Avaliação da prevalência do bruxismo infantil e sua relação ... - Unicid

Revisão da literatura 27
noite e que tinha problemas respiratórios, de alergia e que não possuía refluxo
gastro-esofágico. A mãe afirmou que a criança era tímida e introspectiva e que eles
moravam em um lugar bem violento. Em decorrência disto, a criança se mostrava
preocupada e ansiosa. Já o segundo caso era de um menino de 7 anos de idade,
cuja mãe relatou que ele apresentava pesadelos noturnos e que o bruxismo havia
surgido há dois anos, antes da separação dos pais. Ele não apresentava má oclusão
dentária e se mostrava extrovertido e interessado. Os autores observaram que o
fator emocional estava presente em ambos os casos e acreditaram que esta seria a
causa principal do bruxismo. Observaram que o desgaste dentário observado estava
relacionado diretamente ao bruxismo e não à alimentação e ao refluxo gastro-
esofágico. A prevalência do bruxismo infantil foi estimada em torno de 7 a 15%, e
poucos estudos mostraram uma prevalência maior em meninas que em meninos.
Denotou-se que o bruxismo está associado a características de personalidade como
agressividade, ansiedade e hiperatividade (fatores psicológicos) e a fatores locais e
sistêmicos, podendo, também, estar relacionado à imaturidade do sistema
mastigatório neuromuscular. Os autores concluíram que novos estudos
epidemiológicos devem ser realizados para se entender as causas do bruxismo
infantil, e que a alta prevalência, encontrada nos últimos estudos, é considerada um
problema intrínseco das sociedades modernas e tem se tornado uma condição
comum das crianças nos dias de hoje.
Serra-negra (2006) em sua tese de Doutorado objetivou avaliar a
prevalência do bruxismo e os fatores psicossociais no desencadeamento do hábito
em 652 crianças, de ambos os sexos, na faixa etária dos 7 aos 10 anos,
pertencentes a 9 escolas públicas e particulares na cidade de Belo Horizonte, Brasil.
A coleta dos dados ocorreu entre março e julho do ano de 2006, por meio de