APÊNDICE A – Verde, amarelo e urucum. Uma ... - Arquivos UNAMA
APÊNDICE A – Verde, amarelo e urucum. Uma ... - Arquivos UNAMA
APÊNDICE A – Verde, amarelo e urucum. Uma ... - Arquivos UNAMA
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Núcleo de Educação a Distância - NEAD<br />
Existe, porém, um outro tipo de problema que, ao que parece, só agora começa a<br />
invadir a consciência de alguns educadores no Brasil: a exclusão das culturas indígenas<br />
de nossas salas de aula. Esse problema está ao alcance das pessoas que fazem educação<br />
no Brasil. Além dos PCN da educação indígena, os nossos PCN tratam da diversidade do<br />
país e estabelecem que as diversidades culturais devem ser respeitadas, sem indicar<br />
muito bem como.<br />
Já há quase dois séculos o Brasil é uma nação independente de Portugal, que<br />
desculpas podemos dar, nós, educadores, pelo fato da cultura indígena figurar em nossas<br />
salas de aula como uma generalização sem cheiro, sem cor e sem alma?<br />
Na região amazônica, a postura dos educadores diante dos índios é complicada.<br />
Embora existam cursos de Letras e de Ciências Sociais em várias universidades, pós-<br />
graduação em Lingüística Indígena e Antropologia de grupos indígenas ainda são recentes<br />
e oferecidos apenas pela UFPA. Em 2001 começou a primeira turma de Natureza e Cultura,<br />
promovido pela UFMA. Portanto, a pesquisa sobre os povos indígenas dentro das<br />
universidades da Amazônia ainda é muito incipiente.<br />
Para ilustrar a situação é interessante a experiência de duas pesquisadoras que<br />
defenderam, no início de 2002, dissertação em Antropologia sobre povos indígenas, pela<br />
UFPA. Durante a realização do trabalho de campo, os próprios índios estranharam a<br />
presença de pesquisadores paraenses, para eles é comum pesquisadores de outros<br />
Estados.<br />
Quando se analisam os cursos de graduação, a situação piora. Não aparece em<br />
nenhum currículo de Letras, Ciências Sociais ou Pedagogia, alguma disciplina obrigatória<br />
sobre os povos indígenas da Amazônia. O que existe são iniciativas de uns poucos<br />
professores mais sensíveis às diversidades culturais ou de professores de pós-graduação<br />
que desenvolvem trabalhos na área. Não é de se estranhar, portanto, que exista um número<br />
tão reduzido de pesquisas produzido pelas universidades nessa área.<br />
Dentro deste cenário, as comunidades indígenas se apresentam como um farto<br />
campo de pesquisa. A <strong>UNAMA</strong> é a maior universidade privada da Amazônia e compreender<br />
um pouco mais as manifestações culturais indígenas, pode representar a materialização<br />
da teoria discutida em alguns dos seus cursos de graduação.<br />
Para o curso de Letras, a Lingüística Indígena representa um grande aliado na<br />
compreensão das peculiaridades da língua portuguesa no Brasil, pois permite entender<br />
algumas das transformações ocorridas no português falado no Brasil, principalmente na<br />
região amazônica, onde ainda hoje, nas grandes cidades, a influência indígena é muito