÉL. : 01 53 23 93 93
FAX : 01 53 23 93 99
Le mardi 2 novembre à 18h30
Débat présentation
avec Marie-Hélène Piwnik, Patrick Quillier
et Régis Salado.
Lettres d’amour à Fernando Pessoa
d’Ofélia Queiroz et Vies de Fernando Pessoa d’Ángel
Crespo (éditions Anatolia/du Rocher, 2004).
Le mercredi 3 novembre à 18h30
Espace Bibliothèque
De l’art de la plume à la mailomanie : une mutation
des sociabilités épistolaires
par Graciete Besse.
Avec la collaboration de l’Institut Camões et de
l’École Normale Supérieure.
Du mercredi 17 novembre au mardi 21 décembre
Exposition de Maria Beatriz
Vita Brevis
Le mercredi 17 et jeudi 18 novembre de 10h à 19h
Atelier Musical
Avant-Scènes
proposé par Marie-Françoise et Jorge Chaminé.
Sous réserve d’inscription.
Le jeudi 18 novembre à 19h30
Récital
Entrée libre dans la limite des places disponibles.
LOISIRS
Le jeudi 25 novembre à 18h
Présentation du livre
Origens e segredos da Música portuguesa contemporânea.
De Cândido Lima (éditions Politema, Porto, 2003).
En présence de l’auteur et avec la participation de Michel
Guiomar (professeur) et Pascal Dusapin (compositeur).
ÉDITIONS THEATRALES
38, RUE DU FAUBOURG-SAINT-JACQUES - 75014 PARIS
TÉL. : 01 53 10 23 00 - FAX : 01 53 10 23 01
Mail : info@editionstheatrales.fr
www.editionstheatrales.fr
Novembre
Au-delà les étoiles sont notre maison
Traduit du portugais par Alexandra Moreira da Silva, avec Jorge Chaminé.
Les trente pièces courtes de Au-delà les étoiles sont
notre maison peuvent être lues et jouées indépendamment
les unes des autres, tout en conservant une unité thématique
et esthétique certaine. Une unité perçue dans la
constante mélancolie et le décalage des personnages d’Abel
Neves. L’auteur, en se référant constamment aux étoiles,
à l’espace, part du réel pour décoller vers une
réflexion métaphysique. Le lecteur ressentira le même vertige
grisant qu’on ressent les soirs d’été, couché dans
l’herbe, face aux étoiles et à l’immensité de l’univers. Une
mélancolie nous renvoyant à notre véritable condition
d’homme : une minuscule particule au milieu de l’immensité.
Un théâtre poétique, onirique, empreint d’humour,
procurant des plaisirs littéraires et de jeu
certains. Une dramaturgie inclassable et décalée qui
fait souffler la nouveauté.
Abel Neves, né en 1956 à Montalegre, petite ville du
nord du Portugal, figure aujourd’hui parmi les auteurs
contemporains les plus joués dans son pays. À ce jour,
il a publié une dizaine de recueils de pièces, des poèmes,
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 31

LAZER
PALAVRAS
CRUZADAS
HORIZONTAIS
1 - Dá aviso ; Vaso para água ou flores.
2 - Mamífero ruminante da América do Sul ;
Fruto da romãzeira.
3 - Pequeno furúnculo ou verruga na pele ;
Porção de tenuíssimas partículas que andam
suspensas no ar e se depositam sobre os corpos.
4 - Indivíduo de casta nobre ; Finalidade.
5 - Causar ira a ; Diz-se de uma variedade de
gatos, coelhos e cabras de pêlo fino e comprido.
6 - Aguço ; Tem conhecimento de.
7 - Rebenta com estrondo ; Plana.
8 - Reduza a pó ; Mulher idosa.
9 - Metade da pedra do jogo do dominó ou lado do
dado, que tem marcado um só ponto ou pinta ; Massa
consistente de farinha de milho (fuba), de mandioca
ou de arroz, com água e sal (bras.).
10 - Concedido ; Faixa.
11 - Que diz respeito aos ventos ; Estacionar.
VERTICAIS
1 - Outra coisa ; Medida itinerária chinesa ;
Enrole em forma de mala.
2 - Caminha ; Rasteiros.
3 - Instituto de Meteorologia (abrev.) ; Líquido combustível,
mais leve que a água, incolor, muito
inflamável, volátil, de cheiro activo e penetrante, que se
obtém a partir da destilação do petróleo ; Decilitro (abrev.).
4 - Grande porção de sacos ou sacas ; Homem
ou animal, em relação àqueles que procriou.
5 - Manifesta riso ; Deixo cair no esquecimento.
6 - Pouco espessa ; Elemento de formação de
palavras que exprime a ideia de ar, vento, gás.
7 - Pessoa moça (pl.) ; Pêlo de alguns animais,
em especial do carneiro.
8 - Dono da casa em relação aos criados ; Risota.
9 - Batráquio anfíbio aquático, anuro, da família
dos ranídeos ; Medo mórbido ; dirigir-se.
10 - Pratinho sobre que se coloca a chávena ;
Sétima letra do alfabeto grego correspondente
ao e longo dos latinos.
11 - Perfume agradável ; Contr. da prep. a
com o art. def. o ; Atmosfera.
Solution de la grille n° 69
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
I T M I T R A R I M
II O R O R I M A S E
III M A V A A R E L
IV O F A S E U N I R
V B O I M U Z O O
VI A R R A S M O I T A
VII S I M E U U M A
VIII S O A R I R R A L
IX A L I S O O R E
X V I L O T E D O I
XI A R A B A R R A S
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
32 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Grille n° 70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
7 ERREURS…
Trouvez les 7 différences entre ces 2 dessins.
Réponses : Il y a 1 goutte d’eau en moins ; 1 rond de la flaque a disparue ; La femme a 1 cil en moins ;
L’ombre du parapluie a disparue ; Il y a une goutte d’eau en plus ; L’embout du parapluie est parti ; Il y a
un rond en plus sur la grande flaque.

