10.07.2015 Views

Modelagem da rentabilidade do uso da terra de pequenas ...

Modelagem da rentabilidade do uso da terra de pequenas ...

Modelagem da rentabilidade do uso da terra de pequenas ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISINSTITUTO DE GEOCIÊNCIASAline Silva <strong>de</strong> OliveiraMODELAGEM DA RENTABILIDADE DO USO DA TERRA DEPEQUENAS PROPRIEDADES AO LONGO DA INTEROCEÂNICASUL, MADRE DE DIOS, PERUUFMGBelo Horizonte2012


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISINSTITUTO DE GEOCIÊNCIASPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE E MODELAGEM DE SISTEMASAMBIENTAISAline Silva <strong>de</strong> OliveiraMODELAGEM DA RENTABILIDADE DO USO DA TERRA DEPEQUENAS PROPRIEDADES AO LONGO DA INTEROCEÂNICASUL, MADRE DE DIOS, PERUDissertação apresenta<strong>da</strong> ao Programa <strong>de</strong> PósGraduação em Análise e <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> <strong>de</strong>Sistemas Ambientais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong> Minas Gerais como requisito para obtenção<strong>do</strong> título <strong>de</strong> mestre em Análise e <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong><strong>de</strong> Sistemas Ambientais.Orienta<strong>do</strong>r: Brital<strong>do</strong> Silveira Soares FilhoCo-orienta<strong>do</strong>r: Ricar<strong>do</strong> Alexandrino GarciaBelo Horizonte20122


AGRADECIMENTOSAo meu orienta<strong>do</strong>r Brital<strong>do</strong> Silveira Soares Filho por to<strong>do</strong> o investimento e pela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>na realização <strong>do</strong> presente trabalho. Além <strong>do</strong>s conselhos e orientações dirigi<strong>da</strong>s tanto paraessa pesquisa quanto para o encaminhamento <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> profissional.Ao meu co-orienta<strong>do</strong>r Ricar<strong>do</strong> Alexandrino Garcia por to<strong>do</strong> apoio que foi fun<strong>da</strong>mental para arealização <strong>de</strong>sse trabalho, pelos ensinamentos e pelos anos <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>.Aos meus queri<strong>do</strong>s colegas e amigos <strong>do</strong> CSR por to<strong>do</strong> apoio, carinho e torci<strong>da</strong>. Agra<strong>de</strong>çoenormemente à Letícia Hissa, Renzo Giudice, Rafaella Silvestrini, Aman<strong>da</strong> Ribeiro, CarolGuillen, Letícia Lima e Hermann Rodrigues.Aos meus queri<strong>do</strong>s amigos que colaboraram ca<strong>da</strong> um à sua maneira para me proporcionartotal carinho e forças para a realização <strong>de</strong>sse trabalho. Agra<strong>de</strong>ço por to<strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> àSilvia Araujo, Vanessa Go<strong>do</strong>y, Paulo Borges, Alfre<strong>do</strong> Costa, Thiago Lima, Taciana Bal<strong>da</strong>ia,Erika Macha<strong>do</strong>, Lucas Cavalcante e Fabrício Silveira.A minha maravilhosa e perfeita família que nem por mil vi<strong>da</strong>s eu conseguiria agra<strong>de</strong>cer peloincondicional amor que recebi durante to<strong>da</strong> essa caminha<strong>da</strong>. Dedico esse trabalho aspessoas que trazem senti<strong>do</strong> à minha vi<strong>da</strong> e que fazem ela valer a pena, Marcia Batista,Rosevir Oliveira e Thiago Oliveira.5


CONSIDERAÇÕES INICIAISNo atual contexto <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças climáticas, pesquisa<strong>do</strong>res, organizações e governantes <strong>de</strong>to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> têm levanta<strong>do</strong> discussões sobre a relevante participação <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamentotropical nesse processo. A Amazônia que constitui uma região chave para essasinvestigações, per<strong>de</strong> anualmente mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>is milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> floresta e com issoemite cerca <strong>de</strong> 2,0 Pg <strong>de</strong> carbono para atmosfera. Frente às pressões ocasiona<strong>da</strong>s pelasmu<strong>da</strong>nças <strong>do</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong> na região amazônica e a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s seus serviços ecológicos,programas <strong>de</strong> conservação embasa<strong>do</strong>s na abor<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> pagamentos por serviçosambientais estão sen<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ntre eles <strong>de</strong>staca-se o programa REDD.O REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degra<strong>da</strong>tion) é a criação <strong>de</strong>valores econômicos para manutenção <strong>da</strong>s florestas tropicais. O mecanismo é uma opção <strong>de</strong>ren<strong>da</strong> para aqueles usuários <strong>da</strong> <strong>terra</strong> que <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m <strong>de</strong>smatamento caso eles optem emmanter a floresta em pé e encontrem outros meios para melhorar ou intensificar seussistemas <strong>de</strong> produção. Nesse trabalho analisamos a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s pequenos produtoresrurais <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios-Peru, que constituem os principais usuários potenciais a usufruírem<strong>do</strong>s benefícios <strong>do</strong> REDD. Madre <strong>de</strong> Dios constitui umas <strong>da</strong>s regiões mais conserva<strong>da</strong>s <strong>da</strong>Amazônia peruana e se <strong>de</strong>staca mundialmente por sua riqueza em biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Aoprocurarmos enten<strong>de</strong>r os condicionantes e as características <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuáriafamiliar através <strong>da</strong> elaboração <strong>de</strong> estimativas <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> volta<strong>da</strong>s à aplicação <strong>de</strong>mecanismos <strong>de</strong> compensação na região, esperamos po<strong>de</strong>r contribuir com a conservação epreservação <strong>de</strong>sse fabuloso patrimônio natural.Este trabalho é requisito para a obtenção <strong>do</strong> título <strong>de</strong> Mestre em Análise e <strong>Mo<strong>de</strong>lagem</strong> <strong>de</strong>Sistemas Ambientais <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Geociências <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais.6


RESUMONa Amazônia peruana, a região <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios é conheci<strong>da</strong> não só por sua megadiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas por constituir uma <strong>da</strong>s regiões mais conserva<strong>da</strong>s <strong>do</strong> planeta. Como parte<strong>da</strong> região <strong>de</strong> tríplice fronteira MAP, que também inclui o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Acre-Brasil e oDepartamento <strong>de</strong> Pan<strong>do</strong>-Bolivia, atualmente Madre <strong>de</strong> Dios é palco <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s projetos <strong>de</strong>infraestrutura. Dentre eles <strong>de</strong>staca-se a Ro<strong>do</strong>via Interoceânica Sul que se tornou um <strong>do</strong>sprincipais incentivos à ocupação regional e por sua vez uma gran<strong>de</strong> ameaça a manutenção<strong>da</strong> floresta. Em meio aos diversos atores que se aproveitam <strong>do</strong>s potenciais <strong>da</strong> nova ro<strong>do</strong>viae que condicionam mu<strong>da</strong>nças <strong>do</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong> na região, esse trabalha analisa aparticipação <strong>do</strong>s pequenos produtores rurais nesse processo. Para tanto, ren<strong>da</strong>s <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola e <strong>da</strong> pecuária bovina, pratica<strong>da</strong>s em <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, foramcalcula<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>lo discriminante e espacialmente explicito respectivamente.O objetivo é fornecer <strong>da</strong><strong>do</strong>s colaborativos para o estabelecimento <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s financeirosentre esses usuários <strong>da</strong> <strong>terra</strong> e o governo peruano junto aos programas mundiais <strong>de</strong>compensação por serviços ambientais interessa<strong>do</strong>s em esforços para o <strong>de</strong>smatamentoevita<strong>do</strong>, como por exemplo, o programa REDD. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram valores <strong>de</strong>rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que variam <strong>de</strong> US$15.ano -1 .ha -1 a US$55.ano -1 .ha -1 e valor presente liqui<strong>do</strong>máximo <strong>de</strong> US$ 310.ano -1 .ha -1 . Os baixos valores <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> são coerentes com areali<strong>da</strong><strong>de</strong> regional, on<strong>de</strong> a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária é volta<strong>da</strong> pre<strong>do</strong>minantemente para asubsistência <strong>do</strong>s pequenos colonos. Para rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pecuária bovina que foi calcula<strong>da</strong>como um sistema produtivo único em separa<strong>do</strong> <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pratica<strong>da</strong>s pelopequeno produtor, encontramos uma valor presente liqui<strong>do</strong> máximo <strong>de</strong> US$ 180.ano -1 .ha -1 .Ten<strong>do</strong> em conta a importância <strong>da</strong> preservação <strong>do</strong> patrimônio natural <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios quepossui 96% <strong>de</strong> floresta amazônica, buscamos com esse trabalho colaborar com os atoreslocais que estão se articulan<strong>do</strong> para proteger a floresta <strong>do</strong>s impactos provenientes <strong>da</strong>sfuturas intervenções que ameaçam o Departamento.PALAVRAS-CHAVES: pequenos proprietários <strong>de</strong> <strong>terra</strong>, mo<strong>de</strong>lagem econômica, valorpresente liqui<strong>do</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária.7


SUMÁRIOCONSIDERAÇÔES INICIAIS ..................................................................................... 05RESUMO ................................................................................................................... 06ARTIGO ..................................................................................................................... 071.INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 081.1.Madre <strong>de</strong> Dios: Contexto historico <strong>de</strong> produção agropecuaria ................. 142.CONTEXTO REGIONAL E METODOS DE PESQUISA ......................................... 162.1.Área <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>: Ro<strong>do</strong>via Interoceânica Sul ............................................. 172.2.Materiais e Meto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Pesquisa ............................................................ 182.2.1.Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s ............................................................................. 182.2.2.Cálculo <strong>de</strong> Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e VPL <strong>de</strong> Pequenas Propie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ........... 19(i).Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Agrupamento - Hierarchical Cluster Analysis ............... 21(ii).Análise Discriminante ................................................................... 22(iii).Valor Presente Liqui<strong>do</strong> ................................................................. 252.2.3.Cálculo <strong>de</strong> Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e VPL <strong>de</strong> Pequenas Prop. (Pecuaria) ..... 26(i).Contexto regional ........................................................................... 26(ii).Introdução ao Mo<strong>de</strong>lo Espacial (A<strong>da</strong>ptações) ............................... 28(iii).Estrutura <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo ..................................................................... 293.RESULTADOS ....................................................................................................... 313.1.Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>da</strong>s <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais ............................ 313.2.Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais: pecuária bovina ......... 354.CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 375.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 396.ANEXOS ................................................................................................................. 476.1.Da<strong>do</strong>s e Variáveis .................................................................................... 476.2.Questionário utiliza<strong>do</strong> nas entrevistas ...................................................... 596.3.Função <strong>de</strong> Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Pecuária Bovina .............................................. 686.4.Custo <strong>de</strong> Transporte <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira Comercial (Estu<strong>do</strong>s Comparativos) ...... 688


1.INTRODUÇÃONa atual conjuntura <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong> economia peruana, a Amazônia apresenta-se como aprincipal área <strong>de</strong> exploração econômica e o seu <strong>de</strong>smatamento tem si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s assuntosambientais mais <strong>de</strong>bati<strong>do</strong>s em âmbito nacional e internacional (Perz et al., 2005; Alvarez etal., 2001; Naughton-Treves, 2004; Soares-Filho et al., 2006; Oliveira et al., 2007; Nepstad etal., 2009; Fearnsi<strong>de</strong> et al; 2000). O gran<strong>de</strong> interesse se <strong>de</strong>ve a importância <strong>do</strong> bioma para oequilíbrio climático global (Nepstad et al., 2011a; Asner et al., 2010 Houghton et al., 2005;Soares-Filho, 2010; Gullison et al., 2007; Lewis al., 2010) e por sua biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma <strong>da</strong>smaiores <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o planeta (Bawa & Markhan, 1995; Myers et al., 2000; Brooks et al., 2006).Proveniente <strong>da</strong>s pressões ocasiona<strong>da</strong>s pelas mu<strong>da</strong>nças <strong>do</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong>, o contínuo<strong>de</strong>smatamento na Amazônia peruana possui como principais motiva<strong>do</strong>res o crescimentopopulacional e os sistemas <strong>de</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong> basea<strong>do</strong>s na expansão <strong>da</strong>s fronteiras agrícolas(Perz et al., 2005; Chavez, 2009; Southworth et al., 2011). Nesse contexto, encontra-se oDepartamento <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios e seus 96% <strong>de</strong> florestas, ameaça<strong>do</strong>s atualmente pelosnovos empreendimentos econômicos inter-regionais, que incluem a construção <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>se hidroelétricas (Dourojeanni, 2006; Perz et al., 2011; Men<strong>do</strong>nza et al.,2007).Como membro <strong>da</strong> IIRSA (Iniciativa para a Integração <strong>da</strong> Infraestrutura Regional SulAmericana), o Peru conta com um novo e importante empreendimento <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong>transporte e conexão com seus vizinhos sul americanos: a Ro<strong>do</strong>via Interoceânica Sul 1(CEPEI, 2002; Men<strong>do</strong>nza et al., 2007; Rubio, 2007). No eixo Brasil-Bolívia-Peru 2 (Fig.1) <strong>de</strong>integração, a IOS é a primeira estra<strong>da</strong> a ligar o sistema brasileiro ao sistema ro<strong>do</strong>viárioperuano, sen<strong>do</strong> o Departamento <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios o palco <strong>de</strong>sse mega projeto(Dourojeanni, 2006).Com o fim <strong>da</strong> pavimentação <strong>da</strong> IOS em mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2010, Madre <strong>de</strong> Dios ten<strong>de</strong> a sofrer comprofun<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças em sua estrutura econômica, <strong>de</strong>mográfica e principalmente ecológica(Forman et al., 2003; Coffin, 2007; Perz et al., 2010; Zambrano et al., 2010; Southworth etal.,2011). Conjuga<strong>do</strong>s a construção <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via, o crescimento <strong>da</strong> mineração, <strong>da</strong>agropecuária e os processos recorrentes <strong>de</strong> migração espontânea são os principaiscontribuintes para a tendência histórica <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento na região. Estimativas<strong>de</strong>monstram que anualmente Madre <strong>de</strong> Dios per<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 6000 ha <strong>de</strong> floresta1 Esta estra<strong>da</strong> também é <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> Biocêanica ou Transoceânica (Dourojeanni, 2001)2 Os Departamentos <strong>de</strong> Pan<strong>do</strong> - Bolívia, Madre <strong>de</strong> Dios - Peru e o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Acre - Brasil formam a região <strong>de</strong>tríplice fronteira <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> MAP. Situa<strong>da</strong> no núcleo <strong>da</strong> Amazônia sul oci<strong>de</strong>ntal (Brown et al., 2002) a regiãoMAP é constituí<strong>da</strong> por 90% <strong>de</strong> florestas tropicais e é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um hotspot mundial <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Myerset al., 2000; Southworth et al., 2011).9


(Department of Global Ecology, 2005 – Gregory, P.Asner e Conservação Internacional,2005), gran<strong>de</strong> parte substituí<strong>da</strong>s pelas paisagens agrárias varia<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong> novaro<strong>do</strong>via (Zambrano et al., 2010; Alvarez & Naughton-Treves, 2003) on<strong>de</strong> se concentra amaioria <strong>da</strong> população rural - Fig.1 - (Armas et al., 2009; IIAP-GOREMAD, 2009).Figura 1. Madre <strong>de</strong> Dios: Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas e a integração com a região MAP através <strong>da</strong>ro<strong>do</strong>via InteroceânicaA população rural <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios é composta por extrativistas e pequenos agricultoresque possuem estabelecimentos <strong>de</strong> 60 hectares em média, sobretu<strong>do</strong> nas províncias <strong>de</strong>Tahuamanu e Tambopata (Chirinos & Ruíz 2003, INRENA, 2003; COFOPRI, 2010 (Fig.1). Aexpansão <strong>de</strong>sses pequenos produtores, responsáveis por quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produçãoagropecuária <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios, é um <strong>do</strong>s objetivos <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projeto IOS (PDCS,2006; Dourojeanni, 2006).O <strong>de</strong>senvolvimento rural a partir <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via visa o crescimento e a melhoria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrárias além <strong>da</strong> promoção <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população campesina (Dourojeanni,2006). Como é <strong>de</strong> se esperar, a expansão <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais se baseia na busca porum setor agropecuário lucrativo e <strong>de</strong> alta produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem si<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> em algunspaíses <strong>da</strong> Amazônia, como Brasil, Bolívia e Equa<strong>do</strong>r, através <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo convencional epromotor <strong>de</strong> intenso <strong>de</strong>smatamento agrobusiness (Steininger et al., 2001; Perz et al., 2005,Steward, 2006; Morton et al., 2006, Soares-Filho et al., 2006). Embora pequena seja apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à escassez <strong>de</strong> subsídios e infra-estrutura (Alvarez and Naughton-Treves, 2003; Villavicencio, 2010), o sistema agrícola <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios, po<strong>de</strong> ten<strong>de</strong>r-se ao10


agronegócio. Além <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se integrar ao novo processo <strong>de</strong> revolução agrícolatropical, atual e mais provável tendência <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong> agricultura na região. Conseqüente<strong>do</strong> aumento pela <strong>de</strong>man<strong>da</strong> global por commodities agrícolas, a revolução agrícola tropical éo contemporâneo processo <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong> agricultura nos trópicos (America Latina eÁfrica), muito vislumbra<strong>da</strong> pela perspectiva <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à segurança alimentar (Nepstad &Stickler, 2008; Nepstad, 2011b; Foley et al., 2011). Outra alternativa para economia regionalé a expansão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pecuária para exportação. Madre <strong>de</strong> Dios é uma região livre <strong>de</strong>febre aftosa (SENASA,2010), condição principal para certificação <strong>do</strong>s produtos pecuáriospara o merca<strong>do</strong> internacional. Apesar <strong>do</strong> alto <strong>de</strong>smatamento 3 , o retorno lucrativo <strong>da</strong>pecuária tem estimula<strong>do</strong> há anos os proprietários <strong>de</strong> <strong>terra</strong> a optarem pelo ga<strong>do</strong>, porexemplo, na Amazônia brasileira (Margulis, 2002, Rivero et al., 2009). Bowman et al.,(2011), estimou para região um lucro anual <strong>de</strong> 12-80 US$ por hectare para pecuária <strong>de</strong>corte, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma boa alternativa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> sua rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> curto prazo(Margulis, 2002). Embora às opções atrativas, a inclusão por Madre <strong>de</strong> Dios <strong>do</strong>s sistemasagrícolas <strong>da</strong> revolução ver<strong>de</strong> 4 , <strong>da</strong> revolução agrícola tropical e/ou pecuária extensiva,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> integração comercial viabiliza<strong>da</strong> pelos investimentos em infra-estrutura, comoa IOS, e pela a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> estímulos aos produtores rurais. Isso incluiria ofornecimento <strong>de</strong> subsídios às exportações e à produção interna capazes <strong>de</strong> permitir aconcorrência peruana no merca<strong>do</strong> internacional <strong>de</strong> produtos primários. Além <strong>da</strong> a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong>eficazes políticas <strong>de</strong> governança ambiental capazes <strong>de</strong> limitar o intenso <strong>de</strong>smatamentoproveniente <strong>de</strong>sses mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> produção agrários.Ten<strong>do</strong> em conta que o sistema agropecuário em Madre <strong>de</strong> Dios é ain<strong>da</strong> pequeno e familiar,seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ambiental, to<strong>da</strong>via não alcança o alto grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação comumaos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> produção agropecuários anteriormente cita<strong>do</strong>s. Mas em vista que gran<strong>de</strong>parte <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate atual sobre a mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> <strong>uso</strong> e cobertura <strong>da</strong> <strong>terra</strong> na Amazônia tem si<strong>do</strong><strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas <strong>de</strong> pequena e gran<strong>de</strong> escala (Steward, 2006; Brondízio etal., 2009, Aldrich et al., 2006). O núcleo argumento <strong>de</strong>sse trabalho necessariamente buscauma correção ao pensamento e às políticas vigentes que ignoram a relação entre ospequenos colonos com o <strong>de</strong>smatamento.3 O <strong>de</strong>smatamento na Amazônia Brasileira atingiu níveis médios em torno <strong>de</strong> 19.500km² por ano entre os anos<strong>de</strong> 1996 a 2005. Deste total, cerca <strong>de</strong> 80-85% estão associa<strong>do</strong>s à pecuária (Nepstad et al.,2009) e o crescimento<strong>do</strong> rebanho entre os anos <strong>de</strong> 2000 a 2005 obteve uma correlação <strong>de</strong> 40% com o <strong>de</strong>smatamento (Soares-Filho etal.,2010).4 A Revolução Ver<strong>de</strong> foi o mo<strong>de</strong>lo tecnológico <strong>de</strong> produção agrícola que surgiu na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950 e implicou nacriação e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> insumos (químicos, mecânicos e biológicos)liga<strong>do</strong>s à agricultura. Esse mo<strong>de</strong>lo produtivo apresentou, no entanto, limites <strong>de</strong> crescimento a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><strong>de</strong> 1980, com a diminuição <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong> inovações e com a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> muitos impactos ambientais advin<strong>do</strong>s<strong>do</strong> <strong>uso</strong> intenso <strong>de</strong> agrotóxicos, mecanização e <strong>de</strong>smatamento (David, 1998; Albergoni & Pelaez, 2007).11


