A PESqUiSa Ciab FEbRabaN - Termo de Uso

iNOVaÇÃO
Bancos também podem inovar
18 • revista ciab FEBRABAN • MAIO DE 2012
Charles Bezerra, executivo da Gad’ Innovation,
afirma que todas as empresas podem ser
beneficiadas por uma cultura mais inovadora,
inclusive os bancos
Por Leandro Esteves
O
Ciab FEbRabaN 2012 abRE SEUS
debates para pensadores brasileiros
com ousadia para estimular
dúvidas e pesquisas sobre temas
importantes como inovação, criatividade, comunicação
e sistemas de desenvolvimento de
tecnologia e inteligência da sociedade.
Um desses novos e notáveis pensadores
será Charles Bezerra, que vai liderar o painel
“Inovação e criatividade”. Bezerra é autor de
um livro – “A máquina da inovação” – leitura
obrigatória em universidades. Dirige a Gad’
Innovation, uma das mais conhecidas consultorias
de inovação do Brasil.
Bezerra possui PhD pelo Illinois Institute
of Technology e lecionou sobre inovação e
design em universidades no Brasil, EUA e
Nova Zelândia. Um pouco de seus conceitos
e provocações, a seguir, na entrevista exclusiva
para a Revista Ciab FEBRABAN.
Revista Ciab FEBRABAN: Entre os clientes da
Gad’ Innovation, estão empresas de tecnologia
e, ao menos, um grande banco. Como foram
essas experiências?
Charles Bezerra: Já trabalhamos em projetos com
grandes bancos. Em desafios de criar uma cultura
de inovação e facilitar a construção de uma visão de
futuro coletiva que os permitam planejar melhor.
Acredito que este é um setor com muito potencial
para inovação. Há muito a ser feito e existem
inúmeras oportunidades de tornar a experiência
de uso dos serviços bancários mais positiva. Assim
como tornar a experiência de quem trabalha mais
interessante. Certamente, bancos precisam ter processos
e tecnologia. Porém, fundamentalmente,
são as pessoas que fazem um banco oferecer seus
serviços para outras pessoas.
Quem faz o banco não está condenado a
tarefas repetitivas e procedimento rígido. É possível
usar melhor a criatividade de cada funcionário,
ter melhores resultados e dar mais sentido
ao trabalho de cada um. Quando usamos nosso
potencial criativo, encontramos significado no
que fazemos e reduzimos a frustração e a monotonia.
Acredito que todas as empresas podem
ser beneficiadas por uma cultura mais inovadora,
inclusive os bancos.
Inovação é assunto de pessoas. Inovação é
gente. De gente para gente. Por causa do paradigma
industrial, temos uma visão fragmentada do
mundo e nos acostumamos a processos rígidos.
As pessoas querem pensar, mas não conseguem
porque o poder não está mais nelas, e sim nos
processos.
Qual seria seu conselho para uma instituição
financeira que queira produzir inovação?