nº27 - nov/dez - Petrobras Distribuidora
nº27 - nov/dez - Petrobras Distribuidora
nº27 - nov/dez - Petrobras Distribuidora
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ENTREVISTA<br />
o período em que ficar parada, a<br />
usina não traz nenhum custo. O óleo<br />
combustível, por sua vez, é o insumo<br />
mais flexível. É de fácil armazenamento,<br />
transporte e comercialização<br />
para outros fins, caso não<br />
precise ser consumido. Além disso,<br />
o que é mais caro? Construir uma<br />
térmica, que, mesmo parada, não<br />
terá qualquer gasto adicional, ou<br />
enfrentar o risco de um <strong>nov</strong>o racionamento?<br />
Basta ver o que o Brasil<br />
perdeu de PIB no ano do apagão.<br />
Se alguém disser que quer espalhar<br />
térmicas por todo o país, aí sim, é<br />
um equívoco. Mas ter usinas que<br />
supram eventuais períodos de redução<br />
dos reservatórios de água das<br />
hidrelétricas é planejamento.<br />
Soluções BR – Mas existe um mito<br />
de que as térmicas a óleo são altamente<br />
poluentes?<br />
Penna – A geração de energia,<br />
qualquer que seja a modalidade, tem<br />
um impacto ambiental. O que precisamos<br />
é administrar o nível deste<br />
impacto, adequando-o às necessidades<br />
do país. A hidroeletricidade também<br />
tem impacto ambiental. Pode<br />
não emitir CO 2 , mas, por outro lado,<br />
tem emissão de metano, alagamento<br />
de área, deslocamento de comunidades.<br />
Existe uma percepção equivocada<br />
com relação à termoeletricidade,<br />
notadamente as usinas a óleo<br />
combustível. O problema maior é a<br />
falta de informação. Com a tecnologia<br />
atual de utilização de motores,<br />
o impacto sobre o meio ambiente<br />
é mínimo. Nossos projetos em<br />
Manaus já estão em operação e se<br />
pode constatar: não há fumaça alguma!<br />
E lá a operação é contínua,<br />
na base. Quando falamos de energia<br />
complementar, as térmicas só<br />
devem entrar em operação em<br />
momentos de risco de abastecimento,<br />
por pouco tempo.<br />
6 SOLUÇÕES<br />
Soluções BR – Como tem sido a<br />
participação da BR nos leilões de<br />
energia?<br />
Penna – O setor elétrico vem apresentando<br />
mudanças importantes com<br />
o governo Lula, entre elas a criação<br />
da figura da contratação por disponibilidade,<br />
ideal para as térmicas de<br />
um modo geral. A BR participou dos<br />
leilões já realizados e está envolvida<br />
na instalação de térmicas a óleo em<br />
Goiás, na Bahia e no Ceará. Para o<br />
leilão de maio, a companhia tem<br />
vários empreendimentos inscritos,<br />
com ênfase na diversificação de insumos.<br />
Inscrevemos projetos de geração<br />
a carvão e a coque de petróleo.<br />
Isso só comprova a preocupação<br />
da BR em buscar <strong>nov</strong>as soluções<br />
que garantam o equilíbrio da oferta<br />
de energia no país. O carvão, por<br />
exemplo, tem sido um insumo preponderante<br />
para o acréscimo de<br />
<strong>nov</strong>a potência em diversos países,<br />
muito em razão dos preços elevados<br />
do gás natural. Temos feito várias<br />
análises e simulações que confirmam<br />
a viabilidade econômica da geração<br />
a coque ou a carvão no Brasil.<br />
Soluções BR – O coque pode se<br />
tornar um protagonista da matriz<br />
energética?<br />
Penna – Neste conceito de diversificação,<br />
o coque pode sim ter um<br />
papel importante se usado nas regiões<br />
mais apropriadas. Este é um<br />
produto que tem se tornado cada vez<br />
mais importante para a BR e para a<br />
própria <strong>Petrobras</strong>. Entendo que a<br />
GNE é uma criadora de mercado<br />
para a BR. Assim tem sido com o óleo<br />
combustível e poderá ser com o coque,<br />
em escala expressiva. Com o<br />
projeto da <strong>Petrobras</strong> de gerar mais<br />
diesel em praticamente todas as suas<br />
refinarias, haverá uma produção significativa<br />
de coque, que poderá ser<br />
destinada ao setor elétrico.<br />
“ESTAMOS BASTANTE<br />
EMPENHADOS TAMBÉM EM<br />
DESENVOLVER PROJETOS A<br />
PARTIR DO BAGAÇO DA<br />
CANA-DE-AÇÚCAR. DIRIA<br />
QUE ESTA É UMA DAS MAIS<br />
IMPORTANTES AÇÕES EM<br />
CURSO NA GNE”