15.06.2013 Views

PROGRAMA do FESTIVAL 2006 em formato PDF - Companhia de ...

PROGRAMA do FESTIVAL 2006 em formato PDF - Companhia de ...

PROGRAMA do FESTIVAL 2006 em formato PDF - Companhia de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

28<br />

WAITING FOR GODOT (À ESPERA DE GODOT)<br />

DE SAMUEL BECKETT | TEATRO<br />

TEATRO MERIDIONAL – ASSOCIAÇÃO MERIDIONAL DE<br />

CULTURA<br />

ENCENAÇÃO DE MIGUEL SEABRA<br />

LISBOA<br />

“Uma estrada no campo. Uma árvore. Ao<br />

anoitecer.” No que se tornou o cenário mais célebre<br />

<strong>do</strong> teatro cont<strong>em</strong>porâneo Didi e Gogo<br />

aguardam <strong>em</strong> <strong>do</strong>is actos a vinda <strong>de</strong> um incerto<br />

Go<strong>do</strong>t que Beckett s<strong>em</strong>pre se recusou a i<strong>de</strong>ntificar<br />

com a divinda<strong>de</strong>, para realçar, talvez, não a finalida<strong>de</strong><br />

da espera, mas o que se produz enquanto ela<br />

<strong>de</strong>corre. Logo na sua estreia, <strong>em</strong> 1952, foi perceptível<br />

a verda<strong>de</strong>ira dimensão <strong>de</strong> um texto que, à<br />

superfície, t<strong>em</strong> tanto <strong>de</strong> parábola bíblica como <strong>de</strong><br />

farsa clownesca, mas que o t<strong>em</strong>po se encarregou<br />

<strong>de</strong> transformar na mais po<strong>de</strong>rosa fábula <strong>do</strong> nosso<br />

t<strong>em</strong>po.<br />

Perguntam incessantes e curiosos: “O que<br />

pensam acrescentar no vosso espectáculo, <strong>de</strong>ste<br />

texto multiplamente feito e reinventa<strong>do</strong>, Waiting<br />

for Go<strong>do</strong>t, <strong>de</strong> Samuel Beckett?”.<br />

Respond<strong>em</strong>os, parafrasean<strong>do</strong> Beckett: “ O<br />

que quis dizer foi exactamente o que disse!”.<br />

Não quer<strong>em</strong>os acrescentar nada — não nos<br />

toma a preocupação obsessiva da originalida<strong>de</strong><br />

da obra. Quer<strong>em</strong>os, como as personagens <strong>de</strong><br />

Beckett, ser aqueles que não sab<strong>em</strong>, aqueles que<br />

não pod<strong>em</strong>. Quer<strong>em</strong>os cumprir o <strong>de</strong>lito indizível e<br />

maior, <strong>de</strong> termos nasci<strong>do</strong> e <strong>de</strong> nos repetirmos. E<br />

quer<strong>em</strong>os ser o veículo da palavra simples, brinca<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> numa dupla simulação: fingir<br />

o que se t<strong>em</strong> – como os actores, fingir o que não<br />

se t<strong>em</strong> – como as personagens.<br />

Quer<strong>em</strong>os ser simples, não <strong>de</strong>ixar a palavra<br />

“nutrir-se” <strong>de</strong> efeitos ou <strong>de</strong> intenções, não carregar<br />

o espectáculo <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a referencial<br />

signíco e dramatúrgico, não ilustrar pleonasticamente<br />

a mensag<strong>em</strong> ou a sua interdição.<br />

Quer<strong>em</strong>os dar forma e corpo e peso a essas personagens<br />

fantasmáticas e teatrais, que enquanto<br />

esperam se <strong>de</strong>slocam quietas num jogo<br />

aparent<strong>em</strong>ente el<strong>em</strong>entar da vida humana.<br />

Quer<strong>em</strong>os prosseguir o risco <strong>do</strong> texto que, tal<br />

como a existência, está cheio <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

CO-PRODUÇÃO CENTRO CULTURAL DE BELÉM<br />

caminho, <strong>de</strong> didascálias normativas. Quer<strong>em</strong>os<br />

experimentar a exigência da pausa e <strong>do</strong> silêncio,<br />

<strong>do</strong> jogo e da transgressão, da liberda<strong>de</strong> possível<br />

neste território <strong>em</strong> que experimentamos também<br />

a contingência.<br />

MIGUEL SEABRA E NATÁLIA LUÍZA<br />

Intérpretes António Fonseca, João Pedro Vaz,<br />

Miguel Seabra, Pedro Gil e Luís Martinho<br />

Tradução Francisco Luís Parreira<br />

Assistência artística Natália Luíza<br />

Cenografia e figurinos Ana Limpinho e Maria<br />

João Castelo<br />

Desenho <strong>de</strong> luz Miguel Seabra<br />

Assistência <strong>de</strong> encenação Romeu Costa<br />

Programa Luís Vasco e Natália Luíza<br />

Fotografia <strong>de</strong> cena Rui Mateus e Patrícia Poção<br />

Realização <strong>de</strong> figurinos Pieda<strong>de</strong> Antunes<br />

Operação técnica Feliciano Branco<br />

Produção executiva Jorge Sousa<br />

Direcção <strong>de</strong> produção Mónica Almeida<br />

Língua português<br />

Duração 1h20<br />

PALCO GRANDE<br />

ESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA<br />

(ALMADA)<br />

22h00 Sába<strong>do</strong> 8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!