AGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO E PRODER: UMA AVALIAÇÃO
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A análise da tabela acima deve ser dividida em três partes. A primeira parte trata das perguntas<br />
endereçadas aos representantes da sociedade. Essas perguntas, como se observa, dizem respeito à<br />
prioridade que o SEBRAE atribui, em sua estratégia, à realização de parcerias e articulação com outras<br />
instituições. Esses são aspectos que tendem a se tornar cada vez mais indispensáveis para instituições<br />
como o SEBRAE, cujo alcance e impacto do trabalho que realizam podem ser ampliados com o<br />
atendimento multidisciplinar e interinstitucional de seus clientes (complementar treinamento com<br />
obtenção de crédito, consultoria organizacional com treinamento em tecnologia ou profissional, etc.).<br />
Nos dois quesitos pesquisados junto aos representantes os resultados, se não são excepcionais, também<br />
não são decepcionantes. O pior resultado encontrado diz respeito a capacidade de articulação da ADR<br />
Zona Sul, cuja média encontrada foi de 2.50, que pode ser considerada muito baixa e indicaria a<br />
necessidade de uma atenção maior a este aspecto. Essa mesma ADR recebeu também a pior avaliação<br />
no que toca realização de parcerias, embora o resultado obtido, 3.50, possa ser considerado razoável.<br />
Cabe observar, também, que estas são tarefas estratégicas de responsabilidade direta (e talvez<br />
insubstituível) do próprio gerente da ADR. O monitoramento dessa informação pode ser, portanto,<br />
um valioso instrumento para o gerente orientar as suas ações e iniciativas e não permitir que essa<br />
responsabilidade estratégica seja colocada num plano secundário.<br />
A transcrição de alguns comentários colhidos em entrevistas ajudam a compreender a frustração que a<br />
ausência de sintonia e articulação podem provocar junto aos clientes:<br />
“O SEBRAE hoje quer caminhar sozinho. Sua política mudou para pior. Se afastou das associações<br />
comerciais. Agora ele é concorrente. Falo do SEBRAE como um todo, no estado do Rio. É uma pena<br />
que esteja nas mãos da indústria. Ele deveria voltar para dentro das associações”.<br />
“Acho que Senac, Senai e Sebrae devem estar mais integrados para evitar que um faça o trabalho do<br />
outro. Devem se conhecer mais e somar esforços, de forma complementar, para que haja cooperação e<br />
não competição”.<br />
Eventualmente o distanciamento e a ausência de uma estratégia consistente de cooperação pode levar<br />
da frustração ao ressentimento e críticas mais contundentes, como comprova o comentário colhido num<br />
sindicato de empresários de Niterói:<br />
“O SEBRAE tem que dar prioridade para as empresas que contribuem e não para trabalhos<br />
comunitários como o PRO<strong>DE</strong>R. Estamos em época de crise. Ele precisa ajudar o MPE que contribui, e<br />
não gerar concorrência para este MPE. Também não deve atuar em legalização de empresários. Isto é<br />
papel do governo.”<br />
Pertinentes ou não, esses comentários ilustram o dano que pode causar à imagem da instituição o<br />
descuido com a comunicação e articulação com setores e lideranças locais. A menção a esses<br />
comentários visa apenas a reforçar a importância de que a gerência confira prioridade ao estreitamento<br />
desses relacionamentos e possa transformar atitudes hostis ou de desinteresse em apoio e parcerias.<br />
A segunda parte da tabela analisada se refere às perguntas feitas para usuários de serviços relacionadas<br />
às iniciativas de acompanhamento dos serviços prestados, no que toca a qualidade e aos resultados<br />
obtidos (o equivalente numa empresa privada a atividade de pós-venda). Neste caso os resultados<br />
encontrados são indiscutivelmente ruins. De fato, de todas as perguntas feitas aos usuários as piores<br />
notas foram atribuídas aos dois itens incluídas na tabela XI. Mais uma vez, o resultado menos frustrante<br />
(embora fraco) foi observado na ADR Norte (com notas inferiores a 3.0 para os dois itens pesquisados).<br />
No caso das outras duas ADRs, a nota encontrada foi próxima de 1.0, indicando a virtual ausência de<br />
preocupação com o acompanhamento dos resultados dos serviços prestados.<br />
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