42 fragmentÉria, para ele o ensaio apresenta-se como uma forma dinámica e inquiridora. Posteriormente, Walter Benjamin 18 utilizou-se do modelo fragmentÉrio para seu projeto das Passagens. Benjamin deixou a obra inacabada, mas essa falta de acabamento corresponde de forma metafârica ç prâpria modernidade. Daà a posiÄÜo do teârico al<strong>em</strong>Üo Jérgen Habermas, para qu<strong>em</strong> a modernidade revela-se como um projeto inacabado. A cràtica da estÇtica fragmentÉria opÅe-se ç ideologia dos totalitarismos e sua verdade absoluta. A palavra al<strong>em</strong>Ü “Weltanschauung” a “visÜo de mundo” Ç representaÄÜo maior desse pensamento totalizante, pois aparece como um traÄo da ideologia nazista <strong>em</strong> busca de uma verdade universal e Önica. Na linguag<strong>em</strong> do Terceiro Reich, “Weltanschauung” passou a designar a compreensÜo intuitiva de complexos probl<strong>em</strong>as geopolàticos pelos nazistas, o que os permitiu agir <strong>em</strong> nome de um ideal maior e <strong>em</strong> conformidade com a sua visÜo de mundo. No fragmento, <strong>em</strong> vez de uma reduÄÜo de pluralidades, ocorre a abertura dialÇtica de conceitos, ou seja, a verdade Ç pensada atravÇs do transitârio, nÜo do eterno, ela foge da totalizaÄÜo. As artes de vanguarda sob esta perspectiva contribuàram para a fragmentaÄÜo ou esfacelamento do corpo <strong>em</strong> pedaÄos, pois, segundo a cràtica literÉria Eliane Moraes: “Para que as artes modernas levass<strong>em</strong> a termo seu projeto foi preciso, antes de mais nada, destruir o corpo, decompor sua matÇria, oferecÑ-lo tambÇm “<strong>em</strong> pedaÄos” (MORAES, 2002, p.60). Um quadro de RenÇ Magritte representa b<strong>em</strong> esse esfacelamento do corpo na arte moderna: 18 Ainda <strong>em</strong> seus estudos sobre Baudelaire, Benjamin adota a estrutura fragmentÉria <strong>em</strong> alguns de seus textos sobre o poeta francÑs, cont<strong>em</strong>plando o modelo fragmentÉrio como caracteràstico da modernidade nas dimensÅes da arte e histâria. A histâria, agora como uma narrativa aberta, traz consigo a ideia de fragmento, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que exclui uma totalidade de sentidos, mostrando, dessa forma, o fim da univocidade da palavra e do sujeito.
RenÑ Magritte, L’Åvidence eternelle (1930) 19 43 A forma humana Ç destruàda e tirada do centro, e leva consigo a desumanizaÄÜo da arte. A tela de Picasso representou o afastamento inicial da forma tradicional humana, dando lugar, atravÇs de sua tÇcnica cubista, para o hom<strong>em</strong> fragmentado. Em 1925, Ortega y Gasset publica um ensaio sobre a estÇtica moderna como o expressivo 19 Retirado do site. Acesso <strong>em</strong> 15 mar. 2010.