Estu<strong>do</strong>s recentes sobre a Amazônia brasileira (Fearnsi<strong>de</strong>, 1991; Perz & Walker, 2002;Macqueen et al.,2005; Steward, 2006; Amacher et al., 2009; Gue<strong>de</strong>s, 2010), têm aponta<strong>do</strong>para o potencial <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> manejo local realiza<strong>do</strong> por extrativistas e pequenosprodutores rurais. Estimativas para região <strong>de</strong>monstram que os pequenos agricultores (mais<strong>de</strong> 700 mil famílias) são responsáveis por cerca <strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> total <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong>smata<strong>da</strong>s(Amacher et al., 2009; Nepstad et al., 2004). Em Madre <strong>de</strong> Dios, on<strong>de</strong> historicamente ospequenos produtores induziram a maioria <strong>do</strong>s eventos <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento regional (Chavez,2009), Asner et al., (2010) encontrou um índice quase três vezes maior <strong>de</strong> 49% <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong>smata<strong>da</strong>s em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> agricultura e <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> que permanecem sen<strong>do</strong>pratica<strong>da</strong>s em gran<strong>de</strong> parte nas <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Ain<strong>da</strong> que não esteja <strong>de</strong>linea<strong>da</strong> a forma como se <strong>da</strong>rá a expansão <strong>de</strong>ssas <strong>pequenas</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou se <strong>de</strong> fato haverá um crescimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola em Madre <strong>de</strong> Dios,analisamos que cerca <strong>de</strong> 8% <strong>do</strong> território regional (GOREMAD-IIAP, 2008) não possuem<strong>uso</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> e são passíveis para esse tipo <strong>de</strong> exploração. Levan<strong>do</strong> em conta que adistribuição <strong>de</strong> <strong>terra</strong>s em Madre <strong>de</strong> Dios é regulamenta<strong>da</strong> pelo Esta<strong>do</strong> que conce<strong>de</strong>u áreas<strong>de</strong> concessões para <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s <strong>uso</strong>s (extração <strong>de</strong> castanha e ma<strong>de</strong>ira, ecoturismo, etc.)e averbou cerca <strong>de</strong> 60% <strong>do</strong> território como áreas naturais protegi<strong>da</strong>s (Fig.2). Esses 8%restantes (mais <strong>de</strong> 600.000 hectares), conforme imagens Landsat (ETM+) constituem áreas<strong>de</strong> cobertura florestal <strong>de</strong>nsa (Department of Global Ecology, 2005 – Gregory, P.Asner eConservação Internacional, 2005), que foram zonea<strong>da</strong>s como <strong>terra</strong>s <strong>de</strong> “<strong>uso</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>”e que a priori não possuem legislação ou plano <strong>de</strong> manejo.Figura 2. Madre <strong>de</strong> Dios: Cobertura e <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong>.12


Esforços para a abertura <strong>da</strong> floresta em Madre <strong>de</strong> Dios, principalmente em relação a essaporcentagem <strong>de</strong> <strong>terra</strong>s sem <strong>uso</strong> regulamenta<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>, surgem mais fortemente com otérmino <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via IOS. Muitos pesquisa<strong>do</strong>res especulam sobre os benefícios <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via eseu potencial <strong>de</strong> impacto na região (Dourojeanni et al., 2006; Men<strong>do</strong>nza et al.,2007; Rubio,2007; Zambrano et al., 2010; Perz et al., 2010; 2011), já que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>sem áreas anteriormente remotas aumenta consi<strong>de</strong>ravelmente as taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento(Fearnsi<strong>de</strong>, 1987). Avaliações <strong>de</strong> impactos <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>s na Amazônia brasileira <strong>de</strong>monstramque a distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas em regiões <strong>de</strong> fronteira é fortemente influencia<strong>da</strong>pela infraestrutua <strong>de</strong> transporte (Soares-Filho et al., 2002; Pfaff et al., 2007; 2009; Zambranoet al., 2010). Laurence et al., 2001 estimou que para essas regiões 30% <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>sflorestais ocorrem em torno <strong>da</strong>s ro<strong>do</strong>vias, sen<strong>do</strong> que 20% <strong>de</strong>ssa per<strong>da</strong> são em uma faixa <strong>de</strong>11-25km a partir <strong>da</strong> bor<strong>da</strong>, e 10% em áreas mais distantes em torno <strong>de</strong> 26-50 km.De acor<strong>do</strong> com a IIRSA a ro<strong>do</strong>via IOS será um <strong>do</strong>s principais eixos <strong>de</strong> integração e<strong>de</strong>senvolvimento para o Brasil e Peru. Apesar <strong>do</strong>s possíveis benefícios econômicos ecomerciais, análises recentes (Babbit, 2009; Dourojeanni, 2009; Zambrano et al.,2010)salientam que os poucos <strong>de</strong>bates e a ausência <strong>de</strong> uma avaliação <strong>de</strong> impacto ambiental àescala a<strong>do</strong> projeto, para uma estra<strong>da</strong> que atravessa to<strong>do</strong> o su<strong>do</strong>este <strong>da</strong> bacia Amazônica,levará ao intenso <strong>de</strong>smatamento. A preocupação com o aumento <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento naregião pauta-se além <strong>da</strong> <strong>de</strong>vastação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s serviços ambientais <strong>da</strong>floresta com foco principal relaciona<strong>do</strong> à importância <strong>do</strong> bioma para o equilíbrio climático,ten<strong>do</strong> em conta a alta contribuição <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> carbono provenientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamentotropical. Anualmente os eventos <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento liberam para atmosfera cerca <strong>de</strong> 1,6 a2,4 Pg <strong>de</strong> carbono (De Jong et al., 2000; Fearnsi<strong>de</strong>, 2000; Houghton, 2005). Conformeessas estimativas o <strong>de</strong>smatamento tropical colabora com cerca <strong>de</strong> 20-25% <strong>da</strong>s emissões <strong>de</strong>dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono atropogênicos <strong>do</strong> efeito estufa (Houghton, 2008, Watson et al., 2000;Nepstad, 2009).Inseri<strong>do</strong>, portanto, no contexto atual <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças climáticas e mitigação ambiental naAmazônia, esse trabalho levanta <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre o valor presente líqui<strong>do</strong> 5 <strong>do</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong> porpequenos produtores <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios. Para tanto, ren<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola e<strong>da</strong> pecuária bovina, pratica<strong>da</strong>s em <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, foram calcula<strong>da</strong>s através <strong>de</strong>uma mo<strong>de</strong>lo discriminante e espacialmente explicito respectivamente. O objetivo é fornecer<strong>da</strong><strong>do</strong>s colaborativos para o estabelecimento <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s financeiros entre esses usuários <strong>da</strong><strong>terra</strong> e o governo peruano junto aos programas mundiais <strong>de</strong> compensação por serviços5 O conceito <strong>de</strong> Valor Presente Liqui<strong>do</strong> esta <strong>de</strong>scrito na sessão 2.2.2 <strong>do</strong> presente trabalho.13


ambientais, interessa<strong>do</strong>s em esforços para o <strong>de</strong>smatamento evita<strong>do</strong>. Dentre essesprogramas <strong>de</strong>staca-se o mecanismo REDD 6 (Reducing Emissions from Deforestation andForest Degra<strong>da</strong>tion) proposto pela UNFCCC (United Nations Framework Convention onClimate Change) que reúne interesses em busca <strong>de</strong> um regime <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça climática pós-2012.O objetivo <strong>do</strong> REDD é a criação <strong>de</strong> valores econômicos para manutenção <strong>da</strong> floresta em pé(Stickler et al., 2009; Nunes et al., 2011 in press). O mecanismo é dirigi<strong>do</strong> aos paísesabun<strong>da</strong>ntes em florestas tropicais que ao se disporem rigorosamente em manter ouexpandir suas florestas e comprovarem efetivas reduções <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> carbono po<strong>de</strong>rãoobter incentivos positivos ou compensações financeiras (Nepstad et al.; 2001; 2007., Stickleret al., 2009; Moutinho et al.,2008). A primeira avaliação para aplicação <strong>do</strong> REDD diz respeitoàs ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s elegíveis para a geração <strong>de</strong> reduções <strong>de</strong> emissões. Omecanismo é uma opção <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> para aqueles usuários <strong>da</strong> <strong>terra</strong> que <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m<strong>de</strong>smatamento caso eles optem em manter a floresta e encontrem outros meios paramelhorar ou intensificar seus sistemas produtivos.No contexto <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios os principais usuários potenciais que po<strong>de</strong>rão usufruir <strong>do</strong>sbenefícios <strong>do</strong> REDD são os pequenos agricultores rurais que se concentram em 95% aolongo <strong>da</strong> IOS (COFOPRE, 2009) – Fig.1. A floresta ao longo <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via esta altamenteameaça<strong>da</strong> e sua manutenção po<strong>de</strong> ser ain<strong>da</strong> mais rentável conforme os pressupostos <strong>de</strong>custos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> 7 <strong>do</strong> mecanismo. Quanto maior a ameaça <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> região florestal, conseqüentemente maior será o custo 8 para mantê-la em pé,sen<strong>do</strong> para essas regiões que o REDD <strong>de</strong>ver ser direciona<strong>do</strong> em priori<strong>da</strong><strong>de</strong> (Nepstad, 2007;Soares-Filho, 2010). Madre <strong>de</strong> Dios que constitui uma <strong>da</strong>s regiões <strong>de</strong> florestas tropicaismais conserva<strong>da</strong>s <strong>do</strong> planeta e também é palco <strong>de</strong> grandiosos projetos econômicos (como acorri<strong>da</strong> pelo ouro e a Interoceânica), configura exatamente esse cenário. O indubitávelpotencial para o REDD torna o mecanismo uma alternativa excelente para conter aexpansão <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas na região e por sua vez evitar a conversão <strong>da</strong> floresta,além <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> promover melhorias na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> populaçãocampesina.6 O REDD foi cria<strong>do</strong> durante a COP 11, em Montreal, em 2005 (Parker et al.,2009).7 O conceito <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> se refere a uma possível per<strong>da</strong> <strong>de</strong> rendimentos pela opção por uma<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> alternativa em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outra. Seu cálculo po<strong>de</strong> ser feito em função <strong>da</strong> diferença <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>entre duas alternativas: a que <strong>de</strong> fato se concretizou e a que teria se concretiza<strong>do</strong> caso a opção tivesse si<strong>do</strong>diferente. Para se analisar esta diferença é preciso consi<strong>de</strong>rar as possíveis receitas e custos <strong>da</strong>s duasalternativas (Martins, 2000).8 Nepstad et al., (2007) estimou que na Amazônia brasileira o custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> florestapo<strong>de</strong> alcançar até 100 US$/tonC em áreas altamente ameaça<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>smatamento, como os Esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> MatoGrosso e Rondônia.14


Certamente é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio transmitir e difundir os i<strong>de</strong>ais <strong>do</strong> REDD entre essesusuários e convencê-los <strong>da</strong> não retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> floresta, assim como adquirir o financiamentodisponível pelo mecanismo em um curto prazo <strong>de</strong> tempo necessário para manter asobrevivência <strong>de</strong>sses pequenos agricultores. Outros obstáculos também envolvem aquantificação e valoração segura <strong>do</strong> carbono estoca<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>smatamento evita<strong>do</strong>, assimcomo a conversão <strong>do</strong>s serviços ambientais <strong>da</strong> floresta em um fluxo <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> constante. Demo<strong>do</strong> a utilizar esses serviços como estratégia a longo prazo para manter a floresta e ospovos que a habitam ou <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong>la. Apesar <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios, as iniciativas <strong>de</strong> conservaçãoe preservação precisam ser implementa<strong>da</strong>s e para tanto é necessário que os órgãosfinancia<strong>do</strong>res e os governos nacionais criem medi<strong>da</strong>s imediatas e necessárias parasustentar essa população e evitar per<strong>da</strong>s adicionais ao bioma (Fearnsi<strong>de</strong>, 1997). Aconcentração, portanto, <strong>de</strong> subsídios direciona<strong>do</strong>s ao planejamento socioambiental <strong>da</strong>região com a busca <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias que trabalhem <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong> para o entendimento<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> paisagem e sirvam <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão para gestão e conservação <strong>da</strong>floresta, <strong>de</strong>ve constituir, <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong>, principal foco <strong>da</strong>s instituições <strong>de</strong> pesquisaencarrega<strong>da</strong>s e <strong>do</strong>s governos nacionais.1.1.Madre <strong>de</strong> Dios: Produção agropecuária e Ocupação regionalA ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária em Madre <strong>de</strong> Dios atualmente representa 8.5% <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong>Departamento. Os primeiros indícios <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária na região <strong>da</strong>tam <strong>do</strong> final <strong>do</strong>século XX, perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> intensa extração <strong>de</strong> borracha e <strong>do</strong> primeiro gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong>imigrantes para as <strong>terra</strong>s baixas amazônicas (Cossío-Solano, 2009; Alvarez & Naughton-Treves, 2003). Os extrativistas abriam a floresta para terem acesso às seringueiras eaproveitavam a <strong>terra</strong> limpa para o cultivo agrícola, inician<strong>do</strong> os primeiros processos <strong>de</strong><strong>de</strong>smatamento ao longo <strong>do</strong>s rios (Alvarez & Naughton-Treves, 2003).Depois <strong>do</strong> “boom” <strong>da</strong> economia <strong>da</strong> borracha, o posterior incentivo à ocupação regionalocorreu na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960 com a construção <strong>de</strong> uma nova estra<strong>da</strong> ligan<strong>do</strong> PuertoMal<strong>do</strong>na<strong>do</strong> a Cusco. Como parte <strong>de</strong> um plano nacional <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte Fernan<strong>do</strong> Belaún<strong>de</strong>(1963-1968) para promover a ocupação <strong>da</strong> Amazônia e aliviar as pressões nacionais nas<strong>terra</strong>s altas (Naughton-Treves, 2004; Dourojeanni, 2001), esse novo empreendimentooriginou uma segun<strong>da</strong> on<strong>da</strong> <strong>de</strong> imigração que culminou na criação <strong>de</strong> novas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrícolas (Cossío-Solano, 2009).15


No perío<strong>do</strong> caracteriza<strong>do</strong> pela ditadura militar, na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, uma <strong>da</strong>s principaisrealizações <strong>do</strong> governo foi a reforma agrária <strong>de</strong> 1969 (Chirinos-Almanza, 1975; Euguren,2006; Villavicencio, 2010). Embora tenha si<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> para promover uma distribuição <strong>de</strong><strong>terra</strong> e ren<strong>da</strong> mais igualitária basea<strong>da</strong> na agricultura associativa para as populações rurais,apenas um número pequeno <strong>de</strong> camponeses foi beneficia<strong>do</strong> (Euguren, 2006; Villavicencio,2010). Como resulta<strong>do</strong>, muitos produtores rurais migraram para a bacia Amazônica,especificamente para Madre <strong>de</strong> Dios, San Martin, Loreto e Amazonas, on<strong>de</strong> aplicarampráticas <strong>de</strong> corte e queima <strong>da</strong> floresta tropical para o estabelecimento <strong>da</strong> agricultura epastagem (Euguren, 2006; Villavicencio, 2010).Foi na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980 que ocorreu o gran<strong>de</strong> marco histórico e econômico <strong>de</strong> produçãoagrícola em Madre <strong>de</strong> Dios através <strong>da</strong>s políticas populistas <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte Alan Garcia (1985-1990) (Cannock & Cuadra, 1993). O Regime Garcia triplicou a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> créditosagrícolas e títulos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que promoveu intensa expansão <strong>da</strong> fronteira agrícola e<strong>de</strong>smatamento na região (Coomes, 1996; Dourojeanni, 1990; Naughton-Treves, 2004). Esseperío<strong>do</strong> assinalou o terceiro gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> imigrantes para Madre <strong>de</strong> Dios queaproveitaram <strong>da</strong> alta estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> para intensificar a produção <strong>de</strong> culturastemporárias como arroz e milho (Cannock & Cuadra, 1993; Alvarez & Naughton-Treves,2003). A produção agrícola e a posse legal <strong>da</strong> <strong>terra</strong> motivaram imigrantes e camponeseslocais na criação <strong>de</strong> cooperativas agrícolas, com intuito <strong>de</strong> unir forças para a sustentaçãocontínua <strong>do</strong> setor na economia regional. Nos anos posteriores, o rápi<strong>do</strong> aumento <strong>da</strong>s taxasinflacionárias peruanas e o <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong> solo pelas culturas temporárias foram fatoresfavoráveis para engajar os produtores rurais no estabelecimento <strong>de</strong> pastagem e naexpansão <strong>da</strong> pecuária bovina, um investimento mais seguro e rentável para enfrentar a criseinflacionária nacional (Coomes, 1996).Com as novas políticas <strong>de</strong> ajuste estrutural implementa<strong>da</strong>s em 1990 pelo presi<strong>de</strong>nte AlbertoFujimori os créditos agrícolas cessaram e a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária na região entrou em total<strong>de</strong>cadência com redução <strong>de</strong> até 65% na produção <strong>de</strong> culturas anuais (Naughton-Treves,2003). A diminuição drástica <strong>do</strong>s incentivos agrícolas no governo Fujimori reflete o cenárioatual <strong>do</strong> setor agropecuário em Madre <strong>de</strong> Dios. A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> se tornou pouco rentável, <strong>de</strong>baixa produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e volta<strong>da</strong> quase que exclusivamente para a subsistência <strong>do</strong>s pequenoscolonos.Ain<strong>da</strong> que nos dias atuais seja uma opção secundária para os pequenos proprietários queacabam se engajan<strong>do</strong> em outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas como forma <strong>de</strong> complementação <strong>de</strong>ren<strong>da</strong>, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola permanece generaliza<strong>da</strong> em Madre <strong>de</strong> Dios. Pratica<strong>da</strong> ao longo16


