Aula Nº 14 – Qualidade em serviços - Arquivos UNAMA
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<strong>Aula</strong> <strong>Nº</strong> <strong>14</strong> <strong>–</strong> <strong>Qualidade</strong> <strong>em</strong><br />
<strong>serviços</strong><br />
Objetivos da aula:<br />
Ver<strong>em</strong>os, nesta aula, a importância dos <strong>serviços</strong> para se alcançar a<br />
qualidade desejada dos clientes e como alcançá-la.<br />
CADEIA DE SUPRIMENTOS<br />
JO setor de <strong>serviços</strong> v<strong>em</strong> ganhando cada vez mais importância <strong>em</strong> nossa<br />
sociedade. Os clientes, s<strong>em</strong>pre mais exigentes, as <strong>em</strong>presas que passaram<br />
a se preocupar com os <strong>serviços</strong> e a urbanização, tornando alguns deles<br />
necessários.<br />
Para as <strong>em</strong>presas, os <strong>serviços</strong> passaram a exercer um papel importante,<br />
proporcionando um diferencial competitivo, como suporte às atividades de<br />
manufatura e até como geradores de lucro.<br />
AS CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS<br />
Os <strong>serviços</strong> possu<strong>em</strong> características que os diferenciam dos produtos. Essas<br />
características, quando b<strong>em</strong> trabalhadas, proporcionam um diferencial<br />
que o cliente percebe como qualidade.<br />
As principais características dos <strong>serviços</strong> são:<br />
• Intangibilidade;<br />
• Presença e participação do cliente no processo;<br />
• Produção e consumo simultâneos.<br />
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Anotações do Aluno<br />
Gestão da <strong>Qualidade</strong><br />
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Intangibilidade<br />
Os <strong>serviços</strong> não pod<strong>em</strong> ser tocados e analisados como os produtos, por<br />
isso sua avaliação de qualidade fica prejudicada.<br />
No ato da compra de um serviço, t<strong>em</strong>os dificuldade de avaliar se ele será<br />
bom ou ruim. Os clientes perceb<strong>em</strong> mais riscos na compra de um serviço<br />
do que de um produto.<br />
Presença e participação do cliente no processo<br />
Na sua maioria, a prestação dos <strong>serviços</strong> só acontece com a presença do<br />
cliente. Normalmente, os <strong>serviços</strong> são vendidos, produzidos e consumidos<br />
ao mesmo t<strong>em</strong>po. Devido à necessidade da presença do cliente, os<br />
fatores de deslocamento e t<strong>em</strong>po são considerados na hora da decisão<br />
de compra.<br />
Produção e consumo simultâneos<br />
Devido a essa característica, não é possível estocar <strong>serviços</strong>. Isso implica os<br />
seguintes probl<strong>em</strong>as:<br />
• Na ocorrência de um erro, não há como separar o serviço para não ser<br />
entregue ao cliente e ser reparado depois. O acerto deve ser feito<br />
na hora.<br />
• Se a capacidade produtiva não for utilizada, ela é perdida para s<strong>em</strong>pre.<br />
Um quarto de hotel não ocupado ou um assento <strong>em</strong> uma viag<strong>em</strong><br />
de avião não pod<strong>em</strong> ser guardados para depois.<br />
DIMENSÕES DOS SERVIÇOS<br />
Diversas dimensões afetam a gestão dos <strong>serviços</strong>. São elas:<br />
• A ênfase dada a pessoas ou equipamentos <strong>–</strong> o serviço poderá ser<br />
feito por meio de máquinas (caixa automático dos bancos) ou por<br />
pessoas (atendimento <strong>em</strong> um balcão);<br />
• O grau de contato com o cliente <strong>–</strong> o serviço poderá ter um alto<br />
grau de contato (um garçom) ou um baixo grau de contato (um<br />
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cozinheiro);<br />
• O grau de participação do cliente no processo <strong>–</strong> o cliente participa<br />
muito (um paciente de um médico <strong>em</strong> uma operação) ou participa<br />
pouco (serviço de contabilidade);<br />
• O grau de personalização do serviço <strong>–</strong> o serviço é feito para atender<br />
uma pessoa (um alfaiate) ou várias pessoas (serviço de refeição por<br />
quilo);<br />