1 - À qui est-il marié dans “Papy fait de la résistance”
de Jean-Marie Poiré?
a - Jacqueline Maillan
b - Anémone
c - Dominique Lavanant
d - Pauline Lafont
2 - Lequel de ces acteurs n’est pas
un de ses meilleurs copains dans
“Mes meilleurs copains” de Jean-Marie Poiré?
a - Jean-Pierre Bacri
b - Thierry Lhermitte
c - Gérard Lanvin
d - Jean-Pierre Darroussin
3 - Qui est son partenaire dans
“Opération Corned-beef” de Jean-Marie Poiré?
a - Jean Reno
b - Gérard Depardieu
c - Gérard Lanvin
d - Thierry Lhermitte
4 - Qui interprète sa mère dans “La soif de l’or”
de gérard Oury?
a - Jacqueline Maillan
b - Maria Pacôme
c - Sylvie Joly
d - Tsilla Chelton
5 - Avec qui trompe-t-il sa femme dans
“la vengeance d’une blonde” de Jeannot Szwarc?
a - Clémentine Célarié
b - Anémone
c - Miou-Miou
d - Marie-Anne Chazel
6 - Dans quel film joue-t-il son propre rôle?
a - “Tranches de vie” de François Leterrier
b - “Grosse fatigue” de Michel Blanc
c - “Clara et les chics types” de Jacques Monnet
d - “Je vais craquer” de François Leterrier
Spécial Christian Clavier
7 - Avec quel réalisateur a-t-il fait plus de 6 films?
a - François Leterrier
b - Patrice Leconte
c - Gérard Oury
d - Jean-Marie Poiré
8 - Qui est son partenaire dans
“Les anges-gardiens” de Jean-Marie Poiré?
a - Jean Reno
b - Bernard Giraudeau
c - Gérard Depardieu
d - Gérard Lanvin
9 - Quel personnage célèbre a-t-il incarné
pour la télévision?
a - Napoléon
b - Robespierre
c - Edmond Dantès
d - Jean Valjean
10 - Quel héros de bande dessinée a-t-il interprété?
a - Lucky Luke
b - Astérix
c - Iznogoud
d - Tintin
11 - Quel est le sous-titre de “Les visiteurs II”
de Jean-Marie Poiré?
a - Les couloirs du temps
b - Le voyage dans le temps
c - Changement de temps
d - Les passages du temps
12 - Quel est le titre de l’un
de ses derniers longs métrages?
a - Lovely lola
b - Lovely Rita
c - Lovely Irma
d - Lovely Nina
RESPOSTAS QUIZZ N°72
1) a ; 2) d ; 3) b ; 4) b ; 5) a ; 6) d ; 7) b ; 8) c ; 9) a ; 10) d ; 11) c.
Reponses sur le prochain numéro!
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 33

CURIOSIDADES
Ainda não há muito mais de
10 000 anos, os gelos cobriam
a maior parte da Europa.
Habitavam-na certos povos
caçadores, que nos legaram
desenhos admiráveis, descobertos
em grutas da Espanha
e da França.
Aementa é constituída por
pedaços de carne de cavalo,
tenra e suculenta : comer-se-á crua à maneira de
acepipe. Em seguida, quatro pernas de cabrito
montês assadas no espeto. Para finalizar, trutas
grelhadas e perdizes ; colocadas entre duas camadas
de pedras aquecidas, foram lentamente estufadas ao
calor das brasas. Uma pitada de cinza fria substituirá
o sal : já nessa época se sentia a necessidade
de realçar o gosto dos alimentos.
Durante a refeição, os anciãos evocam as maravilhosas
caçadas de outrora, em que, por vezes, conseguiam
abater um mamute, verdadeira “mina de carne”.
As escavações trouxeram à luz
do dia não só grandes monumentos,
mas também numerosos
documentos. Alguns revelam
que, no decorrer dos 3 000 anos
da sua História, o Egipto antigo
conheceu graves conflitos sociais.
Piteisis trabalha no acabamento da sepultura real.
Ouando se alistou na equipa foi, como os seus companheiros,
seduzido pelas condições do contrato.
Por mês, os operários receberão 380 litros de trigo
e 140 litros de cevada. Ser-lhes-á distribuído peixe,
legumes frescos, banha e óleo, com que untam a
cabeça para se protegerem do sol. E poderão beber
à água e cerveja. O empreiteiro dar-lhes-á, além disso,
uma tanga de linho e sandálias de palha ; os que têm
de andar sobre rochas lisas e escorregadias receberão
diariamente um par com as solas barradas com resina.
A princípio o contrato foi respeitado. Piteisis felicitava-se
por ter aceite este trabalho. Mas há já dois
meses que, sem que se saiba porquê ninguém recebe
as rações combinadas.
Os operários, para obterem o que lhes é devido,
decidiram parar o trabalho. Deste modo, pensam eles,
ganharão a sua causa, Não é qualquer pessoa que se
34 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Na época dos mamutes
As mulheres ficaram no acampamento simples
abrigo sob uma saliência rochosa. Reunidas em
volta da fo preparam estes pratos deliciosos : tarefa
pouco absorvente, que lhes deixa tempo para
conversar, fabricar tintas para o rosto e enfeitar-se
com colares e pulseiras.
Para os homens, a caça é uma actividade exaltante,
que afina os sentidos e os reflexos. A caça abunda
e dá-se menos valor à quantidade de animais caçados
que à maneira de os caçar. E durante estes banquetes,
cada um comerá seis ou oito quilos de
carne. O caçador consagra uma grande parte do seu
tempo livre ao fabrico de armas. Faz as maças com
chifres de veado. Talha num fémur de auroque as
pontas de lança antes de as afiar. Por fim, coloca-as
numa cavidade rochosa, que constitui um depósito
de armas à entrada da gruta.
Um deles, muito previdente, tinha, desse modo,
preparado uma grande quantidade de armas, que
um arqueólogo havia de encontrar, intactas, dez
milénios mais tarde. ■
Também havia greves no Egipto
pode improvisar em decorador
de túmulos, e o vizir não poderá
substituí-los. Alguns meses antes
tinham enviado contra Piteisis e os
que com ele faziam causa camum
uma esquadra de latagões armados,
cujos cacetes depressa tinham
resolvido a questão. Mas, desta vez, o ministro é
responsável perante o faraó pelo bom andamento
dos trabalhos finais. Se não quer incorrer na ira do
soberano, terá de ceder. Os aldeãos apoiam os grevistas
da maneira que podem.
Enquanto esperam a solução do conflito, arranjam-lhes
com que subsistir no dia-a-dia. ■
Porque é que o burro tem
as orelhas compridas
Quando Deus criou os animais, deu nome a todos ;
daí a dias veio verificar se eles se lembravam ainda
dos seus nomes. Todos se lembravam menos
o burro ; Deus então puxou-lhe muito as
orelhas enquanto lhe dizia :
- Burro, burro! Sempre hás-de ser burro!
Tanto puxou, que o resultado é visível! ■