<strong>do</strong>s rios Madre <strong>de</strong> Dios e Tambopata e em áreas adjacentes às estra<strong>da</strong>s (GOREMAD–IIAP,2009), calcula-se que cerca <strong>de</strong> 4% (cerca <strong>de</strong> 335.000 hectares) <strong>da</strong> área total <strong>do</strong>Departamento são aloca<strong>do</strong>s para fins agrícolas (Huertas-Castillo 2004; GOREMAD–IIAP,2009). Os principais cultivos são, arroz, milho, banana, e mandioca. A pecuária também égerencia<strong>da</strong> por famílias, assim como a criação <strong>de</strong> aves e suínos. Outros registros são <strong>de</strong>pecuária extensiva em menor escala em torno <strong>da</strong> IOS e <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> ovelhas que tambémtem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> ao longo <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>s como Quincemil-Puerto Mal<strong>do</strong>na<strong>do</strong> e Pilcopata-Shintuya (Cossío-Solano, 2009; GOREMAD–IIAP, 2009).2. CONTEXTO REGIONAL E MÉTODOS DE PESQUISAMadre <strong>de</strong> Dios é o terceiro maior Departamento <strong>do</strong> Peru, com área <strong>de</strong> 85300 km² o queinclui 7% <strong>do</strong> território nacional. A divisão política é composta por três províncias, Manu,Tahuamanu e Tambopata que é a mais extensa e constitui 42% <strong>do</strong> Departamento. Em 2009,sua população foi estima<strong>da</strong> em 117.991 habitantes (INEI, 2009), sen<strong>do</strong> 27% <strong>da</strong> populaçãocaracteriza<strong>da</strong> como rural. Apesar <strong>da</strong> menor participação no contingente populacional <strong>do</strong>Peru (0,4% <strong>do</strong> total <strong>do</strong> país) Madre <strong>de</strong> Dios tem experimenta<strong>do</strong> o maior aumentoproporcional <strong>da</strong> população <strong>de</strong>ntre to<strong>do</strong>s os Departamentos peruanos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993 (63,5%)(INEI 2009; Cossío-Solano, 2009).De acor<strong>do</strong> com o plano <strong>de</strong> zoneamento <strong>do</strong> Governo Regional, Madre <strong>de</strong> Dios possui 34zonas distintas classifica<strong>da</strong>s conforme o <strong>uso</strong> e cobertura <strong>do</strong> solo. A distribuição <strong>de</strong> <strong>terra</strong>s naregião equivale a 60.3% <strong>de</strong> áreas naturais protegi<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> tratamento especial (4,7 milhões<strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> floresta tropical), 23,5% <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> produção florestal e outras associações,e 16,8% <strong>de</strong> <strong>terra</strong>s <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a outros tipos <strong>de</strong> <strong>uso</strong> - Fig.2 (GOREMAD–IIAP, 2009). Madre<strong>de</strong> Dios é uma <strong>da</strong>s poucas regiões <strong>de</strong> mega diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no mun<strong>do</strong> (Myers etal., 2000), com recor<strong>de</strong>s mundiais <strong>de</strong> pássaros e mamíferos (Huertas-Castillo, 2004).Durante a maior parte <strong>do</strong> século XX a economia <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios esteve basea<strong>da</strong> noextrativismo vegetal e na agropecuária, sen<strong>do</strong> este quadro altera<strong>do</strong> na déca<strong>da</strong> 1970 com oavanço <strong>da</strong> mineração, um <strong>do</strong>s principais drivers <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento <strong>da</strong> região atualmente(Cossío-Solano, 2009; Kirkby et al., 2010). A produção <strong>de</strong> ouro <strong>de</strong> aluvião po<strong>de</strong> alcançar 10tonela<strong>da</strong>s por ano, e os fluxos financeiros gera<strong>do</strong>s por esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> contribui com cerca <strong>de</strong>30% <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> Departamento (GOREMAD–IIAP, 2009).A extração sustentável <strong>de</strong> castanha<strong>do</strong> Brasil também é um <strong>de</strong>staque <strong>da</strong> economia regional (Escobal et al., 2003; Santos et al.,2011 in press). Essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> abrange mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> hectares (12% <strong>do</strong>17


Departamento) e seu lucro máximo foi estima<strong>do</strong> em aproxima<strong>da</strong>mente US$ 10.ha-¹ (Nuneset al., 2011 in press). A extração ma<strong>de</strong>ireira, outra ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>terminante para economia <strong>do</strong>Departamento, aumentou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1992 com a coleta seletiva <strong>de</strong> espécies valoriza<strong>da</strong>s nomerca<strong>do</strong>, como o mogno e cedro (Cossío-Solano, 2009; Villavicencio, 2010). Atualmente oecoturismo também vem ganhan<strong>do</strong> importância na região por sua lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e potencialpara conservação (Cossío-Solano, 2009; Kirkby et al., 2010).Como visto anteriormente a extração <strong>da</strong> castanha <strong>do</strong> Brasil, ma<strong>de</strong>ira e a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ecoturismo são atualmente regulamenta<strong>da</strong>s e pratica<strong>da</strong>s em áreas <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s,concedi<strong>da</strong>s pelo Esta<strong>do</strong>. Com a Implementação <strong>da</strong> nova Lei Florestal em 2002 o governoestabeleceu concessões <strong>de</strong> longo prazo (40 anos) tanto para extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (cerca <strong>de</strong>52 concessões <strong>de</strong> 5.000-10.000 ha) quanto para extração <strong>de</strong> castanha <strong>do</strong> Brasil, cerca <strong>de</strong>800 concessões <strong>de</strong> 200-1200 ha (Cossío-Solano, 2009; Villavicencio, 2010; Kirkby et al.,2010). Apesar <strong>de</strong>ssas mu<strong>da</strong>nças no setor florestal, as falhas no monitoramento efiscalização, ain<strong>da</strong> têm permiti<strong>do</strong> a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ma<strong>de</strong>ireiras ilegais.2.1. Área <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>: Ro<strong>do</strong>via Interoceânica SulA área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> envolve to<strong>do</strong> o percurso <strong>da</strong> Interoceânica Sul <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong>Madre <strong>de</strong> Dios (trecho 03) que contabiliza 403 km <strong>de</strong> Iñapari a Mazuco (ODEBRECHT,2010). Consi<strong>de</strong>ramos também uma área buffer <strong>de</strong> 30 km² ao longo <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via, on<strong>de</strong> estãolocaliza<strong>da</strong>s 95% <strong>da</strong>s <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas (Fig.03).Figura 03. Madre <strong>de</strong> Dios: Área <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>18


O projeto Interoceânica nasceu <strong>de</strong> um acor<strong>do</strong> assina<strong>do</strong> entre Peru e Brasil em 1979 (CTAR,1998; Naughton-Treves, 2003). A previsão seria uma ro<strong>do</strong>via <strong>de</strong> 3.000 Km que iniciaria apartir <strong>da</strong> fronteira com o Acre e atravessaria to<strong>da</strong> Madre <strong>de</strong> Dios e região Sul <strong>do</strong> Peru até opacífico. As expectativas principais relaciona<strong>da</strong>s à ro<strong>do</strong>via para ambos os países referem-seà abertura e o fortalecimento comercial com a conexão <strong>do</strong>s portos <strong>do</strong> atlântico aos portos <strong>do</strong>pacífico. Concluí<strong>da</strong> em 2002 no Brasil (350 km) e em 2010 no Peru, a interoceânica possui2600 km e atravessa ricas zonas <strong>de</strong> florestas tropicais que concentram um gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> espécies endêmicas (Myers et al., 2000; Men<strong>do</strong>nza et al., 2007). Tais áreas além <strong>de</strong>possuírem consi<strong>de</strong>rável valor biológico estão se tornan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais importantes para o<strong>de</strong>senvolvimento regional através <strong>do</strong> ecoturismo (Dourojeanni, 2006; Men<strong>do</strong>nza et al.,2007;Kirkby et al., 2010).Além <strong>de</strong> promover o turismo para Madre <strong>de</strong> Dios a Interoceânica permite ao Brasiltransportar seus produtos <strong>da</strong>s regiões Norte e Centro-Oeste até portos como, Ilo, Matarani eSan Juan (INEI, 2009) mais próximos aos merca<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s países asiáticos, diminuin<strong>do</strong> assim,os custos na colocação <strong>de</strong>sses produtos no merca<strong>do</strong> internacional. Com o término <strong>da</strong>ro<strong>do</strong>via, Brasil e Peru anseiam que a estra<strong>da</strong> abra um novo canal <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong> grãoscomo a soja (Pfaff et al., 2009), além <strong>da</strong> carne bovina e sirva <strong>de</strong> alternativa para aexportação <strong>de</strong> produtos industrializa<strong>do</strong>s ou in natura como a extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, castanhae minerais. Atualmente as exportações <strong>de</strong>sses produtos são feitas através <strong>do</strong>s portosbrasileiros em Santos - SP e Paranaguá – PR (IBGE, 2007).As possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s positivas relaciona<strong>da</strong>s à economia <strong>do</strong>s países estão atrela<strong>da</strong>s aos <strong>da</strong>nosambientais que também surgirão nas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s corta<strong>da</strong>s pela nova ro<strong>do</strong>via. A ameaça afloresta tropical amazônica e as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a habitam esta moven<strong>do</strong> organizações egovernantes <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> na realização <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s e promoção <strong>de</strong> planejamentosvolta<strong>do</strong>s à mitigação ambiental <strong>da</strong>s áreas afeta<strong>da</strong>s (Fleck et al., 2010, Glave &Borasino,2010; Nunes et al, 2011 in press).2.2. Materiais e Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Pesquisa2.2.1. Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>sPara elaboração <strong>de</strong>ssa pesquisa realizamos um trabalho <strong>de</strong> campo na região <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong>Dios, on<strong>de</strong> foi percorri<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o trajeto <strong>da</strong> Ro<strong>do</strong>via Interoceânica Sul pertencente aoDepartamento - <strong>de</strong> Iñapari (fronteira com o Acre) até Mazuco (fronteira com os19


Departamentos <strong>de</strong> Puno e Cusco). Adquirimos 62 entrevistas 9 com pequenos proprietários<strong>de</strong> <strong>terra</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o Departamento, que respon<strong>de</strong>ram informações sobre aspectossocio<strong>de</strong>mográficos (população resi<strong>de</strong>nte, i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo, grau <strong>de</strong> instrução, naturali<strong>da</strong><strong>de</strong>, etc.);características <strong>do</strong> sistema produtivo (tamanho <strong>do</strong> lote agrícola, condições <strong>de</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong>,culturas produzi<strong>da</strong>s, custos, meio <strong>de</strong> transporte, patrimônio, mão <strong>de</strong> obra, etc.) e percepçãoambiental (modificações ambientais percebi<strong>da</strong>s ao passar <strong>do</strong>s anos, aspirações futuras,<strong>de</strong>ntre outras.)Visitas a órgãos governamentais, ONGs e outras instituições também foram realiza<strong>da</strong>s embusca <strong>de</strong> informações complementares sobre a agropecuária na região. Dentre esses<strong>de</strong>stacam-se: GOREMAD (Gobierno Regional <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios), INRENA (InstitutoNacional <strong>de</strong> Recursos Naturales), Dirección Regional <strong>de</strong> Agricultura, SENASA (ServicioNacional <strong>de</strong> Sani<strong>da</strong>d Agraria), ACCA (Asociación para la Conservación <strong>de</strong> la CuencaAmazónica), ProNaturaleza (Fun<strong>da</strong>ción Peruana para la Conservación <strong>de</strong> la Naturaleza) eCOFOPRI (Organismo <strong>de</strong> Formalización <strong>de</strong> la Propie<strong>da</strong>d Informal).9 O questionário aplica<strong>do</strong> encontra-se em Anexos.20


2.2.2. Cálculo <strong>de</strong> Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e Valor Presente Líqui<strong>do</strong> <strong>da</strong>s Pequenas Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sInicialmente calculamos a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s 62 pequenos proprietários <strong>de</strong> <strong>terra</strong> entrevista<strong>do</strong>satravés <strong>de</strong> um cálculo basea<strong>do</strong> na subtração <strong>da</strong> receita (total produzi<strong>do</strong> x preços) peloscustos totais (mão <strong>de</strong> obra, sistema produtivo e transporte). O resulta<strong>do</strong> foi divi<strong>do</strong> pela área<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> para aquisição <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por hectare. A rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> foi calcula<strong>da</strong>para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola e pecuária (Tab.1) <strong>de</strong> forma discrimina<strong>da</strong> e refere-se à campanha<strong>de</strong> produção <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2010 <strong>do</strong>s principais produtos agropecuários produzi<strong>do</strong>s na região.Tabela 1. Produtos agropecuários seleciona<strong>do</strong>s para o cálculo <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e produçãoanual em tonela<strong>da</strong>sPRODUTOS 2008 2009 2010Arroz 6794 6810 7073Milho 8848 9603 10692Banana 11135 10611 9233Tangerina 420 419 349Limão 544 487 494Mandioca 8739 8277 7041Cupuaçu 1 24 46Abacate 323 325 247Laranja 834 818 681Abacaxi 1419 1241 1107Mamão 1689 1565 1399Feijão 233 169 209Pepino 38 38 36Aves* 2360 2707 -Ga<strong>do</strong>* 1308 1666 -Ovinos* 51 54 -Suínos* 188 268 -Leites 3080 2014 -Ovos 362 171 -*ven<strong>da</strong> <strong>da</strong> carne (kg ou cabeça)Fonte: Agências e Se<strong>de</strong>s Agrárias, MINAGMDD, 2009Com base nesses primeiros resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e com o <strong>uso</strong> <strong>de</strong> diversas outrasvariáveis econômicas e biofísicas forneci<strong>da</strong>s pelas entrevistas, realizamos uma análise <strong>de</strong>cluster (Hierarchical Cluster) para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> tipologias <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas. Ostipos ou grupos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s gera<strong>do</strong>s para a amostra <strong>do</strong>s 62 proprietários foramimputa<strong>do</strong>s em uma função discriminante (Discriminant Analysis) para estimação <strong>da</strong>rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s outros 3489 pequenos proprietários <strong>de</strong> <strong>terra</strong> que vivem na região. Os<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> foram a posteriori utiliza<strong>do</strong>s para calcular o valor presente liqui<strong>do</strong> <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária para um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 30 anos. Com a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s ospequenos proprietários <strong>de</strong> <strong>terra</strong> simulamos também um cenário <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>s <strong>de</strong> agricultura21


familiar para to<strong>da</strong> Madre <strong>de</strong> Dios. To<strong>da</strong>s essas etapas po<strong>de</strong>m ser observa<strong>da</strong>s na fig. 04 queapresenta uma cronologia <strong>da</strong> meto<strong>do</strong>logia utiliza<strong>da</strong> e os méto<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>s para ca<strong>da</strong>etapa.Figura 04. Etapas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s na mo<strong>de</strong>lagemUma menor parte <strong>de</strong>sses proprietários possui maior <strong>de</strong>dicação a pecuária bovina quem vemcrescen<strong>do</strong> em Madre <strong>de</strong> Dios <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 (Naughton-Treves, 2003; GOREMAD,2010). Diante a maior preocupação em relação à pecuária <strong>de</strong> corte, cuja expansão possuialta correlação direta com o <strong>de</strong>smatamento para o cultivo <strong>de</strong> pastagem (Nepstad et al.,2009; Soares-Filho et al.,2010; Bowman et al., 2011), esse trabalho também se propõe arealização <strong>de</strong> uma análise <strong>da</strong>s ren<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ssa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em separa<strong>do</strong> <strong>da</strong>s outras pratica<strong>da</strong>spelo pequeno produtor, <strong>de</strong> forma a compor um sistema produtivo único. O calculo <strong>do</strong> valorpresente liqui<strong>do</strong> <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> carne bovina <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios foi obti<strong>do</strong> através <strong>de</strong> ummo<strong>de</strong>lo espacialmente explicito <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em uma plataforma <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem ambiental(DINAMICA EGO 1.6.2).22


(i). Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Agrupamento - Hierarchical Cluster AnalysisPara i<strong>de</strong>ntificar os tipos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas pesquisa<strong>da</strong>s conforme a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>espacial <strong>do</strong> usuário <strong>da</strong> <strong>terra</strong> e outras variáveis econômicas e biofísicas utilizamos a análise<strong>de</strong> cluster (agrupamentos) a partir <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Hierárquico. Os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> agrupamento(clustering) são procedimentos estatísticos que classificam um conjunto <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s finito emultivaria<strong>do</strong> em grupos restritos e homogêneos internamente, permitin<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> tipologias analíticas <strong>de</strong>sse conjunto (Simões, 2004).O méto<strong>do</strong> Hierárquico utiliza<strong>do</strong> é <strong>do</strong> tipo aglomerativo que inicia com clusters unitários (ca<strong>da</strong>elemento <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s) e repeti<strong>da</strong>mente aglutina clusters próximos <strong>do</strong>is a<strong>do</strong>is até chegar ao número “k” <strong>de</strong> clusters solicita<strong>do</strong>s pelo usuário. Comumente é umméto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> para sumarizar estruturas em bases <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s. Os grupos (quatro, no casoespecifico <strong>de</strong>sse trabalho) foram gera<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> uma matriz <strong>de</strong> semelhança oudiferenças, em que ca<strong>da</strong> elemento <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong>screve o grau <strong>de</strong> semelhança ou diferençaentre ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>is casos com base nas variáveis escolhi<strong>da</strong>s (Tab.2). Selecionamos variáveiseconômicas e relativas ao sistema produtivo que supomos serem mais influentes na<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s sistemas agrícolas <strong>de</strong> pequena escala. Já as variáveisbiofísicas e <strong>de</strong>mográficas são colaborativas para a formação <strong>da</strong>s tipologias <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sconforme características ambientais e tamanho <strong>da</strong> família.Tabela 02. Variáveis seleciona<strong>da</strong>s para o Hierarchical ClusteringEconômicas* Sistema Produtivo* Demográficas* Biofísicas**Custos com Mão <strong>de</strong> Obra Área total <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> Pop. Resi<strong>de</strong>nte Cobertura <strong>da</strong> <strong>terra</strong>Custos com Insumos Produção Total (Kg) Pop. Masculina ClimaCustos com Impostos Distancia até o ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> (km) Pop. Feminina FisionomiaCustos com Transporte Aptidão para produção agrícola GeologiaCusto Total Área <strong>de</strong> Floresta GeomorfologiaReceita Total Área para cultivos anuais SolosRentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Anual Área para cultivos perenes Uso <strong>do</strong> SoloRentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Espacial Área para pastagem VegetaçãoTipo <strong>de</strong> Transporte Utiliza<strong>do</strong>Fonte: *Da<strong>do</strong>s provenientes <strong>da</strong>s entrevistas,2010.** Governo Regional <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios (Goremad-ZEE, 2008).FisiografiaDentre os vários méto<strong>do</strong>s hierárquicos existentes utilizamos o méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> média <strong>da</strong>sdistâncias entre grupos (Average Linkage) por meio <strong>do</strong> software SPSS 13.0. Nesse méto<strong>do</strong>a distância entre <strong>do</strong>is clusters é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a média <strong>da</strong>s distâncias entre to<strong>do</strong>s os pares23


