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nº27 - nov/dez - Petrobras Distribuidora

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OPINIÃO<br />

A CRISE ENERGÉTICA<br />

E A GERAÇÃO TÉRMICA<br />

FLEXÍVEL<br />

Todos os dias, se lê nos jornais ou se vê na TV alguém falando<br />

sobre a crise energética que o Brasil está vivendo. Fala-se,<br />

algumas vezes, de falhas no planejamento estratégico do setor.<br />

Culpa-se, em outras, os entraves<br />

burocráticos para a<br />

obtenção das licenças ambientais.<br />

Invectiva-se, ocasionalmente,<br />

a Bolívia e suas <strong>nov</strong>as políticas para<br />

o gás natural. Enumeram-se diversas<br />

causas, nomeiam-se inúmeros<br />

culpados, porém continua difícil um<br />

consenso sobre as raízes e soluções.<br />

O alerta dado está correto. O Brasil<br />

tem uma reserva energética pouco<br />

maior que 15% de sua carga média.<br />

Considerando uma elasticidade de<br />

25% a 30% em relação ao crescimento<br />

econômico, com um crescimento do<br />

PIB de 4% a 5 % ao ano a partir de<br />

2007, a folga será totalmente consumida<br />

em cerca de três anos. E é impossível<br />

ter <strong>nov</strong>as gerações hídricas<br />

operando neste período, além das que<br />

estão em obra hoje. É necessário colocar<br />

na pauta de debates a matriz<br />

energética, a pertinência da geração<br />

térmica, a função da geração flexível<br />

e, em particular, a geração a óleo<br />

combustível ou diesel no Brasil.<br />

Enquanto o setor elétrico tentar<br />

negar a necessidade de uma <strong>nov</strong>a<br />

matriz, de um <strong>nov</strong>o modelo, para a<br />

geração elétrica no Brasil, todas as<br />

48 SOLUÇÕES<br />

soluções serão incompletas. Cabe<br />

lembrar, o país tem um compromisso<br />

inadiável com o crescimento econômico<br />

e com o fim da indescritível<br />

dívida social, o que só será possível<br />

se houver oferta de energia. O Brasil<br />

não pode, sob o risco de frustrar<br />

o seu desenvolvimento, depender<br />

apenas de energias limpas e re<strong>nov</strong>áveis,<br />

em especial da hídrica, por<br />

mais charmosas que sejam.<br />

É urgente encarar o fato de que, a<br />

exemplo do resto do mundo, o Brasil<br />

deve utilizar todas as formas de geração<br />

que puder e, em especial, a geração<br />

térmica, que é muito mais ampla<br />

que a geração a gás natural.<br />

Cabe, inicialmente, acelerar o processo<br />

de importação de gás natural liquefeito<br />

(GNL), considerando a existência de<br />

inúmeras termelétricas a gás instaladas<br />

e paradas. Ao mesmo tempo, deve<br />

se incentivar o uso do carvão, nacional<br />

e importado, e dar o justo espaço para<br />

térmicas a óleo combustível e diesel.<br />

A análise do papel da geração a<br />

óleo deve ser feita sob a ótica do custo-benefício.<br />

Tendo um menor custo<br />

de investimento, a principal função<br />

de usinas a óleo é ser reserva de se-<br />

Bruno Dauster, presidente da Associação Brasileira<br />

de Geração Flexível (ABRAGEF)<br />

gurança do sistema. Por ser operacionalmente<br />

mais onerosa que outras<br />

energias, geração a óleo, em especial<br />

a diesel, só deve ser acionada<br />

em situações críticas, de forma temporária.<br />

No Brasil, somente em situações<br />

particulares, em regiões não interligadas<br />

ao sistema integrado de distribuição<br />

de energia elétrica, é razoável<br />

utilizar essas térmicas de forma<br />

contínua, na base.<br />

As térmicas a óleo do sistema interligado,<br />

acionadas em momentos<br />

críticos, permitem manter os níveis<br />

de água nos reservatórios, em períodos<br />

de seca. Ao mesmo tempo, por<br />

estarem, em geral, sediadas próximas<br />

a centros de carga, podem ser<br />

a solução estepe para panes nos sistemas<br />

de transmissão. Reduzem e<br />

evitam, em última análise, o déficit e<br />

o racionamento.<br />

Os alertas estão dados, por todos<br />

os lados. Nossa proposta é analisarmos,<br />

sem preconceitos, as necessidades<br />

e virtualidades da geração elétrica<br />

no país, usando racionalmente<br />

a geração térmica, como elemento<br />

essencial para a segurança e ampliação<br />

do sistema.

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