O silêncio
Cheguei carregada de peso, frio
Carregada de tristeza e desilusão…
Abri a porta entrei no vazio
…Acentuou-se a lúgubre decepção.
Sentei-me no chão, fechei os olhos
Como se quisesse fugir à solidão
Entrar num mundo distante
E percorrer o mundo de então!
Tentei exteriorizar-me em vão
O olhar cansado de sentir o rio…
Abriu-se novamente no vazio.
Imóvel fixei-o longas horas
Nada sentia nada via, apenas
O silêncio profundo das almas!
Olga Diegues - CPLP
A ciência
A ciência é a ciência
Que a própria ciência encerra
Quantas vezes a ciência
Os passos que os dá erra
Exemplo esses da guerra
Que a ofende o movimento
Que o ódio faz vingar
Ás vezes só num momento
A ciência é a ciência
Que o cientista estudou
Mas bons ou maus resultados
Nem sempre os analisou
Resultados negativos
Resultados positivos
Que a própria ciência encerra
E quantas vezes a ciência
Na sua própria experiência
Queima até a própria Terra
Domingos Batista Trindade - CPLP
POÉSIE
Encontrei a lua
chorando na rua!
A morte é sombra do abandono!
É a saudade e a dor,
É uma estação do ano, mas sem Outono…
São folhas mortas, sem flore!
É braços nus, sem desejos,
São suspiros branquejantes,
São dores das saudades, dos beijos…
Como os lábios de luto, dos amantes ;
Tu lua triste, e independente,
Choravas como eu na romaria ;
Passeando na rua com agonia,
Para descansares eternamente!
Passeavas um dia pela noitinha!
Vestida de branco e triste ;
Olhaste e não me viste,
Nem a tristeza, que era a minha!
Foi isto em uma tarde,
Que hoje ainda, no meu peito arde;
Pela saudade pura,
Não te tornei a ver, sofro tanto tanto…
Reza mas não sou santo,
E procuro voar, a muita altura!
José Gonçalves - CPLP
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 35

NOUVEAUTÉS
S
aveurs d’été de Philibert Routin
Des cocktails de rêve!
Cette année, Saveurs d’été de Philibert Routin, a concocté
des bases de cocktails spécialement conçues pour préparer
de délicieuses boissons avec ou sans alcool.
Une idée originale pour réussir à coup sûr des cocktails
et éblouir tous vos amis.
Pina colada, margarita, à consommer simplement avec
de la glace, ou avec de l’alcool pour vos soirées.
Quelques recettes pour mettre l’eau à la bouche
Pina Colada sur glace :
Dans un mixer, verser 2cl de base Pina Colada Saveurs
d’été, puis 15cl d’eau, rajouter un verre de glaçons. Mixer
jusqu’à obtenir un onctueux granité.
Pina Colada classique (cocktail avec alcool):
Dans un shaker, verser 2cl de base Pina Colada,
puis 8cl de rhum blanc, rallonger avec 5cl d’eau,
rajouter quelques glaçons et remuer 5-10
secondes. Verser dans un verre à cocktail que vous garnirez
avec une tranche d’ananas.
Margarita sur glace (cocktail avec alcool) :
Dans un mixer, verser 2cl de base Margarita Saveurs
d’été, puis 8cl de Téquila. Rajouter l’équivalent d’un
verre de glaçons et mixer 5-10 secondes.
Margarita classique :
Dans un shaker, verser 2cl de base Margarita
Saveurs d’été, puis 12cl d’eau. Rajouter l’équivalent
d’un verre de glaçons et mixer 5-10 secondes.
Un parfum d’ailleurs dans vos cocktails maison.
L’abus d’alcool est dangereux, à consommer avec modération.
L
acoste vous présente sa collection
automne-hiver 2004
Découvrez les nouveaux modèles de la collection Lacoste et
laissez-vous séduire par les couleurs. Sable-orange pour le
modèle “Homme Pico”, ou alors Carmin
pour les “Spin Nubuck”.
Pour les femmes, les couleurs
sont présentent
aussi avec le modèle “Mystère”
en blanc-multi rose ou
alors les “Twist”
en noir. D’autres
modèles et couleurs
sont disponibles.
À vous de choisir!
36 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
B
énénuts, un vent de nouveautés
va souffler sur vos apéritifs
Découvrez les Soufflés
Légers de Papyrus, un
apéritif savoureux et
léger auquel il vous
sera difficile de résister…
“Twinuts
Pocket” de
délicieuses
cacahuètes
enrobées, en format poche,
qui ne vont plus vous quitter!
Bénénuts crée la gamme
“Cacahuètes & Nature”,
la note originale et
authentique de vos
apéritifs.
Redonnez de la douceur et de
la variété à vos apéritifs avec
le Cocktail Salé Bénénuts.
Cette sélection si généreuse
et si craquante vous
fera fondre de plaisir et
étonnera vos convives…
À vous de laisser parler votre imagination!
U
n automne vitalité
avec la viande de dinde
Velouté de dinde aux 3 légumes
Préparation : 15mn - Cuisson : 25mn
Ingrédients pour 4 personnes :
• 250g de filet de dinde • 1 poireau
• 200g de pommes de terre • 200g
de carottes • 1 c. à café d’huile.
1 - Laver et éplucher
les légumes. Les couper
en petits morceaux
ainsi que le filet de
dinde.
2 - Faire revenir le tout
dans une cocotte avec
l’huile.
3 - Recouvrir de 80cl
d’eau et laisser cuire 25 minutes à feux doux.
4 - Passer le tout au mixer. Saler et poivrer.