<strong>de</strong> elementos, on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> par é composto <strong>de</strong> um elemento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo. Segun<strong>do</strong> Mingoti(2005):On<strong>de</strong>,dist(Xri, Xsj) é a distância ri e jir e s <strong>do</strong>is grupos <strong>de</strong> elementos (clusters)Nr e Ns são os números <strong>de</strong> elementos <strong>do</strong>s clusters r e s(ii). Análise DiscriminanteA análise discriminante também é uma técnica que po<strong>de</strong> ser usa<strong>da</strong> para classificação <strong>de</strong>elementos <strong>de</strong> uma amostra. Para a sua aplicação, é necessário que os grupos para os quaisca<strong>da</strong> elemento amostral a ser classifica<strong>do</strong> já estejam pre<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, ou seja, classifica<strong>do</strong>s apriori (nesse caso os grupos <strong>do</strong>s proprietários entrevista<strong>do</strong>s que foram classifica<strong>do</strong>s com ométo<strong>do</strong> Hierárquico). Este conhecimento permite a elaboração <strong>de</strong> uma função matemática,<strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> função discriminante, que é utiliza<strong>da</strong> para classificar novos elementosamostrais (os <strong>de</strong>mais 3498 pequenos proprietários <strong>de</strong> <strong>terra</strong>) nos grupos já existentes(Mingoti, 2005). É importante salientar que a classificação com uma função discriminante éfun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> na teoria <strong>da</strong>s probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e vão muito além <strong>de</strong> distâncias matemáticas quecomumente são utiliza<strong>da</strong>s em méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> agrupamento (clustering).Uma análise discriminante é altamente sensível à presença <strong>de</strong> outliers ou valores extremos<strong>de</strong> variáveis que têm um largo impacto nas médias o que aumenta as variâncias po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>erroneamente resultar em significância estatística. Dessa forma, i<strong>de</strong>ntificamos os outliers <strong>da</strong>amostra que foram removi<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s critérios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação propostos por Hair et al.,(1998). Foram <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s como outliers os casos cujos valores <strong>da</strong> variável em análisedistanciam três <strong>de</strong>svios-padrão <strong>da</strong> média amostral <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Por meio <strong>do</strong> software SSPS 13.0 geramos nesse trabalho uma função discriminante linearapropria<strong>da</strong> para <strong>do</strong>is grupos ou conjunto <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, tal como se segue:Y = a + b1*x1 + b2*x2 +...+bm*xmon<strong>de</strong> a é uma constante e b1,b2,...bm são um conjunto <strong>de</strong> coeficientes cujo valorrepresenta o seu grau <strong>de</strong> contribuição para a predição <strong>do</strong> grupo a que pertence.24


A função discriminou, portanto, a partir <strong>do</strong>s grupos gera<strong>do</strong>s pelo hierárquico (função <strong>de</strong>classificação a priori) e com as variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes comuns entre os <strong>do</strong>is conjuntos <strong>de</strong><strong>da</strong><strong>do</strong>s (entrevista<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>mais proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas), uma nova classificação para atotali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s casos computa<strong>do</strong>s bem como suas respectivas probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>pertencimento a ca<strong>da</strong> grupo gera<strong>do</strong> na função <strong>de</strong> classificação a priori. Com base nasprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pertencimento a ca<strong>da</strong> grupo <strong>da</strong> função <strong>de</strong> classificação a priori, foipossível imputar o valor espera<strong>do</strong> <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> outras variáveis <strong>de</strong> interesse emca<strong>da</strong> observação <strong>do</strong> universo (para to<strong>da</strong>s as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas). Esse cálculo foiefetua<strong>do</strong> soman<strong>do</strong>-se o produto entre as probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pertencimento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>observação e as médias <strong>da</strong>s variáveis <strong>de</strong> interesse, segun<strong>do</strong> a função <strong>de</strong> classificação aposteriori – função calibra<strong>da</strong>.Com a função <strong>de</strong> classificação calibra<strong>da</strong> foi possível calcular as probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>pertencimento para ca<strong>da</strong> caso em ca<strong>da</strong> novo grupo gera<strong>do</strong> pela discriminante, aplican<strong>do</strong> aexpressão:Pi = ci +wi1*x1 + wi2*x2+...+wim*xmon<strong>de</strong> i representa o grupo respectivo, 1,2,... m as variáveis, ci um valor constante para ogupo i, wij o peso <strong>da</strong> variável j no cálculo <strong>da</strong>s probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> grupo i, xj o valorobserva<strong>do</strong> <strong>do</strong> caso respectivo para a variável j. Consi<strong>de</strong>ra-se que um caso <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>pertence ao grupo para o qual se encontrou a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> mais eleva<strong>da</strong>.Através <strong>da</strong> fig. 05 po<strong>de</strong>mos observar um fluxograma correspon<strong>de</strong>nte ao mo<strong>de</strong>lodiscriminante concebi<strong>do</strong> com suas diferentes etapas e aplicações <strong>da</strong>s funções anteriormente<strong>de</strong>scritas.Figura 05. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Análise Discriminante25


Foram estima<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> análise discriminante além <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>espacial, <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção total e receita total. Os <strong>do</strong>is últimos foram calcula<strong>do</strong>s paravali<strong>da</strong>ção com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios (GOREMAD, 2010) <strong>do</strong>s mesmoscultivos agrícolas e produtos pecuários incluí<strong>do</strong>s nos cálculos <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial para os62 proprietários <strong>de</strong> <strong>terra</strong>, assim como os preços para o cálculo <strong>de</strong> receita. É importantesalientar que a vali<strong>da</strong>ção foi realiza<strong>da</strong> com os valores totais <strong>do</strong> Departamento uma vez quea produção agropecuária <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios é realiza<strong>da</strong> somente nessas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrícolas.Estimamos também os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> familiar para to<strong>da</strong> a região <strong>de</strong>Madre <strong>de</strong> Dios. Para tanto incluímos mais uma variável no mo<strong>de</strong>lo discriminante: o custo <strong>de</strong>transporte <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira comercial. Incluímos essa variável por <strong>do</strong>is motivos: 1.Necessitávamos <strong>de</strong> variáveis explicativas que abrangessem to<strong>do</strong> o universo <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong><strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios e os custos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira 10 já foram simula<strong>do</strong>s e vali<strong>da</strong><strong>do</strong>spara to<strong>da</strong> região a partir <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s pelos POAS - Planos Operativos Anuais <strong>de</strong>Concessões Florestais - (INRENA, 2008a, 2009); 2. Esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresentam uma lógicaespacial e econômica relaciona<strong>da</strong>s com a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> escoamento e preçosvariantes conforme o tipo <strong>de</strong> via (menores para o transporte em rios, por exemplo) com opotencial <strong>de</strong> fornecer a mesma lógica para os <strong>da</strong><strong>do</strong>s estima<strong>do</strong>s. Não assumimos um cenárioon<strong>de</strong> os custos <strong>de</strong> transporte <strong>da</strong> agropecuária equivalessem aos custos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira. Esses últimos foram somente incluí<strong>do</strong>s na análise para servirem com uma espécie<strong>de</strong> peso, indicativo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> seria mais possível ou mais lógico obter maiores ou menoresrentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas em to<strong>da</strong> Madre <strong>de</strong> Dios, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração acessos eproximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s às vias <strong>de</strong> escoamento e custos <strong>de</strong> transporte associa<strong>do</strong>s. Com base emto<strong>da</strong>s as variáveis biofísicas e econômicas já integra<strong>da</strong>s ao mo<strong>de</strong>lo discriminante e com oscustos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, criamos, portanto um cenário hipotético, indicativo <strong>da</strong>spossíveis ren<strong>da</strong>s, caso Madre <strong>de</strong> Dios fosse constituí<strong>da</strong> em completo por <strong>pequenas</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas.10 Os custos <strong>de</strong> transporte são provenientes <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo espacial <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Giudice-Grena<strong>do</strong>set al 2010. Valuing forest lands in Madre <strong>de</strong> Dios, Peru: a spatial rent mo<strong>de</strong>l of sustainable timberharvesting. Relatório Técnico - Fun<strong>da</strong>ção Moore. Projeto: Promoting Forest Conservation andSustainable Development Partnerships in the Amazon [online].In: (acesso:04.11.2011).26


(iii). Valor Presente Líqui<strong>do</strong>O VPL é um indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho econômico <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como o somatório <strong>do</strong>s valorespresentes <strong>do</strong>s fluxos estima<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma aplicação, calcula<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> uma taxa <strong>da</strong><strong>da</strong> e<strong>de</strong> seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> duração (Amend et al., 2011). Enten<strong>de</strong>-se, portanto que VPL é a somaalgébrica <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong>sconta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa a ele associa<strong>do</strong>. Conceitualmente, aviabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica <strong>de</strong> um projeto analisa<strong>do</strong> por este méto<strong>do</strong> é indica<strong>da</strong> pela diferençapositiva entre receitas e custos, atualiza<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> juros (Rezen<strong>de</strong> &Oliveira, 1993).Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> foram, portanto, utiliza<strong>do</strong>s para calcular o Valor Presente Liqui<strong>do</strong><strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola familiar para um horizonte <strong>de</strong> 30 anos a uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong>7,35% - <strong>de</strong>duzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> inflação peruana (Kirkby et al., 2010). O calculo <strong>de</strong> VPL se expressapela função:On<strong>de</strong>, representa o lucro anual e representa a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 7,35%.2.2.3. Cálculo <strong>da</strong> Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e Valor Presente Líqui<strong>do</strong> <strong>da</strong>s Pequenas Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s- Pecuária Bovina -(i). Contexto Regional <strong>da</strong> Pecuária Bovina.A pecuária em Madre <strong>de</strong> Dios é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> majoritariamente pelas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>scampesinas. Pouco promovi<strong>da</strong> na região essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta participação <strong>de</strong> apenas3.2% no Produto Interno Bruto (PIB) <strong>do</strong> Departamento (INEI, 2009). A falta <strong>de</strong> investimentosdirigi<strong>do</strong>s ao setor agropecuário criou um cenário <strong>de</strong> atraso generaliza<strong>do</strong> no campo o quereflete nos baixos índices <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s pequenos produtores(Mackie, 2007; GOREAMAD-IIAP, 2008). A produção <strong>de</strong> carne bovina em 2009 foiregistra<strong>da</strong> em 3053,57 tonela<strong>da</strong>s (Tab.3) e a população <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> para o mesmo anocontabiliza cerca <strong>de</strong> 53.000 cabeças (MINAG; 2009; GOREMAD, 2010). Esse total equivalea uma distribuição média por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> produtora <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 3 cabeças por produtor,<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 1 cabeça para ca<strong>da</strong> 3 hectares e a maior produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 45kg27


valores e preços <strong>de</strong> <strong>terra</strong> <strong>de</strong> forma que os outputs <strong>de</strong>lineassem um novo cenário - sem <strong>terra</strong>.Para este novo cenário o papel <strong>do</strong>s preços <strong>da</strong> <strong>terra</strong> ou <strong>de</strong> compras e ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s não são contabiliza<strong>do</strong>s na rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s pequenos pecuaristas.Acreditamos que esse cenário seja uma melhor opção para Madre <strong>de</strong> Dios já que estamosconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais <strong>da</strong> região que possui títulosforneci<strong>do</strong>s e controla<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong>. Além disso, a falta <strong>de</strong> literatura e <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre aespeculação imobiliária em Madre <strong>de</strong> Dios cria muitas incertezas sobre sua interferência naexpansão e rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pecuária que é <strong>de</strong> baixa produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e até entãominifundiária.Para o calculo <strong>de</strong> VPL, conforme visto anteriormente é necessário obter o lucro ourentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interesse, no caso a pecuária bovina (produção <strong>de</strong> carne). Arentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> (Fig.6) inclui uma variação espaço-temporal (<strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios para30 anos) e envolve basicamente a diferença entre o volume <strong>de</strong> carne vendi<strong>da</strong> (inclui o preçopor tipo <strong>de</strong> animal – vacas, bezerros, touros) pelos custos <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra, custos variáveisassocia<strong>do</strong>s à produção, custos <strong>de</strong> transporte até os centros <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> e mata<strong>do</strong>uros ediversos outros custos fixos (taxas e impostos, por exemplo). A partir <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong>rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo simulou o valor presente liqui<strong>do</strong> para 30 anos a uma taxa <strong>de</strong><strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 7,35% (<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> inflação peruana, função apresenta<strong>da</strong> na sessão 2.2.3). Olucro, portanto, é calcula<strong>do</strong> anualmente pelo mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong>sconta<strong>do</strong> para o ano inicial esoma<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s 30 anos para estimação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> VPL.Figura 06. Fluxograma <strong>do</strong> cálculo <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> anual por hectare30


(iii). Estrutura <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>loPara o primeiro ano <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo consi<strong>de</strong>ramos a ocupação <strong>de</strong> <strong>terra</strong> pelo pequeno produtor eseu custo para limpeza <strong>do</strong> terreno. No caso <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios que possui 96% <strong>de</strong> suacobertura composta por floresta, o mo<strong>de</strong>lo irá simular a ven<strong>da</strong> <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira que fornece umlucro médio para produtor <strong>de</strong> US$274/ha (Giudice-Grena<strong>do</strong>s et al., 2010). O faturamentocom a ma<strong>de</strong>ira é utiliza<strong>do</strong> pelo produtor para compensar o próprio custo com o<strong>de</strong>smatamento.Após a limpeza <strong>do</strong> terreno consi<strong>de</strong>ramos que os pecuaristas concentram esforços para ainstalação <strong>da</strong> infra-estrutura (construção <strong>de</strong> cercas, residência, cochos, tanques, etc.). Paratanto foram estima<strong>do</strong>s os custos por hectare <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os parâmetros apropria<strong>do</strong>s auma pequena proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 60 hectares (Tab.4), que no caso <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios, possuemem média 48% <strong>de</strong> área <strong>de</strong> pastagem (Glave & Borasino, 2010) e pelos preços regionais(GOREMAD, 2009). As suposições <strong>de</strong>sses parâmetros foram basea<strong>da</strong>s principalmente nasobservações <strong>de</strong> campo, que trazem informações sobre estrutura e patrimônios <strong>da</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> (Questionário em Anexos). Para investir nas obras <strong>de</strong> infra-estrutura supomostambém a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> pequeno produtor adquirir créditos agrícolas, que serão pagospor ele nos primeiros 12 anos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo á taxas <strong>de</strong> juros que variam <strong>de</strong> 1.5% a 4% (BCRP,2010). Para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> infra-estrutura anual, incorporamos os custos parasua manutenção.Outros custos anuais calcula<strong>do</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo são os referentes à sustentação <strong>do</strong> rebanho,como alimentação e vacinação. Para os primeiros anos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s oscustos <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> um estoque inicial <strong>de</strong> animais que satisfazem a um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>população. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> população simula o crescimento anual <strong>de</strong> um rebanho <strong>de</strong> autosustentaçãoa partir <strong>de</strong>sse estoque ao longo <strong>do</strong>s 30 anos e consi<strong>de</strong>ra uma ven<strong>da</strong> anual <strong>de</strong>14% <strong>do</strong>s animais (GOREMAD, 2009) e a ven<strong>da</strong> total <strong>do</strong> rebanho para o último ano.Certamente, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> população inclui taxa <strong>de</strong> natali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobrevivência e animaisvendi<strong>do</strong>s conforme a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> regional (GOREMAD, 2009). Foramtambém incluí<strong>do</strong>s os custos <strong>do</strong>s impostos associa<strong>do</strong>s à ven<strong>da</strong> <strong>do</strong>s animais (taxa <strong>de</strong> 0,108%pago para ca<strong>da</strong> animal beneficia<strong>do</strong> ao serviço <strong>de</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong> animal - SENASA) 13 e os custos<strong>de</strong> transporte que foram calcula<strong>do</strong>s conforme as distâncias até os mata<strong>do</strong>uros e centros <strong>de</strong>ven<strong>da</strong>, em estra<strong>da</strong>s pavimenta<strong>da</strong>s e não pavimenta<strong>da</strong>s. Para Madre <strong>de</strong> Dios estamosconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> um custo <strong>de</strong> US$ 0.05/ton/km (Fleck et al., 2010) em estra<strong>da</strong>s pavimenta<strong>da</strong>s(IOS) e fora <strong>da</strong> re<strong>de</strong> ro<strong>do</strong>viária consi<strong>de</strong>ra-se um acréscimo <strong>de</strong> 1,5 vezes ao custo por km.13 Imposto fe<strong>de</strong>ral combra<strong>do</strong> na <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> <strong>do</strong>s animais equivalente a taxa FUNRURAL no Brasil.31


Outro custo incluí<strong>do</strong> é o <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra, que no caso <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios equivale ao preçopago por jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> serviço (contabilizamos esse custo com a mão <strong>de</strong> obra forneci<strong>da</strong> porsomente 1 vaqueiro que trabalha <strong>de</strong> 3 a 6 meses, mas no mo<strong>de</strong>lo recalculamos para umcusto mensal). O lucro anual <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo é composto pelas ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> animalque foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s para serem vendi<strong>do</strong>s a um peso <strong>de</strong> 160-175 kg - cerca <strong>de</strong> 40% <strong>de</strong>400-435 kg <strong>de</strong> peso vivo, (Bowman et al., 2011) conforme o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> abate e preços porprovíncia, sen<strong>do</strong> a província <strong>de</strong> Tambopata a que possui maior preço, em média US$ 2,5 oquilograma <strong>da</strong> carne proveniente <strong>de</strong> animal beneficia<strong>do</strong> 14 . To<strong>do</strong>s esses custos <strong>de</strong>scritosestão na tabela 4 que traz um resumo <strong>do</strong>s parâmetros <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo.Tabela 4. Principais parâmetros seleciona<strong>do</strong>s para o mo<strong>de</strong>lo*Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto 7,35%Imposto fe<strong>de</strong>ral sobre ven<strong>da</strong>s 0,108%Taxa anual <strong>de</strong> juros para manutenção<strong>da</strong> infraestruturaCustos <strong>de</strong> TransportePreço ven<strong>da</strong> <strong>da</strong> carneSal MineralVacinaçãoDensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Média <strong>de</strong> AnimaisMão <strong>de</strong> Obra1.5% a 4%proporcional adistância por estra<strong>da</strong> a partir <strong>do</strong> centros regionaisUS$ 0.05/ton/ km /equivalente em estra<strong>da</strong>s; fora <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>, os custosaumentam 1,5 vezesVaria<strong>do</strong>s por província.US$2,2 - 2,5/kgUS$100 a US$180 para 50 cabeças <strong>de</strong> ga<strong>do</strong>US$ 0.20- 0.30 por <strong>do</strong>se (brucelose);US$ 0.20. 0,60 por <strong>do</strong>se (carbuncolo);US$ 0.50- 0.70 por <strong>do</strong>se (febre aftosa)0.34 adulto/1haUS$12/dia*As fontes <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s estão na Tab.05 em Anexos3. RESULTADOS3.1. Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>da</strong>s <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ruraisApesar <strong>da</strong> baixa produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong>s más condições <strong>de</strong> produção, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuáriaem Madre <strong>de</strong> Dios ocupa cerca <strong>de</strong> 40% <strong>da</strong> população economicamente ativa <strong>do</strong>Departamento (INEI, 2009) e sua oferta ain<strong>da</strong> cobre uma parte significativa <strong>da</strong>snecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s alimentares <strong>da</strong> população. A pequena produção agropecuária <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong>14 Ten<strong>do</strong> em conta que o preço <strong>da</strong> carne na região varia conforme preço “em chácara”, menor e preço “animalbeneficia<strong>do</strong>” mais caro (GOREMAD,2009).32


que po<strong>de</strong>riam interferir na agricultura. O que se observa no banco <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s que sejacoerente para explicação <strong>de</strong>sse comportamento, é o fato <strong>de</strong> alguns custos serem iguaispara to<strong>da</strong> a região, como os custos <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra. Além <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> transporte queparecem estar mais atrela<strong>do</strong>s com a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> total produzi<strong>da</strong> <strong>do</strong> que com as distânciasaté os merca<strong>do</strong>s, já que essas distâncias são <strong>pequenas</strong>.A rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> estima<strong>da</strong> através <strong>da</strong> análise discriminante para os <strong>de</strong>mais proprietários <strong>de</strong><strong>terra</strong> (Fig.8), já <strong>de</strong>monstram uma distribuição espacial diferente se compara<strong>do</strong>s aosproprietários entrevista<strong>do</strong>s. As rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais altas pertencem aos proprietários quevivem ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s centros povoa<strong>do</strong>s e comerciais mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, como PuertoMal<strong>do</strong>na<strong>do</strong>, Ibéria e Iñapari. Isso po<strong>de</strong> ser uma reposta à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong>ven<strong>da</strong>s o que inclui menores custos <strong>de</strong> transporte e a influência <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais variáveiseconômicas e biofísicas (Tab.2) inseri<strong>da</strong>s no mo<strong>de</strong>lo discriminante que auxiliaram na<strong>de</strong>terminação espacial <strong>da</strong>s rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Por sua vez os valores <strong>de</strong> VPL (Fig.9) sugeremque os investimentos no setor agropecuário também <strong>de</strong>vam ser direciona<strong>do</strong>s para essasmesmas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Figura 08 e 09: Madre <strong>de</strong> Dios; Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> anual espera<strong>da</strong> (esquer<strong>da</strong>) e VPL para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>agropecuária (direita)De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s, a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária, tanto emnossa área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> como para to<strong>da</strong> Madre <strong>de</strong> Dios equivale a US$55. ano -1 .ha -1 commédia <strong>de</strong> US$32.ano -1 .ha -1 . A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> mostrou-se viável, conforme as estimativas <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>34


para to<strong>da</strong> região (Fig.10), somente ao longo <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via Interoceânica Sul e <strong>da</strong>s capitais <strong>do</strong>sdistritos que se apresentaram como ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros hotspots <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola. Emgeral, a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s é maior em uma distância <strong>de</strong> 8 km <strong>da</strong> IOSem proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> concomitante a estra<strong>da</strong>s secun<strong>da</strong>rias. Valores maiores também po<strong>de</strong>m serobserva<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s rios como resposta aos menores custos <strong>de</strong> transporte hidroviáriosextraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Giudice-Grena<strong>do</strong>s et al., (2011),incrementa<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo. Para áreas longes <strong>do</strong>s centros comerciais e ro<strong>do</strong>vias, asrentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s diminuem continuamente e ten<strong>de</strong>m a valores baixíssimos em regiões remotas(Fig.10).Figura 10: Madre <strong>de</strong> Dios: Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> anual espera<strong>da</strong> <strong>de</strong><strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s para to<strong>da</strong> região.Além <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> espacial, foram estima<strong>do</strong>s também através <strong>da</strong> análisediscriminante, valores <strong>de</strong> produção total e receita total para fins <strong>de</strong> vali<strong>da</strong>ção com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<strong>do</strong> GOREMAD (2010). Como po<strong>de</strong>mos observar nas figuras 11 e 12 os <strong>da</strong><strong>do</strong>s estima<strong>do</strong>s poresse trabalho apresentam uma diferença <strong>de</strong> 5.2% e 12.8% em relação aos <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>GOREMAD (2010) <strong>de</strong> produção e receita respectivamente. Nossos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> receitaapresentam-se superestima<strong>do</strong>s provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos preços forneci<strong>do</strong>s pelosentrevista<strong>do</strong>s que são até 8% maiores <strong>do</strong>s que os preços tabula<strong>do</strong>s pelo INEI (2009).35


