10.05.2013 Views

Clóvis Ricardo Montenegro de Lima Maria Nélida Gonzalez ... - Ibict

Clóvis Ricardo Montenegro de Lima Maria Nélida Gonzalez ... - Ibict

Clóvis Ricardo Montenegro de Lima Maria Nélida Gonzalez ... - Ibict

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

em uma perspectiva construtivista. K. Popper, por seu turno, trabalha na<br />

linha <strong>de</strong> um racionalismo crítico que substitui a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fundamentação pelo<br />

método do exame crítico. Habermas menciona ainda, na linha da crítica ao<br />

hegelianismo, a epistemologia dialética <strong>de</strong> Lukacs e o negativismo <strong>de</strong> Adorno.<br />

– Terceira etapa:<br />

Na terceira etapa Habermas <strong>de</strong>scobre uma crítica ainda mais radical<br />

dirigida simultaneamente contra Kant, contra Hegel e contra os seguidores<br />

pós-kantianos e pós-hegelianos 14 . Trata-se <strong>de</strong> posições hermenêuticas e<br />

pragmáticas que questionam simplesmente qualquer tipo <strong>de</strong> pretensão <strong>de</strong><br />

racionalida<strong>de</strong> e isso a um nível <strong>de</strong> radicalida<strong>de</strong> jamais visto 15 . Habermas<br />

constata que a crítica radical <strong>de</strong>senvolvida por Paul Feierabend, Michel<br />

Foucault, R. Rorty e outros, e que preten<strong>de</strong> superar o espelho da natureza,<br />

coloca em questão as pretensões <strong>de</strong> fundamentação e autofundamentação da<br />

filosofia. Porquanto eles simplesmente abandonam o horizonte no qual se<br />

movia a filosofia da consciência.<br />

Ao apresentar a terceira etapa da história da crítica dirigida contra<br />

a filosofia, Habermas levanta uma questão importante: em que sentido as<br />

novas i<strong>de</strong>ias da hermenêutica e do pragmatismo <strong>de</strong>vem ser entendidas?<br />

– No sentido <strong>de</strong> uma renúncia total à pretensão da razão inerente à<br />

filosofia, o que equivaleria a uma <strong>de</strong>missão do papel da filosofia?<br />

– Ou no sentido <strong>de</strong> um novo paradigma, o qual, mesmo<br />

substituindo o jogo <strong>de</strong> linguagem mentalista da filosofia da<br />

consciência, não abrigaria os modos <strong>de</strong> fundamentação da<br />

filosofia da consciência? 16<br />

Antes <strong>de</strong> formular uma resposta, Habermas traça, em gran<strong>de</strong>s pinceladas,<br />

os contornos <strong>de</strong> quatro formas contemporâneas <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão da filosofia:<br />

a) a <strong>de</strong>missão terapêutica ou quietista inaugurada por Wittgenstein.<br />

Nessa linha, a filosofia teria <strong>de</strong> ser interpretada não como cura <strong>de</strong><br />

14 HABERMAS, J. Moralbewusstasein und kommunikatives Han<strong>de</strong>ln, 12.<br />

15 Ibid., 16.<br />

16 Ibid., 18.<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!