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deixis, tempo e narração - Repositório Aberto da Universidade do ...

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ordenar, censurar, argumentar, etc, são actos de linguagem;<br />

são-no igualmente imaginar, narrar, reflect ir, pensar . . .<br />

Estes são, aliás, muito mais essencialmente actos de lin­<br />

guagem já que só por meio <strong>da</strong> linguagem podem ser realiza<strong>do</strong>s.<br />

Este modelo de locutor pressuposto pelas teorias<br />

pragmáticas configura-se como um "homem de acção" (fala para<br />

agir sobre os outros) que conhece, para além <strong>da</strong>s regras <strong>do</strong><br />

código linguístico, inúmeras regras comunicacionais e conver-<br />

sacionais e as sabe utilizar para garantir a eficácia <strong>da</strong> lin­<br />

guagem, sua principal "arma" no combate social. Em suma, vive<br />

num esta<strong>do</strong> de t e n s S o que lhe augura uma vi<strong>da</strong> curta, se não<br />

for reconheci<strong>do</strong> que fazem parte <strong>da</strong> sua competência de falante<br />

dimensões que lhe permitem incluir, na activi<strong>da</strong>de linguís­<br />

tica, momentos de distensão ( s ). Por outras palavras, se não<br />

for aceite que tem uma competência narrativa ou evocat iva que<br />

lhe faculta, em complemento <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> linguagem como forma de<br />

inserção actuante num contexto interaccional, usá-la também<br />

como meio de desinserção fictiva desse contexto (ver, adian­<br />

te, 1,3. e 11,3.).<br />

Resumin<strong>do</strong>, parece-me possível destacar como<br />

principal crítica ao modelo de falante instituí<strong>do</strong> pela<br />

Pragmática o facto de se tratar de um locutor que usa a<br />

linguagem exclusivamente para comun içar. Ora é preciso<br />

reconhecer, contra a evidência <strong>do</strong> senso comum, que a comu-<br />

n icação não é a única função <strong>da</strong> linguagem nem é sequer a mais<br />

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