Figura 11 e 12: Madre <strong>de</strong> Dios: Produção agropecuária total (esq.) e receita total (dir.)3.2. Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s <strong>pequenas</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais: pecuária bovinaComo esboça<strong>do</strong> em sessões anteriores <strong>de</strong>sse trabalho, o mo<strong>de</strong>lo concebi<strong>do</strong> para estimar arentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pecuária bovina em Madre <strong>de</strong> Dios consi<strong>de</strong>ra as várias etapas necessáriaspara o estabelecimento <strong>de</strong> uma pequena proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>pecuária ao longo <strong>de</strong> 30 anos. Nesse contexto a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> pequeno produtorapresenta uma variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> inerente aos custos e receitas adquiri<strong>da</strong>s ao passar <strong>de</strong>ssesanos (Fig.13).Figura 13. Madre <strong>de</strong> Dios: Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>da</strong> pecuáriabovina durante os 30 anos <strong>de</strong> simulaçãoPara os primeiros anos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo consi<strong>de</strong>ramos os custos com a limpeza <strong>do</strong> terreno, comas obras <strong>de</strong> infra-estrutura (construção <strong>de</strong> cerca, estra<strong>da</strong>s, residência, etc.) e com a compra<strong>de</strong> um estoque inicial <strong>de</strong> animais. Para tanto supomos a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> produtor adquirircréditos agrícolas que são pagos por ele nos primeiros 12 anos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo, o que explica osvalores negativos <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para esses anos. A partir <strong>do</strong> décimo terceiro ano, essequadro se altera e o produtor começa a obter ren<strong>da</strong>s com a ven<strong>da</strong> <strong>do</strong> ga<strong>do</strong>. Essas ren<strong>da</strong>s36


possuem em média US$ 35 ha -1 .ano -1 e se mantêm constantes até o vigésimo ano, quan<strong>do</strong>sofrem redução e alcançam valores quase nulos até o vigésimo quinto ano. Esse padrão <strong>de</strong>diminuição é provavelmente causa<strong>do</strong> pelos altos custos que implicam em reformar e mantero pasto para alimentação <strong>do</strong> rebanho, induzi<strong>do</strong>s para ocorrerem nesse intervalo <strong>de</strong> tempo.Finalmente nos últimos cincos anos <strong>de</strong> simulação a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> aumenta novamentealcançan<strong>do</strong> valor médio <strong>de</strong> US$ 67 ha -1 .ano -1 para o último ano, no qual consi<strong>de</strong>ramos que oprodutor ven<strong>de</strong> to<strong>do</strong> o seu rebanho.O valor presente liqui<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssas ren<strong>da</strong>s alcança um valor máximo <strong>de</strong> US$180.ha -1 (Fig.14).Os valores mais altos se encontram nas áreas já <strong>de</strong>smata<strong>da</strong>s em proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sagropecuárias que se localizam ao longo <strong>da</strong> Interoceânica sul e próximas <strong>do</strong>s centroscomerciais e mata<strong>do</strong>uros. Nas áreas mais afasta<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via, no interior <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong>Dios, o VPL é nulo, o que indica a inviabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pecuária em áreas muitosdistantes <strong>do</strong>s centros populacionais já estabeleci<strong>do</strong>s. Esses resulta<strong>do</strong>s estão relaciona<strong>do</strong>sprincipalmente com os altos custos <strong>de</strong> transporte para escoar a produção <strong>de</strong>ssas áreas atéos mata<strong>do</strong>uros e centros <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s.Figura 14. Madre <strong>de</strong> Dios: Valor presente liqui<strong>do</strong> (30 anos, 7,35% )<strong>da</strong>s ren<strong>da</strong>s <strong>da</strong> pecuária bovina37


Para realização <strong>de</strong> uma análise comparativa reunimos <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> alguns estu<strong>do</strong>s sobre aativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pecuária na Amazônia, que atualmente foram integra<strong>do</strong>s à literatura (Tab.5). Os<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>do</strong>s nesse trabalho <strong>de</strong>monstram uma variação <strong>de</strong> 10-35US$/ha, sem consi<strong>de</strong>rarmos a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> final <strong>do</strong> produtor (último ano <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo, o qualele ven<strong>de</strong> to<strong>do</strong> o rebanho) que apresentou valor máximo <strong>de</strong> US$ 67 ha -1 .ano -1 . Os <strong>da</strong><strong>do</strong>sparecem se enquadrar aos resulta<strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>s pela literatura, principalmente aos estu<strong>do</strong>srealiza<strong>do</strong>s por Armas et al (2009) e Kirkby et al (2010). Fleck et al.,2010, que tambémanalisa a pecuária para pequenos produtores <strong>da</strong> Amazônia peruana parece <strong>de</strong>monstrar<strong>da</strong><strong>do</strong>s superestima<strong>do</strong>s, já que representam valores maiores e próximos <strong>do</strong>s que Bowman etal (2011) e Anmed & Santos (2011) estimaram para pecuária pratica<strong>da</strong> por gran<strong>de</strong>sproprietários na Amazônia brasileira.Tabela 5. Estu<strong>do</strong>s ComparativosGran<strong>de</strong>s Proprietários <strong>de</strong> Terra(Amazônia Brasileira)Anmed & Bowman et al.,Santos, 2011 2010*Kirkby et al.,2010Pequenos Proprietários <strong>de</strong> Terra(Amazônia Peruana)Fleck et al., Armas et al.,20102009 Esse estu<strong>do</strong>45-167 US$/ha 12 -85 US$ /ha 42- 62 US$/ha 50 - 140 US$/ha 12-21 US$/ha 10-67 US$/ha*Ignoran<strong>do</strong> alguns custos fixos e investimentos em <strong>terra</strong> (Bowman et al.,2011)4. CONSIDERAÇÕES FINAISOs valores baixos <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária em Madre <strong>de</strong> Dios refletem osaltos custos para a manutenção <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> produção. Além <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> investimentosgovernamentais dirigi<strong>do</strong>s ao setor para sanar esses custos e subsidiar esse tipo <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A ro<strong>do</strong>via Interoceânica Sul constitui uma primeira estratégia a aten<strong>de</strong>r o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária e promover quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> aos pequenosprodutores rurais. Melhorias em infraestrutura, como a nova ro<strong>do</strong>via, reduzem os custos <strong>de</strong>transporte e em geral os custos <strong>de</strong> transações comerciais em Madre <strong>de</strong> Dios. A gran<strong>de</strong>preocupação surge com o propósito <strong>de</strong> que esse <strong>de</strong>senvolvimento atrela<strong>do</strong> a expansão <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária sem planejamento e controle promoverá intenso <strong>de</strong>smatamento e aconseguinte per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s serviços ecossistêmicos <strong>da</strong> floresta.Nossas estimativas indicam que em gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios, emáreas distantes <strong>da</strong> IOS, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária não seria rentável. Os resulta<strong>do</strong>s supõem,portanto, que as melhores alternativas á aten<strong>de</strong>rem os anseios <strong>de</strong> melhoria <strong>do</strong>s governantes38


possam estar pauta<strong>da</strong>s em projetos <strong>de</strong> intensificação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária nasproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais já estabeleci<strong>da</strong>s. Os baixos valores <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> agropecuária naregião <strong>de</strong>monstram que as <strong>terra</strong>s direciona<strong>da</strong>s para essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser melhoresaproveita<strong>da</strong>s, o que evitaria o <strong>de</strong>smatamento e outros <strong>de</strong>sgastes ao meio físico.Consi<strong>de</strong>ramos, portanto que <strong>de</strong>smatar novas áreas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pequenaagricultura em Madre <strong>de</strong> Dios é um processo <strong>de</strong>snecessário <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> vistaeconômico e ambiental e representa um <strong>uso</strong> ineficiente <strong>do</strong> territórioA região <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios e seus 96% <strong>de</strong> floresta amazônica merecem gran<strong>de</strong>s esforçosem busca <strong>de</strong> melhores alternativas que fomentem seu <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico eprezem sua conservação. Ten<strong>do</strong> em conta a importância <strong>da</strong> preservação <strong>do</strong> patrimônionatural <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios, buscamos com esse trabalho colaborar com os atores locais queestão se articulan<strong>do</strong> em objetivos comuns e elaboran<strong>do</strong> estratégias que visam proteger afloresta <strong>do</strong>s impactos provenientes <strong>da</strong>s futuras intervenções que ameaçam o Departamento.No caso <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agropecuária pratica<strong>da</strong> por pequenos produtores, enten<strong>de</strong>mos que amelhor estratégia para seu <strong>de</strong>senvolvimento é contrária ao pensamento e às políticas atuaisque incentivam a sua expansão. Entretanto, com a maior probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que esse processoocorra, os <strong>da</strong><strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s por esse trabalho são dirigi<strong>do</strong>s às análises econômicasnecessárias ao REDD, uma vez que fornecem uma distribuição <strong>da</strong>s ren<strong>da</strong>s agrícolas enorteiam sobre as probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s custos <strong>da</strong> floresta em Madre <strong>de</strong> Dios. Contu<strong>do</strong>, acentralização <strong>de</strong> investimentos que busquem a intensificação <strong>da</strong> agropecuária nasproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s até então improdutivas, mostra-se como a melhor alternativa.39


5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAlbergoni, L., Pelaez, V. Da revolução ver<strong>de</strong> à agrobiotecnologia: ruptura ou continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>paradigmas? Revista <strong>de</strong> Economia, Curitiba: UFPR, v. 33, n. 1, p. 31-53,Aldrich, S., R. Walker, E. Arima, M. Cal<strong>da</strong>s, J. Brow<strong>de</strong>r, and S. Perz. 2006. Land-Cover and Land-Use Change in the Brazilian Amazon: Smallhol<strong>de</strong>rs, ranchers, and Frontier Stratication.Economic Geography 82(3): 265-288Alvarez, N., 2001. Deforestation in the southeastern Peruvian Amazon: Linking remote sensinganalysis to local views of landscape change. Unpublished Master’s Thesis, University ofWisconsin, Madison.Alvarez, N., & Naughton-Treves, L. 2003. Linking national agrarian policy to <strong>de</strong>forestation in thePeruvian Amazon: A case study of Tambopata,1986–1997. Ambio, 23, 269–274.Amacher, F.D. Merry and M.S. Bowman, 2009. Smallhol<strong>de</strong>r timber sale <strong>de</strong>cisions on the Amazonfrontier. Ecological Economics, 68 (2009), pp. 1787–1796.Amend, M., Santos, A. S., Mattos, L. 2011. Subsídios para a pecuária e a conservação <strong>da</strong>floresta: estimativas para o município <strong>de</strong> Humaitá, Amazonas. Conservation Strategy Fund.Armas, A.; Borner, J.; Tito, M. R.; Diaz C.L.D.; Tapia-Coral, Sandra C.; Wun<strong>de</strong>r, S.; Reymond, L.;Nascimento, N. 2009. Pagos por Servicios Ambientales para la Conservación <strong>de</strong> Bosques en laAmazonía Peruana: Un análisis <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong>d. SERNANP, Lima-Perú. 92 pAsner,G.P. Tropical Forest Carbon Assessment: Integrated Satelliteand Airborrne MappingTechniques. Departament of Global Ecology, Carnegie Institution.Asner G. P., Powell G. V. N., Mascaro J., D Knapp. E., Clark J. K., Jacobson J., Kennedy-Bow<strong>do</strong>in T.,Balaji A., Paez-Acosta G., Victoria E., Seca<strong>da</strong> L., Valqui M., and Hughes R. F. 2010. High-resolutionforest carbon stocks and emissions in the Amazon. National. Aca<strong>de</strong>my. Sciences of U.S.A,107(38): 16738-42. Epub 2010 Sep 7.Babbit, B. 2009. Manifest <strong>de</strong>stiny in the Amazon Basin. Americas Quarterly Summer 2009: 28-34Bawa, K. S.,& A. Markham. 1995. Climate change and tropical forests. Trends in Ecology andEvolution 10:348-349BCRP.2010. Banco Central <strong>de</strong> Reserva <strong>do</strong> Peru. Cuadros Históricos <strong>de</strong> Tasas <strong>de</strong> Interés. In:< http://www.bcrp.gob.pe/estadisticas/cuadros-historicos-<strong>de</strong>-tasa-<strong>de</strong>-interes > (acesso: 04/06/2010)Becker, B. K. Amazônia - Geopolítica na Vira<strong>da</strong> <strong>do</strong> III Milênio. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Editora Garamond,2006. v. 1. 172 p.Belik W. 2003.Perspectivas para segurança alimentar e nutricional no Brasil. Saú<strong>de</strong>.Soc;12-20.Bowman,M., Soares-Filho,B., Merry, F., Nepstad, D., Rodrigues,H., Almei<strong>da</strong>,O., 2011.Persistence ofcattle ranching in the Brazilian Amazon: a spatial analysis of the rationale for beef production.Land Use Policy.11 pgs.Brondízio, E. S., A. Cak, M. M. Cal<strong>da</strong>s, C. Mena, R. Bilsborrow, C. T. Futemma, T. Lu<strong>de</strong>wigs, E. F.Moran, and M. Batistella. 2009. Small farmers and <strong>de</strong>forestation in Amazonia. In Amazonia andGlobal Change, Geophys. Monogr. Ser., vol. 186, edited by M. Keller et al., pp. 117–143,<strong>do</strong>i:10.1029/2008GM000716, AGU, Washington, D. C.Brown, I.F., S.H.C. Brilhante, E. Men<strong>do</strong>za,& I. Ribeiro <strong>de</strong> Oliveira. 2002. Estra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Rio Branco,Acre, Brasil aos portos <strong>do</strong> Pacífico: Como maximizar os benefícios e minimizar os prejuízos40


para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>da</strong> Amazônia Sul-Oci<strong>de</strong>ntal. In: CEPEI (ed.) La IntegraciónRegional Entre Bolivia, Brasil y Peru.CEPEI.Brown, Foster. Los cambios climáticos y la Amazonia sur-occi<strong>de</strong>ntal. Taller Sub-RegionalCambios Climáticos y Amazonía. Ucayali. 2007.Brooks, T.M., Mittermeier R.A., Fonseca, G.A.B.d., Gerlach. J., Hoffmann, M, et al. (2006) Globalbiodiversity conservation priorities. Science 313: 58–61Cal<strong>da</strong>s, M. M., Walker, R., Shirota, R., Perz, S., Skole, D. 2003.Ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família e<strong>de</strong>smatamento na Amazônia: combinan<strong>do</strong> informações <strong>de</strong> sensoriamento remoto com <strong>da</strong><strong>do</strong>sprimários. Revista Brasileira <strong>de</strong> Economia, Rio <strong>de</strong> Janeiro, v. 57, n. 4, p. 683-711.Cannock, G. M., Cuadra, V. 1993. Politica Agraria y Desarrollo Rural en la Selva: Ten<strong>de</strong>ncias yProyecciones. Desarrollo Rural em La Amazonia Peruana / editores, William M., Loker, S. V. – Cali,Colombia: CIAT, Washington, D.C.: International Food Policy Research Institute. Capítulo 2, n. 242, p.74-142.Carvalho, M. A., Silva, C. R. L. 2005. Vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> comércio agrícola brasileiro. Revista <strong>de</strong>Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 43, n. 1, p. 9-28.Chavez, A., 2009. Public policy and spatial variation in land use and cover in the southeasternPeruvian Amazon. Ph.D. Dissertation, University of Flori<strong>da</strong>, GainesvilleChirinos C, Ruíz M. 2003. Desarrollo e implementación <strong>de</strong> lineamientos <strong>de</strong> control <strong>de</strong> laextracción ilegal para un manejo forestal sostenible en el Perú. Socie<strong>da</strong>d Peruana <strong>de</strong> DerechoAmbiental, Organización Internacional <strong>de</strong> las Ma<strong>de</strong>ras Tropicales, Lima.Cossío-Solano, R.E. 2009. Capacity for timber management among private small–medium forestenterprises in Madre <strong>de</strong> Dios, Peru. Ph.D. Dissertation, University of Flori<strong>da</strong>, Gainesville, USA, 276p.Conservação Internacional <strong>do</strong> Brasil. (Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cobertura <strong>da</strong> <strong>terra</strong> classifica<strong>do</strong>s em ImagensLandsat Enhanced Thematic Mapper Plus (ETM+). In: http://www.conservation.org.br/CEPEI (Centro Peruano <strong>de</strong> Estudios Internacionales). La Integración Regional Entre Bolivia, Brasily Peru; Wagner Tizón, A., Ga<strong>de</strong>a Duarte, R.S., Eds.; CEPEI: Lima, Peru, 2002.Coomes, O. T. 1996. State credit programs and the peasantry un<strong>de</strong>r populist regimes: Lessonsfrom the APRA experience in the Peruvian Amazon. World Development, 24(8), 1333–1346.COFOPRI. Organismo <strong>de</strong> Formalización <strong>de</strong> la Propie<strong>da</strong>d Informal – PERU. In:. (acesso: 05/10/2011)Coffin, A.S. 2007.From roadkill to road ecology: A review of the ecological effects of roads. J.Transp. Geogr., 15, 396–406.David, T. 1998. The greening of the green revolution. Nature, v. 396, p. 211-212.De Soto, H.,2000. The Mystery of Capital: Why Capitalism Triumphs in the West and FailsEverywhere Else. New York: Basic BooksDossiê Regional. 2010. Economia <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios. In:< www.perueconomico.com> (acesso:13/06/2010).Dourojeanni, M.J. (2006) Estudio <strong>de</strong> Caso Sobre la Carretera Interoceánica en la Amazonía Sur<strong>de</strong>l Peru. SERVIGRAH’EIRL.Dourojeanni, M., A. Barandiaran & Dourojeanni. 2009. Amazonia Peruana en 2021: Explotacion <strong>de</strong>recursos naturales e infraestructura. ProNatureleza.41


