Reescrita de textos.qxd - IEL - Unicamp
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<strong>Reescrita</strong> <strong>de</strong> <strong>textos</strong>.<strong>qxd</strong> 20.02.08 09:05 Page 12<br />
cisa haver “correção”; tratamos a correção<br />
como uma etapa do trabalho <strong>de</strong> reescrita,<br />
necessária, como vimos, para tornar o texto do<br />
aluno a<strong>de</strong>quado).<br />
Em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> correção ortográfica, é<br />
importante discutir juntamente com os alunos o<br />
que provocou <strong>de</strong>terminado erro, por que uma<br />
certa escrita “errada” foi possível. Além <strong>de</strong> permitir<br />
que se aprenda muito sobre a língua, esse tipo <strong>de</strong> abordagem<br />
contribui também para “questionar” a valorização social excessiva<br />
da ortografia em nossa socieda<strong>de</strong> e, sobretudo, no ambiente escolar,<br />
em que saber escrever, muitas vezes, reduz-se a simplesmente<br />
não cometer erros <strong>de</strong> grafia.<br />
Escrever corretamente<br />
significa necessariamente<br />
escrever bem? O<br />
fascículo teórico apresenta<br />
exemplos que comprovam<br />
que isso não é verda<strong>de</strong>.<br />
Reveja o item “Texto e não<br />
redação escolar” (página<br />
54).<br />
O objetivo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s como as propostas aqui é permitir que<br />
os erros ortográficos sejam vistos <strong>de</strong> forma menos simplista e<br />
menos equivocada, dar aos erros sua real dimensão. Ou seja, não<br />
mais tratá-los apenas como sintomas <strong>de</strong> distração – ou pior: <strong>de</strong><br />
“burrice” (como acontece, por exemplo, em <strong>de</strong>terminadas peças <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>, como a do comercial <strong>de</strong> televisão “Presunto invejoso”<br />
3 ), ou mesmo <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m neurológica 4 , mas como<br />
3 Mãe e filha estão numa padaria comprando presunto. Gentil, o balconista dá uma fatia<br />
para a menina, enquanto fatia o produto na máquina. Em câmera lenta, ela <strong>de</strong>gusta com<br />
vonta<strong>de</strong> a fatia. Ao fundo, uma voz em off diz que todo mundo sabe qual é o melhor presunto.<br />
Terminado o trabalho, o balconista coloca a peça <strong>de</strong> presunto Sadia <strong>de</strong> volta ao<br />
freezer, ao lado <strong>de</strong> uma peça comum, sem a marca em alto-relevo que caracteriza a<br />
marca Sadia (conhecida nacionalmente pelo S criado pela agência DPZ). A peça ao lado,<br />
como se tivesse vida, começa a trepidar e, aos poucos, <strong>de</strong> trás para frente, começa a<br />
escrever, também em alto-relevo, a palavra “Sadia”. Mas a grafia final sai "Çadia". A<br />
menina, num misto <strong>de</strong> horror e indignação, comenta: "Que burro!". A mãe, ao ver aquilo,<br />
diz ao balco-nista: "Moço, esse presunto tá querendo me enganar". E o balconista: "Liga<br />
não, isso aí é inveja". Em off, o locutor conclui: "Presunto, só o melhor; só Sadia".<br />
4 No texto “Dois e-mails e duas notas”, disponível na internet, no site http://primapagina.terra.com.br/,<br />
coluna “Littera”, o professor Sírio Possenti comenta a criação <strong>de</strong> uma<br />
falsa indústria <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong>ficientes.<br />
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