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LITÍASE BILIAR EM CRIANÇA APÓS O USO DE CEFTRIAXONA

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A ocorrência da litíase biliar como uma complicação do uso do ceftriaxona foi<br />

descrita pela primeira vez em um paciente de 18 anos, portador de doença granulomatosa<br />

crônica. A partir daí, vários relatos têm sido publicados com esse tipo de complicação,<br />

tanto em crianças com em adultos. 5<br />

Desde a introdução do ceftriaxone no mercado, em 1984, a sua prescrição tem<br />

aumentado na população pediátrica. Diversos estudos associam o uso desse fármaco ao<br />

aparecimento de colelitíase. As séries mostram que entre 12% a 45% dos doentes tratados<br />

com a cefalosporina desenvolve cálculos biliares. Esse efeito é mais frequente nas crianças,<br />

pois recebem doses mais elevadas que os adultos. 2<br />

Diferente da maioria das outras cefalosporinas, a ceftriaxona possui uma alta<br />

afinidade pelas proteínas, porém, o deslocamento da bilirrubina dos sítios de ligação<br />

protéicos é controverso. A longa meia-vida da ceftriaxona, aproximadamente 6 a 9 horas<br />

nos adultos e 5 a 18 horas em crianças, possibilita a administração da droga em apenas 1<br />

ou 2 doses diárias. 3<br />

A eliminação do fármaco faz-se 60-70% por via renal e os restantes 30-40% por via<br />

biliar. A concentração na vesícula biliar pode exceder a concentração sérica e a formação<br />

do cálculo deve-se à grande afinidade do antibiótico pelo cálcio, que por sua vez forma sais<br />

que podem precipitar. Os cálculos aparecem, geralmente, entre o 4º e o 22º dia, e<br />

desaparecem espontaneamente, em média 15 dias (pode chegar aos 2 meses) após a<br />

suspensão do fármaco, recebendo por isso a designação de pseudocolelitíase. 2<br />

As complicações biliares têm sido raramente descritas em pacientes tratados com<br />

esse antibiótico, mas há relatos de sintomas clínicos e de complicações cirúrgicas, daí a<br />

importância da avaliação ultrassonográfica durante e após o uso de ceftriaxona. 3<br />

O uso de ceftriaxona frequentemente está associado ao aparecimento de imagens<br />

ecográficas sugestivas de litíase biliar que são geralmente assintomáticas e que<br />

normalmente desaparecem após 02 meses do termino da medicação, como aconteceu nos<br />

dois casos relatados nesse artigo. Porém, em outras vezes o uso do medicamento pode vir<br />

acompanhado de cólica biliar que deve ser reconhecida a fim de evitar cirurgias<br />

desnecessárias.<br />

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