Dourojeanni, M. 2001. Impactos socioambientales probables <strong>de</strong> la Carretera Transoceanica y laCapaci<strong>da</strong>d <strong>de</strong> Respuesta <strong>de</strong>l Peru. Internacional sobre la Integracion Regional entre Bolivia,Brasil y Peru. Gobierno Regional <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios. 2006. Plan <strong>de</strong> Desarrollo Concerta<strong>do</strong>: RegiónMadre <strong>de</strong> Dios 2006-2021.Escobal, J., Ual<strong>da</strong>na, U. 2003. Are Nontimber Forest Products the Anti<strong>do</strong>te to RainforestDegra<strong>da</strong>tion? Brazil Nut Extraction in Madre De Dios, Peru. World Development, v. 31, n. 11, p.1873–1887.Eguren, F. 2006. La Reforma Agraria En El Peru. Consulta <strong>de</strong> Expertos em Reforma Agraria.Oficina Regional <strong>de</strong> La FAO para America Latina y el Caribe, CEPES, Santiago, Chile.Fearnsi<strong>de</strong>, P.M. 1987. Deforestation and international economic <strong>de</strong>velopment projects inBrazilian Amazonia. Conservation Biology 1: 214-221.Fearnsi<strong>de</strong>.P.M. 1991. Desmatamento e Desenvolvimento Agrícola na Amazônia Brasileira. pp.207- 222, In: LENA. P & OLIVEIRA, A. E. Amozônia: a fronteira agrícola 20 anos <strong>de</strong>pois. MuseuParaense Emílio Goeldi, Belém. 363 pp.Fearnsi<strong>de</strong>, P. M., Lashof, D. A., & Moura-Costa, P. 2000. Accounting for time in mitigating globalwarming through land-use change and forestry. Mitigation and A<strong>da</strong>ptation Strategies for GlobalChange, 5(3), 239–270.Fearnsi<strong>de</strong>, P.M.; Laurance, W.F. 2004. Tropical <strong>de</strong>forestation and greenhouse gas emissions.Ecological Applications 14(4): 982- 986.Fleck, L. C., Vera-Diaz, M. C., Borasino, E., Glave, M., Hak, J., Josse, C. 2010. Estrategias <strong>de</strong>conservación a lo largo <strong>de</strong> la carretera Interoceánica en Madre <strong>de</strong> Dios, Perú: un análisiseconómico-espacial. Conservation Strategy Fund, Conservación Estratégica, Série Técnica No. 20,100 p.Foley, J.A., Ramankutty, N. et al. 2011. Solutions for a cultivated planet. Nature 337(578).Forman, R.T.T.; Sperling, D.; Bisonette, J.A.; Clevenger, A.P.; Cutshall, C.D.; Dale, V.H.; Fahrig, L.;France, R.; Goldman, C.R.; Heanue, K.; et al. 2003. Road Ecology: Science and Solutions; IslandPress.Giudice-Grena<strong>do</strong>s et al 2010. Valuing forest lands in Madre <strong>de</strong> Dios, Peru: a spatial rent mo<strong>de</strong>l ofsustainable timber harvesting. Relatório Técnico Fun<strong>da</strong>tion Moore. Projeto: Promoting ForestConservation and Sustainable Development Partnerships in the Amazon [online]. In: (acesso: 04.11.2011).Glave, M., Borasino, E. 2010. Costo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong>d en el Marco <strong>de</strong> los Mecanismos REDD paraLa Región <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios. Grupo <strong>de</strong> Análisis para El Desarrollo, Lima.GOREMAD.2010. Gobierno Regional <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios - PERU. In: (acesso:08/03/2011)Gomes, C.V.A, 2009. Twenty years after Chico Men<strong>de</strong>s: Extractive Reserves’ expansion, cattlea<strong>do</strong>ption and evolving self-<strong>de</strong>finition among rubber tappers in the Brazilian Amazon. ExtractiveReserve Ph.D. Dissertation. University of Flori<strong>da</strong>, Gainesville, Flori<strong>da</strong>, USA.Gue<strong>de</strong>s, G. R. 2010. Ciclo <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> Domiciliar, Ciclo <strong>do</strong> Lote e Mu<strong>da</strong>nça no Uso <strong>da</strong> Terra naAmazônia Rural Brasileira: um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso para Altamira, Pará. Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>,UFMG/Ce<strong>de</strong>plar,p.223.Gullison, RE, Frumhoff, PC, and Cana<strong>de</strong>ll, JG et al., 2007. Tropical forests and Climate policy.Science, 316, 985–98642


Hair, J. F., An<strong>de</strong>rson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. 1998. Multivariate <strong>da</strong>ta analysis. New York:Prentice Hall.Houghton, R.A., 1991. Tropical <strong>de</strong>forestation and atmospheric carbon dioxi<strong>de</strong>. Climate Change19, 99-118.Houghton, R. A., Skole, D. L., Nobre, C. A., Hacler, J. L., Lawrence, K. T., & Chomentowski, W.H.,2000. Annual fluxes of carbon from <strong>de</strong>forestation and regrowth in the Brazilian Amazon.Nature, 403, 301–304.Houghton, R, A. 2005. Tropical <strong>de</strong>forestation as a source of greenhouse gas emissions.In:Tropical Deforestation and Climate Change .Moutinho and Schwartzman. IPAM.Houghton, R.A. 2008. Carbon Flux to the Atmosphere from Land-Use Changes: 1850-2005. InTRENDS: A Compendium of Data on Global Change (Carbon Dioxi<strong>de</strong> Information Analysis Center,Oak Ridge National Laboratory, US Department of Energy, Oak Ridge, Tenn., USA).Huertas Castillo B. 2004. Indigenous Peoples in Isolation in the Peruvian Amazon: Their Strugglefor Survival and Free<strong>do</strong>m. International Work Group for Indigenous Affairs. 247 pp.IIRSA, 2005. Integración Suramericana. In: www.caf.com.view/in<strong>de</strong>x.asp.(acesso: 15/09/2011)IIAP, CTAR-Madre <strong>de</strong> Dios. 2009. Madre <strong>de</strong> Dios, camino al <strong>de</strong>sarrollo sostenible: Propuesta <strong>de</strong>Zonificación Ecológica Económica como base para el Or<strong>de</strong>namiento Territorial. Lima. Peru.INEI. 2009. Censos Nacionales 2007, XI <strong>de</strong> Población y VI <strong>de</strong> Vivien<strong>da</strong>: Perfil Socio<strong>de</strong>mográfico <strong>de</strong>lPerú. Lima: Instituto Nacional <strong>de</strong> Estadística e Informática. 223 pp. (acesso:15/06/2011).INEI. 2010. Almanaque Estadístico 2004. Madre <strong>de</strong> Dios. (acesso: 15/06/2011).INRENA. 2003;2008b. (Bases Cartográficas) Instituto Nacional <strong>de</strong> Recursos Naturales. Lima. Peru.INRENA. 2008a;2009.Concesiones Forestales con Fines Ma<strong>de</strong>rables. Lima.PeruIPAM. 2009. Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Ambiental <strong>da</strong> Amazônia. In: .(acesso:15/06/2011).De Jong, B., Ochoa-Gaona, S., Castillo-Santiago, M.,Ramirez-Marcial, N., & Carins, A., 2000. Carbonflux and patterns of land-use/land-cover change inthe Selva Lacan<strong>do</strong>na, Mexico. Ambio, 29(8),504– 511.Kirkby, C.A., Doan, T.M., Lloyd, H., Cornejo Farfán ,A., Arizábal-Arriaga, W., et al. 2000 Tourism<strong>de</strong>velopment and the status of Neotropical lowland wildlife in Tamboapta, South-eastern Peru:Recommen<strong>da</strong>tions for tourism and conservation. TReeS-RAMOS, Tambopata Reserve Society-Research and Monitoring Studies.Kirkby, C., Giudice-Grana<strong>do</strong>s, R., et al 2010. The Market Triumph of Ecotourism: An EconomicInvestigation of the Private and social Benefits of Competing Land Uses in the PeruvianAmazon. PLoS ONE 5(9).Lima, E., Merry F., Nepstad D., Amacher G., Azeve<strong>do</strong>-Ramos C., Lefebvre P., and Resque, Jr. F.2006. Searching for sustainability: forest policies, smallhol<strong>de</strong>rs, and the Trans-Amazonhighway. Environment, v. 48, n. 1, p. 26-38.Laurance, W.F.; Cochrane, M.A.; Bergen, S.; Fearnsi<strong>de</strong>, P.M.; Delamonica, P.; Barber, C.; D‘Angelo,S.; Fernan<strong>de</strong>s, T. 2001, The future of the Brazilian Amazon: Development trends and <strong>de</strong>forestation.Science, 291, 438–439.Laurence, W. F., Vasconcelos, H., & Lovejoy, T. 2000. Forest loss and fragmentation in tehAmazon: Implications for wildlife conservation. Oryx, 34(1),39–45.43


Lewis, S. L., P. M. Bran<strong>do</strong>, O. L. Phillips, G. M. F. van <strong>de</strong>r Heij<strong>de</strong>n & D. Nepstad (2011), The 2010Amazon drought, Science, 331, 554.Watson, R. T., Noble, I. R., Bolin, B., Ravindranath, N.H., Verar<strong>do</strong>, D. J., & Dokken, D. J. 2000. Landuse, land-use change, and forestry. . Cambridge University Press.Machie, .H.W.V. 2007. Situacion y Proyección <strong>de</strong> la Gana<strong>de</strong>ria Peruana. Mejoramiento Genético yReproducción Animal. Gobierno <strong>de</strong> Peru.Margulis, S. 2002. Quem são os agentes <strong>do</strong>s <strong>de</strong>smatamentos na Amazônia e por que eles<strong>de</strong>smatam? World Bank Internal Paper. 25-32.Martins, E. 2000.Avaliação <strong>de</strong> Empresas: Da Mensuração Contábil à Econômica. São Paulo: AtlasMerry, F.D., Sheikh, P.A., McGrath, D.G., 2004. The role of informal contracts in the growth ofsmall cattle herds on the floodplains of the Lower Amazon. Agric. Human Values 21, 377–386.Merry, F.D., Amacher, G., Lima, E., 2008. Land values in frontier settlements of the BrazilianAmazon. World Dev. 36, 2390–2401.MINAM. Ministério Del Ambiente – PE, In: (acesso: 5/03/2011).Mingoti. S.A. 2005. Análise <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s através <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estatística multivaria<strong>da</strong>: UmaAbor<strong>da</strong>gem Aplica<strong>da</strong>. Editora UFMG. Belo Horizonte.Moutinho.P; Stella. O; Lima. A; Alencar. A; Christovam, M. Castro. I; Nepstad, D. 2008. REDD noBrasil: um enfoque amazônico - Fun<strong>da</strong>mentos, critérios e estruturas institucionais para umregime nacional <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Emissões por Desmatamento e Degra<strong>da</strong>ção. Sumário Executivo.IPAM,Myers, N., 1994. Tropical <strong>de</strong>forestation: rates and patterns. In: Brown, K., Pearce, D.W. (Eds.),The Causes of Tropical Defor-estation. University College Lon<strong>do</strong>n Press, Lon<strong>do</strong>n, UK, pp. 27±40.Myers, N., Mittermeier, R.A., Mittermeier, C.G., Fonseca, G.A.B.D., Kent J. 2000. Biodiversityhotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-8Macqueen, D.J., Vermeulen, S., Kazoora, C., Merry, F., Ousman, S., Saigail, S.,Wen, S.,Weyerhaueser,H., 2005. Advancement through association: Appropriate support forassociations of small and mediumforest enterprise. In: Bigg, T., Satterthwaite,D. (Eds.),Howtomakepovertyhistory—the central role of local organisations in meeting the MDGs. IIED, Lon<strong>do</strong>n, UK,pp. 79–98.Men<strong>do</strong>za, E., S. Perz, C. Aguilar, A. Chavez, G. Cullman, A. Duchelle, J. Luzar, M. MarsiK, G. et al.2007. The ‘Knowledge exchange train’: A mo<strong>de</strong>l for capacity building for participatorygovernance in the south-western Amazon. Dev. Pract. 17: 791–799.Morton, D.C., DeFries, R.S., Shimabukuro, Y.E., An<strong>de</strong>rson, L.O., Arai, E., Espirito-Santo, F., Freitas,R., Morisette, J., 2006. Cropland expansion changes <strong>de</strong>forestation dynamics in the southernBrazilian Amazon. Proc. Natl. Acad. Sci. 103, 14637–14641.Naughton-Treves, L., 2004. Deforestation and carbon emissions at tropical frontiers: A casestudy from the Peruvian Amazon. World Development 32, 173–190.Nepstad, D., Azeve<strong>do</strong>-Ramos, C., Lima, E., McGrath, D., Pereira, C., Merry, F., 2004. Managing theAmazon timber industry. Conserv. Biol. 18, 1–3.Nepstad, D. C., and C. M. Stickler. 2008. Managing the tropical agriculture revolution. Journal ofSustainable Forestry 27(1): 43–56.44


Nepstad, D., Soares-Filho, B., Merry, F., Lima, A., Moutinho, P., Carter, J., Bowman, M., Cattaneo, A.,Rodrigues, H., Schwartzman, S., McGrath, D., Stickler, C., Lubowski, R., Piris-Cabezas, P., Rivero, S.,Alencar, A., Almei<strong>da</strong>, O., Stella, O., 2009. The end of <strong>de</strong>forestation in the Brazilian Amazon.Science 326, 1350–1351.Nepstad, D., Soares-Filho B., Merry F., Moutinho P., Rodrigues A., Schwartzman S., Almei<strong>da</strong> O., andRivero S. 2007. Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degra<strong>da</strong>tion (REDD): TheCosts and Benefits of Reducing Carbon Emissions from Deforestation and Forest Degra<strong>da</strong>tionin the Brazilian Amazon. A Report for the United Nations Framework Convention on Climate Change(UNFCCC) Conference of the Parties (COP), Thirteenth Session, 3-14 December 2007, Bali,In<strong>do</strong>nesia. Woods Hole Research Center, Falmouth, MA.Nepstad, D.C.,Mcgrath, D.G., Soares-Filho, B.2011a. Systemic Conservation, REDD, and theFuture of the Amazon Basin. Conservation Biology, v. 25, p. 1113-1116,Nepstad, D. 2011b. Recognizing and Managing the Tropical Agricultural Revolution in LatinAmerica and the Caribbean. IDB Publications from Inter-American Development Bank, n. 33178.Nunes, F., Soares-Filho, B., Rodrigues, H., Silvestrini, R., Bowman, M., Giudice, R., Men<strong>do</strong>nza, E.2010. Economic benefits of forest conservation: assessing the potential rents from Brazil nutconcessions in Madre <strong>de</strong> Dios, Peru, to channel REDD+ investments. EnvironmentalConservation (in press 2010).Oliveira, P.J.C., G.P. Asner, D.E. Knapp, A. Almey<strong>da</strong>, R. Galvan-Gil<strong>de</strong>meister, S. Keene, R.F. Raybinand R.C. Smith. 2007. Land use allocation protects the Peruvian Amazon. Science 317: 1233-1236ODEBRECHT.2010. Construtora. In: (acesso: 4/07/2011)PAIPB.2010. Programa <strong>de</strong> Acción Integra<strong>do</strong> Peruano Boliviano. Diagnostico RegionalIntegra<strong>do</strong>. In: (acessa<strong>do</strong>: 18/06/2011)Parker.C., Mitchell.A., Rivedi. M., Mar<strong>da</strong>s. N. The Little REDD+ Book. Global Canopy ProgrammeJohn Krebs Field Station. Oxford. 2009PDSC, 2006. Plan <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> los corre<strong>do</strong>res económico-productivos <strong>de</strong>l sur peruano2006-2016. Gobierno <strong>de</strong>l Perú.Lima.Peroni N. & Hanazaki N. 2002. Current and lost diversity of cultivated varieties, especiallycassava, un<strong>de</strong>r swid<strong>de</strong>n cultivation systems in the Brazilian Atlantic forest. Agriculture,Ecosystems and the Environment 92: 171–183.Perz, S. G.2001. Household <strong>de</strong>mographic factors as life cycle <strong>de</strong>terminants of land use in theAmazon. Population Research and Policy Review, v. 20, n. 3, p. 159-186.Perz, S.G., Walker, R., 2002. Household life cycles and secon<strong>da</strong>ry forest cover among smallfarm colonists in the Amazon. World Dev. 30 (6), 1009–1027.Perz, S. G. 2003. Social <strong>de</strong>terminants and land use correlates of agricultural technologya<strong>do</strong>ption in a forest frontier: a case study in the brazilian Amazon. Human Ecology, v. 31, n. 1,p. 133-165.Perz, S. G.; ARAMBURÚ, C.; BREMNER, J. 2005. Population, land use and <strong>de</strong>forestation in thepan Amazon basin: a comparison of Brazil, Bolivia, Colombia, Ecua<strong>do</strong>r, Peru and Venezuela.Environment, Development and Sustainability, v. 7, n. 1, p. 23-49,Perz, S. G., Cabrera, L., Carvalho, L. A., Castillo, J., Barnes, G. 2010. Global EconomicIntegration and Local Community Resilience: Road Paving and Rural Demographic Change inthe Southwestern Amazon. Rural Sociology, v. 75, n. 2, p. 300–325.45


Perz, S. G., Shenkin A., Barnes G., Liliana, Cabrera C., Carvalho L. A., Castillo, J. 2011.Connectivity and Resilience: A Multidimensional Analysis of Infrastructure Impacts in theSouthwestern Amazon. Social Indicators Research, Springer Science+ Business Media.Pfaff, A.; Robalino, J.; Walker, R.; Aldrich, S.; Cal<strong>da</strong>s, M.; Reis, E.; Perz, S.; Bohrer, C.; Arima, E.;Laurance, W.; Kirby, K. 2007.Road investments, spatial spillovers, and <strong>de</strong>forestation in theBrazilian Amazon. J. Reg. Sci., 47, 109–123.Pfaff, A. Barbieri, A., Ludwigs, T., Merry, F., Perz, S., reis, E. 2009.Road impacts in brazilianAmazonia. In: Keller, M., Bustamente, M., Gash, J., Dias, P. (Eds.). Amazonia and global change.Washington: American Geophysical Union.ProNaturaleza 2010. (Fun<strong>da</strong>ción Peruana para la Conservación <strong>de</strong> la Naturaleza). In: (acesso: 15/11/2010)Rezen<strong>de</strong>, P., Oliveira, A. <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> projetos florestais. Viçosa: UFV, Imprensa Universitária,1993. 47p.Rivero, S., Almei<strong>da</strong>, O.T., Ávila, S., Oliveira, W., 2009. Pecuária e <strong>de</strong>smatamento: uma análise <strong>da</strong>sprincipais causas diretas <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento na Amazônia. Nova Econ. 19, 41–66.Rubio, C. 2007. Puentes, carreteras y transporte terrestre como causas <strong>de</strong> impactosmedioambientales negativos en la selva baja peruana. M+A. Revista ElectróNica DeMedioambiente, (3), p. 53 – 75.Simões, R. 2004. Complexos industriais no espaço: Uma análise <strong>de</strong> fuzzy cluster. XXXIIEncontro Nacional <strong>de</strong> Economia.Ce<strong>de</strong>plar.Belo Horizonte.Soares-Filho, B., Alencar, A., Nepstad, D., Cerqueira, G., Diaz, M.D.V., Rivero, S., Solorzano, L., Voll,E., 2004. Simulating the response of land cover changes to road paving and governance alonga major Amazon highway: the Santarem-Cuiaba corri<strong>do</strong>r. Global Change Biology 10, 745–764.Soares-Filho, B. S., Nepstad, D., Curran, L.,et al 2005. Cenários <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento para Amazônia.Estu<strong>do</strong>s Avança<strong>do</strong>s, São Paulo, v. 19, n. 54, p. 138-152,Soares-Filho, B.S., Nepstad, D.C., Curran, L.M., Cerqueira, G.C., Garcia, R.A., Ramos, C.A., Voll, E.,McDonald, A., Lefebvre, P., Schlesinger, P., 2006. Mo<strong>de</strong>lling conservation in the Amazon basin.Nature 440, 520–523.Soares-Filho, B.S., Rodrigues, H., Costa, W., 2009. Mo<strong>de</strong>ling environmental dynam-ics withDinamica EGO [online]. In: (acesso: 04.06.11).Soares-Filho, B.S., Moutinho, P., Nepstad, D.C., An<strong>de</strong>rson, A., Rodrigues, H., Garcia, R., Dietsch, L.,Merry, F., Bowman, M., Hissa, L., Silvestrini, R., Maretti, C., 2010. Role of Brazilian Amazonprotected areas in climate change mitigation. Proc. Natl. Acad. Sci. 107, 10821–10826.Southworth J., Marsik M., Qiu Y., Perz S., Cumming G., Stevens F., Rocha K., Duchelle A., Barnes G.Roads as Drivers of Change: Trajectories across the Tri-National Frontier in MAP, theSouthwestern Amazon. Remote Sensing. 2011; 3(5):1047-1066.Steininger, M. K.; Tucker, C. J.; Townshend, J. R. G.; Killeen, T. J.; Desch, A.; Bell, V. e Ersts, P.2001. Tropical Deforestation in the Bolivian Amazon. Environmental Conservation, v. 28, n. 2, p.127-134.Steward, C., 2007. From colonization to “environmental soy”: a case study of Environmentaland socio-economic valuation in the Amazon soy frontier. Agriculture and Human Values 24,107–122.46