Laranjas, limões e tangerinas mais sumosos
Ponha-os dentro de uma
tigela de água quente durante
2 ou 3
minutos antes
de os espremer.
Terá assim
mais sumo.
Aipo contra
as frieiras
Faça ferver um quarto de
hora um aipo inteiro (cortado
aos bocadinhos) num tacho
com água. Utilize a água da cozedura
ainda quente para banhos ou pensos para
prevenir e tratar as frieiras.
Açúcar contra a humidade
Deposite açúcar no fundo
da cafeteira ou da chaleira
que não utiliza regularmente
: evitará o cheiro
a mofo.
Cozer no forno
Os alimentos de grande dimensão devem ser
posto na parte mais baixo do forno. Ao contrário,
os pequenos, na parte de cima.
Se a temperatura do forno for
demasiada elevada, poderá
baixá-la rapidamente ao por um
tacho com água bastante fria.
Mal disposta?
Tome um duche bem quente e
massaje-se a barriga com uma
luva cheia de gelo : o efeito
quente-frio vai descontrair e
acalmar as dores.
IDEIAS PRÁTICAS
A ostra e a chaleira
Evitará a formação de calcário
ao recuperar uma concha
de ostra limpa e
pondo-a no fundo
da sua chaleira.
O calcário concentrar-se-á
na concha.
Acabar com as projecções
Quando passa a sua sopa, há algumas projecções.
Para evitar que tal
aconteça, tape o recipiente
onde estiver a sopa com
um prato em papelão previamente
furado no centro
para puder passar a
varinha mágica.
Terrinas deliciosas
Se não dispõe
de ervas aromáticas
para as suas
terrinas, pode substituí-las por um copo
de licor de beneditina.
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 37

CULINÁRIA
Bolo de iogurte com nozes
Ingredientes para 4 pessoas
• 150 g de manteiga
• 175 g de açúcar
• 4 ovos
• 2 iogurtes naturais
• 300 g de farinha de trigo
• 1 colher (chá)
de fermento em pó
• 100 g de miolo
de nozes picado
• Manteiga para untar
• Papel vegetal para forrar
1. Unte com manteiga uma forma de
qualquer tipo, forre-lhe o fundo com papel
vegetal e volte a untar.
2. Amasse a manteiga com o açúcar até obter
creme. Junte-lhe depois os ovos, um a um,
em seguida os iogurtes e a farinha misturada
com o fermento e, por fim, as nozes picadas.
Mexa com cuidado e deite na forma.
3. Leve ao forno a 150˚C para cozer
durante 1 hora. Convém verificar se o bolo
está cozido antes de o retirar do forno.
Preparação : 10mn
Custo : médio
Grau de dificuldade : fácil
Ingredientes
para 4 pessoas
• 4 endívias
• 60g de queijo
roquefort
• 2dl de natas
• 1 limão
1. Escolha e lave as folhas das
endívias, corte-as em tirinhas,
reservando algumas inteiras para
decoração, e coloque-as num prato.
2. Com um garfo, esmague o queijo
roquefort até ficar em creme.
3. Misture o queijo esmagado
com as natas e o sumo do limão.
Preparação : 1h20mn
Custo : médio
Grau de dificuldade : fácil
Salada de endívias com molho roquefort
38 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
4. Deite o molho do queijo sobre
as endívias.
5. Decore a salada com as
folhas de endívia que reservou
e complete a gosto, por
exemplo, com gomos de
limão, pedaços de queijo
roquefort e, ainda, salsa
frisada.
Petit conseil :
L’endive est un légume
frais qui craint la lumière :
le bac à légumes du réfrigérateur
est l’endroit idéal pour la
conserver quelques jours.
Il suffit de la passer rapidement
sous l’eau avant préparation.