• O grau de julgamento pessoal dos <strong>em</strong>pregados <strong>–</strong> para determinados<br />
<strong>serviços</strong>, o <strong>em</strong>pregado terá de utilizar o seu conhecimento para<br />
prestar o serviço e haverá dependência do profissional (consulta<br />
médica) ou não há necessidade de julgamento pessoal (venda de<br />
sanduíches);<br />
• O grau de tangibilidade dos <strong>serviços</strong> <strong>–</strong> poderá ter um grau de<br />
tangibilidade elevado (ônibus no transporte de pessoal) ou baixo<br />
(análise psicológica).<br />
O serviço deverá ser projetado, levando <strong>em</strong> consideração as dimensões<br />
relacionadas. Por ex<strong>em</strong>plo: para um serviço que exige alto grau de<br />
contato com o cliente, os <strong>em</strong>pregados deverão ter treinamento especial<br />
de relacionamento humano para o atendimento, enquanto, para o baixo<br />
grau de contato, o treinamento deverá ser mais técnico.<br />
O SERVIÇO NA VISÃO DO CLIENTE<br />
O cliente necessita de um serviço e se sente inseguro da sua escolha. Afinal,<br />
tudo não passa de promessa.<br />
BUSCA DE INFORMAÇÕES<br />
Ele sai à busca de informações, que pod<strong>em</strong> ser obtidas por meio de quatro<br />
fontes:<br />
• Fontes pessoais <strong>–</strong> a principal, na busca de <strong>serviços</strong>. S<strong>em</strong>pre há uma<br />
consulta a amigos ou parentes para ver se ele conhece qual a<br />
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melhor fonte para o serviço desejado.<br />
• Fontes comerciais <strong>–</strong> propagandas e vendedores.<br />
• Fontes públicas <strong>–</strong> organização de consumidores.<br />
• Fontes experimentais <strong>–</strong> experiência de uso.<br />
FORMAÇÃO DE EXPECTATIVAS<br />
O cliente, durante a busca de informações, cria expectativas a respeito do<br />
serviço que irá comprar. Isso irá influenciar na avaliação do serviço ao seu<br />
término.<br />
AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS<br />
Como expus<strong>em</strong>os anteriormente, os clientes, quando compram <strong>serviços</strong>,<br />
compram promessas. Devido a isso, tend<strong>em</strong> a ter certo “medo”, a que<br />
chamar<strong>em</strong>os de percepção de risco. Quanto menos ele conhecer o<br />
processo do serviço, maior será sua percepção de risco. Fornecer o máximo<br />
de informações a respeito de um serviço, orientações e treinamento ao<br />
cliente irão reduzir sua percepção do risco, facilitando sua escolha.<br />
Outro ponto a se destacar é que como o serviço é intangível, o cliente tende<br />
a se apoiar nas coisas tangíveis disponíveis, por isso instalações, uniformes<br />
dos <strong>em</strong>pregados e suas atitudes, limpeza e estética dos documentos terão<br />
grande influência na decisão do cliente por um serviço.<br />
O CICLO DO SERVIÇO<br />
Durante a prestação do serviço, o cliente passa por uma cadeia contínua<br />
de eventos e, a cada evento, t<strong>em</strong> uma percepção de como o serviço<br />
está sendo fornecido. Normann (apud GIANESI,1996) criou a expressão<br />
“momentos da verdade”, para simbolizar o momento de contato entre<br />
fornecedor e cliente.<br />
N<strong>em</strong> todos os momentos da verdade têm a mesma importância para o<br />
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cliente. Há alguns momentos críticos para a percepção do cliente quanto à<br />
qualidade do serviço prestado.<br />
A figura 1, a seguir, mostra o ciclo de serviço para uma padaria.<br />
Criar momentos da verdade é uma opção para melhorar a avaliação. Por<br />
ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> uma viag<strong>em</strong> <strong>em</strong> um cruzeiro, diversos momentos da verdade<br />
são criados (como festa de boas vindas, jantar com o comandante e festa<br />
de despedida). O passageiro sai do navio gostando/adorando o passeio,<br />
mesmo que tenha ficado enjoado nos primeiros dias ou que tenha tido<br />
algum contrat<strong>em</strong>po com a camareira.<br />
AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS<br />
O cliente avalia a qualidade dos <strong>serviços</strong>, comparando a expectativa com<br />