Stickler, C.M.; Nepstad, D.C.; Coe, M.T.; McGrath, D.G.; Rodrigues, H.; Walker, W.S.; Soares-Filho,B.S. 2009.The potential ecological costs and co-benefits of REDD: A critical review and casestudy from the Amazon region. Glob. Change Biol., 15, 2803–2824.Villavicencio, S.J.V. 2010. The Political Economy of Peru’s Forest Sector (1990-2010). Partialfulfillment of the requirements for obtaining the <strong>de</strong>gree of Masters of Arts in Development Studies,Institute of Social Studies, Peru.Watson, R. T., Noble, I. R., Bolin, B., Ravindranath, N. H., Verar<strong>do</strong>, D. J., & Dokken, D. J. (2000).Land use, land-use change, and forestry. Cambridge University PressZambrano, A.M.; Broadbent, E.N.; Schmink, M.; Perz, S.G.; Asner, G.P. Deforestation drivers insouthwest Amazonia: Comparing smallhol<strong>de</strong>r farmers in Inapari, Peru and Assis Brasil, Brazil.Conserv. Soc. 2010, 8, 157–170.47


6. ANEXOS6.1. Da<strong>do</strong>s e Variáveis.Tabela 6. Da<strong>do</strong>s cartográficos e variáveis utiliza<strong>da</strong>s nos mo<strong>de</strong>losMo<strong>de</strong>lo Pequenos Proprietários (agricultura e pecuária)Custos, receitas, informação <strong>de</strong>mográficas, <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong> sistemas produtivosentrevistasClimaVegetaçãoFisionomiasSolosUso <strong>do</strong> soloFisiografiaGeologiaGeomorfologiaGobierno Regional <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios Instituto <strong>de</strong> Investigaciones <strong>de</strong> LaAmazonia Peruana – GOREAMAD- IIAP (2008)Cobertura <strong>da</strong> <strong>terra</strong>Imagens Landsat TM (Classificação Gregory P. Asner e ConservaçãoInternacional)Malha <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas titulariza<strong>da</strong>sOrganismo <strong>de</strong> Formalización <strong>de</strong> la Propie<strong>da</strong>d Informal - COFOPRERo<strong>do</strong>vias e vias <strong>de</strong> acesso, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, distritos e provínciasInstituto Nacional <strong>de</strong> Recursos Naturaleza – INRENA (2008b)Preço <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira INRENA (2008) e estimativas <strong>de</strong> Giudice-Grena<strong>do</strong>s et al 2010Volume <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>iraCusto <strong>de</strong> transporte <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira comercial48


Mo<strong>de</strong>lo Pequenos Proprietários (Pecuária Bovina)Frigoríficos e mata<strong>do</strong>uros Dirección <strong>de</strong> Información Agraria - Ministerio <strong>de</strong> Agricultura (2009)Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produção pecuaria e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> bovinosAgencias y Se<strong>de</strong>s Agrarias <strong>de</strong> la Región - Ministerio <strong>de</strong> Agricultura(2008)Preços <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> animais por tipo <strong>de</strong> animal Gobierno Regional <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios - GOREAMAD (2009)Preços <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> animas por tipo <strong>de</strong> animal (cabeça e/ou arroba) Gobierno Regional <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios - GOREAMAD (2009)Preços <strong>de</strong> vacinas e vermici<strong>da</strong>s Servicio Nacional <strong>de</strong> Sani<strong>da</strong>d Agraria -SENASA (2010)Preço <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obraInvestimento em residênciaSal mineralEntrevistasEntrevistasDirección <strong>de</strong> Información Agraria - Ministerio <strong>de</strong> AgriculturaSementes, pastagem e brachiariaDirección <strong>de</strong> Información Agraria - Ministerio <strong>de</strong> AgriculturaCustos <strong>de</strong> transporte Extraí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Fleck et al 2010Preços combustíveis Instituto Nacional <strong>de</strong> Estadística e Informática - INEI (2010)Custos e preços <strong>da</strong> infraestrtura <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> (cerca, cochos, galpão e tanques)Taxas e impostos regionais e nacionaisGOREMAD (2009) e Alguns foram basea<strong>do</strong>s nos preços <strong>do</strong> Acre(EMBRAPA - ACRE,2010) pela proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> e comércio.Banco Central <strong>de</strong> Reserva <strong>do</strong> Peru. BCRP (2011)Servicio Nacional <strong>de</strong> Sani<strong>da</strong>d Agraria -SENASA (2010)49


Tabela 7. Informações extraí<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 62 entrevistasTITULAR cod_quest custos_mo custos_ins custo_tran CUSTO_T receita RENTAB_ANO area_total RENTAB_ESP Prod_T_kg rent_<strong>do</strong>lar (2,8)Panche Lara 1 1412 40 194 1646 1333 -313 30 -10,43294 1090 -4Jerson Nanes 2 882 150 488 1521 1315 -206 30 -6,85027 1387 -2Willian Sanches 3 294 741 126 1162 565 -597 200 -2,98482 688 -1Joel Maquera 4 235 30 15 280 745 465 30 15,50667 770 6Teófilo Rojas 5 176 441 47 665 1908 1243 80 15,53743 2011 6Wilber Ríos Lopes 6 706 1353 294 2353 5125 2772 140 19,80042 5000 7Démetrio Harca 7 5294 2647 235 8176 9600 1424 65 21,90045 4000 8Pedro Casanova 8 588 147 29 765 1750 985 44 22,39305 500 8Miguel Passos 9 235 353 88 676 1425 749 31 24,14611 1500 9José Santos 10 118 4 2 124 963 838 30 27,94608 275 10Fredy Chavez 11 1412 794 250 2456 4980 2524 85 29,69550 4250 11Ignácio Car<strong>de</strong>nas Rojas 12 6353 235 235 6824 14000 7176 232 30,93306 4000 11Aidé Santos 13 1059 853 229 2141 3595 1454 42 34,61961 3680 12Kilean Sanchez 14 882 382 329 1594 6150 4556 130 35,04525 2000 13Estanisleu Figueirol 15 1059 1000 265 2324 4500 2176 61 35,97472 4500 13Abel Diaz 16 294 183 212 688 1825 1137 30 37,89216 875 14Hamilton Castilho 17 882 279 110 1272 2382 1110 28 39,65983 2086 14Máximo Ochoa Perez 18 882 588 94 1565 4100 2535 60 42,25490 4000 15Luiz Perez An<strong>de</strong>s 19 1176 428 107 1712 5220 3508 80 43,85294 3200 16Suzana Chinoz 20 706 1301 269 2276 5810 3534 80 44,16912 4050 16José Aguilera 21 2118 824 94 3035 5050 2015 43 46,85363 5000 17Valima Chavez 22 1765 1316 389 3471 8165 4694 100 46,94412 8700 17Walter Ulloa 23 1059 588 147 1794 3300 1506 30 50,19608 2500 18Cirilo Men<strong>de</strong>s 24 4706 1671 18 6394 10836 4442 80 55,52353 5390 20Luiz Chavez 25 6353 2322 860 9535 17665 8130 136 59,77872 14880 21Norma Pegano 26 1765 1176 1412 4353 7163 2810 45 62,44397 5778 22Júlia Costa 27 2118 765 118 3000 5200 2200 35 62,85714 5000 22Wilfre<strong>do</strong> Licona 28 1765 1059 265 3088 5125 2037 30 67,89216 5000 24Alejandro Flores Cruz 29 2118 1941 324 4382 12100 7718 100 77,17647 5500 28Lí<strong>de</strong>r Portiha 30 12706 14118 941 27765 38000 10235 130 78,73303 40000 2850


Muanci Pua 31 1765 2118 518 4400 7560 3160 40 79,00000 6000 28Eusébio Mauoné 32 4188 980 90 5258 6098 840 10 84,00000 8712 30Benedita Lozano 33 882 516 249 1647 4195 2548 30 84,93137 4550 30Hipólito Pocoiura 34 3529 3706 1076 8312 17209 8897 98 90,78812 18370 32Hilário Medina 35 6353 2136 864 9353 15732 6379 69 92,45013 15800 33Nieves Espirella 36 4235 2581 782 7598 11995 4397 45 97,70588 13000 35Victor Gor<strong>do</strong>ba 37 6353 11765 1765 19882 33000 13118 130 100,90498 30000 36Manuel Jesus Flores Dias 38 5294 588 471 6353 19000 12647 121 104,52115 20000 37Rene Martinez 39 2647 2851 472 5969 9323 3354 30 111,80541 8242 40Vitória Flores 40 3176 5354 905 9435 15458 6023 50 120,45412 15440 43Ricar<strong>do</strong> Uchoua 41 7200 3500 625 11325 15840 4515 37 122,02703 9199 44Willian Pasilha 42 882 1692 391 2965 6301 3336 26 128,29977 6715 46Rosa Centena 43 2118 2553 2532 7202 19820 12618 88 143,38235 27500 51Ma<strong>da</strong>lena Ucho 44 3176 3118 1235 7529 15100 7571 49 154,50180 21000 55Gabriel 45 7059 4135 776 11971 32000 20029 120 166,91176 43500 60Saturnino Cachuma 46 24353 4586 1451 30389 64430 34040 200 170,20244 24757 61Paulina Pra<strong>do</strong> Cruz 47 15000 10000 18000 43000 51750 8750 50 175,00000 6900 63Francisco Hualpatinco 48 18000 840 1500 20340 32000 11660 66 176,66667 20000 63Eloi Seico Quispe 49 2460 2156 427 5042 7551 2509 14 179,20000 6775 64Gilhermo Fontes 50 22934 16118 1938 40990 52638 11648 64 182,00000 43944 65Gustavo Mamani 51 1412 529 488 2429 8005 5576 30 189,00299 8300 68Epifanio Saturnino 52 6711 9426 2629 18767 25722 6955 36 193,20000 32610 69Alejandro Cuantico 53 12865 7026 2033 21924 27720 5796 30 193,20000 39600 69Carolina Agurez 54 13494 2235 1188 16918 19900 2982 15 198,80000 16200 71Ronal<strong>do</strong> Chuva 55 6195 1997 944 9136 15100 5964 30 198,80000 16750 71Ruth 56 2096 500 441 3037 7125 4088 20 204,40000 7500 73Rodilha Santos 57 4235 2088 682 7006 12160 5154 25 206,16471 11520 74Kaimé Santos 58 4084 4412 178 8673 11227 2554 12 212,80000 10005 76German Centeno 59 7545 1851 1458 10853 13939 3086 15 212,80000 14020 76Mariza Barros 60 29651 280575 62489 372715 ###### 23285 108 215,60000 50750 77Bonifácio Saviero 61 16948 22500 8000 47448 54000 6552 30 218,40000 9000 78Mauro Ramos 62 40000 22285 8585 70870 77760 6890 30 229,66667 10230 8251


Tabela 8. Amostra <strong>de</strong> 250 proprietários com produção, receitas e rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s estima<strong>da</strong>sProprietáriosCLU4_HierárquicoDis_1(discriminante)Dis1_4(classificacao) producao_estima<strong>da</strong> receita_estima<strong>da</strong> rentab_estima<strong>da</strong> rent_<strong>do</strong>lar (2,8)1 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37506858 28,348238782 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37505247 28,348233023 1 1 0,00000 16.965 26.289 76,25202703 27,232866804 1 2 0,00000 16.970 26.300 76,25003328 27,232154745 1 1 0,00017 8.587 10.032 79,38709185 28,352532806 1 1 0,00000 8.642 10.140 79,35370070 28,340607397 1 1 0,00002 8.688 10.229 79,33791701 28,334970368 2 2 0,00000 16.970 26.300 76,25000388 27,232144249 1 1 0,00000 8.586 10.030 79,37474250 28,3481223210 1 1 0,00004 8.611 10.080 79,36812191 28,3457578311 1 1 0,00000 16.970 26.300 76,25003328 27,2321547412 1 1 0,00000 8.585 10.030 79,37487383 28,3481692313 1 1 0,00001 8.590 10.043 79,37368129 28,3477433214 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37500044 28,3482144415 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37494016 28,3481929116 1 1 0,00000 9.330 16.475 78,85278936 28,1617104917 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37503687 28,3482274618 1 1 0,00000 17.503 87.176 63,84703123 22,8025111519 1 3 0,00000 17.503 87.176 55,77299437 19,9189265620 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37498068 28,3482073821 1 1 0,00000 8.586 10.030 79,37485441 28,3481622922 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37499989 28,3482142523 2 2 0,00179 16.971 26.303 76,38023808 27,2786564624 1 1 0,00013 8.586 10.031 79,38386221 28,3513793625 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37495132 28,3481969026 3 3 0,00000 17.503 87.176 53,85900870 19,2353602527 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37502234 28,3482222628 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37499800 28,3482135729 1 4 1,00000 17.990 28.583 148,74995854 53,1249851952


30 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37506529 28,3482376031 2 2 0,00000 16.970 26.300 76,25002380 27,2321513632 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37503211 28,3482257533 1 4 1,00000 17.990 28.583 148,74992546 53,1249733834 3 3 0,00000 17.503 87.176 57,78144294 20,6362296235 1 1 0,00000 8.586 10.035 79,37450932 28,3480390436 2 2 0,00000 16.970 26.300 76,25000251 27,2321437537 1 2 0,00021 16.969 26.299 76,26550104 27,2376789438 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37500045 28,3482144539 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37498757 28,3482098540 1 1 0,00000 8.585 10.032 79,37472716 28,3481168441 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37500055 28,3482144842 1 1 0,00015 8.587 10.032 79,38549491 28,3519624743 1 1 0,00019 8.587 10.033 79,38842807 28,3530100244 1 1 0,00000 8.598 10.054 79,37019569 28,3464984645 2 2 0,00000 16.970 26.300 76,25006065 27,2321645246 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37498737 28,3482097847 2 2 0,00000 16.970 26.300 76,25000709 27,2321453948 1 1 0,16840 11.828 16.374 90,43931687 32,2997560249 1 1 0,00029 8.588 10.034 79,39504186 28,3553720950 1 1 0,93149 17.348 27.316 143,99605029 51,4271608251 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37499991 28,3482142552 1 1 0,00671 8.676 10.396 79,82105709 28,5075203953 2 4 1,00000 17.990 28.583 148,74982494 53,1249374854 2 2 0,00000 16.970 26.300 76,25000089 27,2321431755 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37499824 28,3482136656 1 4 1,00000 17.990 28.583 148,74984105 53,1249432357 1 1 0,00009 8.586 10.031 79,38142063 28,3505073758 4 4 1,00000 17.990 28.583 148,74997308 53,1249903959 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37503810 28,3482278960 3 3 0,00000 17.503 87.176 66,64290041 23,8010358661 2 2 0,00000 16.970 26.300 76,25000019 27,2321429362 1 1 0,00000 8.585 10.029 79,37499959 28,3482141463 #NULO! #NULO! 0,00000 8.744 10.337 79,31613181 28,3271899353


64 #NULO! #NULO! 0,00000 10.831 14.388 78,53807123 28,0493111565 #NULO! #NULO! 0,00000 11.293 15.284 78,36599182 27,9878542266 #NULO! #NULO! 0,00000 16.968 26.295 76,25089767 27,2324634567 #NULO! #NULO! 0,00030 8.592 10.042 79,39460841 28,3552172968 #NULO! #NULO! 0,00030 8.593 10.044 79,39404925 28,3550175969 #NULO! #NULO! 0,00029 8.596 10.050 79,39198606 28,3542807470 #NULO! #NULO! 0,00069 10.541 13.824 78,69645936 28,1058783471 #NULO! #NULO! 0,00028 8.602 10.062 79,38948054 28,3533859172 #NULO! #NULO! 0,00032 8.592 10.043 79,39546995 28,3555249873 #NULO! #NULO! 0,00010 8.586 10.032 79,38160783 28,3505742374 #NULO! #NULO! 0,00000 16.850 81.525 74,00345924 26,4298068775 #NULO! #NULO! 0,00032 8.592 10.042 79,39570782 28,3556099376 #NULO! #NULO! 0,00000 16.830 81.355 74,00345924 26,4298068777 #NULO! #NULO! 0,00031 8.592 10.044 79,39508373 28,3553870578 #NULO! #NULO! 0,00010 8.586 10.032 79,38188104 28,3506718079 #NULO! #NULO! 0,00034 8.592 10.043 79,39714071 28,3561216880 #NULO! #NULO! 0,00034 8.592 10.043 79,39724545 28,3561590981 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499963 28,3482141582 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37500000 28,3482142983 #NULO! #NULO! 0,00000 16.859 81.606 74,00345924 26,4298068784 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000013 27,2321429085 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003468 27,2321552486 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000014 27,2321429187 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002722 27,2321525888 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003638 27,2321558589 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003141 27,2321540890 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003193 27,2321542691 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003132 27,2321540492 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000013 27,2321429193 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003379 27,2321549394 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000098 27,2321432195 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003105 27,2321539596 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002985 27,2321535297 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002785 27,2321528054


98 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003211 27,2321543299 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002992 27,23215354100 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25003292 27,23215462101 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25024450 27,23223018102 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002929 27,23215332103 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25022952 27,23222483104 #NULO! #NULO! 0,00003 8.610 10.077 79,36809311 28,34574754105 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25026336 27,23223691106 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25024172 27,23222919107 #NULO! #NULO! 0,00003 8.606 10.070 79,36931049 28,34618232108 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25026477 27,23223742109 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25025600 27,23223429110 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002531 27,23215190111 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25026187 27,23223638112 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.298 76,25029024 27,23224651113 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002582 27,23215208114 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25026443 27,23223730115 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25028488 27,23224460116 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25002868 27,23215310117 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.299 76,25026950 27,23223911118 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499990 28,34821425119 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499706 28,34821324120 #NULO! #NULO! 0,00000 8.710 10.271 79,32844583 28,33158780121 #NULO! #NULO! 0,00003 8.589 10.037 79,37561005 28,34843216122 #NULO! #NULO! 0,00000 8.587 10.034 79,37412687 28,34790245123 #NULO! #NULO! 0,00001 8.585 10.029 79,37541487 28,34836245124 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499999 28,34821428125 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499988 28,34821424126 #NULO! #NULO! 0,99889 17.989 28.580 148,66922039 53,09615014127 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499074 28,34821098128 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499988 28,34821424129 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000205 27,23214359130 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000069 27,23214310131 #NULO! #NULO! 0,00000 17.503 87.176 57,63444438 20,5837301455