PARIS
PARIS 1 ER
SAUDADE
34, rue des Bourdonnais
Tél. : 01 42 36 03 65
Soirée Fado le 1 er mardi de chaque mois
Fermé le dimanche
PARIS 9 ÈME
PARIS MADEIRA BAR-RESTAURANT
28, rue Caumartin
Tél. : 01 47 42 63 65
Service continue de midi à 23h.
Baptêmes, anniversaires.
Ouvert tous les jours Fermé le dimanche
PARIS 13 ÈME
VILA REAL
10, rue de Domrémy
Tél. : 01 45 83 54 22
Fermé le dimanche (sauf réservations)
PARIS 14ÈME L’ARGANIER BAR-RESTAURANT
14, rue Edouard Jacques
Tél. : 01 43 35 35 45
Spécialités portugaises.
Grande salle privée pour vos réunions,
réceptions et banquets.
www.restaurantlarganier.com
Ouvert tous les jours de 11h30 à 2h du matin
PARIS 16 ÈME
LE BISTRO DE LONGCHAMP
CHEZ REBELO ET LINDA
40, rue de Longchamps
Tél. : 01 47 27 53 50
Ouvert tous les jours
Fermé le dimanche à partir de 20h
PARIS 17 ÈME
LE PARC
172, rue Cardinet
Tél. : 01 46 27 58 77
Fermé le lundi soir
Restaurante
ADRESSES GOURMANDES
Le Parc
Especialidades Franco-Portuguesas
FADOS AS SEXTAS E SÁBADOS
O SENHOR ALVES E A SUA EQUIPA ESPERAM POR SI
SERVIÇO À CARTA.
BAPTIZADOS, CASAMENTOS E OUTRAS FESTAS.
172, rue Cardinet - 75017 PARIS
Tél. : 01 46 27 58 77
BAR RESTAURANT SPECIALITES FRANCO-PORTUGAISES
6, Rue Claude Bernard - 93100 Montreuil - Tél. : 01 48 18 00 53
Petiscos da Parte da Tarde
Bacalhau todas as Sextas-Feiras
Sport TV
40, rue de Longchamp 75016 Paris • Tél. : 01 47 27 53 50
Cozinha Tradicional Portuguesa
Churrasco na Brasa
Fado todos os Sábados à noite
102, rue de Chatou - 92700 Colombes
Tél. : 01 47 86 14 08 - www.aupetitchalet.com
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 39

ADRESSES GOURMANDES
SEINE ET MARNE
VILLEPARISIS 77270
LE PETIT CHALET
26, av. Eugène Varlin
Tél. : 01 64 67 19 98
YVELINES
VERSAILLES 78000
SAUDADE
20, rue du Gal Leclerc
Tél. : 01 39 51 35 91
Fermé le lundi soir
Fermé le lundi
RAMBOUILLET 78120
LE MARQUIS DE POMBAL
2, rue Louis Leblanc
Tél. : 01 34 83 02 45
Ouvert tous les jours
sauf le dimanche soir et le lundi soir
SAINT-CYR L’ECOLE 78210
LES AILES VOLANTES
Aérodrome St-Cyr L’École
Tél. : 01 34 60 35 55
Fermé le dimanche soir et le lundi soi
HAUTS DE SEINE
COLOMBES 92700
RESTAURANT AU PETIT CHALET
102, rue du Chatou
Tél. : 01 47 86 14 08
Fermé le lundi
PUTEAUX 92800
O LUAR DA NOITE
99, av. du Président Wilson
Tél. : 01 47 75 04 94
Sala para casamentos, baptizados e comunhões.
Gosta de gambas na brasa?!
Venha visitar-nos.
Fechado Segundas e Terças à noite
ALABERGÈRE
126-128, av. du Président Wilson
Tél. : 01 47 75 03 29
Casamentos, baptizados, comunhões.
Duas salas para receber 120 pessoas e 80 pessoas.
Fermé dimanche, sauf réservation
40 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
SEINE ST DENIS
MONTREUIL 93100
RESTAURANT EURO
95, rue Robespierre
Tél. : 01 48 51 01 99
Ouvert tous les jours
CHEZ CARLA
6, rue Claude Bernard
Tél. : 01 48 18 00 53
Ouvert tous les jours
Dîners les jeudis, vendredis et samedi
ROMAINVILLE 93230
RESTAURANT O PIRATA
59, rue Pierre Curie
Tél. : 01 48 40 25 13
SAINT-OUEN 93400
O BEIRÃO
11, rue Lécuyer
Tél. : 01 40 11 35 56
Fermé le dimanche
Fermé le lundi
DRANCY 93700
O LISBOA
90, Avenue Jean Jaurès
Tél. : 01 48 31 95 79
Animação com Armindo Campos aos fins de semana.
Fermé le dimanche soir et le lundi
BEZONS 95870
VAL D’OISE
O CAÇADOR
1, rue Lucien Sampaix
Tél. : 01 34 10 15 61
Ouvert du lundi au samedi midi
vendredi, samedi soir - fermé le dimanche

PARIS 17 ÈME
RESTAURANTS FRANÇAIS
L’ÉTOILE VERTE
13, rue Brey
Tél. : 01 43 80 69 34
Site Internet : www.étoile-verte.fr
Menu à 11,50 € service du midi (sauf samedi,
dimanche et jours fériés). Menus à 18 € (sans
boissons) et 26 € (avec apéritif et 1/2 de vin).
Ouvert tous les jours
ASINS D’ALIMENTATION PORTUGAISMAIS
MAGASINS D’ALIMENTATION PORTUGAIS
YVELINES
VERSAILLES 78000
LES AMUSES-GUEULE DU SOLEIL
20, rue du Gal Leclerc
Tél. : 01 39 51 35 91 - Fax : 01 39 20 04 71
Commandes prises tous les jours et
livraisons du mardi au samedi.
ESTABELECIMENTOS FERREIRA
Halle de Versailles
2, rue au Pain - Carré aux Herbes
Tél./Fax : 01 39 51 08 78 - Port. : 06 61 09 91 99
Aberto terça a sexta 7h às 13h e das 15h às 19h30
Sábado 7h às 19h30 - Domingo 7h às 13h30
VAL D’OISE
ARGENTEUIL 95100
LES SAVEURS DU SOLEIL
5 et 7, rue des Grives - Val du Loup
Tél. : 01 34 10 81 60
Fermé le lundi
PATISSERIES PORTUGAISES
SEINE ST DENIS
PIERREFITTE 93380
PATISSERIE CANELAS
62, av. Emile Zola
Tél. : 01 48 21 84 51
Fermé le lundi
Ouvert midi et soir
Dimanche ouvert
pour réceptions
(Baptêmes, communions,
mariages)
Réservations
01 45 83 54 22
10, rue Domrémy - 75013 Paris - Métro : Biblio. F. Mitterrand/Chevaleret
Les Amuse - Gueules du Soleil
Descanse... Vamos Servi-lo
Sabemos o que precisa :
Entregas possíveis em toda a França
Exemplos :
Rissóis diversos
Pasteis de bacalhau
Bacalhau à Brás
Bacalhau congelado
Peixes prontos a cozinhar
Couve para caldo verde
Pastelaria tradicional portuguesa
Produtos Portugueses
ultra congelados
OUTROS PRODUTOS INFORME-SE
20, rue Gal Leclerc - 78000 VERSAILLES
Tél. : 01 39 51 35 91
Fax : 01 39 20 04 71
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 41