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATAR
- Page 3: HELANO JADER RIBEIRO ANA EM VENEZA:
- Page 7: AGRADECIMENTOS Aos meus pais, pela
- Page 11: ABSTRACT Ana em Veneza (1994), nove
- Page 15 and 16: 1 INTRODUÄÅO 15 Este trabalho tem
- Page 17: 17 A respeito da intertextualidade
- Page 20 and 21: 20 Nepomuceno. Seu intuito era tran
- Page 22 and 23: 22 indefectàvel gravata bufante de
- Page 24 and 25: 24 natural da infáncia, e a entrad
- Page 26 and 27: 26 (TREVISAN, 1998, p.361). Perdia-
- Page 28 and 29: 28 do coxo, do camponÑs, do jogado
- Page 30 and 31: 30 objeto” (LAGES, 2007, 61). Ele
- Page 32 and 33: 32 mau, sou mau, sou nulo, me mato
- Page 34 and 35: 34 narrativa, o caso da jÉ citada
- Page 36 and 37: 36 entendido assim, como um milagre
- Page 38 and 39: 38 A primeira parada fora do Brasil
- Page 40 and 41: 40 pode, dessa forma, ser associado
- Page 44 and 45: 44 tàtulo de A desumanizaÖÇo da
- Page 46 and 47: 46 do extermànio de milhÅes de ju
- Page 48 and 49: 48 muitas cràticas e censuras. Apr
- Page 50 and 51: 50 manera de esencia. Una co-esenci
- Page 52 and 53: 52 livro LÉgica do sentido. Subver
- Page 54 and 55: 54 O retorno Ç o retorno do sentid
- Page 56 and 57: 56 A morte de Deus anunciada por Ni
- Page 58 and 59: 58 progresso com o cinematâgrafo,
- Page 60 and 61: 60 um anjo contempla meio curvada,
- Page 62 and 63: 62 O anti-moderno - diz Compagnon -
- Page 64 and 65: 64 O padrÜo homem, branco e hetero
- Page 66 and 67: 66 tempo que traÄam suas fronteira
- Page 68 and 69: 68 a tradiÄÜo manniana. A apropri
- Page 70 and 71: 70 NÜo somos a Europa, a cultura e
- Page 72 and 73: 72 museus. Ela, que combatia a arte
- Page 74 and 75: 74 Kairos. A histâria nÜo Ç aqui
- Page 76 and 77: 76 A notÉvel garota Carmem, ela e
- Page 78 and 79: 78 NÜo obstante a contribuiÄÜo d
- Page 80 and 81: 80 exemplo do artista isolado do mu
- Page 82 and 83: 82 NÜo podemos esquecer que o olha
- Page 84 and 85: 84 Whereas ships and boats generall
- Page 86 and 87: 86 A novela Ç construàda sobre um
- Page 88 and 89: 88 e na absorÄÜo pelo fundo primo
- Page 90 and 91: 90 uma contemplaÄÜo ainda mais al
- Page 92 and 93:
92 AtravÇs de seu discurso, o cant
- Page 94 and 95:
94 O debate sobre a definiÄÜo da
- Page 96 and 97:
96 Montanha mÄgica (1924) e o cont
- Page 98 and 99:
entanto, rejeitava Nietzsche no per
- Page 100 and 101:
100 mÖsculo, cada segundo. Tudo d
- Page 102 and 103:
102 todo. NÜo somente Nepomuceno,
- Page 104 and 105:
104 sujeito medàocre incapaz de re
- Page 106 and 107:
106 primeiro teârico “de tendÑn
- Page 108 and 109:
108 do pessimismo na obra de Thomas
- Page 110 and 111:
110 erlebe ich ihn! - Was ist das n
- Page 112 and 113:
112 Eu Dodä a partir de agora nÜo
- Page 114 and 115:
114 Desse modo, Ana em Veneza revel
- Page 116 and 117:
REFERçNCIAS 116 ADORNO, Theodor W.
- Page 118 and 119:
118 DANUSER, Hermann. “Mahler”.
- Page 120 and 121:
120 __________. O relatârio da coi
- Page 122 and 123:
122 VATTIMO, G. O fim da modernidad
- Page 124 and 125:
ANEXO Entrevista com JoÜo SilvÇri
- Page 126 and 127:
EM SUA PR PRIA TERRA. 126 (01:41) J
- Page 128 and 129:
BASICAMENTE IMIGRANTES. (01:49) Jo
- Page 130 and 131:
130 (01:57) Joào SilvÑrio: DE JOM
- Page 132 and 133:
132 (02:05) Joào SilvÑrio: A SU T
- Page 134 and 135:
(02:11) Joào SilvÑrio: JULIA ERA
- Page 136 and 137:
136 (02:19) Joào SilvÑrio: N±O M
- Page 138 and 139:
138 (02:27) Joào SilvÑrio: E CONT
- Page 140 and 141:
140 (02:36) Joào SilvÑrio: E GRA
- Page 142 and 143:
142 EPIS DIO NO VES°VIO. ACHEI AQU
- Page 144 and 145:
SUAS PERGUNTAS. (02:51) Helano Jade
- Page 146:
146 (02:58) Helano Jader: SEU COMBA