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Clóvis Ricardo Montenegro de Lima Maria Nélida Gonzalez ... - Ibict

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“Vistos” nas experiências municipais como componentes <strong>de</strong> um<br />

campo <strong>de</strong> relações e interações <strong>de</strong> sujeitos, esses espaços extrapolam aqueles<br />

que se tornaram institucionalizados sob a forma <strong>de</strong> parlamentos distanciados<br />

da esfera civil.<br />

A existência <strong>de</strong> canais institucionalizados <strong>de</strong> comunicação entre<br />

o Estado e a socieda<strong>de</strong> civil constitui a principal medida para a eficácia da<br />

participação. Por eles, é possível verificar-se até que ponto <strong>de</strong>mandas são<br />

transformadas em políticas públicas; os gestores têm o compartilhamento/<br />

participação como instrumento <strong>de</strong> planejamento e gestão; e os indivíduos,<br />

inseridos no sistema representativo, têm capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> influenciar as <strong>de</strong>cisões<br />

políticas <strong>de</strong> seus representantes.<br />

A comunicação governamental está relacionada com a construção<br />

<strong>de</strong> espaços públicos para a participação na gestão do município e não só<br />

para o <strong>de</strong>bate amplo <strong>de</strong> temas que tradicionalmente não são incluídos nas<br />

agendas públicas. O espaço local constitui campo <strong>de</strong> disputa e, muito além<br />

dos <strong>de</strong>bates originados pela mídia, procura-se i<strong>de</strong>ntificar a viabilização <strong>de</strong><br />

espaços capazes <strong>de</strong> promover uma nova esfera pública como âmbito <strong>de</strong><br />

participação e <strong>de</strong> controle público sobre a gestão.<br />

Para isso, concebe(m)-se o(s) espaço(s) público(s) a partir dos<br />

seus campos constitutivos, ou seja, os <strong>de</strong>mais “lugares” <strong>de</strong> comunicação,<br />

além da mídia, caracterizando a existência <strong>de</strong> um conjunto diversificado<br />

<strong>de</strong> estruturas comunicativas e, consequentemente, uma série <strong>de</strong> processos<br />

sociais <strong>de</strong> recepção e elaboração <strong>de</strong> discursos. Assim, por mecanismos como<br />

a participação as <strong>de</strong>cisões não estariam confinadas às assembleias políticas<br />

organizadas periodicamente, um espaço <strong>de</strong> discussão pública sem público<br />

(GOMES, 2003), mas no encontro conflitivo entre a esfera política (do po<strong>de</strong>r<br />

político) e a esfera civil (os que têm direito) 8 .<br />

8 Para Gomes (1999), a esfera pública é aquela na qual ocorre o <strong>de</strong>bate público enquanto as mídias<br />

seriam a esfera <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> temas originados na opinião pública no campo político ou<br />

nas próprias mídias [...] A partir <strong>de</strong> conhecimento, informações, interesse e competência receptiva, o<br />

público po<strong>de</strong>ria fazer uma edição própria das mensagens das mídias [...] A esfera <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> pública<br />

midiática po<strong>de</strong> ser editada e vivenciada como autêntica esfera pública, o que não significa que ela <strong>de</strong><br />

fato seja editada e vivenciada pela maioria das pessoas (p. 113).<br />

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