ADRESSES GOURMANDES
TRAITEURS PORTUGAIS
SEINE ST DENIS
COUBRON 93470
LA CRÉMAILLÈRE
25, rue de la Source
Tél : 01 45 09 26 10 - Fax : 01 43 32 04 93
Contacter Paulo Goncalves 06 88 24 04 82
Mariages, baptêmes, réceptions sur place ou à l’extérieur,
séminaires. 4 salles pour réceptions de 30 à 200 couverts.
www.lacremaillerereception.net
Fermé le lundi
VAL DE MARNE
SAINT-MAUR 94100
RIBEIRO HORTENSIO
9, place de Rimini
Tél. : 01 48 89 14 49/Portable : 06 09 22 14 16
Casamentos, baptizados, recepções. Pasteis,
rissóis, leitão à bairrada.
Aberto todos os dias
Cocktails - Mariages
Baptêmes - Anniversaires
NC. 62, av. Emile Zola - 93380 PIERREFITTE
Tél. : 01 48 21 84 51 - Fax : 01 48 21 77 99
Pensez à mettre
votre menu de Noël
et fin d’année
le mois prochain
dans le magazine
Vida Lusa.
42 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
Restaurante dirigido por Eduardo (ex Rio Liz)
ALIMENTATION • RÔTISSERIE • CHURRASCO
PLATS À EMPORTER • PAINS TYPIQUES • VINS • ALCOOLS
ARTISANAT • OBJETS • CADEAUX • DISQUES •K7•PRESSE SPÉCIALISÉE
PORTUGAL - ESPAGNE - ITALIE - GRECE
Des
saveurs
authentiques
Cochon de lait Bairrada - Chevreau
Horaires : 9h/19h30 - Fermé le lundi
5 et 7, rue des Grives - Val du Loup - D392 (RN192)
95100 ARGENTEUIL - Tél. : 01 34 10 81 60
www.ibericoportugal.com

Continuação da página 11
Colombes, com uma assistência de cêrca de 70 mil
espectadores, com a colaboração de Manuel Barbosa
(Agencia Mercury) e o Banco Franco-Português.
O Portugal Popular foi também um elo de ligação,
convivio e auxílio social à emigração portuguesa
espalhada pelo mundo e era vendido ao preço de 80
cê ntimos por número e 40 francos por assinatura anual.
E acredite Sr. Bruno Manteigas que os emigrantes
liam o jornal pagando, o que não acontece actualmente
com os jornais gratuitos e, nessa época chegaram-se
a publicar 21 jornais depois do “Portugal
Popular” ter aparecido tais como “Correio Português”,
“O Emigrante”, “O Mensageiro” “Voz de
Portugal”, Notícias de Portugal”, “A Ponte”,
“Encontro”, “o Grito”, “o Povo”, “Portugal Livre”,
“a Luta”, “Caravela”, “Um Dia em França”, etc. etc.
E todos tinham preço, e não eram Gratuitos…
E como também o meu sonho era publicar uma revista
mensal, em 1993 ainda tive força com o auxilio da minha
mulher, para sair “Portugal Presse Magazine” com o
suplemento desportivo : “O Esférico”, que nessa altura teve
que lutar com a publicação de revistas e jornais gratuitos,
não podendo proseguir como eram nossos desejos.
CARTA ABERTA
E como falou também no Sr. William Sismeiro proprietário
da libraria Portugal devo dizer-lhe que os
seus pais Fernando Sismeiro e esposa foram meus
dedicados colaboradores e testemunho certamente
de toda a luta travada nesses anos de 1968 a 1976.
Já vai um pouco longo esta minha carta dirigida ao
Sr. Bruno Manteigas “Agência Lusa”, mas espero
bem que tenha compreedido a minha intervenção!…
Para se ser jornalista ao escrever tem de se documentar
devidamente para não induzir em erro os leitores e
ofender indirectamente quem tanta energia dispendeu
a bem, dos seus compatriotas sem lucros materiais.
Os títulos de comendadores foram oferecidos a
empresários que fizeram fortunas na emigração e não
aos obreiros que trabalharam desinteressadamente
e por paixão tão digna e liberal de que me orgulho.
Para terminar, os meus sinceros agradecimentos ao
meu amigo Tony Cardoso e “Vida Lusa” por esta
ocupação de espaço, mas creio que mercida para
repôr a verdade no seu devido lugar.
E para Sr. Bruno Manteigas os meus melhores
cumprimentos e ao seu dispor. ■
António Pardal
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 43

