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Modelagem da dinâmica de uma paisagem do Planalto de Ibiúna ...

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Outro resulta<strong>do</strong> relevante é obti<strong>do</strong> pela comparação <strong>do</strong>s cenários reais e aleatórios.<br />

Ambos foram gera<strong>do</strong>s pela mesma matriz <strong>de</strong> transição anual (<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a tendência<br />

atual), porém diferem na distribuição espacial <strong>da</strong>s transições entre os diferentes tipos <strong>de</strong> uso<br />

e cobertura <strong>da</strong>s terras, sen<strong>do</strong> aleatório em um <strong>do</strong>s casos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s pesos <strong>de</strong><br />

evidência em outro. A análise <strong>do</strong>s índices <strong>da</strong> <strong>paisagem</strong> mostra claramente que a presença <strong>de</strong><br />

tendências espaciais, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pelos pesos <strong>de</strong> evidência, as quais direcionam os processos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e regeneração, são preferíveis à preservação <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica<br />

florestal a processos <strong>de</strong> caráter totalmente estocástico.<br />

É importante ressaltar, no entanto, que os diferentes cenários, valora<strong>do</strong>s a priori<br />

pelos índices <strong>de</strong> <strong>paisagem</strong> preestabeleci<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m não refletir a real condição para a<br />

conservação <strong>da</strong>s espécies florestais. Isso ocorre porque as mesmas apresentam diferentes<br />

vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s aos fenômenos <strong>de</strong> extinção local, sen<strong>do</strong> que essas diferenças são <strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

principalmente pelos próprios atributos biológicos <strong>da</strong>s espécies. Em particular, espécies <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> porte, que estão situa<strong>da</strong>s no topo <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia alimentar, <strong>de</strong> maior longevi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

pequeno sucesso reprodutivo e que <strong>de</strong>pen<strong>da</strong>m diretamente <strong>de</strong> estratos arbóreos são<br />

geralmente ti<strong>da</strong>s como vulneráveis. Castro e Fernan<strong>de</strong>z (2003) observaram que <strong>uma</strong> mesma<br />

<strong>paisagem</strong> po<strong>de</strong> se apresentar fragmenta<strong>da</strong> a <strong>uma</strong> <strong>da</strong><strong>da</strong> espécie, porém, para <strong>uma</strong> outra<br />

espécie, a mesma <strong>paisagem</strong> po<strong>de</strong> ter um caráter pre<strong>do</strong>minantemente contínuo, <strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

habili<strong>da</strong><strong>de</strong>, inerente à espécie, em utilizar os corre<strong>do</strong>res e até mesmo a matriz para se<br />

movimentar <strong>de</strong> <strong>uma</strong> mancha florestal a outra. Uma metapopulação subdividi<strong>da</strong> em<br />

populações locais confina<strong>da</strong>s em manchas <strong>de</strong> floresta, mas que recebam periodicamente<br />

indivíduos imigrantes, po<strong>de</strong> ter sucesso em <strong>uma</strong> <strong>paisagem</strong> altamente fragmenta<strong>da</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que a mesma possua <strong>uma</strong> matriz permeável a essa população. A<strong>de</strong>mais, além <strong>da</strong> estrutura<br />

<strong>da</strong> <strong>paisagem</strong> e <strong>da</strong>s características intrínsecas <strong>da</strong>s espécies, é necessário também consi<strong>de</strong>rar a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou estrutura <strong>da</strong> vegetação presente nas diferentes manchas. Manchas <strong>de</strong> maior<br />

tamanho po<strong>de</strong>m apresentar <strong>uma</strong> baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vegetação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a características<br />

históricas <strong>de</strong> perturbação, enquanto, em outras situações, manchas <strong>de</strong> menor tamanho<br />

po<strong>de</strong>m apresentar estruturas <strong>de</strong> vegetação relativamente mais íntegras. Com isso, manchas<br />

florestais <strong>de</strong> menor porte po<strong>de</strong>m ter maior interesse à conservação <strong>do</strong> que manchas extensas<br />

(Harrison & Fahrig 1995).

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