Contribuição para o Estado da Arte das continuidades e mudanças ...
Contribuição para o Estado da Arte das continuidades e mudanças ...
Contribuição para o Estado da Arte das continuidades e mudanças ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
contribuição <strong>para</strong> o <strong>Estado</strong> <strong>da</strong> arte <strong>da</strong>s continui<strong>da</strong>des e mu<strong>da</strong>nças em Moçambique<br />
APrEsENTAçãO<br />
Os Estudos Moçambicanos passaram a ter um desenvolvimento extraordinário<br />
no exterior deste país a partir dos anos oitenta, já em plena<br />
guerra civil. As agências nacionais e internacionais de financiamento de<br />
estudos e projectos dispuseram-se finalmente a patrocinar algumas pesquisas.<br />
Mas não só. Nos países vizinhos passou também a ser possível<br />
investigar com outra liber<strong>da</strong>de e novas fontes 1 a intervenção directa ou<br />
indirecta na guerra em Moçambique. Não é por acaso que a maioria dos<br />
títulos aqui inventariados são de autores de língua inglesa. E por vezes<br />
fica a dúvi<strong>da</strong>, como diz Pélissier (2004), se os «revolucionários» ou os<br />
«contra» fizeram as suas insurreições <strong>para</strong> libertar os seus povos ou <strong>para</strong><br />
ser objecto de um Ph.D numa qualquer Universi<strong>da</strong>de Americana ou Europeia.<br />
Até aos anos oitenta as investigações feitas por nacionais e estrangeiros<br />
tinham-se orientado principalmente <strong>para</strong> a História Colonial,<br />
<strong>para</strong> a História <strong>da</strong> Luta de Libertação 2 e, por causa do contexto político<br />
<strong>da</strong> África Austral e <strong>da</strong> presença em Maputo de académicos do Congresso<br />
Nacional Africano (ANC), <strong>para</strong> questões políticas do apartheid na Africa<br />
do Sul e <strong>da</strong> luta pela Independência <strong>da</strong> Namíbia e <strong>da</strong> Rodésia, assim<br />
como, <strong>para</strong> as economias regionais, sobretudo do trabalho migrante<br />
moçambicano <strong>para</strong> a África do Sul (First, 1982) e <strong>para</strong> a Rodésia. Serviram<br />
também certas dessas investigações <strong>para</strong> a elaboração de relatórios<br />
destinados às Agências <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, principalmente <strong>para</strong> o UNI-<br />
CEF, PNUD, FAO, OMS e FNUAP, e também <strong>para</strong> dezenas de ONG’s que<br />
“invadiram” Moçambique, numa primeira fase como «missionárias <strong>da</strong><br />
1 Vd as referências que David Alexander Robinson (2006: 30-53)faz a documentos desses arquivos<br />
finalmente disponíveis.<br />
2 Destacammos, entre outros, Alpers, Clarence-Smith, Hafkin, Isaacman, Liesegang, Munslow,<br />
Newitt, Penvenne, Randles, Ranger e Vail.<br />
2007 E-booK CEAUP<br />
15