HOROSCOPE
Bélier (21 mars - 20 avril)
Vérifiez bien vos finances, et évitez de vous lancer
tête baissée dans de nouveaux projets avant le 12.
En effet, des imprévus risquent de surgir, et de jouer
les troubles-fêtes. Par ailleurs, une situation
familiale peut dégénérer si vous jetez de
l’huile sur le feu. Prudence! Vie amoureuse
haute en couleurs. Il faut dire
que votre libido est décuplée! Si
vous êtes seuls, de bons moments
en perspective, mais vous aurez du
mal à faire le tri. Le mieux serait
d’éviter les promesses ce mois-ci.
Santé : Vous aurez une énergie d’enfer,
mais attention tout de même à des entorses, des coupures…
Taureau (21 avril - 20 mai)
Vous n’hésiterez pas à prendre le taureau par les cornes et à défendre
vos opinions. Ne perdez pas votre enthousiasme, même si vos collègues
ou vos amis affichent des réactions assez négatives. Il y aurait bien de
la jalousie dans l’air! Pour certains, des nouvelles
d’une affaire de justice, attendue depuis
longtemps. Des décisions en amour. Ce
sera un bon mois pour parler vie commune,
approfondir un lien… Ou en
défaire un! Si vous êtes seul(e), une
rencontre pourrait bien vous faire la
vie sous un angle : celui de l’amour partagé.
Santé : L’activité physique, il n’y a que ça
de vrai!
Gémeaux (21 mai - 21 juin)
Que vous soyez en haut de l’échelle sociale ou à un niveau plus modeste
dans votre job, vous allez aller de l’avant. Comme si une force
mystérieuse vous obligeait à vous dépasser. C’est tout simplement
Jupiter qui vous booste, et qui met des tas d’opportunités
sur votre route. La vie amoureuse,
elle, est en majuscules pour beaucoup
d’entre vous. Il faut dire que ce moisci,
vous avez de quoi séduire la terre
entière. Vos nuits sont surbookées, vos
journées débordent de textos…
Prudence si vous êtes marié(e)!
Santé : Les activités physiques nocturnes
ne remplacent jamais la pratique d’un sport!
44 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
PAR LUCE GREINER
Voyante - Astrologue vue sur TF1 Tél. : 03 25 21 70 28
Cancer (22 juin - 22 juillet)
Des complications dans votre job. Pour certains, il
sera question de fin de contrat ou de plan social, tandis
que d’autres vont rencontrer une ambiance faite de
conflits, de jalousies, de mauvaise foi.
Meilleur climat à partir du 12. Certains
devront négocier habilement un différend
immobilier ou familial. Restez zen,
la solution est à votre portée.
Amour : Pour être heureux, c’est
simple, il suffit de rendre les autres
heureux. Si vous en faisiez votre devise?
En tout cas, une belle sensualité est
au programme, notamment à partir du 12!
Santé : Que de nervosité et de stress en perspective!
Lion (23 juillet - 22 août)
Ne soyez pas aussi impatients dans vos affaires, sinon vous allez tout
faire rater. Vous avez présenté vos projets, maintenant la balle est dans
l’autre camp. Attendez un peu. Certains devront concilier la vie familiale
et le boulot, et ça ne sera pas forcément facile…
En amour, c’est un sentiment
d’injustice qui vous mine. Vous avez l’impression
de tout donner et de ne rien
recevoir, ou si peu… Si vous êtes
seul(e) vous pourriez rencontrer
l’amour par le biais de petites annonces
ou du téléphone. Lancez-vous!
Santé : Grande tension intérieure, qui
pourrait se manifester par des allergies.
Vierge (23 août - 22 septembre)
La réussite professionnelle est actuellement un de vos principaux objectifs.
Pour certains, une proposition pourrait marquer une étape décisive
vers le succès. Par contre, ne faites pas de la moindre remarque
une affaire d’état, un accès de susceptibilité passera
mal en famille ou en couple! En amour,
c’est bien de reconnaître ses torts, mais
aux yeux de l’autre, l’affaire est loin
d’être close. Alors, il va falloir expliquer
votre récent comportement…
Santé : Vous aurez envie de grand
air, de voyages et de mouvement. N’en
faites tout de même pas trop, et pensez
à récupérer de temps en temps!

