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deixis, tempo e narração - Repositório Aberto da Universidade do ...

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(ou deixan<strong>do</strong> em segun<strong>do</strong> plano) necessi<strong>da</strong>des que o movem de<br />

forma essencial na sua actuação linguística.<br />

Há muitos momentos <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de linguística em<br />

que "se suspende o dispositivo quotidiano <strong>da</strong> comunicação" (0.<br />

Lopes, 1986, p.23); Óscar Lopes dá como exemplo "o texto<br />

poético, fictive ou radicalmente meditativo" (ibidem, p. 23)<br />

mas, de um mo<strong>do</strong> geral, costuma atribuir-se este estatuto<br />

apenas ao texto 1 iterario( s ), o que não é correcto. Esta<br />

fronteira ( l °) não deve ser traça<strong>da</strong> entre o uso literário e o<br />

uso não literário <strong>da</strong> linguagem (ver, adiante, 111,2.) e não<br />

se trata sequer de uma fronteira rígi<strong>da</strong>: há formas de uso <strong>da</strong><br />

linguagem em que se suspende, em grau maior ou menor, a<br />

referência directa a um contexto presente, e em que, como<br />

sequência e reverso dessa suspensão, se criam as condições<br />

para que a linguagem construa o seu próprio contexto referen­<br />

cial, isto é, para que se desencadeie o que, seguin<strong>do</strong> P.<br />

Ricoeur, me proponho designar como produtivi<strong>da</strong>de referencial<br />

<strong>da</strong> linguagem verbal(ver, adiante, 1,3.).<br />

A <strong>narração</strong> pode contar-se como uma <strong>da</strong>s formas de<br />

utilização <strong>da</strong> linguagem que não são satisfatoriamente ex­<br />

plicáveis por um modelo comunicacional restrito, como as­<br />

sinalaram Kuro<strong>da</strong>: "/.../ it is difficult to account for<br />

narrât ion in the framework of the performative analysis or,<br />

more generally, in the communication-theoretic conception of<br />

language." (S.-Y. Kuro<strong>da</strong>, 1974, p.169) e A. Banfield: "While<br />

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