132 #NULO! #NULO! 0,00000 8.590 10.039 79,37301121 28,34750400133 #NULO! #NULO! 1,00000 17.990 28.583 148,74982335 53,12493691134 #NULO! #NULO! 0,99931 17.989 28.581 148,69997678 53,10713456135 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37498722 28,34820972136 #NULO! #NULO! 1,00000 17.990 28.583 148,74983224 53,12494009137 #NULO! #NULO! 0,99996 17.990 28.583 148,74744315 53,12408684138 #NULO! #NULO! 0,99998 17.990 28.583 148,74873712 53,12454897139 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37498992 28,34821069140 #NULO! #NULO! 0,85820 17.845 28.259 138,46942338 49,45336549141 #NULO! #NULO! 0,00000 16.969 26.297 76,25054065 27,23233595142 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499959 28,34821414143 #NULO! #NULO! 0,00002 8.591 10.040 79,37432960 28,34797486144 #NULO! #NULO! 0,99997 17.990 28.583 148,74811077 53,12432527145 #NULO! #NULO! 0,79864 17.785 28.123 134,15135909 47,91119967146 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37525404 28,34830501147 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37526831 28,34831011148 #NULO! #NULO! 0,99760 17.988 28.577 148,57623895 53,06294248149 #NULO! #NULO! 0,00000 8.589 10.037 79,37339098 28,34763964150 #NULO! #NULO! 0,00000 17.502 87.169 73,91149305 26,39696180151 #NULO! #NULO! 0,00000 17.502 87.167 74,00345924 26,42980687152 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000086 27,23214316153 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000000 27,23214286154 #NULO! #NULO! 0,00004 8.748 10.346 79,31703025 28,32751080155 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000054 27,23214305156 #NULO! #NULO! 0,99702 17.987 28.576 148,53420936 53,04793191157 #NULO! #NULO! 0,00000 16.970 26.300 76,25000001 27,23214286158 #NULO! #NULO! 0,99730 17.987 28.577 148,55413810 53,05504932159 #NULO! #NULO! 0,00001 8.585 10.029 79,37540846 28,34836017160 #NULO! #NULO! 0,00000 8.602 10.062 79,36860804 28,34593144161 #NULO! #NULO! 0,67070 17.654 27.831 124,87584245 44,59851516162 #NULO! #NULO! 0,00001 16.760 25.893 76,32885363 27,26030487163 #NULO! #NULO! 0,00000 11.689 16.053 78,21828468 27,93510167164 #NULO! #NULO! 0,99999 17.990 28.583 148,74918559 53,12470914165 #NULO! #NULO! 0,99999 17.990 28.583 148,74910226 53,1246793856


166 #NULO! #NULO! 0,00002 8.591 10.041 79,37403764 28,34787059167 #NULO! #NULO! 0,99705 17.987 28.576 148,53596161 53,04855772168 #NULO! #NULO! 0,99999 17.990 28.583 148,74913294 53,12469034169 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37703410 28,34894075170 #NULO! #NULO! 0,98877 17.979 28.557 147,93579693 52,83421319171 #NULO! #NULO! 0,99999 17.990 28.583 148,74898650 53,12463804172 #NULO! #NULO! 0,99789 17.988 28.578 148,59689222 53,07031865173 #NULO! #NULO! 0,99883 17.989 28.580 148,66522304 53,09472252174 #NULO! #NULO! 0,79349 17.779 28.112 133,77809041 47,77788943175 #NULO! #NULO! 0,99765 17.988 28.578 148,57955447 53,06412660176 #NULO! #NULO! 0,99928 17.989 28.581 148,69811036 53,10646799177 #NULO! #NULO! 0,00000 8.589 10.037 79,37340949 28,34764625178 #NULO! #NULO! 0,99603 17.986 28.574 148,46243773 53,02229919179 #NULO! #NULO! 0,99828 17.988 28.579 148,62504266 53,08037238180 #NULO! #NULO! 0,00000 16.493 25.374 76,42788492 27,29567318181 #NULO! #NULO! 0,99937 17.989 28.582 148,70409674 53,10860598182 #NULO! #NULO! 0,99847 17.988 28.579 148,63876587 53,08527352183 #NULO! #NULO! 0,00001 8.602 10.062 79,36950804 28,34625287184 #NULO! #NULO! 0,99852 17.988 28.580 148,64261239 53,08664728185 #NULO! #NULO! 0,99919 17.989 28.581 148,69111574 53,10396991186 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37494713 28,34819540187 #NULO! #NULO! 0,99844 17.988 28.579 148,63712998 53,08468928188 #NULO! #NULO! 0,99845 17.988 28.579 148,63783810 53,08494218189 #NULO! #NULO! 0,99996 17.990 28.583 148,74730157 53,12403627190 #NULO! #NULO! 0,99996 17.990 28.583 148,74712132 53,12397190191 #NULO! #NULO! 0,00948 9.473 11.756 79,73478900 28,47671036192 #NULO! #NULO! 0,99997 17.990 28.583 148,74799052 53,12428233193 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37495292 28,34819747194 #NULO! #NULO! 0,01849 8.816 10.483 80,63628904 28,79867466195 #NULO! #NULO! 0,00000 8.586 10.032 79,37462032 28,34807869196 #NULO! #NULO! 0,01911 8.796 10.445 80,68890869 28,81746739197 #NULO! #NULO! 0,99820 17.988 28.579 148,61922614 53,07829505198 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37739278 28,34906885199 #NULO! #NULO! 0,00001 8.586 10.041 79,37470969 28,3481106057


200 #NULO! #NULO! 0,99999 17.990 28.583 148,74958588 53,12485210201 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499605 28,34821287202 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37721114 28,34900398203 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499959 28,34821414204 #NULO! #NULO! 0,00013 8.854 10.552 79,28373799 28,31562071205 #NULO! #NULO! 0,00011 8.587 10.033 79,38215856 28,35077092206 #NULO! #NULO! 0,00012 8.587 10.032 79,38292717 28,35104542207 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499993 28,34821426208 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37717626 28,34899152209 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499985 28,34821423210 #NULO! #NULO! 0,00004 8.585 10.030 79,37757138 28,34913264211 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37720688 28,34900246212 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499983 28,34821423213 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499325 28,34821187214 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499998 28,34821428215 #NULO! #NULO! 0,00000 8.608 10.074 79,36643709 28,34515610216 #NULO! #NULO! 0,00000 8.586 10.031 79,37470911 28,34811040217 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37500000 28,34821429218 #NULO! #NULO! 0,00000 8.586 10.032 79,37445738 28,34802049219 #NULO! #NULO! 0,00000 8.588 10.034 79,37398742 28,34785265220 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37492894 28,34818891221 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37497169 28,34820418222 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.030 79,37486689 28,34816675223 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.030 79,37490088 28,34817888224 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499996 28,34821427225 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37706294 28,34895105226 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37735195 28,34905427227 #NULO! #NULO! 0,00000 17.503 87.176 48,23214006 17,22576431228 #NULO! #NULO! 0,00017 8.587 10.034 79,38642732 28,35229547229 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499987 28,34821424230 #NULO! #NULO! 0,00000 17.503 87.176 48,25470976 17,23382491231 #NULO! #NULO! 0,00017 8.588 10.035 79,38596515 28,35213041232 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37500000 28,34821429233 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37499988 28,3482142458


234 #NULO! #NULO! 0,00005 8.585 10.030 79,37816089 28,34934318235 #NULO! #NULO! 0,99431 17.937 28.478 148,35503678 52,98394171236 #NULO! #NULO! 0,00004 8.585 10.030 79,37776299 28,34920107237 #NULO! #NULO! 0,00003 8.585 10.030 79,37710050 28,34896446238 #NULO! #NULO! 0,99650 17.971 28.546 148,50162466 53,03629452239 #NULO! #NULO! 0,00000 17.503 87.176 48,26502193 17,23750783240 #NULO! #NULO! 0,52326 13.506 19.738 115,67645297 41,31301892241 #NULO! #NULO! 0,59143 14.148 21.004 120,40544875 43,00194598242 #NULO! #NULO! 0,00000 8.585 10.029 79,37500000 28,34821429243 #NULO! #NULO! 0,00005 8.586 10.030 79,37859483 28,34949815244 #NULO! #NULO! 0,01925 8.822 10.494 80,69006866 28,81788166245 #NULO! #NULO! 0,00004 8.585 10.030 79,37768113 28,34917183246 #NULO! #NULO! 0,98622 17.860 28.327 147,79415655 52,78362734247 #NULO! #NULO! 0,00017 8.587 10.034 79,38654137 28,35233620248 #NULO! #NULO! 0,50912 13.373 19.475 114,69496043 40,96248587249 #NULO! #NULO! 0,60629 14.289 21.281 121,43617527 43,37006260250 #NULO! #NULO! 0,00015 8.589 10.037 79,38446995 28,3515964159


6.2. Questionário utiliza<strong>do</strong> nas entrevistas (foi aplica<strong>da</strong> uma versão traduzi<strong>da</strong> para oespanhol)PESQUISARentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> agricultura familiar e dinâmica <strong>do</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong> ao longo <strong>da</strong>ro<strong>do</strong>via Interoceânica em Madre <strong>de</strong> Dios - PERU.Questionário n°:_____Entrevista<strong>do</strong>res:________________________________________________Nome <strong>do</strong> Chefe <strong>de</strong> FamíliaNaturali<strong>da</strong><strong>de</strong>En<strong>de</strong>reçoComuni<strong>da</strong><strong>de</strong>Estra<strong>da</strong> ou parte <strong>da</strong>ro<strong>do</strong>via interoceânica (Km)Fazen<strong>da</strong>/concessão/N°LoteProvínciaRequerente (associação)Localização Geográfica60


1.ASPECTOS SÓCIODEMOGRÁFICOSTabela 01: População resi<strong>de</strong>nte por i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo, nível <strong>de</strong> ensino e ren<strong>da</strong>Nome <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>:________________________________________________________________________Grau <strong>de</strong>Parentesco*I<strong>da</strong><strong>de</strong>(anos)Sexo(F/M)Numero <strong>de</strong> pessoasresi<strong>de</strong>ntes no<strong>do</strong>micílio/proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>?Seestu<strong>da</strong>,qual ocurso e asérie?**Seestu<strong>do</strong>u,qual ocurso eaté quesérie?**Se trabalha,qual aprofissão?#Se trabalha,qual orendimentomensal?Há quantotemporesi<strong>de</strong> nalocali<strong>da</strong><strong>de</strong>atual?Qual alocali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>residênciaanterior?Qual omotivo <strong>de</strong>ter vin<strong>do</strong>morar nalocali<strong>da</strong><strong>de</strong>atual?61


2.CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO2.1. Qual a forma <strong>de</strong> acesso a <strong>terra</strong>:( ) Licença <strong>de</strong> ocupação( ) Concessão <strong>de</strong> Uso( ) Autorização <strong>de</strong> ocupação( ) Título <strong>de</strong>finitivo( ) Herança (c/ escritura pública)( ) Herança (s/ escritura pública)( ) Posse( ) Compra (c/ escritura pública)( ) Compra (s/ escritura pública)( ) Arren<strong>da</strong>mento( ) Outro: ___________________________________________2.2.Tamanho <strong>do</strong> lote/área (ha):____________2.3.Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mais próxima:_____________ Qual meio <strong>de</strong> transporte utiliza paraChegar nela?__________________________ Distânciapercorri<strong>da</strong>:_______________________2.4.Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que comercializa:_____________ Qual meio <strong>de</strong> transporte utiliza para chegarnela?____________________________________________________________________Tempo Gasto:___________ Distância percorri<strong>da</strong>:_________________________________2.5. Possui algum tipo <strong>de</strong> concessão fora <strong>do</strong> lote (castanha, ma<strong>de</strong>ira)?Tipo <strong>de</strong> exploração_________________________________ Área (ha)_______________Tabela 02: Condições <strong>de</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>terra</strong> no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano - 2010FlorestaTipo <strong>de</strong> <strong>uso</strong>/cobertura Área (%) Área <strong>de</strong>smata<strong>da</strong> no perío<strong>do</strong>(ha)Culturas anuais (Arroz, Milho,Feijão,etc.)Culturas perenes (Limão, laranja, etc.)CapoeiraPasto62


Tabela 02: Cultivos e produtos vendi<strong>do</strong>s no ano - 2010N° Cultivo Vendi<strong>da</strong> (V)não vendi<strong>da</strong>,masSignificativa (S)Produção TotalUn. Quant. PercentualComercializa<strong>do</strong> (%)Custos <strong>de</strong>produção unitárioS/.(Soles)(insumos)Tempo <strong>de</strong>mão <strong>de</strong>obra(h/homem.d)PreçoUnitárioS/.(Soles) nomerca<strong>do</strong>Custos <strong>de</strong>TransporteUnitárioS/.(Soles)nomerca<strong>do</strong>Mão <strong>de</strong>ObraFamiliarN°pessoas/hMão <strong>de</strong> ObraMão <strong>de</strong>ObraExternaN°pessoas/hCustos(s./h)1 Arroz2 Café3 Mandioca4 Milho5 Feijão6 Limão7 Laranja8 Banana9 Tangerina10 Abacate11 Mamão (eoutros)63


Tabela 04: Criações e produtos vendi<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano - 2010N.º Animal/Produto Produção Vendi<strong>da</strong> Custos <strong>de</strong>Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> Percentualcomercializa<strong>do</strong>(%)produçãounitárioS/.(soles)(insumos)Tempo gastoe custo <strong>da</strong>mão-<strong>de</strong>-obratotal(h/homem.d)PreçoUnitárionomerca<strong>do</strong>S/.(soles)Custos <strong>de</strong>transporteunitárionomerca<strong>do</strong>S/.(soles)Mão <strong>de</strong> ObraMão <strong>de</strong> Mão <strong>de</strong>Obra ObraFamiliar ExternaN° N°pessoas/h pessoas/hCustos(s./h1 Ave2 Vacuno3 Ovino4 Porcino5 Huevo6 Leche64


Tabela 05. Extração Florestal <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> lote no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano - 2010N°Produto1 Castanha2 Ma<strong>de</strong>ira3 Borracha4 PalmitoUni<strong>da</strong><strong>de</strong>Produção Vendi<strong>da</strong>Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> Percentualcomercializa<strong>do</strong>(%)Custos <strong>de</strong>produçãounitários/. (Soles)(insumos)Tempo gastoe custo <strong>da</strong>mão-<strong>de</strong>-obratotal(h/homem.d)Preçounitárionomerca<strong>do</strong>S/.(soles)Custos <strong>de</strong>transporteunitárionomerca<strong>do</strong>S/.(soles)Mão <strong>de</strong> ObraMão <strong>de</strong> MãoObraFamiliarN°pessoas/h<strong>de</strong>ObraExternaN°pessoas/hCustos(s./hTabela 06. Complementação <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s fora <strong>do</strong> lote no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano - 2010N° Tipo <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> Valor ganho/hora <strong>de</strong>trabalhoS/. (Soles)1 Trabalho assalaria<strong>do</strong>2 Prestações <strong>de</strong> serviços3 Coleta <strong>de</strong> Castanha4 Coleta <strong>de</strong> Borracha5 Exploração ma<strong>de</strong>ireira6 Outros produtos florestais nãoma<strong>de</strong>ireiroCustos <strong>de</strong>produçãounitários/. (Soles)(insumos)Tempo gasto ecusto <strong>da</strong> mão<strong>de</strong>-obra(h/homem.d)Preçounitáriono merca<strong>do</strong>S/.(soles)Custos <strong>de</strong>transporteunitário nomerca<strong>do</strong>S/.(soles)65


07. Impostos pagos, créditos e condições <strong>de</strong> certificação <strong>do</strong> lote no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano - 2010Custos com Impostos eSeguros (S./) Certificações Custos <strong>de</strong> certificação (S/./ano)Recebimento <strong>de</strong> crédito efinanciamentos (%)Auxílio por assistência técnicaTabela 08: Patrimônio <strong>do</strong> lote no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano - 2010Especificação Un. Qt<strong>de</strong>. Para que linha <strong>de</strong> exploração utiliza?Beneficia<strong>do</strong>ras (castanha, borracha)Máquinas agrícolas (Tratores, roça<strong>de</strong>iras, ro<strong>da</strong>s d’ água)Instrumentos <strong>de</strong> Trabalho (enxa<strong>da</strong>s, alicates,martelo)Animais <strong>de</strong> trabalho (cavalo, jumento,boi)Construções (casas, paiol)Tipos <strong>de</strong> transporte (carros, carroças)66


Tabela 09: Patrimônio <strong>da</strong> casa no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano - 2010Especificação Un. Qt<strong>de</strong>.BanheiroTelevisãoFogãoPoçoRádio67


3. PERCEPÇÃO AMBIENTAL4.1. Você percebeu algum tipo <strong>de</strong> modificação ambiental nos últimos anos?Floresta:________________________________________________________________Fauna:_________________________________________________________________Clima:__________________________________________________________________Rios:___________________________________________________________________4.2. Quais são os seus principais problemas e aspirações?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________OBSERVAÇÕES:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ReferênciasO questionário foi elabora<strong>do</strong> com base nos questionários <strong>do</strong> IBGE/2010 e projeto ASPF <strong>da</strong> UFAC:ASPF-UFAC. Projeto Análise Econômica <strong>de</strong> Sistemas Básicos <strong>da</strong> Produção Familiar Rural noEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Acre. In: . (acesso: 09/11/2010)IBGE. 2010. Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística. In: www.ibge.gov.br(acesso:10/10/2010).68


6.3. Função <strong>de</strong> Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Anual <strong>da</strong> Pecuária BovinaPara chegar aos valores <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pecuária bovina utilizamos a função <strong>de</strong> lucro<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por Bowman et al., 2011, que reflete os custos fixos e variáveis associa<strong>do</strong>s aessa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tal como se segue:On<strong>de</strong> é a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> local <strong>de</strong> bovinos, <strong>de</strong>nota os preços na produção que variam porprovíncia, representa o volume <strong>de</strong> carne vendi<strong>da</strong> em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ano, é um vetor <strong>de</strong>proporções <strong>do</strong> rebanho <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> animal que esta sen<strong>do</strong> vendi<strong>do</strong>, são os custosvariáveis associa<strong>do</strong>s á produção, incluin<strong>do</strong> os custos <strong>de</strong> insumos e <strong>de</strong> transporte a partir <strong>do</strong>centro <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> mais próximo, que constitui um <strong>do</strong>s centros urbanos <strong>de</strong> importânciaregional e capiatis <strong>do</strong>s distritos, é a taxa <strong>de</strong> imposto sobre a ven<strong>da</strong> <strong>do</strong>s animais,representa os custos <strong>de</strong> transporte até os mata<strong>do</strong>uros e representa os custos fixosespecíficos para ca<strong>da</strong> pixel no ano .4). Custos <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira (Estu<strong>do</strong>s Comparativos)a) Glave & Borasino, 2010.69


) Fleck et al, 2010.ReferênciasGlave, M., Borasino, E. 2010. Costo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em el Marco <strong>de</strong> los Mecanismos REDD paraLa Región <strong>de</strong> Madre <strong>de</strong> Dios. Grupo <strong>de</strong> Análisis para El Desarrollo, Lima.Fleck, L. C., Vera-Diaz, M. C., Borasino, E., Glave, M., Hak, J., Josse, C. 2010. Estrategias <strong>de</strong>conservación a lo largo <strong>de</strong> la carretera Interoceánica en Madre <strong>de</strong> Dios, Perú: un análisiseconómico-espacial. Conservation Strategy Fund, Conservación Estratégica, Série Técnica No. 20,100 p.70

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!