Balance (23 septembre - 22 octobre)
Une association de compétences ou un travail d’équipe pourrait donner
d’excellents résultats pour une entreprise de longue haleine.
Choisissez bien vos coéquipiers. Par ailleurs, une nette amélioration
des finances vous permet d’envisager un projet
longtemps repoussé. En amour, la glace fond
vite, et dès le premier mot, vous séduisez…
ou vous êtes séduit(e)! Un mois
donc riche en tendresse et en promesses
d’éternité, malgré quelques oppositions
familiales, pour certains.
Santé : À moins que vous n’achetiez
des vêtements de grande taille, il est urgent
de surveiller votre alimentation!
Scorpion (23 octobre - 21 novembre)
Ne cédez pas à la pression ambiante qui laisse penser qu’un changement
est urgent dans vos activités. Restez calmement sur vos positions
et observez sans précipitation. Une solution se profile à partir du 12.
En amour, vous aurez envie d’affirmer haut
et fort un puissant sentiment de liberté.
Cela peut surprendre, voire contrarier.
Quelques étincelles pourraient même
jaillir et l’atmosphère conjugale se
charger d’électricité, d’autant que vous
ne serez pas enclins à faire des concessions.
Les célibataires, eux, butinent tout
leur comptant!
Santé : Vous vous compliquez beaucoup la vie!
Sagittaire (22 novembre - 20 décembre)
Dans vos affaires, un temps de négociation et de recul stratégique peut
vous valoir un succès inespéré. Vous semblez assis sur un volcan, mais
en fait, tout dépend de vous et de votre sang froid. Prudence toutefois
à partir du 12, des jaloux pourraient vous
tendre un piège. En amour, vous vivez des
influx contradictoires. D’un côté vous
voulez séduire, d’un autre, vous ne
voulez rendre de comptes à personne.
Pas facile de gérer tout ça.
Santé : Une forme moyenne, avec des
problèmes existentiels, qui débouchent
sur des maux d’estomac. Si en plus vous
vous lancez dans des overdoses de cafés…
Voyance sans CB au 08 92 23 11 39
Capricorne (21 décembre - 19 janvier)
Faire des heures supplémentaires ou remplacer un(e) collègue ne vous
fera pas peur. Et comme vous recevez le soutien de la Lune à partir du
12, vous pourrez miser sur de sérieux pistons pour vous donner un
coup de pouce. En cas de démêlés avec l’administration
ou votre banque, c’est clair, ça aide!
En amour, certains vont oublier leur sacro-sainte
réserve, et se lancer dans
une drague intensive, quitte à séduire
même sur leur lieu de travail! Pour
d’autres, une amitié de longue date
pourrait bien se changer en un amour
longue durée.
Santé : Grosse fatigue. Vous aspirez à changer
de rythme.
Verseau (20 janvier - 18 février)
Une belle période s’ouvre côté professionnel. Vous réussissez tout ce
que vous entreprenez, et tout le monde est impressionné par votre
charisme. Excellent moment si vous cherchez du travail, vous pourriez
tomber sur une annonce mise exprès pour vous…
Côté cœur, vous avez envie de changer le
rythme de votre couple, de lui donner
une autre dimension. Pour certains,
c’est la décision d’agrandir la famille,
pour d’autres, la maison. Attention,
dans ce cas à votre budget, qui ne suit
pas forcément.
Santé : Attention aux coups de froid :
Risque d’angines, de fièvre ou de problèmes
respiratoires.
Poissons (19 février - 20 mars)
Dans votre job, les planètes vous obligent à faire preuve d’hyperactivité,
notamment à partir du 12. Vos actions seront propres à impressionner
votre direction, et votre diplomatie va faire des merveilles!
Bonne période si votre travail est en rapport avec
l’étranger, le tourisme ou l’import-export.
En amour, compréhension et sens du dialogue
vous permettent de mener
‘l’Autre” là où vous voulez, peut-être
même à la mairie la plus proche! Pour
certains, un voyage à deux est programmé.
Santé : Bonne mais avec vous, le problème
c’est qu’un jour vous avez la pêche,
le lendemain le cafard…
Novembre 2004 — Vida Lusa n° 73 — 45

LEVER L’ENCRE
Elle marche très droite, un joli panier se balance à son
bras au rythme de la marche, pousse une porte, et monte une
volée de marches, en s’efforçant d’oublier son mal à la cheville. Des
bruits de conversation sotto voce sont perceptibles, qui s’interrompent un
instant au martèlement inopiné de ses talons sur le carrelage. La salle d’attente
est pleine, elle se faufile dans un coin, pose son panier à terre et ferme les
yeux pour prévenir d’éventuelles questions. A l’appel de son nom, elle se
lève, prend le panier et se dirige vers le cabinet de consultations :
- Je vous avoue que c’est une première dans ma carrière, les avez-vous
depuis longtemps?
- Non, Monsieur je les ai eus cet après-midi.
- Alors, quel est le problème?
- Stress, angoisse, peur de l’avenir immédiat. Je suis venue parce que je
crois que vous êtes en mesure de m’aider à résoudre ce problème.
Ce matin, en me levant du pied droit, obéissant en cela à un rituel
immuable, je ne me doutais pas que le résultat de mon action ne serait
pas celui que j’escomptais, les expériences antérieures ayant été plutôt
chanceuses. S’il y a une cinquantaine de vendredis dans l’année, il n’y
a en général qu’un vendredi 13, parfois deux, et la probabilité pour
qu’il arrive quelque chose de fâcheux est aussi mince que de gagner
le gros lot. Pourtant, en me levant aujourd’hui, mon gauche de pied
droit a dérapé sur le sol, m’envoyant au tapis. Je me relevai en gémissant et une fois debout, je constatai
que j’avais très mal à la cheville et j’en fus très contrariée. Clopin-clopant, je me livrai aux diverses occupations
de la matinée, après quoi je me préparai pour sortir.
Ce fut donc un vendredi 13, à très exactement treize heures et treize minutes que je les ai vus.
- Voilà mademoiselle, cela vous fait treize euros tout rond. Vous allez vous régaler, c’est la saison, me dit
le marchand en remplissant mon panier ouvert.
De retour à la maison, je m’employai à la confection d’un bouillon savamment parfumé, et après seulement
j’ai précautionneusement transféré le contenu de mon panier dans l’évier. A l’aide d’une brosse je me suis
mise à leur frotter délicatement le dos et le thorax, tout en sifflotant pour me donner du cœur à l’ouvrage.
M’intéressant d’un peu plus près à mon travail, j’ai soudain pris conscience d’être observée par deux paires
de petits yeux ronds, très noirs. Troublée, je continuai ma besogne, et soit mes oreilles me jouaient des
tours, soit ils gloussaient vraiment de plaisir ! Je poursuivis néanmoins mon brossage et, à mon grand étonnement,
je les ai entendus pousser des petits grognements et vu se tortiller et se recroqueviller, comme le
ferait quelqu’un qu’on chatouille. Réagissant d’une manière complètement illogique, je leur parlai de la
suite des événements et de ce à quoi je les destinais. Au moment où ils se sont mis à pousser des cris et à
vouloir escalader l’évier, je devins blême et arrêtai le feu sous le bouillon.
- Hou là là! Ça a l’air très bon. Quelle bonne surprise!
- Treize euros…
- Très heureux, oui! Des coquilles de crabe thermidor,
j’adore ça.
- Tu n’as pas compris. J’ai payé treize euros, les
crabes, et deux cent cinquante euros l’anesthésie
chez le vétérinaire. Quelle veine ! Une gâterie de
prix pour une journée exceptionnelle ! Bon anniversaire!
■
Manuela Mattauch
46 — Vida Lusa n° 73 — Novembre 2004
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