a sua percepção. Se foi gerada uma expectativa muito grande, a avaliação<br />
será ruim, mesmo que tudo o que foi prometido tenha sido entregue.<br />
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GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS<br />
Para uma perfeita gestão, a qualidade <strong>em</strong> <strong>serviços</strong> requer, de acordo com<br />
Spiller (2004):<br />
• Compromisso das lideranças (deve fazer parte da cultura da<br />
organização);<br />
• Cultura orientada para o cliente;<br />
• Sist<strong>em</strong>a b<strong>em</strong> projetado (amigável, com foco no cliente, com altos<br />
padrões);<br />
• Uso eficiente da tecnologia da informação (para servir, atender,<br />
monitorar, constituindo-se <strong>em</strong> uma vantag<strong>em</strong> competitiva).<br />
Spiller (2004) ainda destaca uma metodologia para obtenção da qualidade<br />
<strong>em</strong> <strong>serviços</strong> proposta por Zeithaml, Berry e Parasuraman (1990), que é<br />
composta por três el<strong>em</strong>entos básicos:<br />
• Credibilidade <strong>–</strong> fazer certo de primeira;<br />
• Reparação <strong>–</strong> fazer tudo certo na segunda chance;<br />
• Interatividade <strong>–</strong> gerenciar e superar expectativas.<br />
OS HIATOS DA QUALIDADE EM SERVIÇOS<br />
Dev<strong>em</strong>os, durante a preparação para atendermos com qualidade os<br />
clientes por meio de <strong>serviços</strong>, estudar as dificuldades na prestação de<br />
<strong>serviços</strong>, a fim de analisar as possíveis falhas, com o objetivo de tomar<br />
medidas preventivas.<br />
O modelo adotado na figura 3, a seguir, ilustra os hiatos da qualidade.<br />
A frustração das expectativas é freqüente e decorre, <strong>em</strong> geral, da existência<br />
de gaps ou discrepâncias entre o real e o esperado. Ver<strong>em</strong>os, a seguir, cada<br />
um dos possíveis gaps<br />
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GAP 1 <strong>–</strong> esse gap é a discrepância entre a expectativa do cliente e o<br />
entendimento da gerência de qual era a expectativa.<br />
GAP 2 <strong>–</strong> esse gap é a discrepância entre a percepção da gerência e a<br />
tradução dessa percepção <strong>em</strong> características do serviço.<br />
GAP 3 <strong>–</strong> esse gap é a discrepância entre as especificações e a prática da<br />
prestação dos <strong>serviços</strong>.<br />
GAP 4 <strong>–</strong> esse gap é a discrepância entre a prática da prestação de <strong>serviços</strong><br />
e a comunicação com os clientes. Isso pode ocorrer pela má orientação<br />
acerca dos <strong>serviços</strong>, seja pela formação das expectativas exageradas, seja<br />
ainda pela falta de advertências quanto aos cuidados a ser<strong>em</strong> tomados<br />
pelos clientes.<br />
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GAP 5 <strong>–</strong> esse último gap é a discrepância entre a expectativa do cliente e a<br />
percepção dos <strong>serviços</strong>, resultando no fracasso do serviço.<br />
Analisando cada gap, conseguir<strong>em</strong>os tomar ações preventivas, corrigindo<br />
os possíveis probl<strong>em</strong>as, antes que os <strong>serviços</strong> sejam prestados aos<br />
clientes.<br />
Síntese<br />
Nesta aula, vimos o papel dos <strong>serviços</strong> para o aumento da competitividade<br />
das <strong>em</strong>presas. Vimos, também, todas as características dos <strong>serviços</strong> que<br />
dev<strong>em</strong> ser consideradas para que os clientes percebam a qualidade e para<br />
que esta supere as expectativas.<br />
Na próxima aula, ver<strong>em</strong>os como levar as organizações a ser<strong>em</strong> reconhecidas<br />
como <strong>em</strong>presas de excelência. Até mais.<br />
Referências<br />
GIANESI, Irineu G. N. Administração estratégica de <strong>serviços</strong>: operações<br />
para a satisfação do cliente. São Paulo: Atlas, 1996.<br />
SPILLER, Eduardo S. et al. Gestão de <strong>serviços</strong> e marketing interno. Rio de<br />
Janeiro: FGV, 2004.<br />
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